Carta IV O Imperador – Fortaleza, realização dos desejos ocultos, proteção de amigo poderoso (que pode ser oculto). Passos corretos levarão a vitória.
Matar pode ser pela força do pensamento. É possível. O ódio pode ser últil, sim.
Dá pra acabar com alguém? Dá!
Tarô das Bruxas
Tarô das Bruxas
É mais um anjo de uma asa. A quem emprestei uma das minhas. E ele me emprestou a dele. Juntos, abraçados, pudemos voar... E vamos seguir adiante!
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Lua cheia, 19 de agosto de 1983 às 15:35 uma criança chorou.
Em casa já estavam todos sentados, aguardando um menino que ia crescer e ser criado como um rei, sem pular nenhuma etapa de sua vida.
Esse menino cresceu andando em tartarugas, brincando debaixo de um pé de limoeiro e sabugueiro. Todos os dias ia com seu avô na padaria comprar uma pacoça e um saquinho de leite. Quando ele voltava, a mãe já não estava mais em casa. Era aquela gritaria, aquele choro desesperador e o medo de nunca mais ver sua mãe. E era um choro tão puro que seu avô até achava graça. O avô entregava o saquinho de leite nas mãos da avó e ia com o menino lá pra atrás da casa, onde ele criava sete tartarugas. Era o único jeito de fazer o menino parar de chorar porque a mãe tinha ido trabalhar. Ele pegava o menino pelos braços e colocava em cima da tartaruga. E o menino, ingênuo, acreditava que a tartaruga caminhava com ele pendurado em seu casco e ria de soluçar.
Quando cresceu mais um pouquinho sua diversão era perturbar a bisavó. Sim, porque ela era filha de índia com português e tinha um sangue esquentado. Sua diversão era pedir moedinhas à ela e quando ela negava recebia o título de bisa pão dura. Isso era o suficiente pra ela correr atrás do menino pra dar uma palmada nele.
Às vezes também, ele deitava no chão pra ver o que tinha debaixo da saia de sua bisa e quando ela não via, ele avisava que estava ali:
“_Toeta (como ela era chamada). Tô aqui ó!” Era a hora que ele tinha que correr muito em volta de um canteiro de 5 pontas que tinha no meio do quintal de sua casa, formando uma estrela.
Sua avó era um doce! Preparava suco de goiaba todo santo dia. Quando ia levar o menino pra escola, às vezes o rosto dele estava sujo de pasta de dente. Sua avó umedecia o dedo com a saliva e passava no rosto dele pra limpar. Aquilo era a morte pra ele! Sua avó o levava ao parque, às praças, a outros estados, junto com sua mãe.
E assim foi crescendo o menino, batizado como “JAIME”, numa homenagem feita por sua mãe à seu avô. Mas foi apelidado de PEDROCA pelo velhinho que lhe venerava. Segundo ele, Pedroca era o nome de um boneco que era muito parecido com seu neto. E foi crescendo o Pedroca mais um pouquinho.
Logo depois resolveu trocar a tartaruga por amigos de verdade. Resolveu brincar com seus bonequinhos de luta debaixo de um limoeiro. E quando somos crianças, um pé de limão pode se tornar uma floresta amazônica. E era assim que o menino brincava. Ele via índios escondidos no meio da mata, tigres ferozes querendo lhe atacar. Mas seus amigos super poderosos lhe guardavam dos perigos da floresta e matavam todos os inimidos com suas espadas.