sexta-feira, abril 10, 2009

SEXTA SANTA


Hoje é um dia em que respeito muito o silêncio. Procuro meditar e até me sinto constrangida a comer antecipadamente chocolates de ovo de Páscoa. Procuro conter a gula diante de uma bacalhoada.

Na minha ignorância, nunca compreendi bem o sentido do jejum...

Lembro-me de meu pai ironizando a tradição católica. Ele, que na maior parte da vida se disse ateu, demonstrava revolta contra a catequese a que se submeteram meus irmãos, sobretudo os que cresceram logo depois da 2a. Guerra Mundial, em meio a perseguição aos japoneses.

Na Sexta-Feira Santa, ele dizia algo como: "Hoje vocês católicos devem ficar com a cabeça embaixo do cobertor, chorando a morte de seu líder e jejuar... eu vou comer carne!"

Eu conheci a bíblia e o cristianismo ao entrar para a escola, no antigo grupo escolar. Perplexa ouvi a história da criação do mundo a partir de Adão e Eva. Tal qual indiozinhos catequizados por jesuítas, morri de medo que minha alma vagasse no limbo por não ser batizada. Então, me preparei para seguir os rituais... Mas veio o final do ano letivo e acabei perdendo a programação que incluía batismo, comunhão e crisma.  Naquele verão rezei muito as rezas que aprendi e implorei aos céus que não fizessem isso comigo, caso eu morresse sem ser batizada. Pedi que perdoassem meus pais também.

Mesmo assim... não segui adiante nesse processo. Acho que em respeito ao meu pai. Tendo escutado as argumentações dele, acabei deixando esse papo de religião de lado. No ano seguinte, pedi pra me excluírem das aulas de religião.

Depois... ao longo de uma vida inteira, tanto corri que nunca mais tive tempo para refletir sobre isso.. Talvez muito ligeiramente nas ocasiões em que me despedi de pessoas queridas... Meu pai, amigas, dois de meus irmãos e mais recentemente, minha mãe...

Agora, tal qual na parábola de "Pegadas na Areia", vi-me amparada pela fé, pelas pessoas que têm fé. E graças a ela estou aqui, lutando ainda pela recuperação do Paulo. 

E agora que aprendi, diante do desespero, a "conversar com Deus", o que eu faço?

Digo a Ele e a seu Filho, que certamente sua passagem pelo nosso planeta e o sacrifício não foram em vão. Com todo o respeito, admiro os rituais da Igreja Católica e reafirmo que não é por rebeldia que minha família e eu continuamos oficialmente fora dela, sem termos nos submetido a seus rituais de iniciação.

Peço perdão pelo desleixo e ressalto que minha fé se encontra hoje acima de tudo isso. Neste dia especial, procuro meditar e homenagear o falecido, do mesmo modo que faço em dias de aniversário de morte de pessoas da minha família. Não é um dia triste. É um dia de reflexão sobre suas vidas. De aprendermos com a história de sua passagem pela Terra.

quarta-feira, abril 08, 2009

novas motivaçoes

Depois de dois anos nesta luta, semana passada, baixou uma grande crise de desânimo. Dias terríveis. 
Vi que precisava levantar a cabeça, seguir adiante, me reanimar.
Procurei comunidades no orkut. Contatei algumas pessoas em situaçao semelhante e conheci uma novidade: chat em grupo pelo msn. 
Novamente retomei a alegria de conhecer gente nova. Descubro um mundo a parte.
Também me emocionei com aproximaça maior de uma amiga, ainda virtual. Ela é irmã de Ju, a quem citei aqui muitas vezes. Ju se foi há 12 anos, se nao me engano. Mas nos deixou de presente a família, de quem só me tornei amiga depois de sua partida.
Esta semana, apresentei a Adri (como a chamarei) este blog. Espero que ela não se assuste feito Alice e Eduardo... rsrsr