sexta-feira, dezembro 30, 2011

VOU aprender

Dia 24, véspera de Natal. Estava no supermercado quando vi uma ligação. Área 21, RJ.  Nunca imaginei. Não sei por que não mais imaginei. Era ele: Fábio. Acho que só o fato de ele me desejar Feliz Natal tornou meu Natal feliz. Também desejei, de coraçao. E sei como ele foi sincero. Do mesmo jeito que foi sincero nas condolências que fez questão de me dar nas perdas que ele acompanhou. Isto é amizade!


Tá demorando um pouco, mas vou conseguir. Já aprendi que tem certas coisas que preciso esquecer. Sobretudo certas palavras que tanto me machucaram. Só com o perdão verdadeiro, poderei superar.  Como é isso? Parar de remoer, passar uma borracha em cima, esquecer tudo que foi ruim!


Espero encerrar agora, definitivamente, um ciclo de martírio e dor.  O mundo continua a girar. Tenho de crer mais em mim.


Vou concentrar meus pensamentos em 1978. 
Aquele final de ano mágico em que eu consegui sair do buraco, do rodamoinho em que mergulhava e parecia ser sem saída. Vieram muitas mãos, muitos braços. E nem precisei pedir por socorro. Tantas pessoas me ajudaram. Só por compreender que era errado o que faziam comigo. Então... O bem vai vencer outra vez! 


2012 será o ano em que o mundo sorrirá novamente para mim. Bons caminhos vão se abrir.
Graças a Deus, desde meu aniversário as coisas mudaram muito. Vou vencer! Com ajuda, sim. De pessoas de bem! Elas existem porque são muitas as suas moradas! 


Uma frase que me marcou muito: "Não somos humanos passando por uma experiência espitirual e sim espíritos vivendo uma experiência humana!"



domingo, dezembro 25, 2011

NOITE FELIZ

Finalmente, volto a ter um Natal Feliz.
Nem me lembrava como paz, sem constrangimentos, imposições e obrigações podem ser sinônimos de felicidade.
É como a parábola do guru indiano e a vaca ou o bode na sala. Aí a gente descobre como era tudo tão bom...


Há 33 anos, em uma noite de Natal, minha vida se definiu.
Era quase meia-noite do dia 24 de dezembro de 1978 quando tomei coragem para selar meu destino.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Visitas

Senti uma emoção estranha ao saber de algumas visitas. Catanduva, Bragança... Por conta do Google que me entregou devido a algumas coisas que escrevi. Será que descobriram quem sou eu? Talvez uma pessoa sim! Sim, ela que me falou do que eu falei... Será que leu lá atrás onde falo muito dela? Talvez sim, e talvez nem tenha se reconhecido... Nem eu sei mais quem era ela! Acho que foi em outra vida, outra era.


Entretanto, tem uma pessoa que ainda é a mesma. E outro dia ainda vi, no armário do meu banheiro, aquele óleo que não fabricam mais. Validade vencida, nem usaremos mais. Mas eu guardei. E o perfume continua igual. O cheiro me trouxe de volta certa noite, certa cena. Que saudade boa. Doeu o fundo dos olhos, irrigou minha alma de lembrança tão boa. O telefonema no meu aniversário me fez voltar a me lembrar de que ainda soumaiseu. 


Ontem tive uma vitória que me fez sair saltitante, gritando que consegui, mais uma vez. Consegui! Isso me deu muitas certezas de que não sou pessoa comum. Senti minhas energias com tanta força, tanta certeza que chego às vezes a ter medo de mim mesma. Mas não é tudo graças apenas a mim. Sei disso. É graças a uma linhagem de trezentos anos documentados, aquelas tabuinhas que se enfileiram no oratório da família. Penso muito naqueles nomes, nas imagens vagas daquelas letras tão bem traçadas por meu pai, em cima de documentos salvos de um incêndio que destruiu o restante da história familiar. Entre tantas coisas, meus antepassados se preocuparam em preservar o registro de nossas raízes. Tenho muitas e muitas vezes a certaza de que aquelas almas me protegem, mesmo em terras distantes.


Essa certeza me remete a uma foto que tenho a certeza de que chegou um dia aos olhos de minha mãe em 2005. Uma foto nas manchetes de jornais: meu irmão com lenço branco, limpando o rosto. Choro de verdadeiro homem. Doeu lá no fundo de nossas almas. Mas foi o preço da dignidade, da honestidade derrotada. Mas nossa honra persiste. E assim, tenho cada vez mais a plena certeza de que eu e minha pequena família também fazemos parte desta luta. E tenho muita convicção de que sozinha estou derrotando uma criatura muito tinhosa, que se veste de sociopata, que tenta esmigalhar o que não é um ovo de serpente e sim o embrião de um ideal que nos norteia pelo bem, para o bem.  Com essa certeza, fui buscar ajuda. E encontrei. E vou vencer!

quarta-feira, novembro 02, 2011

outubro acabou

Hoje, Finados, seria o dia em que deveria ter postado o que escrevi sobre este dia.

Não tem problema. Já me adiantei. O que eu não expliquei direito foram as datas, razão de minhas intensas emoções. Vou acrescentar agora.

No Japão, dizem "shinu nara obon mae" (se for pra morrer, que seja antes do finados). Refere-se ao período anterior ao feriado daquele ano, é claro. E assim, muitos de minha família tiveram esse privilégio. Minha avó paterna, no dia 18.  Dia 19 foi meu cunhado, marido de minha irmã mais velha, que foi mais do que um irmão pra mim. Ele me conheceu ainda na barriga de minha mãe, quando era noivo de minha irmã. Dia 24 foi meu avô paterno. Dia 31, minha mãe. Dia 01 de novembro, dia do meu níver, uma prima (aos 34 anos, de avc fulminante). Claro que não foram todos no mesmo ano. Foram com grandes intervalos. E também morreram outras pessoas em outros meses. Mas nesse período, a concentração foi muito grande. E a morte mais recente,de minha mãe, aconteceu de modo muito peculiar. Ela era a mais idosa dessa turma e ainda tenho a sensação de que vieram buscá-la... Uma semana antes, ela sofrera uma queda após visões... E existe a crença de que na semana de Finados, as almas vêm à Terra como que em férias matar saudades dos que aqui estão. Deve ser por isso que tenho estranhas sensaçoes, sob embalo de meu niver...

sexta-feira, outubro 28, 2011

ainda sobre Finados

Aqui repito uma frase dita muitas vezes por Elaine, professora de Restinga Sêca, de RS, se referindo a situaçao de lidarmos com pessoas convalescentes e dependentes: "Não há como explicar o pôr do sol para um cego".


E assim é com o que sentimos em Finados quando perdemos pessoas muito próximas.


O comentário que entrou no post anterior veio de um amigo que perdeu a mãe aos 13 anos e já enterrou muita gente...


