quarta-feira, novembro 17, 2004

Ontem, conversei com o Dr. Neuroquímico. Contei a ele da minhã mãe e dos sonhos. E ele:

Cada um explica o inexplicável. O seu cérebro simplesmente liberou para sua memoria o que ele resolveu vivenciar durante o seu sono. Por isto que temos que ter um deus dentro do cerebro para recorrermos a ele para nao ficarmos luocos , elocubrando pensasmentos que nao tem mais fim. O final esta em um deus que criamos pra explicar os fatos que nao sao explicaveis .É a defesa da sanidade. Imagine-se ha 40 000 anos. Vendo cair um raio sobre uma árvore durante a chuva e vendo esta pegar fogo e ser destruida . Como explicar o que viu. Procuravam uma explicaçao. Para apaziguar o espirito. E fazemos isto ate hoje. simplesmente o que vem , vira e a cada um , sera sempre igual , mas nao sabemos o que é e nem vamos descobrir antes da hora. Por muitas vezes eu presenciei o despreendimento do espirito das pessoas minutos antes da morte fisica. Muitas vezes cheguei a receber pacientes em fase final e era como que eu sabendo que ali ja nao havia mais um espirito e dizia pra equipe: " se quiserem tentar tentem, mas nao dará certo." Os procedimentos nunca deram certo nesta hora , por mais massagem , por mais tentativas nao dava certo, o espírito ja tinha deixado aquele corpo .

Segundo ele, nem eu nem ele somos agnósticos... Será?

Hoje minha cabeça voltou a doer... Talvez seja porque minha caixa de lágrimas tá entupida...

domingo, novembro 14, 2004

Outro sonho
Estávamos na casa da avenida são Lourenço. Alguns detalhes da paisagem eram atuais, outros, da década de 70, quando moramos lá. Diferença é que havia um condomínio muito chique onde existia um casarão. Passamos em frente. Benevides e eu. Não entendi ainda o que ele fazia por ali. Estava elegantemente vestido, de terno de risca de giz. Usava óculos. Alguns dos meus irmãos eram solteiros, uns 30 anos de idade. Só que eu, embora continuasse mais jovem do que eles, não era a adolescente que morou ali. Caminhamos pela rua e chegamos na casa. Descemos primeiro na parte de baixo da casa. EStava mobilidada como naquele tempo, quando eu ainda cursava o colegial. Depois, subimos, para conversar na sala, que fica no piso da rua.. Aguardamos e enrolamos um pouco. Meu pai estava deitado no sofá, cochilando. Começou a chover e ele foi pro quarto. Entramos. Minha mãe mexia na cozinha. Mas a casa tinha sofrido algumas alterações: havia um longo corredor à direita, que conduzia diretamente do terraço/garagem ao quintal. No quintal havia uma passagem para o banheiro. De repente, Benevides quis ir ao banheiro. Quando voltou, mostrou-me uma obra na garagem. Disse-me que negociara a compra com minha cunhada (que atualmente mora naquela casa). A obra estava catastrófica, envolvia encanamentos, conserto sem fim do esgoto. cozinha... Começou a chover. As janelas estavam precárias, queria entrar água... fui aos quartos, tentava cerrar as venezianas, que estavam quase podres, como se tivessem transcorridos esses 30 anos. Sem proferir palavras, meu pai me falou que estava tudo ali abandonado, precisando de reformas. Não consegui puxar o vitral, mas a água nao entrou. Ventava em direção oposta. Aí, acordei!

