sábado, setembro 15, 2001

Hoje dormi à tarde e tive um sonho muito estranho. Dois amigos vieram me visitar. Um deles era Roberto. O outro, Dílson, que já morreu. Eu morava na casa de minha mãe e deveria ter uns 20 anos. Dílson me trouxe um presente de aniversário com antecedência. Era um quadrinho de parede com desenho infantil. Meu amigo esticou uma fita até o outro lado da sala e explicou que quando o dia chegasse, aquilo viraria um bolo! Fez uma demonstração: a caixinha virava um cubo decorado de chocolate com detalhes de cereja. Ele usava uma camiseta branca de listras azul-clara que vestia na última vez que o vi, lá na revista de cinema.
Hoje de manhã fui ao supermercado e pensei em comprar sal. Todas as vezes em que compro sal, me lembro do Dílson. Sabe por quê? Porque o pai dele era vendedor de sal. E um dia ele comentou: “você tem idéia de quantas vezes por ano a gente compra sal? Pois é, uma ou duas... coitado do meu pai... ele não podia arrumar outra coisa pra vender?” Desde então, toda vez que vou comprar sal, me lembro dele. Ultimamente, me lembro mais vezes pois uso sal light (sem sódio), em embalagens de meio quilo. Às vezes penso em comprar dois pacotes, mas me lembro dele e resolvo trazer apenas o necessário, para que possa tê-lo novamente nesta saudosa lembrança.
Já que meu interlocutor prometeu nunca mais ler este blog (será?), vou publicar o que ele disse:

Oii ... infelizmente não tinha nada para faze sm ser ficar de olho nos
leilões para q os banqueiros e o FMi ganhem mais dinheiro do povo sofrido
do Brasil e entrei no seu blog, prometo não mais fazer isso mas gostaria de
falar q não quero q vc tenha nenhum compromisso de ficar discutindo com o
chato aqui q detesta americanos, é um ponto de vista meu, e q a maioria dos
brasileiros pelo visto discorda,. Assim como o seu sonho é conhecer NY, eu
queria poder conhecer um pouco a Amazonia q é aqui no Brasil e q aqueles
babacas de merda americanos um dia vão destruir "em benefício da humanidade
(deles)"
Me perdoe, não sabia q eu era tão chato quanto eu descobri no seu blog, eu
tinha te falado sobre não querer saber do blog do Thiago e não me dei conta
de não abrir o seu. Gostaria q da próxima vez vc poderia ser mais honesta e
dizer as coisas para mim antes de eu saber q outros ja sabem de q eu sou
mais chato do q eu pensava.

sexta-feira, setembro 14, 2001

Hoje foi um dia escuro e chuvoso em SP. Eu só botei os pés na rua para ir ao banco pagar a taxa de Fuvest da minha filha. Só hoje ela me fala que tem apenas 3 dias pra se fazer as inscrições. Não tem jeito, a gente tem que pegar no pé mesmo.
Estranhas as reações de pessoas citadas no blog. Ainda bem que a maioria gosta, fica feliz em saber da sua importância no meu dia-a-dia, na minha vida. Engraçado também é notar como algumas pessoas não vestem a carapuça, não se reconhecem. E tem aqueles que vestem a carapuça e se revoltam. Eh, eh, eh.
Tive notícias de minha sobrinha Lu, que mudou de emprego, para um muito melhor. Sempre que tenho contato com ela, não posso deixar de me lembrar do pai dela, meu irmão. Passados mais de três anos, ainda tento compreender o gesto dele. De repente, baixou uma baita saudade. Dele e do outro, que se foi, contra a vontade, há três meses.

quinta-feira, setembro 13, 2001

Estou me segurando para esperar a versão em CD do “Mineirão”, como estão chamando o Dicionário Houaiss. Imitando Mário Prata, “adoro dicionário. Adoro as palavras. Trabalho com elas, vivo delas.” Tenho quase todos os de língua portuguesa, incluindo o CD da Porto Editora, ao qual resisti no primeiro dia da Fenasoft 2000 e acabei voltando dois dias depois só para buscá-lo. Digo que estou me segurando pois quando saiu o Aurélio séc. XXI, comprei na primeira semana por 140 reais (livro+CD). Em 10 dias, caiu para 100 e agora já tem CD oficial por 40 ou piratão por 10 reais em qualquer camelô.Minha amiga de NY mandou outro e-mail. Diz que está assustada e chegou à conclusão de que é melhor vir embora. Ela mesma espera que seja apenas reação de momento. Eu nem sei o que dizer...

