sexta-feira, agosto 24, 2001

Tive uns dias de muita indisposição, corpo mole, ligeiramente dolorido. Achei que era gripe chegando. Ontem cedo, tomei até um banho de sal grosso. Parece que funcionou, mas continuei com o corpo meio mole. Imagino a causa. Não sei se é auto-sugestão ou o quê. Acontece quando eu entro em contato com pessoas “carregadas”, com baixo astral ou às voltas com problemas pesados.
Passei a semana meio fora de sintonia. Houve duas mortes de pessoas ligadas a mim. Primeiro foi o tio da minha cunhada, lá da minha cidade. Era uma pessoa que conhecia desde criança. Ele tinha síndrome de dowm, uma pessoa muito dócil e brincalhona que se tornou folclórica. Passei durante seis anos em frente à casa dele, a caminho da escola. Estava sempre na calçada. Chegou à idade recorde de 58 anos, dizem que equivalente a uns 95 para pessoas normais.

Quando a poeira assentou, foi a mãe de Ricardo, o assessor de imprensa do meu irmão. Morte súbita, aos 71 anos. Meu amigo há mais de 20 anos, ele muito raramente falou da família. Sempre dizia que família são os quatro filhos e a mulher, nada mais. Mas agora, na hora final, foi ele quem tomou as providências em relação à mãe. Até me ligou pra pedir umas dicas. Ele é da quarta geração de japoneses. O bisavô dele veio antes do Kassato-Maru e não manja nada de cultura japonesa ou budismo. Casado com uma capixaba, foi comer sashimi depois de adulto, e não fala uma palavra em japonês. Mesmo assim, se viu às voltas com aqueles rituais de incenso, distribuição de koodem (um envelope com dinheiro que parentes e amigos dão à família do falecido em sinal de condolências). Ricardo me disse que fez tudo “como se deve” em consideração ao pai, porque ele não vê sentido algum nesses ou outros rituais funerários. Só faltou um dia ao trabalho e ontem estava todo animado para ser mestre-de-cerimônias num evento do governo. Ainda bem.


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