domingo, novembro 14, 2004

Na sexta-feira, liguei para o Budista. Falei de mamãe, da minha ida ao Templo. A conversa foi confortante.
Como ressaltou Rita, ele continua "fascinante". Contou-me da dissidência dos monges, do divórcio da monja brasileira e me recomendou algumas leituras. Eu diria que ele tem mesmo um jeito budista de ser. Concordou com o meu modo de pensar sobre essa história de "tempo de transição". Disse-me que Cazuza, por exemplo, ainda nao chegou lá. Continua "dormindo".
Pareceu me entender, até mesmo minha descrença na eternidade. E ele me falou que eu ou alguém "mais sensível" da família receberia um aviso quando mamãe chegasse do "lado de lá". Não é que naquela mesma noite sonhei com ela? E esta noite, tive outro sonho. Será? Não me lembro de outros sonhos com ela...

No primeiro sonho, ela estava ainda no hospital, entre cirurgias. Havia muita gente em volta, em cenário semelhante a enfermarias de guerra. Mas estavam todos alegres e o amibiente era muito limpo e confortável. Os doentes usavam roupas em tons rosas, em vez dos habituais azul/esverdeados.
Mamãe tinha por volta de 70 anos (mais ou menos quando minha filha nasceu), os cabelos dela eram quase completamente pretos (como eram nessa fase) e usava óculos daquele tempo.
No sonho desta última noite, ela tinha alguns anos mais, talvez por volta de 80. E estava acamada, só que com maior mobilidade no corpo do que nos últimos dias de sua vida. Estava acomodada em uma cadeira coberta por acolchoados brancos. Disse-me que queria lavar a cabeça. Sugeri a ela que se deitasse na cama e ficasse com a cabeça ligeiramente fora do colchão, que eu traria uma bacia e lavaria. Ela concordou e eu comecei a ajeitar o colchão, afastando um pouco do estrado, para buscar melhor posição...
Não sei se esses sonhos são fruto de mistérios da vida/morte ou de minha própria mente.
Devo parar de procurar respostas para perguntas irrespondíveis. Disso eu sei...

Não gosto de falar disso neste blog. Mas como tenho maior preguiça de criar outro e não quero perder o registro, fica aqui mesmo.

Poucas vezes chorei. Mas meus olhos doem muito. Tive uma enxaqueca fenomenal nos últimos três dias. Hoje estou melhor. Não tenho ninguém com quem conversar. Só meus gatos. São 08h12 da manhã de domingo.

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