sábado, agosto 25, 2001



AAAAAAi. Minha nossa! Assim eu morro!

Ontem, depois de vacilar um bocado, escrevi para Julius:

“Queria...
Falar, falar , falar... sem este estranho pudor.
Queria não ficar tão passiva (nem sabia que sou assim).
Não ter pressa,
Não ter hora,
Dormir gostoso,
Não ter que vir embora.”

E ele:

“Mesmo quando você se vai
fica no ar teu cheiro doce
e mesmo que assim não fosse
teu sorriso está em minha alma.

Teu corpo me acalma
e aplaca a fome de calor
amor mais profundo
mundo perfeito em comunhão..

Falar, falar, falar
O mundo todo fala!
O tempo todo
todo mundo fala!
mas quando você se cala
no suspiro do prazer
não há nada mais o que dizer..
apenas sorver teu gozo
e prover outra vez
a luz que brilha no céu da boca
e explode como supernova
nos renova e recria
para a suprema alegria de viver...”

aaaaaai!
Esta semana pouco falei de mim, o que andei fazendo além de trabalhar. Quinta-feira, fui à manicure no final da tarde e voltei morrendo de frio. O que mais me faz sentir frio é ficar sem meias e/ou sapatos. Assim que liguei o computador, vi o nome "dele" online no ICQ. Como de praxe, falei "oi...". Ele responde com outro"oi". E completa: "Mudei de flat, agora estou no... rua tal, número tal". E eu: "humm". E ele:"é mais longe, mais caro e pior do que o outro, você vai ver." Não vou entrar em detalhes do que aconteceu depois, já que o espaço aqui é limitado a 2.000 toques! ah... Estraguei o pé. O esmalte grudou nas unhas e ficou uma porcaria.
Geralmente a primeira vez com alguém é ótima; Depois a coisa vai esfriando, esfriando... No caso de "Julius", foi o contrário. Da primeira vez que estive com ele, nem deu coragem de subir ao quarto. O jantar foi lindo, em clima de cinema. (Nunca antes havia jantado a luz de velas.) Mas quando ele disse: "vou fazer um convite...", eu juro que pensei que ele iria me convidar para outro evento! À minha frente passaram cenas de tosse, eu me engasgando, saindo correndo pro banheiro. Mas me controlei.
No nosso segundo contato, foi... eh, eh, eh.... meio dolorido. Voltei cheia de manchas roxas, mas gostei!
Depois, os poemas...( Também foi a primeira vez que alguém me escreveu poesia.)
* * * *
Lutei comigo mesma para não me envolver demais. Tanto é que em janeiro, fiz um esforço e saí com Paul. Deu pra me divertir e relaxar, mas quando nos despedimos depois do café da manhã, me senti muito estranha. Paul é ateu, irônico, cruel, e me revelou que contou uma grande mentira quando nos conhecemos. É baixinho, menos de 70 quilos, excelente preparo físico, de maratonista que corre 10 mil metros todos os dias. Ele usa força o tempo todo. Fiquei esfolada.
Julius, do alto de seus 1,90 e 120 quilos (agora tá com "apenas uns 108") é romãntico e delicado. Me cheira, me lambe e diz que sou deliciosa. Penso que ele vai mesmo me devorar, me engolir feito um urso a pote de mel.
Na sexta, Paul começou a me provocar, como na semana em que nos conheceços, em setembro (vi Julius pessoalmente em outubro). Fiz o jogo, brinquei mas na hora de marcar a hora e o local... Pulei fora!
Lembrei-me das sacanagens dele e não consegui relevar! Mas saí pela tangente e não mandei o cara à merda porque... nunca se sabe o dia de amanhã.. eheheeh!