Algumas críticas que recebi sobre a forma que considero festiva em relação a data me magoaram um pouco. Mas para essas pessoas, eu esclareci: "A diferença é que acho que eu estou alguns passo à frente."

sábado, outubro 15, 2011

Hiatos

Desde o Dia dos Pais que não encontro nada interessante para postar aqui.


Não quero protestar sobre um assunto recorrente que me perturba a alma. Aliás, são dois assuntos. Porém, no que se refere à alma, estou cuidando dela. Afinal de contas, aproxima-se outra data importante, ou melhor, uma série de datas: Dia das Bruxas, Dia de Todos os Santos (meu níver) e Finados.


Desde que me conheço por gente, Finados se tornou um evento muito marcante na minha vida. Dia de ir ao cemitério sempre foi uma data muito festiva.  Dia de calor, de chupar sorvete de groselha, coco queimado e melancia! 


Nos meus primeiros anos a homenagem se restringia ao meu avô, falecido 6 dias antes de meu primeiro aniversário. Dizem que, apesar da tristeza daquela data, eu tive direito a uma pequena comemoraçao.


Depois, me lembro de ter ido com minha avó e meus pais conhecer o   túmulo que meu pai adquiriu para ali sepultar a família. Acho que eu tinha 4 anos. No finados seguinte, minha avó já estaria ali para receber também homenagem no dia dos falecidos.


Não me lembro de festas ou presentes especiais nessa fase de minha vida. Não fizeram falta. Mas me lembro de finados.


Depois, se passaram 16 anos antes que se incluísse novo homenageado em nosso restrito círculo familiar. Ao grupo, juntou-se meu pai quando eu tinha 21 anos.  E depois disso, mais 19 anos, até se incluir o primeiro da outra geração. Foi o meu irmão mais velho. Infelizmente, a decisão foi tomada pelo próprio, voluntária e conscientemente. Ninguém entendeu o porquê.  Quatro anos depois, outro irmão, após brava resistência contra um câncer que o derrotou. Mais dois anos e chegou a vez de minha mãe, de modo inesperado, apesar de 20 anos além da idade com que partiu meu pai...


Com esse "currículo" agora extenso, tenho muita gente em quem pensar no próximo feriadão. 





domingo, agosto 14, 2011

homenagem singela


Foi meu primeiro grande amigo... único por muitos anos, até ir ao grupo escolar, aos sete anos.
Papai me ensinou até a brincar de casinha, fazendo utensílios domésticos com folhas de flandres, das latas (onde vinha óleo de amendoim ou algodão,mais comuns, antes da soja). Muito habilidoso, fabricava baldes, "bacias" e canecas de lata. Bons tempos da reciclagem espontânea!
Na nossa brincadeira de comidinha, assava pra ele bolos de barro e preparava saladinhas de capim e maria-preta.
Também com papai aprendi a gostar de gatos e livros!
Acho que o dom para a escrita também herdei dele...
Como ele, fui ateia durante os quarenta primeiros anos de minha vida. Como ele, depois mudei de opinião.
Filha temporã, fui privilegiada com um pai com paciência de avô.
Nos despedimos tendo passado poucos anos juntos.
O filtro do tempo, após 32 anos, me permite lembrar intensamente das coisas boas, de sua sabedoria. Até mesmo cenas que me magoaram hoje compreendo e resgato com imensa saudade. Os defeitos viraram idiossincrasias. E muitos deles, também incorporei à minha personalidade.

Na foto, para quem não faz ideia... Os engradados são de caixas vindas da Holanda, trazendo 'sementes" de batata inglesa. Os paus entrecruzados simulam trave de gol. Meus irmãos jogavam futebol, lá no sítio. Eu estou calçando alpargatas roda, na versão infantil, com botãozinho branco para prender. Era de cor vermelha. Aquele calçado precursor do tênis, com sola feita de sisal trançado. Lembram? Não, né... Maioria dos viventes de hoje não conheceu aquela versão. Mas talvez tenham visto as usadas com bordados, customizadas para acompanhar vestidos indianos.






FELIZ DIA DOS PAIS!

10 ANOS


Fiquei só nos planos de escrever um post comemorativo.
A tentativa de escrever algo marcante, bombástico, marcante, sempre dá nisso. Fiquei esperando a ideia que não surgiu.

Tinha até me esquecido do blog, de quanto foi importante registrar tantas coisas aqui...

Ainda é.

Mas fiquei cercada por me sentir vigiada, censurada. Devido a alguns leitores que fazem parte de minha vida, com as quais nem sempre consigo ser verdadeira.
Porém, não criarei outro para disfarçar ou me esconder. Afinal de contas, agora sim, SOUMAISEU!


Sou mais eu, muito mais eu!


Aqui me permiti viajar na maionese, rir de situações inusitadas, crescer nas fantasias. Realidade e ficção cresceram na imaginação. Muitas pessoas puderam me conhecer melhor aqui. Verdade que alguns amigos se assustaram..srsrs.. Tem um, em especial, que diz que tem medo de me ler aqui.

Continuarei!

Dia dos Pais

A melancolia de sempre.

Uma tristeza que se recusa a ser triste.

Pai... Que saudade!

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Meu maior feito dos últimos cinco anos foi permitir que minha filha continuasse a ter um Dia dos Pais feliz. Nunca imaginei que isso me custasse tanto. Sobretudo tantas lágrimas.


Mas o pai da minha filha é feliz! 


Ele teve um dia muito feliz, com os presentinhos que ela lhe deu. E não existe felicidade maior do que ver alguém feliz.


Como explicar este meu sentimento?
Deve ser a maturidade. Resignação. Estou crescendo!


Errei?


Muito...


Sofro?


Bastante ainda.


Sou feliz, sim!


Fica uma reflexão, copiada de uma jovem mãe, deste blog:


http://bbpietro.blogspot.com/2011/08/exemplo.html#comment-form




Não sei se vocês sabem que Pietro tem muita cócega. Um dia, eu comecei a fazer cócegas nele e ele se encolheu todo. Aí, fiz cócegas no Mike na frente do Pietro e Mike fingiu que nada aconteceu. Voltei a fazer cócegas no Pietro, porém, desta vez, ele olhou para o pai dele e fingiu que nada estava acontecendo. Ficamos surpresos com a reação dele.

Desde então, notamos que Pietro sempre procura a aprovação do Mike, olha seu exemplo. Ele também procura minha aprovação (especialmente quando estamos perto de estranhos), porém, com o Mike é diferente, é coisa de pai e filho.

Lemos um pequeno livro chamado You Have What It Takes - What Every Father Needs To Know por John Eldredge (Você É Capaz - O Que Todo Pai Precisa Saber) que nos mostrou o que estou escrevendo.

Ambos, filho e filha, olharão para o pai para terem exemplos, porém, de diferente modos.