quarta-feira, setembro 12, 2001

Como quase não trabalhei ontem, hoje foi dia de pegar no batente em dobro.
Estou cansada mas aliviada. Que bom que não aconteceu mais nada! Tive notícias da minha amiga Ângela de NY (ela estava no trabalho, em N. Jersey.
Ao longo do dia, tive uma discussão muito chata. Começou com um comentário que um amigo fez do tipo: "foi bom pra eles (os americanos) pararem de ser tão arrogantes". Eu nem ia comentar, mas na noite de ontem, soltei os cachorros. E hoje continuamos a discussão, por e-mail. Foi desgastante. Nem sei por que perdi tempo com isso. Acho que apenas vontade de brigar.

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Soube pelo ex-Lament@vel que saiu um artigo na FSP sobre blogs, ou melhor, criticando. Sei que é complicado um colunista ficar atrás de temas. E nada mais cômodo do que citar trechos de outras fontes para preencher o espaço.

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Julius ligou animadíssimo no final da tarde. Animadíssimo que fechou mais um contrato e continuará trabalhando em SP, mas avisando que terá de trabalhar esta noite num projeto. Dispensa delicada. Mesmo assim, fiquei feliz só de falar com ele. São 22h e vou responder uns e-mails ainda.

terça-feira, setembro 11, 2001

Pouco depois das 7 da manhã, quando lia sobre o assassinato do prefeito de Campinas, "Julius" ligou. Ontem eu havia ido dormir entre jururu e p.. da vida pois meu celular tocou às 06h45 e eu não escutei. Fiquei atenta o dia todo pois ele chegaria de João Pessoa. Que droga! Espero o dia todo e só às 19 e pouco vejo lá: “ligação não atendida”. Mas fiquei firme e não liguei pra ele. Hoje cedo, às 07h35 ele ligou. Estava chegando ao escritório, em Sto Amaro. Disse que de fato tocou do aeroporto e que o celular tinha ficado sem bateria. Conversamos meia hora sobre o crime e outras picuinhas. Isto porque ele trabalhou pro jornal da região que fez oposição ao PT . Com a perda do direito de resposta e derrota nas eleições, meu amigo perdeu o emprego. Como ele me lembrou que provavelmente seria feriado na cidade, por volta das 9 horas liguei pros meus colaboradores de lá. Perguntei pro Luiz como estavam as coisas. E ele: "Liga a tv" Mil pensamentos pela minha cabeça. O primeiro: tão perseguindo os assassinos do prefeito pelas ruas da cidade? Deslancharam o mistério do seqüestro do SS? Outra rebelião? Quando vi que a coisa era em NY, até fiquei aliviada. Mas foi por poucos segundos.
Sobre os acontecimentos de hoje, uma amiga escreveu:"Este será um desses dias inesquecíveis em nossas vidas. Daqui a uns trinta anos, nos lembraremos dele fazendo-nos aquela famosa pergunta "onde e o que você estava fazendo no dia do grande panico nos Estados Unidos?". Irá tranquilamente substituir aquela até hoje em voga "o que voce fazia no dia em que JFK foi assassinado?"
Pois é... Na hora em que tudo aconteceu, eu estava levantando conjecturas sobre o assassinato do prefeito de Campinas e defendendo o direito do Suplicy ser corno, neurótico e fora de sintonia.Entretanto, não creio que Marta tenha perdido a cabeça pelo franco-argentino. Inacreditável. Claro que entrei em choque com o machismo de Julius, criticando a tese de Marta que teria recorrido a experiências com ex-soldados americanos no Vietnã. Que papo mais doido.