Estou analisando o que é “sexo de boa qualidade” “fazer amor”, “dar” , “transar”, “copular” e “ir às nuvens”!

sexta-feira, agosto 24, 2001

Tive uns dias de muita indisposição, corpo mole, ligeiramente dolorido. Achei que era gripe chegando. Ontem cedo, tomei até um banho de sal grosso. Parece que funcionou, mas continuei com o corpo meio mole. Imagino a causa. Não sei se é auto-sugestão ou o quê. Acontece quando eu entro em contato com pessoas “carregadas”, com baixo astral ou às voltas com problemas pesados.
Passei a semana meio fora de sintonia. Houve duas mortes de pessoas ligadas a mim. Primeiro foi o tio da minha cunhada, lá da minha cidade. Era uma pessoa que conhecia desde criança. Ele tinha síndrome de dowm, uma pessoa muito dócil e brincalhona que se tornou folclórica. Passei durante seis anos em frente à casa dele, a caminho da escola. Estava sempre na calçada. Chegou à idade recorde de 58 anos, dizem que equivalente a uns 95 para pessoas normais.

Quando a poeira assentou, foi a mãe de Ricardo, o assessor de imprensa do meu irmão. Morte súbita, aos 71 anos. Meu amigo há mais de 20 anos, ele muito raramente falou da família. Sempre dizia que família são os quatro filhos e a mulher, nada mais. Mas agora, na hora final, foi ele quem tomou as providências em relação à mãe. Até me ligou pra pedir umas dicas. Ele é da quarta geração de japoneses. O bisavô dele veio antes do Kassato-Maru e não manja nada de cultura japonesa ou budismo. Casado com uma capixaba, foi comer sashimi depois de adulto, e não fala uma palavra em japonês. Mesmo assim, se viu às voltas com aqueles rituais de incenso, distribuição de koodem (um envelope com dinheiro que parentes e amigos dão à família do falecido em sinal de condolências). Ricardo me disse que fez tudo “como se deve” em consideração ao pai, porque ele não vê sentido algum nesses ou outros rituais funerários. Só faltou um dia ao trabalho e ontem estava todo animado para ser mestre-de-cerimônias num evento do governo. Ainda bem.


quarta-feira, agosto 22, 2001

Dia de chuva e frio, típico em SP. Moleza, preguiça, sono... Não botei os pés na rua e brinquei de “vaca-amarela” comigo mesma pra concluir um trabalho. Consegui resistir às tentações!

terça-feira, agosto 21, 2001

Blogando rapidinho.Tem dois momentos em que adoro gastar: quando estou feliz e quando estou meio deprê. Hoje comprei 3 pares de sapatos e uma calça jeans com bordado na perna. Não resisti pois já havia namorado a calça quando custava 150 reais. Claro que deve ser porque a moda passou. Eu não ligo tanto pra moda e hoje a butique estava queimando o estoque por 30 reais. Achei o modelo meio estranho, mas a balconista insistiu para que eu experimentasse. Quando coloquei, a calça caiu feito uma luva (eta expressão ridícula). Bem coladinha, com cintura meio baixa, mas sem estar caindo( não agüento calça que parece que vai escapar da bunda quando a gente anda.), e um bordado chocante, com aplicações nas pernas. Ela abriu a cortina e mostrou pros freqüentadores, que fizeram coro do tipo “compra, compra!” E em seguida, foram os sapatos. Todos por 1/3 do preço. Vão se juntar a mais 3 outros pares que nem estreei. Que loucura! Mas eu sou fissurada em sapatos. Gostei tanto do modelo que comprei um de cada cor: vinho, roxo e preto! Nada como ter um dia de mulher fútil! Ah, estava meio desanimada, cansada do trabalho, mas quando saí pra ir ao supermercado, não é que o celular tocou? Ah, adivinha.... Aí, que supermercado o quê! Comprei duas pizzas Sadia e entrei na butique!

segunda-feira, agosto 20, 2001

Trabalhei direto, o dia inteiro hoje, desde as 06h30 da manhã. Tou com a bunda chata. Ao meio-dia consegui entregar uma das revistas e estou ainda correndo para finalizar a outra. Até que o resultado final foi bom. Fico aliviada quando consigo fechar. Mas essa foi só a primeira etapa. Faltam ainda os detalhes técnicos, que aumentam cada vez mais. Coisas do tipo fazer códigos de barras, checar preços, expediente, etc, etc. Odeio isso tudo e fico maluca com os números.
Viram que não tive tempo pra pensar em mais nada, né? Segundona...

