domingo, dezembro 30, 2001

Minha grande amiga do interior fluminense mandou notícias hoje. Contou que passou por este blog. Fiquei superfeliz. Ela mora no meu coração. Já nos falamos há bem mais de três anos e foi simpatia à primeira vista. Um doce de menina. Em breve ela vai se mudar para o apê próprio e me pediu umas folhas de jornal japonês para faze o revestimento da mesa de computador. Pena que eu não sei colocar imagens neste blog. (Mas um dia vou aprender!)

Já decidi meu prato de reveillon: salada de bacalhau. Vou seguir receita da minha amiga Alice, que me passou todas as dicas para um pratinho à moda lusitana. Melhor essa opção, pois não posso competir em comida japonesa, na festa aonde vou, com um amigo que trabalhou no Suntory. No dia 1, vou de mãos abanando na minha irmã, estrear a máquina de fazer mochi que ela ganhou.

Ontem foi meu dia de estar com a macaca. Engasguei e quase fiz xixi de tanto que ri num papo pelo ICQ com o Massagista. Foi o dia da vingança feminina. Assim que tiver tempo, vou postar neste espacinho o diálogo que vem se arrastando há uns dez dias e o desfecho, que ainda não aconteceu.


quinta-feira, dezembro 27, 2001

Para quem não está entendendo quem é quem, vou identificar as personagens citadas neste blog.

Eduardo é dos meus mais queridos e antigos amigos, dos dois únicos colegas de faculdade com quem não deixei de me comunicar ao longo de mais de vinte anos desde que eu deixei aquele campus, onde ele trabalha.

Julius é a única pessoa que não ganhou codinome iniciado pela mesma letra do nome real. Esse é o nick dele na Internet. Fizemos o primeiro contato no Parperfeito e conhecemo-nos pessoalmente em outubro de 2000 em um evento da área pois na ocasião ele era gerente de circulação de uma rede de comunicações. Tivemos naquela noite um jantar inesquecível, a luz de velas.

Ainda não concluí sobre a verdadeira identidade do Budista. Mas não tenho dúvidas quanto à sanidade mental dele. É completamente louco. Nunca me interessei por ela. Só tenho curiosidade.

Fábio é o único que coloco aqui com nome real. Amigo virtual dos mais antigos, nos conhecemos há 5 anos pelo Freetel. Foi meu confidente desde antes de trazer para o mundo real o meu primeiro romance internético. Sempre me apoiou em tudo que fiz e deu-me sábios conselhos, vivendo comigo todos os dramas. Uma vez ele me falou que eu sou o melhor livro que ele já leu. E ainda continua a ler este livro, mesmo estando muito ocupado agora, por conta de um trabalho de alta responsabilidade.

Rita é minha companheira de loucuras. Colega de profissão é talvez a única mulher que eu conheço que apresenta mesmo nível de libido que eu. E é muito mais louca, corajosa e espirituosa! (Eheheh!). E agora tem speedy!

Lúcia é minha amiga mais antiga. Nos conhecemos aos 11 anos. Como diz o Pratinha, o mundo girou, a Lusitana rodou e nós duas continuamos a nos comunicar sempre, agora mais pela Internet. Temos idéias muito divergentes, histórias de vida diferentes, mas sempre continuamos amigas. Ela também adora gatos, como eu!


Droga! não consigo corrigir os errinhos dos posts anteriores!
Adoro ver as reações ao meu blog... Meu amigo Eduardo confessou que andou lendo “por amostragem”. Falou que me achou “grande ficcionista”. Disse que vai continuar a leitura durante a estada na casa da irmã dele, no Rio.
Estou preocupada. Acho que todas essas revelações foram demais. Eduardo misturou todas as bolas e parece que não consegue captar quem é quem.
Aí, eu falei para ele que eu não era apenas a Japa Girl dele, que andava inspirando outros autores. (Eh,eh,eh). Comentário dele: “Sei… você quer montar uma coletânea!”

Apesar de saber que ele está lendo, juro que não vou me censurar por isto. Afinal, a fase sem censura de nossa amizade já tem bem mais de cinco anos.

Jim, o judeu americano, nunca tinha ouvido falar de blog. Passei para ele um pdf do texto que fiz para a revista e ele se interessou. Viu esta página e comentou:
“Muito interessante... até li um tantão dos seus pensamentos... MUITO legal! Achei tão simpático que é capaz de eu até dar para você... rs...”

Estou meio travada com o fato de ter passado o endereço para um amigo “interessante”. Ele é do interior de São Paulo, do Vale do Paraíba, uma graça de pessoa. Foi um dos que respondeu ao novo perfil que coloquei na Uol. Agora já foi! Se ele quiser, que me aceite como sou.

Outra pessoa que leu o blog foi Carlos. Depois de quase um ano sem comunicação, ele me contatou na semana passada. Foi um dos que não ficaram pela estrada nos contatos que fiz há dois anos pelos Amigos Virtuais. Ele é da mesma safra do Budista e do Fiscal. Surpresa grande foi saber que ele imprimiu (37 páginas) e apreciou a leitura. Frisou que ele não é nenhum chato e entendeu tudo. (Ehehehe). Satisfaz meu ego.

Ontem, fiquei tentada a contar para Julius. Mas resisti. Acho que ele ficaria convencido demais. (heheh.)...ou não? Estou quase certa de que ele não se incomodará com o fato de ter postado aqui os poemas. Fiz isso porque gosto tanto e é uma delícia exibir os presentes feito criança na manhã de Natal. E todas minhas amigas morrem de inveja. Ninguém tem um poeta como eu. E para dizer a verdade, esse foi o primeiro que encontrei em toda minha vida. Fico constrangida apenas porque a profissional de comunicação sou eu. Ele é engenheiro.

Tivemos uma noite especialíssima, indescritível. Voltei feliz, com as energias recarregadas. Novamente, ficaram mil coisas a serem ditas, apesar de eu ter falado um pouco além do habitual sobre meus sentimentos. A verdade é que tenho medo de espantá-lo. Ele comentou apenas que tinha sempre certeza de tudo, que ficava muito evidente, pois transpiro as sensações na pele, por todos os poros. Eu disse que eu também tenho 99% dessa sensação, mas que às vezes temo que ser apenas falta de opção. Acrescentei que minha preferência por ele também não era por falta de opção. “Sei disso. E como!” – foi o comentário dele.

Bom... Estou com a consciência supertranquila, vivendo tudo sem culpas e sem questionamentos sobre que sentimento é este. Só sei que está me fazendo muito, muito bem.

Aproveito para relembrar aqui um dos primeiros textos inspirados dele, acho que o que me "derrubou" definitivamente. Foi o primeiro das dezenas que se seguiram ao longo do ano...

Creio que devemos entender os destinos como dois rios. (parafraseando Herman Hesse) Quando dois rios se encontram é a turbulência de águas diferentes, um certo caos, um certo atrito para depois caminharem placidamente em conjunto e mesmo que tenham corredeiras E já que nossos rios se encontraram devemos agradecer ao universo que permitiu este encontro e desejar que se perpetue o sentimento que nos une de cumplicidade e amizade mas acima de tudo de desapego e desejo de que o outro seja realmente feliz. Isto é a verdadeira demonstração de altruismo e quem sabe o caminho do amor ainda desconhecido para seres imperfeitos como nós que habitam este globo aquático

Desapego! É justamente a coisa mais importante desta relação, em que vivemos apenas os momentos mágicos.

Que saudades do Fábio! Queria tanto estar compartilhando com ele minha felicidade! Por onde será que anda o danadinho? Quem sabe, meus pensamentos atravessam os oceanos e chegam a ele, quando estiver passsando por um cibercafé!

quarta-feira, dezembro 26, 2001

Tentarei hoje resgatar a o episódio de meu contato inicial com o Budista.
Todo final de ano baixa uma melancolia, sensação de solidão. Na tentativa de superar uma possível depressão, no final de 99, corri atrás de novos amigos colocando um anúncio nos Amigos Virtuais da Uol. Recebi umas duas dúzias de e-mails. Entre eles, um que dizia ser budista e estudante de japonês. O nick era “Anjinsan” (personagem holandês do livro Xógun, de James Crawell, que no cinema foi interpretado por aquele ator que fez o dr. Kildare).
Que o homem tem muita imaginação, não restam dúvidas. Vejam a história da vida dele:

03 de janeiro de 2000
História de família
Meu amor, aqui vai um pequeno relato de minha família. Procurei ser o mais
conciso possível, sem deixar de ser explicativo.Meus avós maternos eram italianos. Meu avô nasceu em Udne, na fronteira com
a Áustria, era filho duma família de cozinheiros, o pai dele era o chef da cozinha do Rei Vitor Emanuel. Minha avó era de Caserta, distante 30 km de Napoli, o pi dela era da marinha de guerra. Casaram-se na Itália e vieram para o Brasil antes da guerra pois Mussolini
subira ao poder, destituindo o Rei e deixando minha família sem emprego, já que meu avô também era cozinheiro. aliás, somos uma família de cozinheiros e culinária é meu hobby, tenho cursos no SENAC aonde recebi diploma de chef.
Diante desta situação, aonde eram constantemente vigiados pela polícia, inclusive a Gestapo alemã, não lhes restou outra coisa a não ser venderem tudo o que tinham, e não tinham pouco, a preços irrisórios e viajarem para
o Brasil, aonde segundo as histórias, fariam riquezas em dois anos...
Aqui no Brasil foram instalar-se num subdistrito de Matão, chamado Dobrada, hoje emancipada para município. Ficaram numa fazenda, chamada Guarantã. Minha avó gerou oito filhos, dois morreram na infância, não sei por qual motivo. Restaram cinco mulheres e um homem. Trabalharam na lavoura. Economizavam, no entanto meu avô era alcoólatra e gastava tudo em cerveja
ou negócios fracassados. Passaram fome, muitas vezes, minha mãe só tinha a roupa que vestia, nada mais, nenhuma muda para trocar em caso de lavar a roupa em uso.
Depois que minha avó tomou o controle da situação, começaram a ter um pouco mais de qualidade de vida. Economizavam e puderam té formar alguns filhos. Uma tia formou-se professora de francês, prestou concurso para a Secretaria da Educação e aposentou-se como diretora de colégio estadual. Meu tio formou-se em química e tornou-se proprietário duma rede de farmácias no interior do estado.
Minha tia professora veio assumir um cargo na capital e convidou minha mãe para acompanhá-la assim morando juntas iriam dividir as despesas do aluguel do apartamento e minha mãe teria chances de emprego já que não tinha interesses maiores pelo estudo. Mal chegou em São Paulo, minha mãe já se envolveu com um sargento da extinta Força Pública, atual Polícia Militar. Este era meu pai.
Sobre meu pai, sei muito pouco, sei que era de Pernambuco, nunca soube direito qual cidade, ele era muito fechado, mas sei que seu passado era dum típico nordestino, irmãos que morreram de fome, viagem a São Paulo, em cima dum "pau de arara", mais dois irmãos que morreram de doenças no meio do caminho e foram enterrados na beira da estrada na altura do estado da Bahia, enfim tristeza, miséria, fome e dor foram os componentes da infância de meu pai.
Esta situação fez dele uma pessoa que carregava um fardo enorme em seu subconsciente, marcas e cicatrizes psicológicas que, adiante, dispararam o alcoolismo em sua vida.
Sei que meus pais namoraram um tempo e, logo depois, minha casou. Minha avó materna não gostava de meu pai. A antipatia era recíproca.
Meu pai, para mim foi um bom pai, me educou, pagou meus estudos e esteve ao meu lado até o seu final. Contudo, para minha mãe, as coisas não
prosseguiram assim. Meu pai tinha um alcoolismo violento, muitas cenas tristes aconteceram na minha frente. Bofetadas, tentativas de suicídio (minha mãe várias vezes cortou os pulsos), casa quebrada. Uma vez, minha ãe estava apanhando tão violentamente do meu pai que ela, antes de desmaiar, gritou para mim corre meu filho, corre, pois ele me disse que vai atar você também! Aí eu saí correndo né ? Mas uma criança de 10 anos de dade, abrir a porta de casa e sair para a rua, correr para onde ?
O medo de meu pai que eu tivesse ido chamar a Polícia salvou minha vida e a e minha mãe. alcoolismo dele perdurou por muito anos, meu pai nem percebia os namorados de minha mãe e eu fingia, como sempre fingi, que não sabia dos
namoros de minha mãe. Em respeito à intimidade e privacidade dela e também porque, no fundo, sabia que ela era infeliz com um homem que não dava a mínima para ela. Ela não pedia a separação para que pudesse continuar o processo de minha educação, dormiam em quartos separados, como filho único, sou testemunha ocular e privilegiada: durante vinte anos, um não tocou no outro, mas ambos viviam seus relacionamentos paralelos. Meu pai saiu com mulheres de programa. Minha mãe viveu sua história de amor. Por isso, hoje em dia, se alguém me diz "meu filho não sabe, ou não desconfia" fica aqui com minhas reservas a respeito... Eu soube, por minhas tias e depois por minha mãe, que eu era para ser o irmão mais novo. Recém casada, ao saber que estava grávida e já verificando o erro de escolha, minha mãe abortou meu irmão mais velho. ontou a meu pai que tinha sido espontâneo, história nunca modificada. Mas não, havia sido provocado mesmo. Minha mãe queria o desquite, era o que havia naqueles idos de 1.950, meu pai não, ao invés disso pegou minha mãe, desta vez à força, e assim fui concebido... Também por causa disto, sou muito reservado e cauteloso com relações sexuais. Não tenho nenhum problema no campo sexual, tenho dois filhos, sou heterossexual, enfim um homem normal neste particular. Mas vendo o que se passou com minha mãe sempre tratei de ser muito respeitoso, de não ser atirado e de não priorizar este particular em minhas relações com o sexo oposto. Também, por cautela, há quatro anos, fiz vasectomia, que foi bem sucedida pois regularmente faço exames e o resultado é esterilidade.
Na minha gestação, minha mãe tentou, novamente o aborto, não sei o que deu errado mas ela foi parar no pronto socorro e o bebe foi salvo. Não quiseram aceitar a explicação de estupro praticado pelo próprio marido, naquela época a sociedade era muito machista e achava que o marido tinha todos os direitos de usar o corpo da esposa como melhor lhe aprouvesse. Algum tempo depois eu nasci, era 17 de outubro de 1958. O parto foi muito difícil, pois minha mãe havia comprometido seu útero com a tentativa de aborto. Durante o parto, ela teve morte clínica diagnosticada, sendo ressuscitada pelos médicos.
Minha infância foi vivida com certas dificuldades. Passei fome e vivi sozinho, sem nenhum irmão. Minha alternativa foram os estudos, minhas tias solteiras ( em número de três tias ) se sensibilizaram diante de minha situação e passaram a pagar meus estudos, comprar meu uniforme de escola e material escolar.
Na escola nunca dei problemas afinal não tinha irmãos, então meus livros eram meus brinquedos, meu passatempo. por isso, sempre fui o primeiro da classe. Até nos dias de hoje sou muito dedicado aos estudos. Minha vida, ninguém é totalmente mau, ou inteiramente bom. Meu pai teve seus erros, depois dum período de internação em clínica psiquiátrica, parou de beber e foi um bom pai para mim. Procurando se redimir de faltas
pretéritas sendo amigo e presente como um irmão mais velho. Já com minha mãe as coisas não correram assim. As faltas não foram esquecidas, tampouco perdoadas.
Meu pai recaiu em sua doença alcoólica e morreu numa briga de bar. Eu fiquei com o que se chama de "culpa do sobrevivente" achando que eu poderia ter feito alguma coisa por meu pai, ter sido mais amigo, ter aconselhado.
Trabalhei isto sendo voluntário em grupos de recuperação de drogados e alcoólatras ( narcóticos Anônimos e alcoólicos Anônimos) Freqüento reuniões na Avenida Paulista, no colégio São Luiz. Ajudo quem eu posso, e quem me pede, esclarecendo sobre este flagelo das drogas e do alcool, e não são poucos os que me pedem ajuda. Inclusive, tenho uma palestra marcada para fevereiro na minha Loja Maçônica esclarecendo os Irmãos e ajudando alguns pais aflitos com seus filhos.
Bom esta é parte de minha história, o e mail já está longo e não quero incomodá-la com relatos cansativos. Mais adiante, complemento estes assuntos com maiores detalhes. Eu adoro você, meu amor !