A menina olhará para o pai como aquele que protege, que ama, que aceita. Seu relacionamento com ele enquanto ela era criança e adolescente marcará seu futuro. Se ela sempre soube que era amada, aceita e se sentiu protegida, é bem provável que ela procurará as mesmas características em seu parceiro. No entanto, se o relacionamento era motivo de lágrimas, de vergonha, de raiva com certeza ela procurará alguém que não seja em nada parecido com o pai. A palavra 'pai' é sinônino de dor.

Já para os meninos, o pai é poderoso, nada é impossível para ele, o respeita e o ama, o aceita, o ensina como brincar, como vencer e até mesmo como perder. O menino não está interessado em quanto de dinheiro o pai tem (não até certa idade). Tudo o que ele quer é sua atenção. Isso é tão claro para nós com o Pietro! Tudo o que ele quer é que Mike dê a ele sua atenção, seu melhor, seu carinho. Ele quer ser aceito.

Você pode estar pensando "Uau Melissa, Pietro tem apenas um ano de idade. Como você pode saber de tudo isso?" Minha resposta para você é simples: embora ele seja pequeno ele já possui personalidade própria e, embora ele não fale de modo que possamos compreender ainda, ele é capaz de se comunicar com seu corpo.

Se você for mãe ou pai, faça o teste com seus filhos (especialmente se eles forem pequenos). Veja como eles reagem à mãe e depois veja como eles reagem ao pai.

Mike e eu conversando sobre este assunto surgiu a pergunta: onde é que os pais erram a ponto de mudar o futuro de seus filhos? Talvez seja nas repetidas duras palavras, talvez seja no 'sai prá lá menino, estou ocupada assistindo televisão agora', talvez seja no muito exigir por uma boa nota sem preocupar de perguntar à criança como ela está, talvez seja em discutir problemas de adultos com ela.

Honestamente, essa resposta é muito pessoal. Tenho certeza de que cada um tem a sua.

Dê atenção ao seu filho, à sua filha. Na maioria das vezes, isso é tudo o que eles querem.

Que Deus abençoe a todos nós e nos dê sabedoria que vem do alto para amarmos e educarmos nossos filhos.






sexta-feira, julho 15, 2011

pensamentos positivos



"Deus está em todo lugar. Se você for justo e agir com retidão, Ele estará com você. Faça o bem, meu filho, porque a verdadeira religião é aliviar o sofrimento alheio"


Tentarei seguir esse conceito, afastando os pensamentos negativos e a tendência a odiar as pessoas que me prejudicam. Desde o começo da semana só quero que essas pessoas fiquem longe de mim e de minha família. Peço que sigam seus caminhos felizes, sem semear a discórdia e a confusão entre nós. De todo o coraçao, desejo o bem para elas. 


Vou controlar todo tipo de ciúme e também a tendência a inveja e ganâncias.


Sou muito grata por tudo que temos.


Sou grata, sobretudo, por tantas coisas lindas que vivi.  Minha maior fortuna, nao me canso de dizer, está nas pessoas que conheço. Uma vasta e eclética fauna, pessoas que me ajudam e enriquecem com seu saber.

segunda-feira, julho 11, 2011

saudades

Tenho imensa saudade do namoro de antigamente...

Do beijo de chegada e despedida, com direito a amassos no portão.

De quando o cavalheiro buscava a dama para o programa de final de semana. Na caminhada a pé, ela pelo lado de dentro da calçada. Se não, diziam que estava 'vendendo" a namorada.

Ela se enfeitava, fazia touca no cabelo cacheado ou encaracolava o liso, passando horas com bobies na cabeça. Final de semana, dia de ver o namorado, dia de se fazer bonita.

E ele pagava o ingresso do cinema. Alguns dias para pegar na mão. Mais outros pro primeiro beijo.

Nossa, como era bom!

Que pena das gerações mais recentes. Ou melhor: que pena das mulheres das novas gerações!

De uma amiga Saudosista

sábado, junho 11, 2011

Dia dos Namorados e altos e baixos



Boas, ótimas lembranças.


De antigamente. A última fez 26 anos. Ainda com dores dos pontos, de coração na mão, após 11 dias de nascida, pela primeira vez deixei minha filha sozinha pra ir comprar um presente, lá na antiga Mesbla, na 24 de maio. Um relógio,daqueles de trocar pulseira. Era novidade, custava um tanto... 


A mais a mais antiga vem de quando fiz um colete azul royal. De quatro fios, aqueles usados em máquinas lanofix. Namoro proibido,oculto, delicioso. Estávamos no auge. Tinha 14 anos e ficou lindo o meu tricô, feito a mão, em ponto arroz. Tricotei em noites secretas...


Saudades dos presentes daquele tempo, do namoro de antigamente. Bons tempos em que o namorado pegava a namorada na porta e seguíamos a pé. Ela do lado interno da calçada. Como fui feliz em ser da última geração de adolescente assim cortejada. Com amassos furtivos no portão. Respeitando tabus. Respeitando pais. 
Meu primeiro grande amor floresceu numa gelada noite de São João. 


Tinha de 14 anos e estava terminando o ginásio. Ele tinha cílios muito pretos, espessos. Olhos igualmente negros. Fogoso, com hormônios a flor da pele. Olhares profundos. "Detalhes" de Roberto Carlos. "Como dois e dois". Sim... para sempre vou me lembrar. 


"Quando outro cabeludo...".. Apesar de não mais existirem cabeludos.  Pelo menos não na nossa faixa etária..rsrs.. Mas me lembrei muito quando me casei com um cabeludo... Cabeludo sem romantismo, mas que tinha um coração que batia muito forte..


O que os separou? "a razão", a mesma razão que adiou o começo de nosso namoro... e depois, aquele ciúme doentio que matou tudo que construímos.  Hoje, assim distantes 40 anos, sei que ele ainda deve se lembrar. Pode não escrever. Mas vai se lembrar dos "detalhes tão pequenos de nós dois"... e um sorriso vai marcar aqueles lábios tão marcantes... E quem diz que ele também não pode ter um blog? Facebook, vi que tem...


E hoje. véspera do Dia 12 de junho, que vontade eu tive de soltar um "eu te amo". Mas a razão me segurou...
Afinal, o que são palavras? 
Talvez seja este o verdadeiro amor incondicional... 
Que me faz calar tanto e compreender demais...
Que me faz desejar que o outro seja feliz incondicionalmente.
Mas que me faz tão feliz com três linhas sobre assunto qualquer... 
Que invoca a razão para jamais falar em amor, oh palavra maldita!
Talvez só um incondicional amor permita tanta felicidade que parece explodir em meu peito.
Que me faz culpada,
Que me faz realizada,
Que me faz justiçada...
Afinal, por que mereço tanto?
Talvez seja uma deferência especial de meu querido Santo Antônio!


