sexta-feira, novembro 12, 2004

Continuo muito sensível, estranha...

Ontem, estive no Templo Budista. Levei os textos que fiz. Estava lá o monge primaz e também a monja que compareceu ao funeral de minha mãe. Cumprimentaram-me com reverência, unindo as mãos.

Agora que sei do significado do gesto (unir-se a buda, que é representado em nós pela mão esquerda, enquanto nós somos a direita) e que a palavra shiawase (felicidade, em japonês) origina-se daí, do sentido de ligar as rugas (shiwa), as linhas das mãos, valorizei muito mais o cumprimento. Fiquei emocionada e senti-me constrangida com tanta humildade, sendo ele o chefe da escola Zen na América do Sul. Anteriormente, quando conversamos por telefone, me convidaram para almoçar, mas senti-me constrangida. Ainda mais, esfomeada do jeito que eu sou...rsrsrs...

Anteontem, tive uma conversa deliciosa com a Titi. Ela, como sempre, me tranquilizou muito. A voz dela tem musicalidade especial e a maneira como me trata faz-me sentir uma rainha. Não sei se é bem isso, rainha. Enfim, alguém importante.

Neste momento de fragilidade, estou seguindo o conselho de quem considero meu mais novo amigo, o Li: só falo com quem me faz bem. É esquisito dizer que o considero meu mais novo amigo... Mas acho que é bem por aí. Há alguns anos, quando comecei os contatos virtuais, comentei que raramente fazemos amizades depois que saímos da faculdade. A gente trava muitos contatos, temos colegas de trabalho, vizinhos... mas, amigo mesmo, é difícil. Últimos que surgiram na minha vida foram: Salete (a gerente da loja de langerie, mãe de colega da minha filha, quando esta fez 4 anos), e depois, pela Internet, Fábio, Doctor e o Fiscal. Tem a Titi, é claro. Mas, embora nao a conhecesse, já parecia fazer parte da família, desde que conheci a Ju, há mais de 20 anos. Ah, e tem também o Professor e o Jurista, com quem gosto muito de "conversar", mas nossos papos ainda são muito restritos e diria até cautelosos.

E tem outras pessoas que vão e vêm... alguns com quem temos coisas em comum e até nos envolvemos emocionalmente. Mas, como já vi em muitas citações, um amigo é muito mais importante do que um namorado, uma paixão, um amante.

Disse isso tudo para falar de Julius... Repararam que nunca mais falei dele? Pois é... Não sei se o verei mais... Apesar de toda aquela magia que existe entre nós, fiquei muito triste com a ausência dele. Contava com aqueles ombros... Se não fisicamente, pelo menos moralmente.

Decepção? Não sei... Sei que a gente não pode pedir o que a pessoa não tem para dar...

Anteontem, liguei pra ele pra dizer adeus. Não sei por que, achei que deveria fazer isso... Mas, foi só escutar a voz dele, que desmoronei. Tudo aquilo que planejei dizer se apagou da minha mente. Deu maior branco. Que droga!




Nenhum comentário:

Postar um comentário