segunda-feira, dezembro 24, 2001


A visita ao maluco Budista


A seguir, o papo no ICQ com minha amiga Rita, onde conto sobre minha visita à toca do Budista. (vejam post do dia 4 de dezembro)

Rita: - *19:08 CONTA TUUUUUUUUDOOOOOOOO!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:10 o lugar era muquifo mesmo... pensão!
Rita: - *19:10 Começa pelo começo..........
Eu: - *19:11 Ele estava do lado de fora, na esquina, onde tem daqueles bares de nordestino no Bexiga.
Rita: - *19:11 Tava te esperando?
Eu: - *19:11 Tava.Trouxe duas marmitas.. uma com carne de sol e outra que deveria ser de macarrão... as marmitas deviam ser pro nosso jantar.. rs...
Rita: - *19:11 ahahahah
Eu: - *19:12 o lugar era de cozinha mais banheiro.
Eu: - *19:12 cama meio suja, pegajosa...
Eu: - *19:12 tinha tv, aparelho de som.. tudo novo.. e cama de casal
Rita: - *19:12 é um quarto com banheiro?
Eu: - *19:13 geladeira, tv , som e microondas novos..
Eu: - *19:13 isso.. prédio bem velho, em reforma..
Eu: - *19:13 o quarto ficava depois duns entulhos.. tiquei com medo..
Rita: - *19:13 tá.......aí.......
Rita: - *19:13 meu Deus!
Eu: - *19:13 aí.. entramos.. e a cama tinha edredom meio pegajoso..
Eu: - *19:13 não tinha cadeiras.. sentei ali..
Rita: - *19:13 argh!
Eu: - *19:13 tinha pote de sorvete descongelando..
Eu: - *19:14 não tinha armários, ,só estante de grade onde ficavam umas roupas mulambentas...
Eu: - *19:14 ele tava muito diferente.. magro, bem queimado de sol, envelhecido.
Rita: - *19:14 que horror! e como ele tava vestido???????/
Eu: - *19:14 roupas gastas.. bermuda, camiseta esgarçada, bem velhinha, meias brancas e sapato de CAMURÇA.
Eu: - *19:15 muito mal vestido.. cabelo crescido, desalinhado..
Rita: - *19:15 Nossa!!!! O que ele fez com os ternos?????????
Eu: - *19:15 Cabelo encaracoladinho, baianado... raspado era outra coisa.. Falou que voltou pois ficou deprê em Campos do Jordão...que aquilo era provisório pois iria comprar um apartamento em breve, na Paulista, pra "ter um lugar digno " pra me receber... rs Falou que ficou mal pois se divorciou.
Rita: - *19:16 ahahahahah
Eu: - *19:16 Eu falei: “você continua mentindo, não é oficial da PM
Rita: - *19:16 e ele??????????/
Eu: - *19:16 ficou bravo, esperneou.. e trouxe uma identidade..
Rita: - *19:16 e??????/
Eu: - *19:17 a foto era dele.. 1.o tenente res.
Eu: - *19:17 era o que tava escrito. não consegui memorizar tudo..
Eu: - *19:17 acho que é falso.. o logo , com brasão de SP tava meio torto..
Rita: - *19:17 certo.......de repente é falsa.......
Eu: - *19:17 mas.. pode até ser... o documento era de 1 de marco de 2001
Rita: - *19:17 checa com seu amigo capitão amanhã.....
Eu: - *19:17 a data memorize, pois é aniversario do Julius rs
Rita: - *19:17 ahahahahah
Eu: - *19:18 sim.. vou checar.. Falei pra ele que eu chequei e que não tem nenhum oficial com esse nome.. O meu amigo falou que não tem oficial. Agora...Tenente é oficial, não é?
Rita: - *19:18 e ele?????
Eu: - *19:18 ele falou que eu estava maluca, que vou confiar numa outra pessoa e não nele..
Eu: - *19:18 eu penso que o capitão pode ter visto numa lista de associação de classe, por exemplo.. sei lá..
Eu: - *19:19 perguntei de onde ele era e o Budista disse que sempre foi dos BOMBEIROS.
Rita: - *19:19 e você, o que disse??????
Eu: - *19:19 eu falei que iria checar com minha fonte..
Rita: - *19:19 AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
Eu: - *19:19 Ele ficou com os olhos vermelhos, muito nervoso...
enfiava a cabeça no travesseiro, dizia que me amava..
Rita: - *19:19 QUE????????????
Eu: - *19:20 E falava: "que homem estragou você?"
Rita: - *19:20 ???????????????
Eu: - *19:20 O tempo todo, dizia que gostava de mim, que me amava e que eu não o deixava se aproximar...
Eu: - *19:20 foi ao banheiro, escovou os dentes..
Eu: - *19:20 me ofereceu um iogurte...
Rita: - *19:20 ahahahahahah
Eu: - *19:21 O iogurte veio numa caneca japonesa de chá
Eu: - *19:21 daqueles grandes, de restaurante...
Rita: - *19:21 ahahahahah
Eu: - *19:21 tomei o iogurte e ele deu um beijo .. tentou.
Rita: - *19:21 e........?
Eu: - *19:21 me afastei e ele não insistiu.. beijinho de longe..
Eu: - *19:22 segurava minha mão.. e falava no apartamento que compraria, mais ou menos na Frei Caneca.. se eu gostava do lugar...
Rita: - *19:22 ele disse POR QUE mentiu???????????/
Eu: - *19:22 Insistia que não mentiu.. que ele é advogado
Eu: - *19:22 que eu não entendi direito o lance da sociedade, mas que alem de ser PM advogava..
Rita: - *19:22 Advogado ou BOMBEIRO, afinal??????????
Eu: - *19:22 as duas coisas.. eheeh
Rita: - *19:23 ahahahahahaha
Isso é que é polivalência!!!!!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:23 entao, eu falei: com Eua inteligência, tendo feito Barro Branco, não pode ter se reformado como primeiro tenente..
Rita: - *19:23 boa.......e ele?
Eu: - *19:23 "e eu perguntei se você era PM de carreira ou formado pela academia"
Eu: - *19:24 ai, não falava nada, botava a cabeça entre as mãos, dizia que minha desconfiança era fascinante.
Eu: - *19:24 E ele dizia: "dá 15 segundos pra eu falar"
Rita: - *19:24 é louco!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:24 Mandava falar e ele dizia: "eu não sou drogado, não sou soropositivo, não tenho câncer, não cometi nenhum crime"
Eu: - *19:24 louco mesmo..
Rita: - *19:25 é só MENTIROSO!!!!!!!!!!
Eu: - *19:25 o documento deve ser falso..
Rita: - *19:25 Com certeza é falso........
Eu: - *19:25 o aparelho de som, a tv e tudo o mais eram coisas bem chinfrins..
Eu: - *19:25 som de baiano.. olhei os livros na "estante"
Rita: - *19:25 chinfrins mas novos, né??????
Eu: - *19:25 sim.. novíssimos.
Rita: - *19:26 e sobre o templo??????/
Eu: - *19:26 som daqueles prateados com muitas luzes, marca desconhecida.. tv idem..
Rita: - *19:26 sei.......conheço.........rs
Eu: - *19:26 não vi nada budista..
Rita: - *19:26 eheheheh e ele falou algo a respeito?????/
Eu: - *19:26 livros de ioga.. espiritismo.. mangá japonês...culinária japonesa..
Eu: - *19:27 Falou que é budista.. que budismo e espiritismo têm muito em comum..
Rita: - *19:27 é??????????????/
Eu: - *19:27 e que depois de aposentado tá trabalhando na federação, no escritório, na área de educação..
Rita: - *19:27 na federação espírita??????????
Eu: - *19:27 ehehe.. sei lá. .não entendo de budismo nem de espiritismo.. ambos aceitam reencarnação..
Eu: - *19:27 Isso.. deu endereço.. na Maria Paula... no primeiro andar..
Rita: - *19:27 meu irmão é da federação espírita.......
Eu: - *19:28 Conheço muita gente de lá..
Eu: - *19:28 eu acho que ele deve ser bombeiro sim.. mas não oficial..
Eu: - *19:28 e o documento deve ser falso..
Rita: - *19:28 ahahahahahahahhah imagino o tamanho da mangueira dele!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:29 coisa mais simples fazer um documento daquele... eheeh
Eu: - *19:29 ateh eu sou capaz de fazer...
Eu: - *19:29 e eu não sei como é documento de PM...
Eu: - *19:29 parecia igual carteira de estrangeiro..
Rita: - *19:29 bom.......e aí???????/
Eu: - *19:30 ai, ele ficou fazendo declarações, dizendo que estava feliz..
Eu: - *19:30 então, eu falei pra ele: não sei o que é, mas tem alguma coisa errada com você.. e eu vou embora porque não estou me sentindo bem neste lugar. você não deve estar nada bem, pois ninguém se sentiria bem aqui!
Rita: - *19:30 nossa!!!!!!!
Eu: - *19:31 Ele respirou fundo, botou de novo a cabeça entre as mãos.. sacudiu a cabeça, abriu a porta e me acompanhou até a esquina.. chamou um táxi e deu um beijinho de despedida!
Eu: - *19:31 O lugar cheirava muito mal...
Eu: - *19:31 não sei se era do banheiro dele ou do vizinho..
Rita: - *19:31 que loucura!!!!!!!!
aprece cena de filme, essa última
passagem........
Eu: - *19:32 não era propriamente de xixi ou cocô.. mas cheiro de banheiro velho..
Rita: - *19:32 ESCREVE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:32 e as roupas de cama também eram mal-cheirosas..
Eu: - *19:32 vou escrever sim..enquanto as impressões estão fortes..
Eu: - *19:32 ele estava bem envelhecido. rugas fortes na testa..
Rita: - *19:32 isso........tem que fazer isso logo......o que você tá escrevendo aqui já tá bem forte.....
Eu: - *19:33 sim. vou salvar e aproveitar parte do que estou contando..
Rita: - *19:33 faz isso.......
Eu: - *19:33 ah.. e quando foi ao banheiro, ,alem de escovar os dentes..
Eu: - *19:33 passou um perfuminho barato.. cheiro de AVANSO..
Rita: - *19:33 o que será que aconteceu com esse cara desde a que a época?????
Eu: - *19:33 você sabe como sou com perfumes.. aquilo foi a gota d´água...
Rita: - *19:33 AAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
Eu: - *19:34 sei lá... vai ver que na época ele era bombeiro e fazia um bom bico de segurança..
Eu: - *19:34 Se ele tinha uma carteira de soldado, pode facilmente ter falsificado só a patente..
Rita: - *19:34 mas p q deixou de ser bombeiro? P q não podia continuar fazendo bicos como segurança?
Eu: - *19:35 os caras que fazem bico de segurança muitas vezes se metem em fria...
Rita: - *19:35 é.......pode ser......
Eu: - *19:35 tem montão de PM respondendo processo.. muitos são afastados..
Eu: - *19:35 se, por exemplo, dá um tiro indevido.. acerta um inocente..
Rita: - *19:35 é, eu sei.....
Eu: - *19:35 sei lá..
Eu: - *19:36 eu insisti pra que ele contasse a verdade, que eu
não iria fazer nada...
Rita: - *19:36 mesmo nessa merda ele continua com cel......
Eu: - *19:36 mas dava impressão que ele tinha muito medo de mim, um homem daquele tamanho.. rs...
Eu: - *19:36 ah. o celular era bem tijolão..
Rita: - *19:36 eheheheheheheh
Eu: - *19:36 do tipo que comprei agora pra minha filha por 50 reais..
Rita: - *19:36 mas de qualquer forma a conta vem, não importa o aparelho...
Eu: - *19:37 ah.,. se for pré-pago.. fica só recebendo..
Rita: - *19:37 deve ser pré.....
Eu: - *19:37 de vez em quando bota 20 reais.. rs...
Eu: - *19:37 ele ligou de orelhão..
Eu: - *19:37 era da frente do prédio.. daqueles bares de nordestinos..
Eu: - *19:37 reconheci pela "música"
Rita: - *19:38 fica em que altura da 13 de maio??????? antes da Brigadeiro??????/
Eu: - *19:38 336
Eu: - *19:38 bem pro lado da cidade.. comecinho, pro lado da acho que rua Sto Amaro..
Eu: - *19:38 o lugar que cruza a Rui Barbosa é altura do 800
Rita: - *19:39 tá.......a parte bem cortiço......já passei por lá, um horror!!!!!!!!!!
Eu: - *19:39 O prédio, quando eu falei "médio" foi antes de abrir a porta...
Rita: - *19:39 ahahahahahahah
Eu: - *19:39 é pintado de cor escura e tem aparência camuflada...
Eu: - *19:39 mas no corredor tem aquele cheiro de porão, embora seja arejado..
Rita: - *19:40 lá tá cheio de prédios podres!!!!!
Eu: - *19:40 Tinha 4 travesseiros sobre a colcha.. uma fronha de cada jeito...rs
Rita: - *19:40 eheheheheh
Eu: - *19:40 as fronhas tavam limpas.. mas a colcha era sebenta..
Eu: - *19:41 as camisetas e cuecas na estante eram bem surradinhas.. cueca estampadinha, desaparecendo as estampas..
Rita: - *19:41 afinal: ele é louco ou artista???????
Eu: - *19:41 eeheh.. vai ver que é ATOR..
Eu: - *19:42 e o tempo todo insistindo que ME AMA!
Rita: - *19:42 Muita piração!!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:42 ele falou que tava indo ao supermercado..
Rita: - *19:42 Ele disse pq resolveu reaparecer do nada???????/
Eu: - *19:43 disse que veio para refazer a vida, comprar um apartamento..