E assim, peço a Santo Antônio, que dê o mesmo a pessoa mais querida por mim...
Por favor, Santo Antônio, mostre o que é um amor que arranca suspiros...
Mostre o que há de tão especial no que se chama de amor...
Mostre que não se trata de gostar de alguém que é bonzinho...
Em tudo isso, o que importa, o que vale, está muito além deste plano, deste mundo...
O que importa está nas almas que se fundem em instantes mágicos...
O que importa, não dá pra falar
O que importa, eu sinto lá no fundo de mina alma...
O que importa não tem descrição
O que imoporta se processa em instantes mágicos..


Feliz Dia dos Namorados!


Que Santo Antônio nos abençoe
Obrigada por tudo que me deu até hoje, santinho!






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Reli o post polêmico e comentários que entraram. Incrível como certas palavras denunciam as pessoas. Sobretudo quando usam erroneamente. E insistem. Palavras incomuns, sobretudo.

Tenho uma amiga que dizia: "o fruto nao cai longe da árvore".

Pois hoje eu digo... "Seria assim.. Mas e quando chega uma ventania que empurra o fruto para longe?"

Sim, rouba o fruto e joga pra fora do alcance da visão materna.
Árvores choram?
Só se fosse "Rosinha minha canoa..."
Eu chorei muito com aquele livro...

quarta-feira, junho 08, 2011

Autoanálise 1



Sou feliz, sobretudo com algumas riquezas que acumulei. Uns parcos conhecimentos de assuntos variados, mesmo que não sejam acadêmicos. A ligação que hoje eu tenho com meus irmãos e sobrinhos, que compensam a desolação que sinto ao observar a relação com minha própria filha...E os amigos. Uns muito próximos, presentes em todos os momentos, a quem recorro quando a aflição aumenta. Sempre sou socorrida, resgatada da beira do abismo. Algumas palavras de apoio, estímulo e reconhecimento são mais fortes que outras...talvez por serem pessoas de quem gostamos mais. As de meus irmãos têm muito valor.
Outro dia, no Dia das Mães, fiquei muito emocionada quando meu irmão ressaltou que sou a mais forte de todos.  Ainda tento, todos os dias, entender o porquê das coisas.. e também me lembro de minha mãe falando: "e pensar que fiquei desesperada quando engravidei de você"... foi uma maneira de ela me elogiar, eu acho. Ela tinha 41 anos e chegou a me confessar que se soubesse como, teria me abortado. Também não me ofendi com aquelas palavras, nem me choquei. Minha mãe muitas vezes não pensava muito pra falar, embora a máxima dela fosse: "palavras soltas ao vento não podem ser recolhidas"... Bom eu parar por aqui pois pior que palavras proferidas são as tecladas, né..

Acordei esquisita.. mas já me sacudi, fui pro tanque, tomei café, tirei o PP da cama sem bronquear. Noite fria, sono profundo,  escapou xixi.. aff... Mas a lembrança daquelas noites geladas no hospital me fazem achar ótima a situação em que vivemos.

sábado, maio 07, 2011

Dia das Mães



Fiquei a semana toda entre lágrimas contidas e choros escancarados. Uns poucos 
sorrisos aliviados.  No momento, sinto-me um tanto envergonhada ao me lembrar de situações realmente difíceis. Me vem à mente uma sábia frase de meu marido, que repito em várias situações que se apresentam estressantes para mim, quando observo as pessoas reclamarem de coisas pequenas, minúsculas: "Você está falando de goteira para Noé!"

Mas, ao mesmo tempo,  me fortaleço com exemplos de força e capacidade para novas motivações.
Entre elas, na blogsfera,  destaco...

Odele, de
Glória, de
Carolina, de
Rachel, de

Sempre que vem o Dia das Mães, acredito que somos tocadas pelas lembranças dessa data com as mães que não temos mais. Estejam elas aqui ou não. 
Com mães que pudemos ser antes.
Continuamos mães, porém de outro jeito...
Falo de mães que abdicam do almoço tradicional...
Vem a saudade daquela outra mãe que fomos. Da mãe que tivemos...

Cresci em um sítio, no meio do mato, estrada de terra, escola rural, onde as aulas dos três primeiros anos da então escola elementar eram dadas numa única sala. Minha escola se chamava Escola Mista Elementar do Bairro do Lima Rico. Nessa escola, aos 7 anos, soube que existia um dia dedicado à mãe. 
A professora pediu que levássemos um sabonete e contribuíssemos com uns trocados para que o enfeitássemos com uma decalcomania sobre a superfície raspada com gilete. Em cima de um sabonete Gessy (era essa a marca que reinava soberana em nossa casa) cor-de- rosa foi colada a estampa de rosas vermelhas. E a professora nos ajudou a melhorar a aparência com uma camada de esmalte transparente. Aquele foi meu primeiro presente de Dia das Mães. Não sei se foi o primeiro de minha mãe. Talvez. Apesar de eu ser a caçula temporã de sete irmãos.  Naquele ano de 1965, um pouco depois da "Revolução", muitas coisas diferentes começavam a pipocar em nosso cotidiano... 
Em 1966, já frequentando o Grupo Escolar, na cidade, e com direito a uns trocados a mais, me lembro que comprei uma garrafa de plástico rosa para guardar água na geladeira. Isto porque tínhamos em casa uma novidade: geladeira movida a querosene. Ainda eram poucos os utensílios de plástico em nossa casa, por isso aquela garrafa ganhou destaque. Minha memória fotográfica ainda retém imagens bem nítidas. Ao lado dos vestidos de algodão xadrez que minha mãe costumava usar. Eram tubinhos simples, sempre do mesmo modelo, costurado por ela. Tinha uns 3 botões e abertura até a altura da cintura. As roupas dela eram sempre ajustadas por um avental, confeccionado de panos de saco alvejados.  Eram de sacos onde vinham adubos usados na lavoura.


E me lembro agora de meu último presente de Dia das Mães: um colete longo, de cor cinza, que tricotei para ela. Mesmo sendo eu hábil tricoteira (modéstia à parte), fiz poucas coisas para mamãe. No último ano que ela passou conosco, percebi que observava invejosa uma peça que preparava para minha filha... Mandei o colete pelo correio, com uma semana de atraso. E ela nem chegou a usar. O frio foi ameno, ela guardou para ocasião especial que não deu tempo de esperar pois mamãe foi embora antes do outro inverno...

Neste momento, quero crer que minhas lembranças possam se misturar às dela, assim como nossos sonhos... e os sonhos de muitas mães com seus filhos. Estejam nossos pensamentos e corpos no mesmo plano... ou não!

Então, ao pensar em Odele,  imagino-a viajando pelo mundo dos sonhos com Flavia, onde se encontram sorridentes e se abraçam também. 

