quinta-feira, novembro 10, 2005

Ocupadinha

Ando sem escrever porque tô concentrada em outros textos: contos porno-eróticos. Acreditem, sim! É verdade.

Pena que não posso postá-los aqui pois serão publicados em breve. Aí, só falta dizerem que eu plagiei da Internet, de um certo blog.. ahahahah

Mostrei os contos para alguns amigos. Em breve falarei sobre as reações deles. Fiquei surpresa ao constatar que pessoal de nível melhor gostou mais. Mas tentei escrever pro povão. Até disse que meu público deve ser tipo motorista de táxi (epa!), porteiro de prédio, servente de pedreiro, etc. Que preconceito, né?

Na verdade, ainda estou me perguntando: quem lê revistinha pornô?

Os episódios não são autobiográficos. Mas aqueles em que coloquei as personagens no lugar e época de minha adolescência ficaram melhores. Tentativa de primeira pessoa, no masculino, soou falso, como era previsível.

Contei outro dia pra um amigo: a primeira vez que escrevi esse tipo de coisa foi há uns 25 anos, na minha primeira crise de quase desemprego.
Estávamos todos de aviso prévio, depois que a redação da revista em que eu trabalhava fechou. Alguns de nós saíamos mais cedo ou chegava mais tarde pra procurar trabalho. Certo dia, um dos meus colegas (20 anos mais velho do que eu) chegou com uma novidade: havia arrumado bico pra fazer textos pornôs para uma revista multilíngue. Disse que estavam precisando de mais gente, especialmente uma redatora do sexo feminino. Resolvi ir espiar.
O cara que me atendeu tratou profissionalmente, apesar de ter a maior cara de tarado. Me passou umas fotos de sacanagem sem pé nem cabeça. Daquelas bem ginecológicas. Um teste pra fazer em casa. Naquela época AC (antes do computador), imperava a ditadura gráfica, em que o diagramador colocava assim: 23 linhas de 32 toques - corpo 12 sobre 14. Então, num papel chamado lauda, na máquina de escrever, a gente datilografava (que nem teclar) 12345678901234567890123456789012, perfazendo o número de toques. Aí, puxava o tabulador e ajustava pra parar naquele ponto exato, pra sair uma coluna uniforme. Não podia botar hífen pra separar sílabas pois aquele toque desandaria tudo.
Então, eu fui pra casa com aquele envelope suspeito e, na calada da noite, olhei pra aquelas pessoas da foto (uns 3 casais) e escrevi uma suruba.
A primeira historinha foi fácil. E depois? Quando tive meu texto aprovado e fui chamada pra fazer frilas fixos, fui a uma livraria e comprei 2 volumosos volumes do que tava na onda na época: Relatório Hite. Também trouxe um livro da M arta Su p licy, no auge do sucesso no programa matinal na G l obo, o TV Mulher ( O melhor resultado daquilo foi Olga Del Volga, com P atricio Bi s so.. lembram?)

Tô falando lembram.. .Tsc, tsc... Agora que me lembrei que muitos dos meus leitores nem tinham nascido!

Pois é, gente... E esta é minha terceira empreitada pelo caminho da pornografia... SAbem duma coisa? Depois daquele tempo veio a liberaçao total da censura, chegou a Aidsm videocassete, o dvd, a internet, o sexo virtual... e tudo continua igual! Zéfiro ainda agrada muita gente! E não precisa ser velhinho nem motorista de táxi!