Eu: - *19:43 que não dá pra levar vida de aposentado, ,no sitio, sozinho..
Eu: - *19:43 então, arrumou esse emprego na Federação Espírita..
Eu: - *19:43 que não tem nada a ver com a religião..
Eu: - *19:43 que de religião, ,ele é budista..
Eu: - *19:44 mas o cara não tem GRANA alguma..
Rita: - *19:44 ele pode ser ator......mas que também é louco não há dúvida!!!!!
Eu: - *19:44 deve ser , no máximo, sargento!
Rita: - *19:44 ahahahahahahahah
Eu: - *19:44 a não ser que tenha reformado com tenente e nesse caso, não vá pra lista dos oficiais..
Eu: - *19:45 vou tentar saber com o capitão.
Muitos cartões cheios de animação.

Poemas lindos

Gifs animados

Frases feitas

Frases não feitas

Cumprimentos sinceros, emocionantes.

URLs bem montadas.

Muitos que nem retribuem... muitos que nada dizem...

Porque este blog se chama SOUMAISEU?

Porque só eu sei porque sou assim, porque ajo assim, porque estou feliz assim.
Foi difícil decidir, às vezes é complicado seguir este caminho.
Nem todos me entendem.
Muitos (a maioria) me cobram posicionamentos.
Mas compreendi - a duras penas - que não se pode ter tudo.
Não tenho alguém que me telefone todos os dias (também não sei se gostaria de alguém no meu pé).
Não quero mais esperar por um presente especial, um encontro de surpresa...
Droga! Lembrei-me novamente daquela viagem ao Rio na última semana do ano... há quatro anos.
Não posso reclamar. Foi esse amor que me mostrou que ainda tenho muito potencial para viver muitos amores.

Véspera de Natal
Vamos passar aqui em casa mesmo.
É um dia melancólico para mim, de muitas lembranças.

Boas e ruins.

Não tenho muitas recordações dessa data de minha infância. Só me lembro de uma noite em que alguém pendurou um palhacinho em cima da minha cama. Ninguém assumiu e disseram que foi Papai Noel. Creio que eu tinha uns 5 anos. Era um pierrô meio tristonho, revestido de plástico azul e bolinhas coloridas.

Até hoje não sei qual dos meus irmãos comprou o brinquedo. Meu pai, certamente não foi. Nessa época, morávamos no sítio, a 6km da vila mais próxima, a 32km da cidade, por estrada de terra. Minha mãe ia muito raramente à cidade. Meu pai fazia maior parte das compras. Embora de origem budista, meu pai se dizia ateu. Minha mãe nunca manifestou opinião a respeito. E nunca tivemos qualquer formação religiosa.

Na escola, nas aulas de religião do grupo escolar, pela primeira vez ouvi falar de Deus. Também de céu e inferno e pecado. Tudo se misturou na minha cabecinha e morri de medo. Eu era pagã e minha alma provavelmente ficaria vagando no limbo se não me batizasse logo.

No segundo ano primário, comecei a me preparar para isso. A maior parte dos meus irmãos se converteu nessa fase. Mas uma conversa com meu pai sobre o tema me fez desistir na última hora. Assim, deixei de ser "catequizada". Numa me batizei e, consequentemente, não me casei na igreja.

Entretanto, diante da proliferação de tantas religiões e seitas, acho que a igreja católica ainda é a mais disciplinada. Por isto coloquei minha filha no Colégio Sion, onde estudou por dez anos.Nem por isto ela virou religiosa. E o maior orgulho dela é de que a nossa prefeita também foi aluna da mesma escola. eheheh.

Sinto-me folgada ao lembrar-me de tantos natais que passei trabalhando. De plantão. Todos festejando e eu sem poder nem dormir direito. Cansada para a ceia e almoçando na maior pressa para não chegar atrasada. Que horror!

Mas o pior Natal mesmo foi o de 69. Depois do almoço de domingo, Rex, o meu pastor alemão, veio brincar comigo. Trouxe um pedaço de pau todo babado para que jogasse pra ele ir buscar. E eu, de vestido novo. Dei uma bronca, mas joguei o pauzinho uma vez. E lá veio ele, novamente, com o treco no meu colo. Catei o cão pela coleira e o afastei. E ele: "nhac!" Rolei pelo chão e o outro cachorro vira-latas também me atacou, mordendo-me o pé.
Quando me acudiram, minha orelha direita estava completamente solta.
Dois dos meus irmãos me levaram ao pronto-socorro. Nunca passei tanta dor em minha vida. A anestesia não pegou na cartilagem. Fiquei com o rosto todo inchado por muitos dias. Mas a orelha grudou. Ainda bem!


***********************

Meu programa de ontem para ver "Evangelho segundo Jesus Cristo" com Eduardo furou. Uma pena. Não sei se a peça volta depois das festas. Mas aproveitamos para botar assuntos em dia. Comentei do Fábio. Pensei que ele tinha lido neste blog sobre a estada dele aqui em SP. Queria contar, mas fiquei constrangida. Não sei por que, se é uma coisa tão linda. Eu já falei muitas vezes a Eduardo e Lúcia que eles continuam sendo meus melhores amigos, com a diferença de que a esse grupo top incluí Fábio e outras pessoas.
Problema é que parece que Lúcia e eu estamos completamente fora de sintonia. Pelo menos Eduardo me entende, embora sinta várias interrogações no ar, da parte dele. Pudera! (e olha que ele não faz idéia nem da metade das coisas que eu faço).

Também há aqueles amigos com quem permaneço sempre em falta. Devendo uma visita, devendo maior atenção, devendo um papo gostoso. Muitos são relegados a segundo plano justamente por serem mais compreensivos, mais amigos talvez!
Minha amiga de N. Jersey já deve estar com a família no Brasil. Mas não tive coragem de procurá-la.
E Ângela, minha companheira de tantos momentos importantes. Que vontade de dar um abraço bem apertado! Mas nem vou telefonar para não atrapalhar. Hoje é noite de ceia na casa dela. Noite de anfitriã, de fazer bolinhos de bacalhau (que trabalhão!)


Grande verdade: Nem todos amigos entendem e aceitam nossas mudanças. Então, a gente arruma novos amigos!


Julius mandou versinhos lacônicos.


Um Natal legal
fenomenal
total
sideral...

Um Natal de alegria
de harmonia
todo o dia



domingo, dezembro 23, 2001

Mil historinhas que tenho de concluir ainda este ano...
Mas enquanto não faço isso, vou copiar aqui uma historinha muito antiga, iniciada nos meus primeiros tempos de Internet, há exatos seis anos. Sei que foi esse o tempo decorrido pois o sobrinho a quem me refiro é o que se formou em Direito este mês.

Uma Historinha...


Certa manhã de domingo, quando iniciei-me na Internet, estava num chat de um provedor de São Paulo, quando entrei numa sala, mais para conhecer o mecanismo. Era uma conversa em grupo, papos inconsequentes. Eu me identificava como Su apenas. As perguntas inciais eram genéricas e começamos por revelar a idade. Ao ver que todos ali tinham menos de 20 anos, fiquei meio constrangida e disse que tinha eu também 20 anos.

Procurei falar igual a eles... Usei a mesma linguagem, com ajuda de meu marido e minha filha, que a tudo assistiam, divertindo-se com minha brincadeira. Construí toda uma personagem: mestiça, 20 anos, estudante de tecnologia de alimentos, na Unicamp (universidade das mais conceituadas). Fiz de meu marido um suposto pai e de minha filha, a irmãzinha de 11 anos. Inventei ainda um irmão de 16 anos, cuja estrutura me baseei num sobrinho. Só que, para justificar o nome, fiz do pai publicitário japonês, às voltas com trabalho de banda desenhada. Evidente que a história iria “colar”, pois na empresa que citei (Estúdios Mauricio de Sousa) 80% dos artistas são de origem japonesa. A personalidade da “mãe”, construi misturando eu mesma com uma sobrinha de minha idade, que é médica.

Resumindo: a personagem que estava naquele chat se chamava Susan Miwa de Paiva Takeda (Susan para justificar o Su), tinha 20 anos, filha de um suposto Paulo Takeda e Suely Paiva. Tinha uma irmã de nome Paula e um irmão chamado Hélio, vestibulando para o curso de Direito.

A princípio, era um exercício literário que eu estava fazendo. Não tinha intenção alguma de magoar as pessoas, tampouco brincar com sentimentos alheios... Mas, dentro daquele grupo, havia um garoto, de nome Hugo, que se identificou muito comigo e sempre me chamava para conversar. O primeiro papo mais longo ocorreu naquela noite de domingo, quando eu tornei a acessar. O principal ponto em comum entre Susan e Hugo era a origem japonesa. O garoto, de 18 anos, estava sozinho na casa da avó, que estava prestes a retornar de uma viagem ao Japão. Era um menino muito responsável, inteligente, que cuidava dos irmãos pequenos, enquanto fazia companhia a maior parte do tempo à avó, para não deixá-la sozinha em outro bairro.

Estavam reprisando o último capítulo de uma novela romântica e ele contou que chorara com últimas cenas... Revelou-me suas angústias, muitos pensamentos íntimos... E eu, do alto de minha experiência, sentindo-se tal qual mãe dele, dei-lhe muitos conselhos interessantes... Ele me contou como se sentia só, pois a mãe é líder religiosa importante e vive a viajar muito, dando palestras pelo país afora... E eu falei sobre as dificuldades que enfrentara recentemente nos exames vestibulares, o esquema que montara para estudar - baseando na minha própria experiência, ainda válida depois de 20 anos - e nas experiências de meus sobrinhos e nas notícias de jornais.

Ele ficou muito ansioso por me conhecer, e percebi-o um tanto empolgado com a descrição física que fiz: 1,75m, cabelos negros, por volta de 60 quilos... Baseei o lado físico na minha sobrinha Daniela, que é exatamente assim... E procurei falar sempre como uma menina de 20 anos. Ele estranhou que eu tivesse tanta maturidade e cultura. Justifiquei justamente remetendo aos padrões rígidos da cultura japonesa, imosta e cobrada por meus avós, e o fato de ser filha mais velha. Contei que desde pequena fui dada a muitas leituras, por ser eu uma pessoa bastante tímida, e que essas leituras me tornaram uma pessoa ótima em redação. Mesmo assim, procurei cometer um errinho ou outro, para que ele não desconfiasse...