Imagino minha mãe e tantas mães que reencontram os filhos em outros planos, mesmo que de sonhos, conversando e nos observando com aquele olhar bondoso, orgulhoso e condescedente que só as mães que a tudo superaram conseguem ter!

E assim, neste momento, também supero minhas dores, alicerçando-me em uma das máximas de minha mãe; "Ue nimo shita nimo kiri ga nai" (Não há limites para cima ou para baixo).

Para o post de hoje, escolhi a cor violeta, uma singela homenagem à cor preferida de minha mãe e também de minha filha.

segunda-feira, abril 25, 2011

Registro

Dia 03/03/2011 me lembrei e mandei parabéns pelo aniversário de Julius.
Meus antigos leitores sabem quem é a personagem. Pensaram que nunca mais falaria nele? Pois é.. Uma vez que não foi constatada a morte, continuei a enviar cumprimentos pelo aniversário. Sábado. Mais de 40 dias depois, respondeu. Duas horas depois, me ligou.
Ainda não fiz nada. Escutei o homem apenas. Não me surpreendi. Falou de si mesmo.
Não deveria, mas me deixou triste.
Ainda me pergunto: ligou por quê?
Ah.. pelo menos confirmei que ele continua vivo. 
Disse a ele, com sinceridade, que pensei na possibilidade de ocorrer o que ocorreu ao P P... Jamais saberia. Ou saberia? Adiantaria saber? Não. Então... Pra que saber?





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O poço

Quando penso que ele não pode ficar mais fundo, às vezes fica. Mais escuro e mais profundo. Parece intransponível.
É um breu só.
Mas às vezes dá pra subir pelas paredes escorregadias.
Pra quê?
Pra subir e dar uma choradinha lá fora.. numa sombra de uma árvore...


Aí volto pra escuridão.


Mas sei que vou sair.. de vez em quando saio pra abraçar alguém...

quinta-feira, abril 21, 2011

Destemperança





Carta IV O Imperador – Fortaleza, realização dos desejos ocultos, proteção de amigo poderoso (que pode ser oculto). Passos corretos levarão a vitória.





Matar pode ser pela força do pensamento. É possível. O ódio pode ser últil, sim.
Dá pra acabar com alguém? Dá! 




Tarô das Bruxas

domingo, abril 17, 2011

Pedroca

  • Hoje ganhei um presente especial. Não foi hoje. Deve fazer uma semana.
    É mais um anjo de uma asa.  A quem emprestei uma das minhas. E ele me emprestou a dele. Juntos, abraçados, pudemos voar... E vamos seguir adiante!


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    Lua cheia, 19 de agosto de 1983 às 15:35 uma criança chorou.
    Em casa já estavam todos sentados, aguardando um menino que ia crescer e ser criado como um rei, sem pular nenhuma etapa de sua vida.
    Esse menino cresceu andando em tartarugas, brincando debaixo de um pé de limoeiro e sabugueiro. Todos os dias ia com seu avô na padaria comprar uma pacoça e um saquinho de leite. Quando ele voltava, a mãe já não estava mais em casa. Era aquela gritaria, aquele choro desesperador e o medo de nunca mais ver sua mãe. E era um choro tão puro que seu avô até achava graça. O avô entregava o saquinho de leite nas mãos da avó e ia com o menino lá pra atrás da casa, onde ele criava sete tartarugas. Era o único jeito de fazer o menino parar de chorar porque a mãe tinha ido trabalhar. Ele pegava o menino pelos braços e colocava em cima da tartaruga. E o menino, ingênuo, acreditava que a tartaruga caminhava com ele pendurado em seu casco e ria de soluçar.
    Quando cresceu mais um pouquinho sua diversão era perturbar a bisavó. Sim, porque ela era filha de índia com português e tinha um sangue esquentado. Sua diversão era pedir moedinhas à ela e quando ela negava recebia o título de bisa pão dura. Isso era o suficiente pra ela correr atrás do menino pra dar uma palmada nele.
    Às vezes também, ele deitava no chão pra ver o que tinha debaixo da saia de sua bisa e quando ela não via, ele avisava que estava ali:
    “_Toeta (como ela era chamada). Tô aqui ó!” Era a hora que ele tinha que correr muito em volta de um canteiro de 5 pontas que tinha no meio do quintal de sua casa, formando uma estrela.

    Sua avó era um doce! Preparava suco de goiaba todo santo dia. Quando ia levar o menino pra escola, às vezes o rosto dele estava sujo de pasta de dente. Sua avó umedecia o dedo com a saliva e passava no rosto dele pra limpar. Aquilo era a morte pra ele! Sua avó o levava ao parque, às praças, a outros estados, junto com sua mãe.
    E assim foi crescendo o menino, batizado como “JAIME”, numa homenagem feita por sua mãe à seu avô. Mas foi apelidado de PEDROCA pelo velhinho que lhe venerava. Segundo ele, Pedroca era o nome de um boneco que era muito parecido com seu neto. E foi crescendo o Pedroca mais um pouquinho.
    Logo depois resolveu trocar a tartaruga por amigos de verdade. Resolveu brincar com seus bonequinhos de luta debaixo de um limoeiro. E quando somos crianças, um pé de limão pode se tornar uma floresta amazônica. E era assim que o menino brincava. Ele via índios escondidos no meio da mata, tigres ferozes querendo lhe atacar. Mas seus amigos super poderosos lhe guardavam dos perigos da floresta e matavam todos os inimidos com suas espadas.
  •  
    E assim cresce o menino: criado com base cristã, aprendendo a respeitar tudo; a não ser malcriado, a não mentir, a não falar com estranhos e todas aquelas coisas que uma boa família ensina.
    Sua mãe era evangélica, mas o menino mais seu melhor amigo resolveram fazer catecismo. Sua mãe concordou que ele deveria escolher sua religião e permitiu que o filho fosse. Chegando lá, no terceiro dia de catecismo a tia Fátima foi reclamar com sua mãe porque o menino não ficava quieto. Ele ria a aula inteira, atrapalhava a concentração dos outros. A mãe do Pedroca ficou com tanta vergonha e quando foi conversar com ele, ouviu o bizarro argumento de que a Tia Fátima era portuguesa e ele achava estranho ouvir o que ela falava. Então a mãe caiu na gargalhada junto com ele e resolveu tirar o menino do catecismo.
    E de repente vem um golpe do destino: o homem que lhe criara como filho foi morar com papai do céu. Foi aquele choque! E o menino chorou. Chorou porque perdeu um avô que foi seu pai, e infelizmente o coraçãozinho dele parou de funcionar. Todos fizeram o que podiam, mas assim foi! Dia triste, coitado do menino!
    Mas o menino continuou sua luta. Continuou indo à escola, estudando muito!! Às vezes chamavam sua mãe no colégio porque ele era atrevido e brigava com amigos, colava em provas, ouvia discman na hora da aula e quando o professor lhe tomava o objeto, ele só falava que era dele e que se o professor quisesse um teria que comprar. Era conhecido no colégio que foi construído em homenagem à Virgem de Fátima. Coitada da santa, deve ter ficado desorientada com as besteiras do Pedroca.
    E o menino foi esticando e chegou ao final do ginásio. Sua mãe, com muito sacrifício, pagou excelentes preparatórios, explicadora particular e o menino pode escolher onde ele faria o segundo grau técnico. Optou foi fazer Administração de empresas.
    Cresce o menino e hoje já é um HOMEM!
    Um homem bem criado, sensível, organizado, apegado à família.