Em seguida, antes que o sonho se diluísse, vim aqui pro computador registrá-lo. Encontrei Benevides no msn e contei pra ele, que comentou:
" Interessante... No feriadão fico muito sem pensar em nada... Isso faz com que as vibrações [energias] saiam por aí... Mas, se lembro de você, acabo direcionando esse fluxo... O cérebro faz uma edição dos arquivos que estão por aí...no consciente não entendemos... São imagens superpostas em pensamentos colagens que ficam incompreensíveis. Tenho uma teoria particular Os pensamentos são arquivos eletrônicos que... como na Internet, você puxa quando necessário. Parte dessa teoria jpa está comprovada cientifica/ a razao de puxar as imagens.. O mé dico do governa dor, que é amigo meu, fez uma ótima palestra sobre Tra ços de Me mória os TM's. Ele trata isso. Algumas TM's infelicitam muito a vida das pessoas... Ele tem tratamentos para "deletar" as más T M's...ehehehe. Não me de l ete... "

Para quem não sabe, eu chamo esse suposto "coleguinha" de Benevides porque uma das características dele é essa: conhecer grandes figuras... como por exemplo, esse médico do governador. Ah! E também ele é genro e sobrinho de dois grandes escritores. Entre outras atividades, o homem é agrônomo e exporta café e fito-fármacos (?) da flora brasileira. Além de parente de certa ex-mi nis tra. Atualmente, parece que ele assessora uma pa rla men tar. Mas esse detalhe, ele nunca me revelou. Fiquei sabendo por outras fontes.
Depois de relatar o sonho, descubro tb que é estudioso de fenômenos da mente. É figura curiosa quando não está de bode. Fisicamente, lembra Ney G onçalves D ias. Ah! Há algum tempo Benevdes foi atacado por sua ararinha azul de es timação. Quase morreu de hemorragia, por ser diabético. Além da ararinha, que adora café (em grãos), ele possuía um pequeno polvo de estimação, que trouxe de Lo ndres. A ararinha, eu conheci pessoalmente certa vez que fui ao apto dele. O polvo, fiquei de ser apresentada. Mas desconfio que nao sobreviveu.



Na sexta-feira, liguei para o Budista. Falei de mamãe, da minha ida ao Templo. A conversa foi confortante.
Como ressaltou Rita, ele continua "fascinante". Contou-me da dissidência dos monges, do divórcio da monja brasileira e me recomendou algumas leituras. Eu diria que ele tem mesmo um jeito budista de ser. Concordou com o meu modo de pensar sobre essa história de "tempo de transição". Disse-me que Cazuza, por exemplo, ainda nao chegou lá. Continua "dormindo".
Pareceu me entender, até mesmo minha descrença na eternidade. E ele me falou que eu ou alguém "mais sensível" da família receberia um aviso quando mamãe chegasse do "lado de lá". Não é que naquela mesma noite sonhei com ela? E esta noite, tive outro sonho. Será? Não me lembro de outros sonhos com ela...

No primeiro sonho, ela estava ainda no hospital, entre cirurgias. Havia muita gente em volta, em cenário semelhante a enfermarias de guerra. Mas estavam todos alegres e o amibiente era muito limpo e confortável. Os doentes usavam roupas em tons rosas, em vez dos habituais azul/esverdeados.
Mamãe tinha por volta de 70 anos (mais ou menos quando minha filha nasceu), os cabelos dela eram quase completamente pretos (como eram nessa fase) e usava óculos daquele tempo.
No sonho desta última noite, ela tinha alguns anos mais, talvez por volta de 80. E estava acamada, só que com maior mobilidade no corpo do que nos últimos dias de sua vida. Estava acomodada em uma cadeira coberta por acolchoados brancos. Disse-me que queria lavar a cabeça. Sugeri a ela que se deitasse na cama e ficasse com a cabeça ligeiramente fora do colchão, que eu traria uma bacia e lavaria. Ela concordou e eu comecei a ajeitar o colchão, afastando um pouco do estrado, para buscar melhor posição...
Não sei se esses sonhos são fruto de mistérios da vida/morte ou de minha própria mente.
Devo parar de procurar respostas para perguntas irrespondíveis. Disso eu sei...

Não gosto de falar disso neste blog. Mas como tenho maior preguiça de criar outro e não quero perder o registro, fica aqui mesmo.

Poucas vezes chorei. Mas meus olhos doem muito. Tive uma enxaqueca fenomenal nos últimos três dias. Hoje estou melhor. Não tenho ninguém com quem conversar. Só meus gatos. São 08h12 da manhã de domingo.

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