Em quase todas as noites de domingo, ele me esperava e nós conversamos durante pelo menos uma hora, por uns seis meses. Tinha certo drama na consciência, mas concluí que não poderia revelar a verdade a tal atura do campeonato. Então, prossegui com a mentira, vivendo a tal personagem. Quando ele iniciou os preparativos para o Vestibular, ajudei-o muito, corrigindo os erros de gramática nos e-mails e aconselhando-o em técnicas de redação. Além disso, quando Hugo estava em dúvida sobre a carreira pela qual optar e também sobre estágios, trabalho... Creio que lhe dei conselhos que nunca esquecerá... E tenho a certeza de que o marcaram bem mais do que os dados pela própria mãe. Deve ter ganhado uma dimensão especial por vir de alguém quase igual a ele: uma garota de 20 anos...

Por muitas vezes, ele me pediu para lhe telefonar ou mesmo nos encontrarmos para conhecer. Para sair fora dessa possibilidade, inventei a ele uma história fantástica de um certo encontro que tivera com uma pessoa que conhecera antes pela Internet. Disse que meu pai era muito rígido e que eu havia prometido a ele que jamais tornaria a repetir o ocorrido. Contei que essa promessa fora uma condição imposta por meu pai e que jamais poderia quebrá-la, sob o risco de ter meu acesso cortado definitivamente. Ele entendeu e jamais tornou a falar em nos vermos pessoalmente ou conversarmos por telefone... Houve momentos em que o vi ligeiramente envolvido sentimentalmente, até apaixonado por Susan... Nesse dia, comecei a arrumar um namorado real para Susan... um bom motivo para cada vez ter menos tempo para Internet...

Quando vieram os exames vestibulares, acompanhei os resultados com ansiedade pelos jornais. Infelizmente, ele não passou na USP, porém conseguiu ingressar em uma boa faculdade...Meu sobrinho, que inventei ser meu irmão, conseguiu a sonhada vaga na Faculdade de Direito do Largo de S. Francisco, da USP, e Hugo pôde ler o nome de irmão de Susan na lista: Helio Takeda (filho de meu irmão). Se o garoto desconfiou por um momento de minha identidade, estava ali uma “prova concreta” de quem “eu” era!

Houve também um outro acontecimento marcante na colônia japonesa. Em julho do ano passado, quando a amizade de Susan e Hugo estava na fase mais intensas, meu irmão, que é juiz de Direito e diretor do fórum, ganhou um título de cidadania em minha cidade, e andou por aparecer em jornais e noticiário de televisão. Nosso sobrenome é marcante e a imagem dele bastante conhecida no meio jurídico... O pai de Hugo é advogado e trabalha com um político também da colônia japonesa, e foi um dos convidados para um jantar muito concorrido... O assunto apareceu nas colunas sociais e... eu tive a cara-de-pau de dizer que meu irmão era tio de Susan. Mais uma história que “colou”, pois eu tenho um irmão cujo nome de batismo é Paulo (apesar de poucas pessoas saberem desse detalhe)!

Depois, quando vieram as eleições municipais e o candidato apoiado pelo pai de Hugo ganhou, conversamos muito sobre política e eu o aconselhei a não aceitar trabalhar no gabinete dele... E ele seguiu meu conselho, optando por um estágio na indústria têxtil, uma vez que havia concluído curso técnico na área. Depois, falamos muito sobre faculdades... e, mais uma vez, sei que meus conselhos tiveram validade na hora em que ele decidiu optar por engenharia industrial...

Sei que fiz uma coisa não muito certa... Porém, depois que havia começado, não havia como parar... Então, a saída foi ir reduzindo os contatos, aos poucos. Minha saída do provedor onde nos conhecemos favoreceu esse desligamento. E, no início deste ano, Susan começou a trabalhar, em Campinas, de onde quase não tem vindo nem nos finais de semana, pois precisa estudar muito e anda exausta! Em julho, contei que Susan conheceu uma pessoa interessante, com quem iniciou um namoro... Ela está até pensando na possibilidade de ficar noiva e se casar... Hugo entendeu... e confidenciou a Susan que também está de namoro com uma colega de faculdade...

Pessoas interessantes estão todas ocupadas.
Elas têm famílias, têm filhos, têm mulheres para quem comprar presentes.

buáááá!!

Mas o bom é que ainda verei Julius mais uma vez este ano! Ooooooooooba!

quarta-feira, dezembro 19, 2001

Ontem jantei com minha amiga Rita, no Kinoshita. Delicioso o lugar e a comida muito bem temperada. Pena que as porções sejam modestas. Ou talvez a gente fique com sensação de quero-mais justamente por ser muito saborosa.
Fiquei encantada como jeitão do dono do restaurante, o mesmo que insistiu que nos acomodássemos no tatami quando estive lá com Eduardo, em novembro.
Assim como Julius, Rita questionou a pronúncia certa de “gyoza” (os pasteizinhos de origem coreana). O cara contou uma piadinha:
“Outro dia tinha um casal de namorados aqui. A garota perguntou para ele: “quer guiozá?” E ele respondeu: “agora não, depois.. tem muita gente aqui! Mas aceito os guioza (sem acento)” eheheh
Adorei o papo do tal com um cliente fotógrafo Ele falou algo como:
“Você faz sua arte com as lentes e luzes, para os olhos. Eu faço a minha com mirim, shoyu e outros temperos para o deleite do paladar”

O papo com a Rita foi ótimo. Apesar de nos falarmos diariamente pela Internet e por telefone, os assuntos não têm fim. Ah, o tema principal, pra variar, foi “amigos virtuais”. Uma delícia tricotar e maquinar algumas! eh, eh, eh! Parafraseando o Macaco Simão, "nóis goza e se diverte!" (goza?)

Recebi um e-mail delicioso do Eduardo a respeito de troca de créditos em textos de Internet:. Vejam um trecho:

"Essa confusão de créditos, de mensagens que ninguém sabe a autoria, afinal alguém tem de colocar ordem no galinheiro que virou esse mundo virtual. Na realidade achei o texto muito legal e, caso pudesse tê-lo lido ontem pela manhã, o teria citado no show de confraternização de final de ano. Acabei citando outra poesia que você me enviou o ano passado. Você, minha eterna musa, minha "japa girl", como diria o agora catapultado a fama novamente, Supla.

segunda-feira, dezembro 17, 2001

Estamos cansados de saber que HPs são casa-da-mãe-joana. Tinha uma coleguinha que não se cansava de repetir que “papel aceita tudo”, a folha jamais protesta contra qualquer coisa que seja colocada nela. Jamais protesta diante de informações erradas, idéias absurdas. E a situação vale para o teclado, a telinha e, principalmente, Internet. Mesmo cientes disso, ainda acreditamos. É a força da palavra escrita ,”publicada”.

Esta semana recebi um cartão com um texto interessante:

“A Certeza”

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos: Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda uma passo de dança... Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura.. Um encontro..."
(Fernando Pessoa)

Não sou exatamente especialista em Fernando Pessoa, mas estranhei.
Fiz uma busca pela Internet, no Jornal de Poesia, cheguei a http://www.secrel.com.br/jpoesia/pessoa.html (Eu não tenho mais saco para fazer o link,vai ficar assim mesmo!), procurei pelo título, por algo que se assemelhasse... e nada!
Era noite de sábado e meu amigo Haiaiel me ajudou. Procurou pela primeira linha do “poema” e chegou a um texto de Fernando Sabino. (como eu que penso que sou tão inteligente não tive essa idéia? grrr!) Me pareceu ter sentido. Mesmo assim, continuei invocada. Nunca vi Sabino fazer versos! Mais horas pelo Google (www.google.com.br) e pelo Yahoo, desta vez com a primeira linha. Localizei centenas de páginas e creio que espiei pelo menos umas 80. Quatro delas davam crédito a Pessoa, com variações nas frases. Muitas páginas sem crédito e até uma com crédito a Charles Chaplin! Entre as que traziam assinatura de Sabino, achei uma com referência ao livro “Encontro Marcado”.
Revirei as estantes (tenho a coleção completa, autografada, que ganhei no concurso do “O gato sou eu”, em 84) e achei na página 145:

"De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono, uma ponte, da procura, um encontro."



sexta-feira, dezembro 14, 2001

O que não agüento:

- Coroa metido a moderninho, se achando o máximo porque dá conta de usar Internet
- Gente deslumbrada com a profissão
- Gente que não se manca, que não se enxerga, faz propaganda de si mesmo.
- Gente que invoca que EU tenho problemas, que insiste em me consolar
- Gente egoísta
- Baixinhos
- Gente que termina as frases com : “certo?” “ok” “viu”? Pessoalmente, nem dói tanto, mas quando isso se repete em e-mails, me cansam os olhos!
- Gente que me envia URLs de Natal.
- Gente que vem com cantada besta, jurando que "não vamos fazer nada que você não queira"... SÓ faltava...
- Gente que não entende que não estou caçando só uma boa transa... Quem leu meus posts durante estes quase 5 meses deve ter percebido como sou seletiva.
- Gente que me cumprimenta para dizer: "Oi, tô ocupadérrimo, não tenho tempo pra vc"... Dá vontade de responder que nem o Dr. Pimpolho.. ahahah

Nossa, como tem gente pobre de espírito neste mundo!

Gente que lê as indiretas que dou aqui e nunca veste a carapuça. Hilariante! Parece até político.... ah, ah, ah!



“Final de ano sempre serve para reflexões, e ainda mais para você, que tem as emoções a flor da pele, deve ser mais estressante. Tenho acompanhado, e já não é de hoje, as idas e vindas, voltas e reviravoltas do teu coração. Sei como você é intensa nas emoções”.”Eu tento não me afetar muito com isso, e curtir minha propria familia, mas acho que faz parte da vida de todos. Já li mais de uma vez ensaios de escritores sobre a agonia do Natal... Mas de qualquer modo, espero que você consiga fazer a poeira assentar, e que teus desejos possam ir se realizando. Beijos com todo meu carinho.”

São alguns trechos do e-mail de hoje do Fábio, comentando um desabafo sobre minha agonia de final de ano. No dia 12 eu escrevi para ele:

Acho que não ando nos meus melhores dias... E o lado emocional reflete sobre o físico.
Estou numa batalha comigo mesma para superar as crises. Final de ano é uma tremenda barra para mim. No ano passado, era o meu irmão doente... concentrei-me na terrível certeza de que aquela seria a última passagem juntos. Comecei ontem a contar minha historinha de Natal... foi num Natal de 1978 que dei a guinada mais importante da minha vida, num lance cinematográfico, correndo em plena av. Paulista por volta de meia-noite para fugir do namorado. Pedi socorro a um amigo que chamou outro com quem acabei me
casando sete meses depois... Isso aconteceu há 23 anos. Diferença é que agora não posso mais fugir.”


Quando comecei meu primeiro blog, lá no Desembucha, prometi que isto não seria um muro de lamentações. E não vai ser.

Apesar desses faniquitos, eu estou feliz!

As lembranças de tantos outros natais cavocam muitas saudades, imagens do passado... cenas familiares em que se incluem pessoas queridas com quem dividimos a mesa. Considero essa melancolia normal e não uma coisa negativa. Lágrimas são inevitáveis quando me recordo das ceias em Maranduba, com as crianças pequenas. A alegria do meu cunhado... Os preparativos do meu irmão para ficar com os filhos, as programações do cardápio, presentes incontáveis. O Papai Noel (eu costurei a primeira fantasia) e o suspense todo com as crianças. Foi uma época muito gostosa. Naquela fase, só lamentava que meu pai não pudesse participar da festança, tantos netos reunidos. Agora, as ausências são muitas...


quinta-feira, dezembro 13, 2001

Terça-feira vi Julius. Como sempre, não consegui falar nada de “sentimentos”. Mas tive sensações incríveis de “comunhão”, como ele diz. Aquela coisa de olhos-nos-olhos, abraço apertado, muito apertado.

Ontem quase perdi a hora da formatura. Quando me dei conta, faltava apenas meia hora para o evento. Nunca havia ido à S. Francisco. O lugar é maior do que imaginei e o salão, austero e suntuoso. O culto ecumênico foi curto. Demorou um pouco pois foi complicado acomodar tanta gente. Consegui um lugarzinho apertado na escadaria, quase encostada no teto do terceiro andar. E andei várias quadras de salto alto. Resultado: fiquei quebrada, travada. Fui fazer uma massagem à tarde, com um profissional de shiatsu, na Liberdade. Fiquei mais dolorida, mas espero acordar melhor.

Hugo adorou o presente e o meu irmão, mais ainda. Mas o que mais fez sucesso foi o cartão, com uma caricatura feita pelo Paulo. Meu irmão chegou exausto, quase no final da cerimônia (o avião desceu às 20h30). Disse que examinou alguns verbetes e gostou. O livro é lindo, fiquei tentada, mas vou agüentar e esperar o CD.