    E depois de oito anos, seu vovô resolveu ir na casa de sua bisa e leva-la pra morar junto com ele lá no céu. Foi aquela tristeza! Uma velhinha curvada que sentava na pracinha que tinha em frente à sua casa e falava que era pros meninos levaram as mulheres pro meio do mato e fazer isso e aquilo. “_não paga motel não. É tudo piranha. Não gasta dinheiro com elas não. Come elas no meio do mato mesmo.”
    E ela era a diversão da rua. Às vezes ela esquecia de se vestir e ia pra rua pelada. Ficava dando voltas no ônibus circular de seu bairro por mais de 5 horas e dizia pra todo mundo que o motorista era o seu namorado. Ela escrevia cartas de amor, dava um pão com queijo ou mortadela pra ele todos os dias. Assim como os amigos do Pedroca, o motorista também achava graça daquilo.
    E essa graça tinha partido de vez. Era chato saber que não mais teria esses momentos em sua rotina.

    Pedroca terminou seu segundo grau e já com 18 anos resolve sair de casa pra ser independente.

    Quando um ano depois, seu avô junto com sua bisa decidiram visitar sua família de novo e levaram sua mãe embora.
    Esse dia foi ENLOUQUECEDOR! Pedroca achou que ia ficar louco! Por cinco segundos seu cérebro parou de funcionar. Era um choro de desespero! Fez tudo o que podia fazer pra alegrar a mulher mais importante de sua vida!
    Sua mãe era seu espelho. Ele às vezes ficava parado só olhando pra sua mãe cozinhar, lavar roupa, e lhe admirava de uma maneira absurda. Todos os dias tinha que lhe dizer que a amava mais que tudo! ISSO HAVIA ACABADO!
    Quis se revoltar com Deus, xingou, gritou, berrou... Mas Deus, em sua infinita sabedoria, fez com que o TEMPO curasse a dor, fez com que a resignação fosse agora sua mais nova rotina. E o Pedroca foi crescendo. Agora todo seu amor, ternura, amizade, carinho, fidelidade, zelo era com sua avó.
    E passam-se mais 5 anos, adivinha:
    Sua mãe estava com muita saudades de sua avó e resolveu ir busca-la.
    E o menino perguntou à Deus:
    “_Porra, tu tá de sacanagem comigo né? Tenho 27 anos, tu já levou meu avô, já levou minha bisa, minha mãe e agora a minha avó? Que caralho hein!Minha bisa já era velhinha, eu concordo! Mas pq que minha mãe e meus avós tiveram que ir agora cacete? Eu preciso delas, e agora eu vou fazer O QUÊ? Quer me levar também? Me leva caralho!”
  • E Deus, em sua infinita misericórdia, riu do jeito que ele falou e lhe respondeu assim“_Meu filho, vc só tem 27 anos, mas não é o único que passa por isso. O ciclo tem que continuar. Não posso parar a terra porque você está triste. Confia em mim, confia em você, confia nos teus amigos, eles são anjos que mandei pra cuidar de vc. E toma esse DVD aqui. Depois que você ver, vc vai entender a minha mensagem. Filho ingrato da porra, seu viado safado!”

    Aí eu coloquei o DVD. E CHOREI, chorei, chorei...
    Porque vi que nas minhas loucuras infantis, nas tartarugas, nos choros, na vontade de me tornar independente, na vontade de dizer que amava minha família e em mais um milhão de coisas eu VIVI TUDO!! Vivi coisas que talvez um homem de 50 anos não tenha vivido.
    Eu disse “eu te amo” mil vezes por dia pra todas as pessoas que eu amei. Eu recebi abraços, educação, conforto. E vi que é bom demais saber que eles sabiam o quanto eu os amava, lhes admirava. E hoje só agradeço, com um amor infinito que existe em mim, por TUDO que eu tive. Eu não tenho uma casa, eu não tenho um carro, eu não sou rico; mas a minha maior riqueza, com toda certeza, é a última frase que a última pessoa que me criou me falou.
    Ela estava dodói, deitada, eu fui pra casa dormir e dei um beijo nela. Falei: “_velhinha, vou pra casa mimir e minha tia vai mimir aqui com vc tá? Fica boa logo pra vc ir morar junto comigo! Te amo!

    Ela me puxou com o braço direito, abriu os olhinhos e disse: “_Meu filho, Deus te abençoe!”. E fechou os olhinhos. :( Já não podia me falar mais nada.

    Tem como não ser feliz? Tem como não agradecer à Deus? Tem como se revoltar depois de ouvir isso? JAMAIS!

    Eu tive a melhor família do mundo! E se um dia Deus pudesse mandar isso aqui pra eles, eu ia perguntar ao meu avô onde estão as tartarugas, com certeza devem estar vivas em algum canto e ia lhe dar uma paçoca.
    Ia perguntar à minha bisavó se ela me dava umas moedinhas. Ia reclamar muito com a minha mãe porque ela não esperou a neta nascer. E ia falar com a minha avó que ela era uma velha maluca e que ia leva-la ao baile da terceira idade pra ela arrumar um macho. Ahuauhauhuha E ela ia me xingar, e eu ia fazer cosquinha nelae no final eu ia fazer o de sempre: beijar o braço subir o pescoço e fechar o beijo lambendo o rosto dela. Auhsauhshu
    Aí ela ia gritar: "_Pára PORRA! Nem depois de velha a gente tem sossego? vai arrumar uma mulher ou um macho, sei lá. mas me deixa em paz"

    E ia me dar um tapa no braço. auhauhhua
    Aí depois de 5 minutos ela ia começar a me atentar só pra eu fazer cosquinha nela de novo.

    Família: eu amo demais!!! Eternamente VIVOS!!! AMO MT! OBRIGADO MESMOOO!!!!
    EU SOU O QUE VOCÊS ME ENSINARAM! EXATAMENTE DO JEITINHO DE VOCÊS! E QUANDO QUISEREM, PODEM VIR ME VISITAR. MAS SE ME LEVAREM PRA MORAR COM VOCÊS AGORA EU VOU FICAR MUITO PUTO. PORQUE NÃO FIZ NEM A METADE DO QUE EU QUERO. AUHAUHAUHHUAHUAHUAUHAHUHAH
    HUAUHHAUHUHA
    AMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
    OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO VCS!