Fiquei triste com o fim do blog do Lament@vel. Mas não perco a esperança de que ele volte. O moço tinha pretenções literárias e se comunicava legal.

Hoje, pela enésima vez, tomei uma resolução: não vou mais me comunicar com pessoas que me aborrecem, que sejam baixo-astral, que só se queixem da vida ou me falem de problemas. Tô fora!

domingo, agosto 19, 2001

Final de semana familiar, com almoço na Liberdade e pequenos afazeres domésticos.
**********
Há dias que ando pensando no Alberto. Tem pelo menos um ano que não o vejo. Foi meu colega de faculdade e a vida virou de ponta-cabeça para ele várias vezes. Casou-se há uns 5 anos com uma garota trinta anos mais jovem e agora é dono-de-casa, como costuma dizer. Cuida dos filhos de quatro e dois anos. Eu tinha vinte anos quando ele me contou a idade: 35 anos. Fiquei espantada. Achava incrível alguém estudar “naquela idade”. Hoje telefonei para ele. Ficou feliz e o convidei pro almoço. Mas ele disse que estava completamente liso. Não poderia gastar 10 reais com a passagem de Taboão da Serra até aqui. Me ofereci para reembolsá-lo, mas parece que não tinha à mão nem 5 reais. Tentei animá-lo, lembrei que o mundo mudou e a nossa expectativa de vida também. Disse que vamos todos chegar aos 90 anos, portanto, ele ainda tem pelo menos mais 1/3 pela frente. Aconselhei-o a buscar ajuda com um vereador da colônia para tentar a legalização de um ponto como camelô. Isto porque houve épocas em que ele vendia bonsai, lá na Paulista, e ganhava uma grana legal. Não sei por que, essa idéia me veio à cabeça quando falava com meu irmão sobre William Woo e descobri que a mãe dele é japonesa. Senti que o cara pode dar uma força. Não prometi nada ao Alberto, mas se ele estiver a fim, dou um jeito de pô-lo em contato com o vereador. O cara é jovem, vem de família de políticos (bisavô foi interventor em Taiwan) e certamente quererá fazer uma média. Peço uma cartinha de recomendação ao meu irmão.
Infelizmente não há condições de Alberto voltar ao mercado de trabalho. Quando o conheci, ele chefiava uma equipe de tradutores numa multinacional e tinha até secretária. Era um dos poucos que ia de terno pra faculdade. Devido a problemas neurológicos (ele só andou aos seis anos), nunca conseguiu redigir direto na máquina de escrever. Imagine então com computador. Muito difícil se adaptar à velocidade que se exige atualmente de um jornalista ou mesmo tradutor.
Não sei por que, sempre associo a imagem de Alberto à de meu falecido irmão. Tinham quase a mesma idade e ambos se deram mal com as mulheres, mas fizeram monte de filhos. Ah... Um a coisa que acabou me ligando definitivamente a Alberto, apesar de achar que ele não é nenhuma flor que se cheire, é que ele deu meu nome (em japonês) à primeira filha dele, que deve estar hoje com 20 anos.
Vou passar um livro de piadas para ele me traduzir com calma. Na verdade uma tradução não cabe no meu borderô, mas também não vai diminuir tanto os meus lucros assim.
Pois é, nem sempre a gente escolhe os amigos pelas qualidades positivas. Às vezes eles caem na nossa frente e a gente acaba gostando deles, sem um motivo justo. Eu devo ser também estranha, pois tenho alguns amigos de quem sou a única amiga.
*********
Por falar em amigos... Que estranho! Hoje foi aniversário do Roberto e nada de ele atender o telefone! Não deve ter viajado. Acho que ele fugiu dos cumprimentos. Percebi que ele anda meio em crise com esse negócio de idade (é dois anos mais novo do que eu) pois todos lhe cobram casamento, filhos, etc... Eu também acho que bem que ele podia se casar. Até brinquei com ele que iria apresentá-lo a uma de minhas sobrinhas. Eh, eh, eh!