Mandei o link do blog para um novo amigo, que me escreveu pelos Amigos Virtuais. Ele é músico. Entendeu o espírito da coisa e aprovou. Disse que vai criar um também. Havíamos combinado de nos encontrar “no escuro”, sem nos descrevermos ou trocar fotos. Mas hoje ele me enviou a URL da banda dele e eu enviei umas fotos por e-mail. Penso que não o assustei...

Mas nem todos “estranhos” compreendem o que eu escrevo. Uns entendem como provocação, principalmente com o lance da massagem. Eh, eh, eh... Outros acham que eu sou ficcionista. Claro que, de vez em quando, deixo fluir um pouco do lado ficcionista, que o texto não fique tão chato... mas garanto que não invento fatos. O que eu faço aqui é dar um colorido pessoal em coisas comuns que acontecem na vida de qualquer um.


terça-feira, dezembro 11, 2001

Eu estou feliz hoje. Vou ver Julius. Será provavelmente nosso último encontro deste ano. Ele disse que gostaria que passássemos a noite juntos. A idéia me enlouquece, mas eu tenho medo. Talvez quebre o encanto. Amanhecer não é algo muito romântico. E depois, acho que já abusei demais, na semana passada.

E amanhã tenho de enfrentar a formatura do meu sobrinho Hugo, na São Francisco. Será um evento em grande estilo, com toda pompa de uma faculdade tradicional. Meu irmão e a família estão orgulhosíssimos. Certamente, terá carreira brilhante. Só espero que não precisemos da escolta desta vez. Acho que não, está tudo calmo.
Logo pela manhã, vou comprar um presente especial. Já resolvi: será o lindíssimo e novo Dicionário Houaiss. Embora tenha lido em algum lugar que só o autor deve fazer dedicatórias em obras, pretendo escrever alguma coisa como:

"Que seja este o guia para a busca da palavra adequada na trilha da justiça"

A idéia de que faltam duas semanas para o Natal me assusta um pouco. Eu ainda não sei o que vou fazer. Minha filha vê a possibilidade de ir com o pai visitar a avó em Minas. Eu também tinha idéia de ir a Minas, ver o meu irmão bronco, dar uns puxões de orelha nele. Mas depois do lance de ele ter me pedido para quebrar galho no vestibular do sobrinho, tivemos um arranca-arrabo meio feio.

Acredito que terei coragem de passar o Natal sozinha, talvez na companhia de uma amiga. Acho que tenho algumas sim!

Minha jovem amiga artesã do Estado do Rio leu este blog e comentou:

"Oi minha linda!!!!!!
Sabe q vc reavivou minha memória, lembrei de tudo agora quando vc me contou de novo....eu lembro dele, lembro da sua amiga q partiu e lembro do carioca.....lembro até da esposa acredita!
Só não tava ligando o "nome à pessoa" Acho q minha cabeça tava quente com aquela massagem toda......=)
Conta mais tá!?
Eu viajo quando c escreve...parece q tô sentadinha do teu lado, tomando meu chazinho....e conversando com vc......demais!"


Ela também tem uma história incrível de vida. E a incentivei a fazer os relatos num blog, mas parece que está muito ocupada com a decoração da casa, a nova vida que planeja para 2002. Estou na torcida, de coração. Embora a gente não se conheça pessoalmente, há uma ligação "espiritual" entre nós.

segunda-feira, dezembro 10, 2001

É verdade! Tenho pelo menos um leitor "desconhecido". Tá certo que foi caçado meio a tapas, mas fiquei feliz em saber. Hoje recebi um e-mail do Picareta:
" É claro que eu me lembro de vc. Aliás, eu tenho acompanhado suas peripécias no blog. Eu tenho inveja de vc, que tem uma vida amorosa movimentada, escreve super bem e faz o que gosta. Quiçá um dia eu chego lá."
Conferi. Não é que estou lá, na lista dele? "Mas eu não estava completamente desligado. Lia sempre o Cantinho Terrorista, até sua recém-extinção, o Catarro, o Amigo Triste, a Surrealidade e o Soumaiseu. "

Valeu a massagem no ego!

Fiquei sem o speedy desde quarta à noite. Um horror essa abstinência. Só consegui superar graças ao encontro de quinta e muito trabalho. Mesmo assim, foi dureza ficar esperando o técnico da Telefônica, que ainda não apareceu. Já fiz até promessa a Santo Isidoro, o santo dos internautas. Mas não sei bem que tipo de promessa ele vai achar válida.

Ontem fui ver "All you need is love", uma homenagem aos Beatles. Vibrei, amei, adorei! Que gente linda, talentosa, de altíssimo astral. Sentei no gargarejo. Olhava para o cenário estrelado, deixei-me levar pelo som familiar, senti-me em êxtase.

Os novos contatos que apareceram no ICQ são dose! Mesmices, chatice total! Frases repetidas. Que falta de espontaneidade, de criatividade. Como as pessoas podem se encontrar copiando e colando textos alheios?

sábado, dezembro 08, 2001

Sexta-feira entreguei os pontos por volta das 18h (pudera... dormi apenas umas 4 horas na outra noite). Acordei às 22h30 e identifiquei duas ligações para meu celular, com intervalo de 3 minutos. Os dois números eram da mesma área, do interior de São Paulo. Retornei no sábado. Em ambos, vozes femininas. Uma delas é da cidade onde mora a mãe de Julius. E o nome, da mulher dele!
Coincidência? Pouco provável.
Terá sido ele? Não creio. Nunca me ligou sexta à noite...
Tomara que não dê nenhuma zebra!
Pois é.. não teve a noiteda semanal com Julius. Mesmo assim, na sexta, não faltou uma poesia.

No encontro com o Budista, quando, se defendendo no ataque, me falou que eu estava sozinha por ser desconfiada, disse a ele que não é verdade. E que eu tinha a certeza de ter encontrado o homem da minha vida. Não foi mentira. Não resisto a tantos versos!

Da janela vejo o mundo,
paulicéia engarrafada
cinzentos seres perdidos
sentidos embotados
engravatados e enfadonhos
tristonhos e perplexos.

Da minha janela quadrada
vejo o mundo redondo
bola da vez sem regras no jogo...

Da minha janela transparente
vejo um mundo sem cor
muro impenetrável para um coração carente..

Da janela da minha alma
vejo um céu sem propósito
depósito de esperanças de um povo..
mas de novo espero e proponho
um mundo colorido sem fronteiras.

Da janela da minha alma
vejo pessoas sem futuro
vejo o futuro da minha raça comprometido
por capitalistas desvairados
que permitem crianças serem trucidadas
ainda no ventre
ainda semente
somente pelo lucro...

Da janela do meu micro
vejo um mundo instantâneo
resolvido e alienado
permitido e condenado
pela superficialidade
da transitória solução dos displicentes.

Da janela do meu coração
vejo sentimentos equacionados
regras, números, estatísticas,
cabalísticas profecias
de um mundo resolvido.

Da janela do meu prédio
nada vejo pois que outro já me oculta
apenas uma parede insensível
como vejo o que não vejo em tantos outros...

Da janela da poesia
ousadia nos espera
idear soluções harmônicas...

Você despertou-me a poesia
e com ela traço, refaço, sonho,
vou ao teu colo num pensamento
e sou feliz pelo eterno momento
em que me encontro em teu sorriso.

Das janelas de outros seres
vejo olhos suplicantes
prédios balouçantes
carros e viajantes
humanidade sem direção
como eu sem minha musa..

Toma-me em tuas mãos
e me desconstrua
para refazer-me
verso a verso
em teus lábios,
em tuas letras,
em tuas coxas,
em teu sexo,
em teu gozo....

Toma-me em teus braços
e me aconchegue nos teus seios
dê-me o leite da vida,
o motivo do oxigênio,
o sentido das horas perdidas,
a inspiração perseguida.

Toma-me em tua alma
e expulse de mim este mundo chato
que insiste em residir na memória próxima
que cobra atitudes indesejadas
que me reduz a mais um rosto sem identidade...

Toma-me em teus lábios
e dê-me com tua língua ardente
a mordida que acorda
para tempos impolutos.

Toma-me em teu ser
e deixa-me ser
tão somente minha essência
que prometo te pertencer
de hoje até o sempre...

Toma-me em teu ser
e permita que eu seja
tão somente minha essência
que prometo te pertencer,
do modo que você deseja:
pueril como a inocência.
No meio desta semana de muito cansaço e correrias , em que nem tive tempo pra ir fazer uma massagem, uma surpresa: um e-mail do meu grande amigo avisando que viria ontem a São Paulo e passaria a noite aqui. E um inusitado convite para uma sessão de massagens. Avisou-me para providenciar os "óleos" pois não traria a maleta de assessórios. Fiquei atônita com a idéia de receber massagens. Não podia acreditar no que meus olhos leram. Fantasia? Jogo? Pelo sim, pelo não, a idéia me deixou ouriçada. Lembrei-me de um "óleo para massagens" da Natura e coloquei na bolsa para ir vê-lo.
Não fazia muita idéia do que rolaria, mas fui preparada para tudo, pelo menos com uma langerie adequada e uma roupinha prática, que não amassasse.
Ao anunciar, no hotel, o recepcionista avisa que ele descerá em 5 minutos. "Descerá?" - pensei comigo: "Isto significa que vamos jantar no salão, comportadinhos?"
Não! Foi simples gesto de cavalheirismo. Nos cumprimentamos com abraço apertado. E subimos. Com ar maroto, mostrei o óleo. Cinco minutos de papo e ele ajeitou a cama, avisando pra tirar a roupa e me deitar, que iria iniciar as massagens. "Tirar a roupa?" - perguntei, me fazendo de besta. "Pode ficar com as roupas íntimas" - avisou ele com ar profissional, enquanto se despia também.
Não é que o homem entendia mesmo de massagens? Ai, que delícia! Enquanto bezuntava as mãos de óleo, começando pelos pés, subindo pelas coxas e tudo, conversávamos amenidades. Nem tínhamos muitos assuntos a colocar em dia. Afinal, "conversamos" com bastante freqüência pela Internet.
A sessão levou pouco mais de uma hora. Ponto culminante foi quando ele me mandou virar de barriga para cima. Escondi o rosto com uma toalha. Morri de vergonha. Pensei nas mil coisas sobre as quis conversamos ao longo destes cinco anos. Lembrei-me de papos mais picantes que tivemos sobre sexo pelo Freetel.
As mãos macias e ágeis subiam e desciam, dando voltas por todo o corpo. Tapinhas profissionais, gestos idem. Ele de cueca em cima da cama. E eu rindo, entre nervosa, excitada e constrangida.
Já estava achando que não ia acontecer mais nada, quando me ofereci a retribuir a "terapia", do meu jeito. Eh, eh, eh…Comecei pelos ombros, passei pelo pescoço, pelos braços. Quando passava pelas mãos, às vezes ele apertava as minhas. Sensação boa, aconchegante. Diferente das outras que experimentei naquela situação, ou seja, quase pelada, em cima da cama. Parecia que ele estava gostando sim. Mesmo assim, só deu pra ter certeza quando rolamos abraçados. Abraço gostoso, quente, macio. Estava ele de cuecas e eu de calcinha ainda. Aí, falei que achava melhor tirarmos o resto das roupas... E.. pronto! Superei o bloqueio, ainda constrangida. Os invevitáveis pensamentos femininos de sempre. E fiquei tentando ler a mente dele, enquanto ia às vias de fato.
Depois disso, nos curtimos mais um pouco, enquanto o papo fluía naturalmente. Não senti as horas passarem.
Não foi uma maratona em busca de vitórias.
Não houve delírios, promessas ou sonhos.
Mas foi muito gostoso.
Ele disse que adorou. Eu acreditei.
Sei que cheguei ao hotel às 22h e voltei para casa às 3. Por mim, quase aceito o convite para amanhecer por lá. A vontade era grande. Mas o coitado tinha de se levantar antes das seis, para pegar o vôo das 08h30.
Ufa! Mais um preconceito que superei! Transar com um amigo pode ser uma coisa deliciosa, sem que isso macule o relacionamento e/ou traga pesos na consciência. Aliás, eu sempre aprendo muito com esse amigo. Só cheguei a pensar em sexo virtual como coisa que não fosse de malucos quando ele me contou (há 5 anos) que chegou a fazer com a própria mulher, quando ele estava na Europa e ela na Ásia.
Ah... Pena que o tempo foi curto. Mas ele prometeu voltar em breve para acabarmos com o óleo que comprei.

"Mudou alguma coisa?" - perguntei a ele na despedida.
"Agora somos amigos íntimos!" - foi a resposta.

E ele pergunta:
"Vc vai contar sobre esta noite no blog?"
"Me aguarde!"
- foi minha resposta.

terça-feira, dezembro 04, 2001

Domingo aconteceu uma coisa inesperada. Recebi um telefonema do Budista. Creio que a última notícia que tive dele foi no início do ano. Começou me chamando de “meu bem, meu amor” e contou que está de volta a São Paulo. Velhas juras e promessas de amor infinito, eterno. Coisa muito curiosa, intrigante. Pensei comigo: “não vou deixar escapar!” Apertei o cerco e fui lá, ao encontro do tal, na toca do lobo.

Sabia que seria um bicho. Não tinha certeza se seria lobo, tigre, leão ou o que.