    Texto de Jaime Fernandes, postado em seu Facebook no dia 17 de abril de 2011 - pela manhã, enquanto sente o cair da ficha da partida de sua avó querida

sábado, abril 16, 2011

Virada Cultural

O som da música e das vozes chega às minhas janelas


Tanta gente vem de longe.


Eu não posso ir à esquina


Hoje fiz panquecas, descongelei ultima sobra de ravioli pronto. Só depois de tomar passe e afastar os bichos estranhos, batendo com as mãos e alisando o estômago, consegui comer um pouco. Muito pouco...


Tristeza é a minha companheira de hoje.


Mas consegui esticar o pescoço acima do poço.. Por breves, fugazes instantes... Uma pessoa me ajudou espontaneamente. Mas essa nem soube de minhas angústias. Só eu sei das alegrias. Pedi socorro, desesperadamente, chorosamente, angustiadamente para algumas. Atenderam. Mas na base de saca-rolhas.


Das criaturas perto de mim, apenas os felinos perceberam minhas lágrimas. Elas escorreram muito.. De tao intensas, parecem esguichar, em muitos difíceis momentos.
.
Não estarei assim o tempo todo. Penso em Realengo, penso em tantas desgraças. Não posso chorar tanto por ser mãe, se comparada a aquelas. Não posso chorar se minha cria segue viva. Não posso querer mais perto de mim. Mas choro diante da dificuldade de seguir só com minha imensa cruz. Mas vou cuidar dela. Pelo menos há alguma compensação.


Consola-me a imensa alegria que brota sem culpas em fugazes momentos. Secretos, em que sorrio no íntimo. Compensa tudo. Só em imaginar. São sensações sentidas. Observdas. Nunca verbalizadas. Que nao ousamso confessar. Mas que nas entrelinhas brotam fortes. Muito fortes. Emocionantes.
 Sim, Cecília. Escrevo porque o instante existe! Sim, tenho também fases como a Lua... e de ser a face oculta!

quarta-feira, abril 13, 2011

Gatices



Que incrível coincidência que Nanci tenha tido uma gatinha chamada Lua. 
Os nossos eram Luc, Lea e Lua, três irmãos. Luc e Lea eram do tipo frajolinha, com a capa preta e barriga branca. Lua foi única que saiu ao pai, Édipo, que era siamês. Porém Édipo era um siamês de botinhas brancas. Lua é perfeitinha, sem manchas fora do lugar.Talvez por ser muito linda, era muito fresca, brava.

Embora pequenininha, batia em todos, sorrateiramente. Não gostava de colo, era muito arisca. Quando Paulo ia ter alta, depois de 5 meses no hospital,  precisei despachar alguns felinos.

Tinhamos uma coleçao de 9 gatos. Era ele quem os mimava e paricava. A mais velhinha, Dalila, ficou o tempo todo dormindo na área de serviços, em cima de uma secadora Enxuta desativada, como que olhando em direçao a Santa Casa, onde ele estava. Parecia que sabia... No dia em que ele voltou pra casa, ela correu pra dormir no pé dele, como sempre fez...

O primeiro a ir embora foi o meigo e lindo Édipo, pai de todos. Seguiu pra casa de minha amiga Rosi, em Osasco, de onde infelizmente desapareceu. Quero crer que tenha sido raptado por alguém que ame gatos e esteja bem, cuidado pelo novo dono.

A segunda a seguir pra novo lar foi a Lua. Mas no dia em que minha amiga Angela veio buscá-la, ela se escondeu de um jeito que não a achamos por uns três dias. Porém, a Lea se encantou pela Angela. Foi paixão a primeira vista. Fez charme e até entrou espontaneamente no cestinho pra se mandar.

Nessa época, conversava muito com o Fred pois Dona Clara, a mãe dele, também sofrera AVC. Mesmo sabendo do sufoco de cuidar de um doente acamado em casa, perguntei a ele se não aceitaria uma gatinha, já que a família adorava animais. 

F r e d falou com Marta e ficou tudo acertado. Para evitar nova fuga, acondicionei a Lua em uma caixa de papelão, que enrolei com sacos reforçados de lixo e amarrei com muitas faixas. Marcus veio pegar ao anoitecer, vindo da Casa Verde.

 E eu fiquei com coraçao na mão, aguardando notícias. Já imaginava cenas do pobre amigo todo arranhado pela fera. Liguei depois de uma hora e meia. Marta me disse: "Ela chegou no pescoço do Marcus". Aí ele contou que a danadinha escapuliu dentro do carro, feito Magaiver. Ele fez um cafuné e a Lua foi sentadinha no banco da frente. E a Lua passou a reinar na casa dos F r e d i a n i. Sou muito grata e feliz por isso!
Também sou muito agradecida a Rosi, que prontamente se dispôs a receber Édipo. Quero deixar claro que, em nenhum momento tive qualquer mágoa.
Na casa Ângela, Lea mudou de forma, cresceu e ficou carinhosa. Parece até "outra pessoa". Aqui era arredia, arisca, não gostava de colo. Lá, é um dengo só.
Creio que sou uma boa distribuidora de gatos!

segunda-feira, abril 11, 2011

Quem acredita sempre alcança!

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.
Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.
Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!

(Renato Russo)


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Tempos em que eu era muito feliz e não sabia...


Recordar é viver?




Do meu calabouço secreto...


29/07/06
surpresa! 


De repente, vejo duas letrinhas em negrito na minha página do Gmail. Era ELE, dizendo: "voltei". Não é que minha tarde mudou de colorido e retomei meu trabalho com maior pique?
Mais uma ilusão, mais um sonho? Certamente... Mas que delícia! Só em saber que tudo correu bem e que está nesta cidade, mesmo que do outro lado. E pensar que se lembrou logo de me avisar. Fiquei feliz! Sou boba, sou boba, sou boba, sim!


25/08/2006:
"como anda o coração?" 


Foi o que aquela pessoinha me perguntou. Sim.. o coração. Quando ele mandou um beijo no coração pela primeira vez, eu achei bonitinho. Agora, eu acho essa expressão dose! Horrível, falsa nojenta... Mas respondi que o coração está tranquilo.
Sim, está tranquilo, mas ele dá pulos quando penso em outro alguém. Esse se faz de mau, diz que só quer me comer... Parece franco, mas que droga que é ser mulher, né? A gente não acredita, quer pensar diferente: "não, ele gosta de mim". Mas, por que diabos preciso que o cara goste de mim?




quinta-feira, abril 07, 2011

Já estive por lá!

No fundo do poço

Um texto muito intenso de Cora Rónai, colunista do jornal O Globo. Está em http://cora.blogspot.com/
Mas como o link sempre remete pro último post, reproduzo a íntegra.