segunda-feira, setembro 10, 2001

Nossa, que coisa mais ridícula! Estava tentando mudar o template do blog e clicando a lista errada para republicar. Por isto não mudava nada nos últimos posts. Mudava os antigos. É o que dá fazer as coisas sem ler. Preguiça de seguir as instruções, igual todo mundo.
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Lindo dia de Sol. A eterna sensação de que o tempo está correndo depressa demais.
Ontem teve um encontro de quadrinhistas na Comix. Não tive coragem nem saco para ir. Paulo foi e veio contando novidades sobre a velha turna da Abril. Alguns fatos supreendentes. Meu primeiro chefe (uns 60 anos) se casou recentemente pela segunda vez e tem um filho de 5 anos. Aliás, quase todo mundo está no segundo ou terceiro casamento. Às vezes me surpreendo com minha própria resistência. Já nem é resistência, é teimosia mesmo!
Há quatro anos meus planos eram outros. Sonhos de vida nova. Agora vejo tudo por outro ângulo. Do comodismo, O preço da liberdade é muito caro. E eu tenho preguiça. Entretanto, vejo-me cobrando uma posição. Claro que me sinto desconfortável diante de certas situações. Mas não sei viver sozinha. Não quero. E tá difícil achar uma companhia razoável. Então, vou ficando...
Tento rever conceitos sobre relacionamentos. Dia 8 fez um ano que conheci o Baixinho de Taubaté. Falamos sobre isso e ele deu a brecha para irmos comemorar. Mas não me animei. Deveria ir vê-lo para desencanar de Julius que chega hoje. Preciso ficar firme, nao correr pra ele balançando o rabinho feito cachorrinha saudosa. Ai, como isto é difícil! Mas, por via das dúvidas, acho que vou comprar uma roupinha nova e ir à manicure. Eh, eh, eh!

domingo, setembro 09, 2001

Jivago estranhou o fato de pouco falar dele aqui no blog. Na verdade, já pensei muitas vezes em comentar a respeito dele, mas sempre fico com receio de que ele não goste. Aliás, esse é um problema: a autocensura que a gente acaba se fazendo em razão dos leitores identificados.
Mas Jivago ainda é um mistério para mim. Tenho muitas vezes dúvidas se ele é assim estranho ou faz gênero. Quando eu falo muito sério, ele demonstra total coerência. Entretanto, muitas vezes diz que toma antidepressivos e passa até duas noites sem dormir. O que mais me encucou foi um domingo em que eu marquei hora de telefonar para ele. Havíamos nos falado 15 minutos antes e quando eu completei a ligação, atendeu o filho dele, informando que ele estava dormindo. Fiquei passada. Liguei porque fiquei muito preocupada. Ele falava muito no falecido pai, em comunicações com ele, esses papos que considero muito doidos. Me preocupa a forma como ele fala de morte. Sensação que eu tenho é de que o tema o fascina. Daí a busca do perigo.
Me desanimei um pouco com blogs porque pouca gente entende as minhas colocações. Acho que fui fundo demais em certas revelações... Mas tem que ser por aí mesmo, ainda que chocando muitos

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Não sei se são conjunções astrais. Mas esta semana foi de baixo astral para maior parte das pessoas que conheço. O caso mais grave é o do Jivago. Até acabei de fazer um post pra ele, lá no Desembucha. Mas foi só eu enviar os textos que o raio da página saiu do ar outra vez. Assim é muito pra cabeça. Mesmo assim, tenho dado prioridade a eles porque comecei lá e também pelo fato de ser mantido por brasileiros.
Estava me sentido péssima, completamente sozinha hoje. De repente, resolvi passear pelo blog do Ênio. Não é que ele leu o que eu escrevi e resolveu reagir e postar também? Foi uma coisinha muito pequena, mas eu fiquei superfeliz! Aliás, agora vejo que tenho sido um tanto displicente com esse amigo. Não dou a ele a atenção que merece. E agora me dou conta de que em breve vai fazer um ano que não o vejo. Eh, eh, eh. Aquele jantar no Shopping Paulista foi na véspera do feriado de 12 de outubro. Eu me lembro bem da data porque foi quando recebi um telefonema de Julius marcando para nos conhecermos. Fiquei um bocado constrangida com a situação, embora não tivesse “envolvimento” com Ênio e nem pensasse em tal possibilidade com Julius. O problema? Eram ambos contatos de Internet. E fiquei me sentindo meio "promíscua".
Mas nos dois casos, foi só um ponto de partida, pois hoje, com tudo que passamos (que só eu e ele sabemos), considero Ênio um amigo especial tão real quanto Roberto e Fábio.
Entretanto, amigos que fazemos depois de adultos são diferentes daqueles que plantamos até certa fase da vida... E amizade masculina é sempre masculina. Seria hipocrisia dizer que esse detalhe passa batido...