Não passou duma jaguatirica assustada. Animal que chama a atenção mas não tem o porte de um tigre e nem pode ser domesticado feito gato. Arisco, arredio, matreiro. Sonda por muito tempo e se aproxima do galinheiro apenas no desespero, quando não avista mais nenhum bicho selvagem. Assim é esse sujeito. Arma tocaias, finge-se de morto, esconde as unhas e por vezes ronrona. Vai atrás da caça mesmo que não tenha fome. Felinos passam o tempo se distraindo com possíveis vítimas, mesmo que não queiram comer. Precisam brincar sempre para se manter em forma. Pulam sozinhos quando nada têm a fazer, apenas para estender os músculos. Diferente de um urso, por exemplo, que quando busca um pote de mel quer engolir tudo de uma vez, lamber, se lambuzar, comer até as abelhas se for possível.
Nesta comparação de homens e bichos, Julius, meu poeta barroco, seria um urso, sem dúvida. Guloso, faminto, porém muito tranquilo,meigo e brincalhão quando saciado. Nem pense em levar um papo com um urso esfomeado. Toda criança quer apertar um ursinho nos braços. Ursos encantam pela simples presença, pelo jeitinho. O problema é que quando são grandes, uma patada carinhosa pode ser fatal. Ainda não sei é fácil domesticar um urso. Creio que só domadoras muito seguras consigam tal proeza.

Os animais domésticos mais comuns são o cão e o gato. Difícil é manter em casa os dois: um cachorro e uma gata ou uma cadela e um gato. Eheheh.

A história ~do budista é bem comprida. Tentarei resumir. Por ora, apenas o primeiro capítulo.

Como conheci o budista
Há pouco mais de dois anos, coloquei um anúncio nos Amigos Virtuais da Uol. Ele me escreveu dizendo que era advogado, da área criminal. Falou que era budista, masson, que seu hobby era a culinária. Depois de trocarmos alguns e-mails e telefones, no final de 99, nos vimos uma vez, no McDonald´s da Liberdade, lugar que ele sugeriu por ser freqüentador do pedaço. Apareceu de óculos escuro, terno azul claro de linho. Roupa bem talhada mas muito estranha. Principalmente os sapatos azuis. Disse que gostava de quebrar um pouco o visual sisudo dos advogados. Comentou que iria à Apamagis – Associação Paulista dos Magistrados. Se ele queria me impressionar, conseguiu. Vacilei e revelei meu nome verdadeiro. Logo ele associou me sobrenome ao de um parente famoso, que estava na pauta das notícias do dia.

Amanhã (ou mais tarde), o segundo capítulo: "O sócio de famoso advogado"

sexta-feira, novembro 30, 2001

Nossa.. eu passei dias em parafuso.. Lutando comigo mesma.. Controlando os sentimentos, andando meio feito barata tonta... Perdida, a ponto de ter colocado novo anúncio em Amigos Virtuais. O objetivo era desencanar Julius... Recebi dezenas de e-mails.. Só tranqueira! Tentei quebrar a monotonia, e o antídoto funcionou do contrário. Hoje eu entreguei os pontos... Nao vou achar ninguém que chegue aos pés do meu "poeta barroco"... Pena que ele seja tão ocupado! Vou tentar me concentrar nas últimas palavras dele:

" cada segundo juntos
valem um século de solidão..."

Acho que será difícil nos vermos novamente este ano. Ainda mais com os novos negócios, outra mudança de casa e meus problemas de trabalho e família.

Mas, apesar de tudo, tive a esperança de que pintasse algum contato interessante, alguém que preenchesse certos vazios.
Apareceu um mestiço de 45 anos, funcionário de uma tele. Foram 3 dias de papos deliciosos. Conversamos por telefone e ele tinha uma voz macia, muito atencioso. De repente, na hora de marcar de nos conhecemos, o homem se revelou. Falei em café.. E na hora do "onde", ele não abriu mão que fosse em motel. ahahahah...
que cara-de-pau!

quinta-feira, novembro 29, 2001

Ufa, ufa, ufa!
Finalmente, estou feliz! Como não fico há tempos.

Começava a me angustiar como final do ano. As semanas anteriores foram estafantes. A falta de notícias de Julius me deixava agoniada. Ele anda desligando o celular em SP, para evitar o roaming. Ufa, ainda bem que foi só isso.
A última noite foi fantástica...
Dá até vergonha, mas não resisto à vaidade de mostrar o que recebi:

Os momentos se esvaem entre os dedos do prazer, do viver, do sentir
as dúvidas esmaecem ante os suspiros dos amantes
o tempo desliza entre os sonhos
as letras se apagam com as luzes dos anos..

alcaçamos, no entanto, a pureza do querer
sem mais querer do que a felicidade do outro ser...
queremos tanto que nos esquecemos de nós mesmos...
e esta reflexão nos remete a outros níves de entendimento...

te entendo na diferença,
na ausência ou na permanência,
na respiração ou indigestão
quando somos obrigados a engolir tantas decepções...

te procuro na noite,
na cama, no banheiro,
na masturbação...

te encontro em minha pele,
teu cheiro que impregna meu olfato...
de fato é o cheiro do sorriso,
do suor, do brilho, do cabelo...

te procuro em minha alma
e o que vejo é o retrato
da minha própria busca...

e assim nossas vidas
tornam-se mais completas
deste calor, deste humor,
e repleta de energia..

e assim nossas esperanças se fortalecem
na certeza de poder contar,
contar para, encontrar em,
sentir em comunhão...

desta forma o pensamento é aliado
esperado, nutrido, querido...

desta forma as formas não importam...
apenas a certeza de você, de nós,
de que cada segundo juntos
valem um século de solidão...

terça-feira, novembro 27, 2001

Sexta, depois de um bom tempo sem sair à noite, fui ao teatro. Finalmente, depois de muitos cancelamentos, vi "Vítor ou Vitória", antes que saísse de cartaz. Pelo menos fui sem muitas expectativas. Mas a montagem é bem fraca. Muita pretensão da Marília Pêra. A noite estava muito agradável e cheguei um bocado tarde, depois de esticar para um jantar após o espetáculo.
Sábado foi meu dia de boa samaritana. Acompanhei meu amigo Alberto ao Masp, para vermos a mostra do Egito. Achei que era um programa bobo, mas até que valeu a pena. Só mesmo ao vivo para ter idéia exata das texturas dos objetos que vemos em revistas e filmes. Depois, seguimos para a Liberdade, onde almoçamos e conversamos bastante.
Mesmo com tantos tombos, esse meu amigo não tomou jeito. Continua petulante, orgulhoso e preconceituoso. Mesmo assim, não deixo de ser amiga dele. A gente não deixa de gostar das pessoas só porque elas são más. Ainda bem que eu tinha só 70 reais na carteira. Voltei com menos de 5. Fiquei com tanta pena dele... Claro que se tivesse mais dinheiro, teria levado o cara a um restaurante bem legal.

segunda-feira, novembro 26, 2001

Hoje fiquei p... da vida. Estou triste e furiosa porque descobri que tenho um irmão completamente imbecil! Teve a coragem de me ligar para pedir para interceder junto ao outro irmão para ver se descolava uma vaga no ITA para o filho dele! O coitado acredita que tudo são cartas marcadas e acha que o outro pode estalar os dedos e fazer um milagre! Com quem ele imagina que possa descolar essa vaga? Com FHC? É o fim da picada! Fim da picada pensar que tal coisa é possível. E mesmo sendo possível, supor que a gente possa se envolver numa maracutaia dessa! E finalizou o telefonema dizendo: “você é muito ingênua”!
Pior do que desacreditar totalmente na capacidade do filho é duvidar da integridade do irmão. Chorei de raiva.

sexta-feira, novembro 23, 2001

Vou parar de me preocupar com os que não me entendem. Acho que cada um interpreta as coisas conforme o que vai na alma. Os que estão tristes ficam tristes por qualquer coisa. Quem tem grilos vê os bichinhos verdes em qualquer canto. Se eu sou maluca, sou maluca saudável.

Chega de lamentações. Daqui a pouco vou ver "Vítor ou Vitória" e tirar a prova. A crítica falou bem no começo, mas agora tem gente que saiu no meio.
Depois eu conto o que achei.
Muitas pessoas acham que meus textos andam tristes.
Eu estou melancólica, hipersensível. Estou intrasigente, intolerante. Não é tristeza.

Acabei de receber um e-mail do Fábio, em resposta a outro que enviei na noite de ontem, dando condolências pela morte da tia dele. Eu estou sensível e fiquei emocionada ao saber que ele se lembrou de mim nesta hora. Acho que isto é afinidade de fato.

A tia do Fábio se matou. Também deu um tiro no ouvido, igual meu irmão. Só quem passou por esta situação com alguém próximo faz idéia do que é viver este drama. Só quem tem sensibilidade compreende que não dá para julgar. E tem certos comentários que a gente só aceita ouvir de quem a gente gosta.

Fábio é um amigo tão importante para mim quanto Ângela. Ele está longe, mas sempre perto do meu coração. Sabemos disso.

quinta-feira, novembro 22, 2001

Incompreensão, interpretações erradas dos que lêem este blog têm me desestimulado a escrever. Muitas das reações equivocadas me deixam frustrada como profissional de comunicação. Parece aquela coisa de “casa de ferreiro, espeto de pau”.
Do mesmo modo que coloquei nos primeiros posts, ainda no extinto Desembucha, continuo com a mesma alegria de viver, mesmo nos momentos em que a luta diária se torna exaustiva. Embora minha vida “amorosa” não seja um modelo, acredito que sou uma pessoa emocionalmente resolvida.

O fato de continuar na minha rotina de conhecer sempre novos contatos, novos amigos masculinos, não indica que eu esteja infeliz. Significa apenas que não estou fechando os olhos para novas oportunidades. Quanto mais conheço outras pessoas, mais certeza eu tenho de que não existe ninguém como Julius. Claro que eu estaria mais saltitante se não fossem tantos desencontros. Mas isso não me aborrece. Estamos curtindo a saudade... Ontem ele escreveu: “Ainda sinto teu cheiro... tênue, mas sinto...”. Meus olhos se encheram de lágrimas. Mas só porque fiquei emocionada. E nunca deixamos de nos falar. Falamos de coisas banais, dos nossos trabalhos, dos filhos, do vestibular, dos problemas que enfrentamos. Não dá nem pra namorar por telefone. Nunca fizemos isso. Agimos com naturalidade. Mas a cumplicidade e o elo estão presentes em todas as entrelinhas dos diálogos. Eu sempre torço por ele e sei que ele também por mim. Essa certeza é muito grande, com os dois pés no chão.

Na sexta-feira depois do feriado, fui tomar um café com Jimmy, judeu americano de origem polonesa, que me pescou no White Pages. Charmoso, elegante, culto, professor de MBA e colunista da Exame. Divertido, bem-humorado, com lindos olhos azuis por trás de óculos cristalinos de lentes bem talhadas. Mas nem tudo é perfeito: cinco casamentos, seis filhos e quatro netos! Como diz minha amiga Blaquita, “esse homem é um perigo internacional!” Eh, eh, eh!

Ele fez um baita interrogatório sobre os mais variados temas, colocando mil questões, de assuntos profissionais a pessoais. Falei com transparência e sinceridade, só com certo cuidado na construção de frases (senti-me avaliada feito mercadoria). “Você é muito interessante!” – repetia ele o tempo todo. Perguntou-me se já fiz alguma terapia na vida. Quando respondi que não, ele ficou admirado e comentou que eu sou uma pessoa “muito bem resolvida”. Fiquei envaidecida com essa avaliação. Mas um pouco frustrada que acho que ele não se interessou muito por mim... Ah, mesmo que a gente não queira, sempre desejamos ser cortejadas! Faz parte da natureza feminina.

Ah... fomos ao Franz Café e quando nos sentamos, ele revirou os bolsos e disse que deixou a carteira na empresa. Queria que fosse com ele buscar. Preferi arcar com os quase seis reais a ir até o tal escritório, na Paulista, num dia em que não deveria ter mais ninguém trabalhando. Eh, eh, eh... Vai que ele fosse doido… Nunca se sabe, né?

segunda-feira, novembro 19, 2001

Ontem morreu a dona Berta, tia de minha grande amiga Ângela.
Também foi o dia do vestibular de minha filha.
Depois de deixar a garota no local do exame, fui ao velório, no Araçá. A despedida foi emocionante, porém longe de tristezas. A família é verdadeiramente cristã, tanto é que o filho de dona Berta, José Manuel, é padre. Ele veio há umas duas semanas de Portugal, preparado para esta missão. Celebrou uma missa linda. Ela estava com 79 anos, tinha câncer, e aceitou tudo com dignidade e resignação. Sabendo de seu breve destino, a senhora escolheu pessoalmente as roupas que usaria e as músicas que deveriam ser tocadas na cerimônia.
Acho que minha caixa de lágrimas ainda está bem cheia, pois não pude deixar de derramar algumas.
Aproveitei que estava no Araçá para uma visitinha rápida a minha amiga Walkyria. Procurei a administração do cemitério e localizei a capela pelo nome dela. Não há ainda placas ou inscrições, mas pela porta de vidro, pude matar um pouco de saudades com uma linda foto em preto e branco que colocaram dela. De novo, aquela sensação esquisita de não compreender como agora, passados 10 anos, ela continua ainda jovem, enquanto o tempo passou para nós que estamos vivos.
Tudo que passei ontem apenas aguça minha sensibilidade. Não estou triste.

sábado, novembro 17, 2001

Não tive mais tempo ou paciência para escrever aqui.