O fundo do poço é igual à boca do poço, só que é diferente. No fundo do poço tudo parece continuar na mesma. Os dias se sucedem, os problemas e os livros na mesinha de cabeceira se acumulam, as contas chegam, o elevador para para manutenção, chove e faz sol como a meteorologia é servida. A aparência de normalidade é tão angustiante que dá vontade de gritar. Para quem está no fundo do poço, “normalidade” é um estado que não existe.

Problemas e contratempos que, na superfície, têm enorme significado, passam a acontecer num universo paralelo, sem substância. No fundo do poço nada tem importância além do que realmente importa: a pedra no peito, o medo de pensar, o pavor do silêncio, a ausência de sinais de vida verdadeira.

* * *

O ar é pesado no fundo do poço, mais ou menos como a água que, em mergulhos profundos, é tão pesada que achata as bolhas de ar. Quem já esteve no mar sabe como é. É por isso que, no fundo do poço, às vezes até respirar dói.

* * *

O mundo e as pessoas são diferentes vistos do fundo do poço; os gestos – ou a ausência deles – ganham dimensões às vezes amplificadas, às vezes distorcidas, como imagens vistas à distância num deserto escaldante. Por outro lado, se há uma vantagem no fundo do poço, é a nitidez com que se percebem os sentimentos, nossos e dos outros.

Amigos próximos que não dão sinal de vida talvez não sejam tão amigos ou tão próximos; conhecidos distantes, às vezes até geograficamente, revelam-se surpreendentemente próximos. No fundo do poço, qualquer carinho reverbera nas paredes e, como um eco, é por elas amplificado; um abraço mais apertado, um olhar que diz “Estou aqui”, um email. O silêncio, inversamente, escorre poço abaixo, como uma gosma gelada, criando dúvidas e distâncias onde, em circunstâncias normais, nada existiria. Mas, eu não sei se já disse, no fundo do poço não há circunstâncias normais.

* * *

A vida não para no fundo do poço, mas se torna bastante difícil. Acordar é uma decisão penosa, e muitas vezes inútil: acorda-se na cama para pouco depois se adormecer no sofá. Nos dias bons dorme-se o tempo todo no fundo do poço, um sono pesado e sem sonhos. Nos dias ruins quase não se dorme, porque basta fechar os olhos para que os sonhos se transformem em pesadelos. Os dias bons, felizmente, são maioria.

* * *

No fundo do poço o cérebro é, na melhor das hipóteses, um orgão inútil. Não serve para nada. É incapaz de se lembrar de um nome, de um número ou de tarefas a cumprir. Não consegue se concentrar o suficiente para a leitura de um livro, ou para que um filme faça sentido: no fundo do poço, um filme é apenas uma sucessão de imagens desconexas e desinteressantes, incapazes de segurar o olhar.

Reduzido ao seu nível mais primário de funcionamento, o cérebro serve apenas para executar tarefas simples, como jogar Angry Birds ou subir fotos para o Instagram.

Mas não me entendam mal: um cérebro imprestável desses é uma benção, porque nos dias em que funciona como deveria, o cérebro é a mais eficiente máquina de lembranças e pensamentos torturantes.

* * *

Nada vale a pena no fundo do poço: sair de casa, andar pela cidade, ir ao shopping, criar ikebanas, montar quebra-cabeças. Dizem que exercício ajuda, mas para fazer exercício é preciso chegar à academia, e para chegar à academia é preciso sair de casa – sair de casa sendo, talvez, uma das coisas mais difíceis de se executar no fundo do poço. Até encontrar os amigos é complicado, porque as conversas se tornam tão difíceis de acompanhar quanto a atmosfera feliz que costuma reger tais encontros.

Viajar quebra um pouco essa rotina asfixiante, mas na verdade não resolve nada, apenas leva o fundo do poço para outra paisagem.

* * *

Os gatos sabem o que é o fundo do poço e evitam perder seu bípede de vista. Fazem turnos de colo e de demonstrações de afeto e, à noite, esquecem suas eventuais divergências para dormir todos juntos na cama, formando uma pequena barreira de bigodes contra os maus espíritos.

* * *

O fundo do poço tem poder. Quanto mais tempo se passa no fundo do poço, mais tempo se passa no fundo do poço. Lutar contra o fundo do poço é praticamente impossível. Pode-se fugir dele por pequenos intervalos de tempo, com simulacros mínimos de normalidade: acender bastõezinhos de incenso, fazer as unhas, passar hidratante, cortar o cabelo, usar perfume. Não adianta nada, mas despista.

* * *

Só se pode ver o fundo do poço com a ajuda da indústria farmacêutica. A seco, o fundo do poço aperta o coração, corta a respiração e vira um buraco negro de dimensões e conseqüências inimagináveis. Um tarja preta bem receitado permite, porém, que se veja o fundo do poço como ele é – como se nos víssemos a nós mesmos de um outro plano, uma outra dimensão. O fundo do poço não desaparece, mas torna-se compreensível, uma esfinge enfim decifrada.

* * *

Não se consegue chorar no fundo do poço.   


(O Globo, Segundo Caderno, 31.3.2011)


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Já cheguei a ele muitas vezes. Muito profundos, aterrorizadores.
Na atual conjuntura, estou nele há um bom tempo. Talvez um poço dentro de outro poço. Ou um buraquinho terrível onde enfiei o pé, lá no fundo do poço. E está cheio de lama. Lama muito grudenta e fétida.

Assim como acontece com minha colega Cora, é uma situação que não depende de mim. Estou no fundo do poço com alguém me pisando, empurrando lá para o fundo. Tento sair dele para buscar ar. O ar vem em forma de tecladas no msn, e-mails, facebook, orkut, longos telefonemas..
Alguns amigos especiais que me tiram de vez em quando de dentro do poço, com braços muito fortes. Alguns braços mais potentes que outros, que ao içar, me apertam contra o peito, me enchem de energias boas.. Ainda bem que, além de amigos assim, existe ainda uma luzinha lá em cima, mostrando, provando que dá pra talvez, um dia, sair definitivamente de dentro desse poço. É a esperança!





quarta-feira, abril 06, 2011

parece que nao...

... mas a duras penas aprendi a conhecer as pessoas. 
A valorizar menos as palavras.
Aprendi que o que valem são os gestos, as atitudes.
De nada adianta falar de perfume, cabelos, olhos, cheiro...
Adiantam as atitudes.


Pude ontem perceber isso... 
Nos detalhes, nas entrelinhas
Nas palavras não ditas
Naquele olhar indescritível...
Em um simples não abusar...


Estou grata e feliz.
Se um dia você ler aqui, entenderá
Saberá de quem eu falo...


Assisti ontem ao Divã, a minissérie
Pensei muito nisso tudo.
Sou feliz como sou!