Retomei contato com Y a r a, uma amiga de infância. Depois dos agitos por conta daquele encontro, telefonei para o irmão dela e consegui o telefone dela. Mora no Butantã, em São Paulo. Ele ficou muito feliz que eu tivesse ligado e conversamos bastante.

Transcrevo o e-mail que mandei pra ela depois do papo:

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Nossas recordações, envoltas pela névoa do tempo, ficam por vezes muito embaçadas. Porém, a cada nome citado, as imagens parecem se recompor, tomando forma aos poucos. Quando você me falou de Masanori, lembrei-me de um menino magrinho, moreno, de cabelo curtinho.

Eu tenho excelentes recordações de você. Nunca me esqueço da primeira noite que passamos no shogakusha: eu, você e M i t i k o Endo. (Nossa, como e tive medo! O reflexo fantasmagórico do luar e o pio das corujas). Lembrei-me daquelas galochas ridículas de borracha que nossos pais compraram pra andar no barro... ehehehe. Tenho nítidas em minha mente as cenas de nossas brincadeiras depois da chuva, no pátio alagado. Recordo-me também dos banhos coletivos de ofurô, as brincadeiras...

As pessoas mudam mas a essência prevalece. Podem existir momentos em que, levados por fatores circunstaiciais, nos tornemos mais distantes, mais duras, mais tristes ou mesmo mais alegres. Entretanto, no íntimo, preservamos a personalidade que já demonstrávamos quando crianças. Na maturidade, o esnobe apresenta-se exibicionista e o solícito e humano acentuam sua solidariedade.

Lembro-me de você como garotinha muito risonha, de voz rouca, extrovertida e rechonchudinha.

Você está muito bonita, elegante... O visual mudou bastante (para melhor). Mas ao falar com você, senti que era a mesma menina!

Com a Fumi, senti a mesma coisa. Tenho gratas recordações dela, da Célia, da Júlia (de Atibaia), da S h i n o b u, da Harumi... Elas me ajudaram muito.

Tenho vontade de procurar algumas pessoas daqueles tempos. Lembro-me bem do H i l t o n T a k a h a s h i , assim como dos outros rapazes de SP: Ro berto H o n m a e Renato M o r i. O Renato, tornei a reencontrar na adolescência, em algum baile. Mas cada um de nós estava em outra e conversamos pouco.

Com a Kimie e os irmãos, mantive contatos esporádicos, também em festinhas e bailes, durante o período em que morei na cidade de Bragança. Entretanto, parece que sempre houve um bloqueio em falar de coisas do shogakusha. Com Á l v a r o Y u k i o, o dentista, nunca consegui um papo!

Depois de um ano aqui, estudando no Alberto Levy, na av. Indianópolis, fui morar no Lavapés. Fiz o ginásio e o colegial na Cásper Líbero e também o técnico em Contabilidade no Rio Branco. Minha vida social girou muito tempo em torno do "seinen-kai", a Nipo. Minha melhor amiga durante essa fase foi V e n í c i a O t a n i, filha do gerente da cooperativa.

Falar mais alguma coisa desses 35 anos daria vários livros! rs... Mas acho que ainda é cedo para começar uma autobiografia... rs...

domingo, novembro 11, 2001

Ontem teve um encontro da turma do Pensionato de Bragança. Reuniu gente que não se via há 38 anos. Foi na casa do meu irmão. Não fui pois ninguém da minha idade confirmou presença. Só tinha pessoal da faixa dos 50. Mas hoje liguei pro mano e escutei as fofocas e peguei uns números de telefone.. Já liguei pra uma amiga daquele tempo, a Fumi, que mora agora em Várzea Paulista. Não nos falávamos há 34 anos, desde o final do ano de 1968! Moramos juntas 3 anos e nos separamos quando eu terminei o "grupo" e ela, o "ginásio". Naquele tempo, ela parecia muito mais velhoa do que eu, quando tínhamos 10 e 14 anos. Agora, eu com 44 e ela com 48, as coisas mudaram um pouco. E o fato de eu ter uma filha de 16 e os dela terem ainda 12 e 8 nos coloca também em outras situações. Hoje, meu irmao contou parte das fofocas.

Gostaria de ter ido só para rever Fumi e mais uma pessoa, o Mário. Mário é uns 8 anos mais velho do que eu e cursou engenharia na USP, depois nos reencontramos em outra fase, quando eu tinha 15 anos. Foi ele quem me enviou aquele buquê, no dia do meu aniversário. Tenho boas recordações dele, apesar de nunca ter dado muita bola pras cantadas. Desde aquele tempo, eu tinha um problema: odiava ser vista com baixinhos! Segundo meu irmão, ele não é nem sobra do que era. Apesar de ser executivo da Petrobrás, nem quis fazer discurso. Meu irmão se divertiu muito, desconfio até que tá em campanha. Digo, não para ele, mas para dar uma força pro governador, o chefão. Só espero que as coisas parem por aí.. ou no máximo com mais um mandato.

Ah, o pensionato a que me refiro hospedava filhos de agricultores japoneses, para que pudéssemos estudar. Lá, tínhamos aulas de japonês e fazíamos curso regular em escolas públicas. Meu irmão mais novo morou lá sete anos e eu, três. Fiquei nesse lugar dos 8 aos 10 anos, da segunda a quarta série do antigo grupo escolar. Tinha meia dúzia de amigos de minha idade pois eu era a caçulinha da turma. Infelizmente não conseguiram retomar contatos com as pessoas que foram minhas amigas. Mas nova reunião está marcada para o ano que vem, em novembro. Vamos ver... Quem sabe, eu crio coragem!

sábado, novembro 10, 2001

Muito calor. Estou cansada, indisposta. Fui dar uma volta na Sta Efigênia. Finalmente criei coragem e comprei um cartucho laser novo. 250 reais. Praticamente o preço duma impressora comum. Mas... fazer o quê? Ossos do ofício.
Passei pela loja do Amaury e conversamos um pouco. Ele me recebeu animado e radiante. Falou bastante de Julius, das compras que ele fez lá na loja. Fiquei aliviada e feliz. Sei que é paranóia boba, mas de vez em quando eu encuco umas coisas... Afinal, apesar de ele nunca ter me decepcionado, caído em contradição ou coisas assim, ainda tem uma aura de mistério. É diferente de quando a gente conhece a pessoa num ambiente de trabalho ou nas vizinhanças. Ainda o estigma de nosso contato inicial ter sido pela Internet. Situação é bastante diferente com JB pois não dá pra ter dúvida alguma quanto à identidade e pessoa, mesmo que não fosse colega de profissão. Nem existe qualquer possibilidade do cara desaparecer. De vez em quando me dá um frio na barriga só em pensar que, se de repente acontecer algo a Julius, eu nem fico sabendo. Claro que é uma hipótese muito fatalista, trágica. Não vai acontecer nada de ruim. Esse mistério de amigos inicialmente virtuais se aplica a homens e mulheres. Semana que vem devo conhecer uma amiga: Marisinha, que vem de Ribeirão. Tenho dúvidas também em relação a algumas coisas que ela me conta. Ela se mostra muito "nihnjin" demais, considerando que é mestiça, filha de mãe ocidental. Só conferindo!

Depois de muito tempo parada, conheci na semana passada uma porção de gente nova. Na verdade, houve uma avalanche de pedidos no ICQ. Acho que algo mudou com a versão 2001. Só pode ser isso. Ou é nova leva de ex-excluídos digitais chegando. eeheheh. Muita gente de baixo nível. Devem ser aquels do computador do milhão. Sem preconceitos. eheeheh. Entre os que me responderam no Parperfeito, destaco Fernando. Pelo ICQ, único que estou preservando por uns dias é Fred. Vamos ver como os papos evoluem.

quinta-feira, novembro 08, 2001

Cortei o cabelo curtíssimo. Pena que não tenho câmera pra colocar a imagem aqui, que nem a Cora Ronái. Mas se eu colocasse, iria acabar com minha identidade secreta. Eh, eh, eh! Repiquei tudo e raspei o pescoço. A franja ficou comprida e tem pontas triangulares embaixo das orelhas. Ficou diferente do habitual chanel que mantenho há uns dez anos.
Tinha marcado de ir ver Julius no Ibirapuera. Deu tudo errado. snif. Os desenhistas que trabalham comigo resolveram aparecer aqui, com uma surpresinha na hora do almoço. Há muito tempo, um deles havia comentado de uma lasanha vegetariana que ele mesmo faz. E justo hoje, resolveram me trazer. Encomendei almoço correndo e mudei toda a programação. Que droga! Agora, só semana que vem.. A porcaria é que eu estou sem celular. Cedi o meu pra minha filha, desde que roubaram o dela. Espero que amanhã chegue o que eu comprei de um amigo. Assim, volto a me comunicar com os amigos secretos! É muito chato eu ter de ficar ligando.

quarta-feira, novembro 07, 2001

Esqueci de contar uma coisa muito estranha que aconteceu semana passada. Ao passar na casa da minha mãe, encontrei um pacote pra mim. Um presente. Dois livros: "O Prisioneiro" (Érico Veríssimo) e "Doze Contos Peregrinos" (G.G.Marques). Quando minha cunhada Márcia me disse que quem trouxei foi a minha concunhada Mieko (irmã da viúva de meu irmão mais velho), não entendi mais nada. Até brinquei com meu irmão caçula que pelo título, só podia ser um engano. "O Prisioneiro" era pra ele! (eh, eh, eh!)

Imaginei que tivesse sido presente da Lu, a única sobrinha que troca e-mails frequentes comigo. Mas ela disse que não sabe da história. Também telefonei para a casa deles, e ninguém esclareceu o mistério.
Não sei se foi um presente de aniversário. Pouco provável. Talvez alguém tenha ganhado de amigo secreto. Talvez seja alguma retribuição.Por via das dúvidas, guardei os livros. Nem imagino por que me deram esses livros.

terça-feira, novembro 06, 2001

Fábio esta manhã escreveu:

"Que bom saber que vc esta bem. Eu tb vou bem. Li seu blog e gostei de sentir um pouquinho de vc...Como vc sabe, apesar de eu andar meio sem tempo pra escrever, sempre penso em vc.... e isso é gostoso, saber que vc esta por ahi, vivendo sua vida, tendo suas emocoes, decepcoes, paixoes, e saber que somos amigos e podemos contar com essa amizade, mesmo que não haja contato frequente. Como diz a Wilma, os verdadeiros amigos são aqueles que mesmo depois de anos sem se falar, quando se encontram é como se nunca tivessem se separado. A conversa flui facil, os sentimentos afloram, a cumplicidade é total."

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Não sei se alguém vai entender, mas meus olhos se encheram de lágrimas. E respondi:

Isso mesmo, Fábio..
Disse tudo.
Sinto sua falta, sinto muitas saudades. Mas nao lamento esta escassez de
contatos. Sei que vc está ocupado demais e eu também. Tenho sempre a plena
certeza de que você se lembra de mim sempre, assim como eu me lembro de você
em vários momentos importantes e também falo de você para muitos de meus
amigos próximos. Sempre que comento de amigos de Internet, cito você como
uma amizade superimportante que veio para ficar. Certamente para o resto da
vida. ´Muita gente com quem comecei a falar naquele tempo já nao se comunica
mais comigo. Falo raramente com Cuiabano e o Jordão sumiu (nao sei o que
houve com ele, talvez problemas de saúde.. espero que nao)
Ainda outro dia, quando saí com um amigo que conheci recentemente
(nao conto tudo no blog.. eheeheh) falei muito de você. Ele até se lembrava
de "sua" empresa na Malásia. Sabe o que ele falou, assim, de cara, de
supetão?
"Vc transou com ele?"
Do mesmo jeito, respondi:
"Não.. não tivemos oportunidade!"
ahahahhahahaha
Bom... Não leva a mal..
Quando eu falo para as pessoas, elas não entendem que a gente possa ter
mesmo uma grande intimidade com alguém, falar de todos os assuntos, numa
boa, sem necessariamente rolar sexo.
ahahah.. Isso nao significa que não pudesse..
Ihhhhhhhhhhhh...

------------------
E ele, novamente:

Vc me diverte demais !!! Mesmo no meio da correria é delicioso ler o que vc escreve !!! E acaba sendo uma agradáavel pausa.
Sobre termos uma amizade intima, porem não sexual, realmente muita gente não entende....
Mas como vc disse, vai ver foi por falta de oportunidade... hehehehe
Quem sabe quando eu fizer a tal massagem em vc, hein???? Hahahahaha
Falando nisso, outro dia aconteceu uma coisa curiosa. Lembra quando fui fazer rafting? Não sei se te contei que dividi uma barraca com uma menina. Nos demos muito bem, mas não rolou nada. Deu até vontade, pq ela é muito gostosinha, mas não passei de umas massagens no ombro, por cima da roupa. Nenhum dos dois resolveu investir pra valer.
Bom, mas como ela costuma fazer massagem com minha massagista, outro dia surgiu a oportunidade de eu fazer uma massagem completa nela. Com isso a garota ficou literalmente "nas minhas maos". Foi realmente gostoso passar as mãos sobre aquele corpo. Ela ficou meio tímida de estar só de calcinha, mas depois relaxou. Procurei não exagerar nos toques excitantes, pra não assustá-la.
No dia seguinte mea disse ra massagista que a garota tinha adorado a sessão, mas que achava perigoso fazer novamente. Achava que não iria resistir ao tesão e que eu era uma tentação.... Claro que gostei do s elogios, e agora preciso dar um jeito de convencê-la a fazer outra massagem....
Portanto, cuidado com massagens.... ate velhos amigos como nós, podemos não resistir.... heheheheh


Quanto será que custa uma passagem pro Pará?

Nossa! Há quanto tempo que não me comunicava com ele! Entendo, é claro. É um trabalho de muita responsabilidade o dele. Mais ou menos como o de dois dos meus irmãos, que desde que assumiram os cargos não têm mais horário para nada. Admiro demais quem consegue ainda parar para respirar e se divertir com isso tudo. Mas sinto tanta falta do tempo em que trocávamos e-mails diários, de quando falávamos (a viva voz até) em tempo real...


Hoje também recebi um e-mal de agradecimento do leitor para quem enviei as músicas que foram citadas na revista de piadas. Foi muito legal. Ele me convidou pra ir conhecer a fábrica dele (que não sei do que é).
Vejam um trecho: "Como saudosista que sou, eu havia apreciado muito o trabalho do autor das "Liras de amor através dos tempos". Gostei muito de conhecer ou relembrar essas músicas principalmente a "Bem que se quis" de Marisa Monte, que como voce diz, é muito bonita. Já me sinto satisfeito. Porém, o mais importante disso tudo acabou sendo outra coisa: Foi a minha admiração pela sua atitude. Jamais vi alguém com tanto entusiasmo, tanta dedicação e solicitude como você. Logo de início notei , como aliás comentei contigo, que não se tratava de um funcionário de uma empresa mas sim um gerente ou o dono de uma empresa.
Você realmente demonstra gostar do que faz, e por sinal faz bem feito. Sinto-me penhorado por essa atenção que você dispensou nesse caso."


Ganhei meu dia. Fiquei feliz. Também fiquei feliz em atender, por telefone, o leitor de Belo Horizonte que não encontrava um ingrediente para a simpatia que cura a calvície. Ele queria saber se aquilo iria mesmo funcionar. Disse que comprou a revista só pra ver se resolvia o problema. Coitado... eheheeh. Acho que não tem jeito. Mas dei uns conselhos para preservar os cabelos que ainda tem. Tentei também convencê-lo de que não é o fim do mundo ser careca... ahahah. Acho que se conformou ou encontrou a tal erva pois não me procurou mais. Eu havia prometido enviar pelo correio, caso não conseguisse. Era uma planta da Amazônia.
Essas coisas me motivam a me preocupar mais com o que coloco nas "minhas revistas", independentemente do fato de achar que ganho muito menos do que mereceria. Afinal, as revistas são baratas e os custos muito altos.

Chateação tive pela manhã, logo cedo. A um simples cumprimento de bom -dia, o cara diz:

"Quantas mensagens erradas você já enviou/recebeu nesta manhã? Ou melhor, quantos micros, telefones, fax, gravadores de CD e conexões de internet estão ligadas aí ao mesmo tempo?"

O cara tem certa razão pois já mandei msg trocada pra ele. Mas fiquei aborrecida e disse:

"Tem razão, não tou legal"

Foi a deixa pro infeliz continuar:

"É percebi que você anda muito pra baixo. Não sei o que tem feito, mas vejo que fica, aparentemente, muito tempo sentada diante do micro (s). Isso mata! Vejo também que, aparentemente, você só se relaciona com parentes (serpentes!) e internautas, uma parte do tipo que só pensa nisso. É isso que pode estar dando essa mortal síndrome da vida e das realizações apenas virtuais. Tomara que eu esteja enganado!

Nesses casos, dá vontade de responder igual Dr. Pimpolho: "Vá se f...."

Mas não falei isso e me estragou boas horas da manhã.

domingo, novembro 04, 2001

Droga! Tudo que postei aqui sobre o que fiz no dia de Finados foi pro espaço. Vou tentar agora resumir, que nao tenho mais saco de detalhar.

Fui cedinho para minha cidade e fiz uma visita demorada ao cemitério. O jazigo da família estava muito enfeitado. De um jeito que nunca vi nos últimos anos. Muitas, mas muitas flores mesmo, a ponto de nem ter quase espaço no lugar reservado. Engraçado é que a gente fica imaginando quem levou o que. E imaginamos até quem deixou de ir. Minha cunhada mais velha avisou que este ano não viria pois está na época do plantio de milho e ela tem de cuidar pessoalmente da ordenha. Vacas não sabem o que é feriado. rs.. Mas certamente alguns dos meus sobrinhos dessa ninhada passaram cedo por lá e os outros, da minha ex-cunhada também. Já a viúva mais recente não teve coragem.
Eu gosto dessas visitas. Estou habituada desde criança e me sinto bem em prestar essa homenagem no dia dedicado aos que se foram. Substituímos por flores, velas e insensos as lembranças de Natal, Dia dos Pais...

Encontramos o cunhado do meu irmão, com a esposa. Viajaram mais de 500km. Ainda não conseguimos comentar o que aconteceu. Só nós, entre irmãos, ousamos questionar o gesto do Luiz. Eu nem posso criticar. Tento entender, não julgo. Na verdade, no meu íntimo, compreendo bem e respeito o que aconteceu.


sábado, novembro 03, 2001


Acho que a idéia de revelar este blog para algumas pessoas não foi boa.Estou novamente em fase de tolerância menos um milhão. Não agüento mais “falar” e não ser entendida. Dá uma tremenda frustração!

quinta-feira, novembro 01, 2001

Alguns cumprimentos me incomodam. Certas pessoas não entendem que eu não quero o abraço, não quero o presente, não quero ser lembrada, não quero tomar chopinho com elas. Droga! Não se mancam, não percebem que não gosto delas! Sou educada, nunca falo isso às claras, e os gestos evidentes não convencem!

Outras lembranças me emocionam, me fazem tão bem! Os esquecimentos não me incomodaram desta vez.

Primeira pessoa a me cumprimentar foi Barbazul. Fiquei feliz com essa lembrança, certamente sincera. Haiael falou comigo ontem. Mônica me mandou um cartãozinho singelo e lindo. Ela tá me cumprimentando há uma semana! Marisinha, que perdeu a mãe há apenas três dias, conectou hoje só pra me dar "omedetou" (parabéns). Fiquei emocionada.

Eduardo ligou à noite. Não esperava. Ele estava viajando. Final de férias. Ele ainda está espantado com minhas últimas revelações, algumas das quais por este blog. Recomendou-me juízo e disse que achou-me ótima, radiante. Disse-me coisas que me deixaram emocionada: que precisamos ainda ir juntos ao museu do Ipiranga, voltar ao restaurante da rua da Glória, à Santa Efigênia, ao terraço Itália... coisas que a gente vem adiando, coisas que fiz com outras pessoas e que valem mesmo a pena fazermos juntos. Rimos um bocado. Quando eu falei que tinha Síndrome de Peter Pan, ele disse que a Síndrome dele devia ser dos Meninos Perdidos. eheheh. Felicidade é ter um amigo assim. Por 24 anos!

No final da noite, por e-mail, duas mensagens de duas Ângelas, igualmente amigas: uma de N. York e outra de Sampa. Ambas muito queridas.

Algumas pessoas têm atitudes absurdamente estranhas nestas ocasiões. Ronin, com quem fiz as pazes recentemente, havia me convidado para sairmos hoje. Disse que gostaria que fôssemos tomar alguma coisa juntos. Sacana, fez isso sabendo que eu recusaria. Com tantas opções, por que diabos sairia justo com ele na noite do meu aniversário? Ainda atiçou minha curiosidade dizendo que tinha me comprado uma surpresa. Hoje, ele nem me cumprimentou!

Outro esquisito é o Alfredo. Segunda-feira fez comentário do tipo: "nosso aniversário está chegando" (ele faz dia 5). Hoje, nem um comentário. Falou comigo sobre o ICQ 2001 e nenhuma referência ao dia de hoje. Eu também não vou cumprimentá-lo! Eh, eh, eh!

Meu amigo do Rio também escreveu. Disse que ainda me acha maravilhosa, que quer me olhar nos olhos e reafirmar isso. Atribuiu nosso desencontro a algo do tipo "fatalidade". Há um ano atrás, isso teria me deixado nas nuvens. Desta vez, nem respondi. Não sei o que isso significa, mas a mágoa ainda não passou não.

Eu tirei a data de nascimento do ICQ. Me incomodava aquele pipocar de cumprimentos obrigatórios.

Julius disse que eu estou ligada a aqueles cheiros da infância, ao doce aroma da melancia. O dia em que eu nasci era Festa da Melancia na cidade dele. Bom... pelo menos ele adora melancia! Ah, ah, ah!

No ano passado, eu chorei um bocado foram muitas emoções. Pena que perdi o que escrevi naqueles dias. Há um buraco no meu outlook entre setembro/2000 e janeiro/2001. Ficaram no falecido HD IBM. Muitas coisas precisavam ser enterradas, esquecidas. Textos que registraram momentos muito bons também se foram com ele. Porém, os especiais ficaram na minha memória. Felizmente consegui apagar as mágoas maiores, como certo cumprimento que só chegou no final daquele dia, às 18 horas.

O cartão de minha filha e o texto que ela escreveu, guardo com toda corujice de quem não se cansa de repetir que é ela a minha maior obra-prima: tudo que consegui reunir, concentrar, em termos de talento, inteligência e beleza!

Como sempre, dispensei os presentes e resumi as comemorações familiares a um almoço simples. Fomo cedo ao restaurante, por causa da escola da minha filha. Nos reunimos com uma de minhas sobrinhas, que aniversariou dia 30 e o novo namorado, que nasceu no mesmo dia. Foi tudo muito descontraído e alegre.

Sempre que aniversario me relembro de algumas passagens especiais na mesma data. Única festa “de verdade” que eu tive, com direito a bolo, velinhas e “parabéns pra você” foi a dos 18 anos. Ainda tenho as fotos. Fotos de boa qualidade, tiradas no Minolta que mamãe trouxe do Japão. José Luiz ao meu lado... Também me faz lembrar da redação que o conquistou “Um dia Inesquecível”. Ele era filho da minha professora de Português, no segundo ano do curso técnico. Aluno exemplar, ajudava a mãe a corrigir as redações. Leu a minha, gostou do que eu escrevi sobre esse tema e foi falar comigo. Já nos conhecíamos de vista e o texto falava de um dia muito lindo que passamos em Atibaia, no final de um campeonato de vôlei.

Ele jogava no time principal de Bragança. Moreno, filho de egípcio com francesas, era um dos moços mais cobiçados de minha cidade. Além de tudo, era descendente de barão do café. Decadentes, mas com tradição na cidade. Quando ele se interessou por mim, fui às nuvens. Jamais havia sonhado em disputar o amor dele. Na verdade, namorei-o por dois anos só por vaidade. Gostava de desfilar com ele, provocar invejas. Quando eu fiz 18 anos, ele já cursava o terceiro ano de Economia e trabalhava no Banco do Brasil. Além de cortadas fantásticas no vôlei, ele nadava muito bem.

Por que terminamos? A grande verdade: nunca senti tesão. Um dia falei isso pra ele: “que faltava química”. Que nos abraçávamos, nos beijávamos e eu não sentia absolutamente nada! Aceitava a atenção, os carinhos, dançávamos, nos divertíamos, éramos o “casal 20” da época. Incentivados pelos professores, parentes, amigos... Não há como esquecer José Luiz porque ele foi meu padrinho de formatura. As fotos da colação de grau estão no álbum: ele colocando o anel no meu dedo, na Catedral de Bragança. O anel ra meu sonho de consumo: um chuveirinho de formatura. O anel, de turmalina rosa, ouro branco e safiras está ali, numa caixinha na gaveta. Nunca o usei depois daquele dia. E também nunca fui contadora. Só se for de histórias.

Também me lembro de duas vezes em que ganhei muitas flores. Talvez por ser véspera de Finados, não gosto de ganhar flores. A primeira foi um buquê de rosas bem vermelhas, radiantes, que chegou na minha sala de aula, no meio da aula de História, com a dona Haydée. Foi por volta de meio-dia, pouco antes do final da aula. Minha sala, do primeiro colegial, ficava ao lado da diretoria e lembro-me até hoje, fotograficamente, da cena: a inspetora de alunos, com seu avental cor-de-rosa, abrindo a porta e chamando meu nome. Quinze anos! O remetente misterioso: um fã! Não, não era o rapaz que eu namorava há quase dois anos. Fora outro: um estudante de engenharia que nem estava no dia na cidade. No meio do caminho para casa, o tal buquê ganhou um lugar na lata de lixo. Mas a lembrança do gesto inusitado ficou registrada para sempre na minha memória.

Outras flores pelo aniversário, ganhei uma única vez do Paulo. Foi no primeiro ano de casados. Sei que ele quis demonstrar seu carinho diante de todos. Mas fiquei furiosa quando mandou entregar no trabalho. Era um arranjo de hortênsias azuis com um patinho e um gato recheado de bolinhas de isopor. Logo no primeiro ano de casada, a surpresa da noite foi uma comemoração com um casal amigo. Não pude disfarçar minha decepção. Meu sonho, eu acho que sempre foi um jantar a luz de velas. Os olhos nos olhos. As coisas mais importantes para mim: apertar as mãos com força, olhar no fundo dos olhos... São gestos que só têm sentido se o outro puder sentir igual... Ai, ai...