sexta-feira, outubro 07, 2005

minha amiga mais antiga

Tantas diferenças, depois de 37 anos de amizade! De três coisas sobre as quais conversamos, Lúcia e eu discordamos em duas.

A gente se conheceu em 1969, quando vim fazer o ginásio em na capital. Eu morava com minha irmã e ela com uma tia. Pouco explicamos nossas situações. Inicialmente pensei até que ela tivesse perdido a mãe, uma vez que só comentava do pai. Muito tempo depois, soube que eram separados. Hoje eu vejo que o que nos aproximou foi a situação de suas ovelhas desgarradas e de origem oriental.
Ainda tenho nítidas na memória as cenas daquela época. Nós duas andando de bicicleta (emprestadas da minha sobrinha e do primo dela) . Ela tentando me ensinar a parar em cima dos patins, a gente fazendo groselha com gelo, na cozinha da tia dela...
Eu voltei pra minha cidade e ela continuou aqui até o penúltimo ano do colegial. Vi-a no verão de 1971 quando retornei para matar saudades da turma e na nossa despedida quando ela foi embora em definitivo para o Rio.
Depois, o contato se restabeleceu porque ambas estudamos Comunicações.
Durante vinte anos trocamos cartas. Houve fases mais intensas e outras esparsas. Intensificamos com a chegada da Internet. Situações em comum nos aproximaram novamente.

E agora? Há quase um ano contei meus sonhos com mamãe. E ela me disse que talvez eles sejam evocados por peso na consciência, pelo fato de não ter feito o que deveria enquanto ela estava viva. Foi um choque. Palavras duras, quebrando qualquer possibilidade mágica de meus sonhos. Frases jogadas ao vento, com lições de moral.

Acho que nunca fazemos o que uma mãe merece. Todos os dias me vejo conversando mentalmente com minha mãe. Dentro de minha estranha fé, existe a sensação de que ela me ouve compreende e perdoa. Eu também tendo compreendê-la. Ela e sua bipolaridade que nos deixava distantes de suas asas a maior parte do tempo. Na última semana em que passamos juntas, no hospital, tive a oportunidade de dirimir-me um pouco de tantos anos de ausência, eu mergulhada nos meus problemas...

Ontem enviei a Lúcia um pps do Dia das Bruxas. Mais uma daquelas correntes de Internet para fazermos nossos pedidos, uma espécie de simpatia cibernética. Quando um desses cai na minha mão, eu repasso sim. Repasso com os melhores fluidos para as pessoas a quem contemplo. Não é pra encher o saco e sim para descontrair, desejando que os amigos consigam resolver seus problemas. Lúcia viu a apresentação e comentou: "essa é do arco da velha, hein?" Eu pedi desculpas e não falamos o resto do dia.

Apesar de tantas mágoas, não consigo me desvencilhar dela. Depois de tanto tempo, encaro-a do mesmo jeito que minha irmã: uma pessoa a quem tenho de compreender e ajudar. Às vezes uma pedra no sapato. Tento entender por que ela me agride desse modo... ou por que eu me sinto assim machucada com cada comentário delas.

Outro dia falarei da minha irmã.

quinta-feira, outubro 06, 2005

"Que tempo louco!"
É a frase que mais se ouve em Sampa. Mas nunca vi um dia de tanta instabilidade como ontem. O Sol mostrou a cara e se escondeu meia dúzia de vezes. Calor, frio e chuva se intercalaram a relâmpagos.

Meu dia tinha quase tudo para ser triste. Dois telefonemas de amigos queridos impediram que a parte nebulosa tomasse conta dos meus pensamentos. A primeira ligaçao foi de Alice. Embora tenha sido para cancelar nossa ida ao cinema, foi legal conversarmos um pouco. Depois, foi a vez de Alberto. Ele vai submeter-se a uma cirurgia de catarata no sábado e para isso virá ao Servidor, em Sampa. Estava animado, apesar da série de contratempos de quem tem três meninos de menos de 8 anos. Muitos acidentes domésticos. Finalmente ele escutou as músicas que gravei pra ele há alguns anos, depois de baixar pelo napster. Agora que todos novos aparelhos rodam mp3, ele conseguiu um cd player comum. Presente da sogra.

Há alguns anos, no napster, encontrei muitas músicas japonesas do tipo enka. Garimpei muitos clássicos e velharias. Mas agora, o emule e shareaza parecem dominados por jovens.

Ontem comentei com Alice que faz um tempo que não tenho sonhos estranhos. Esta noite sonhei que estava em Campinas visitando Nica. Fui até a empresa onde o marido trabalha. Era numa região periférica e sinistra, njm terceiro andar sem elevador, onde nem tinha telefone comum. Só aquele sem fio da embratel. E o cara era a cara do Max Fivelinha, só que mais moreno. Havia uma reunião por lá e, de repente, ele reparou que eu estava de chinelos e meias. Comentou o meu descaso. Entre uma coisa e outra, eu estava lavando roupas, lidando com uma porção de máquinas, todas meia-boca. Uma não agitava, outra não centrifugava, outra nao segurava água direito. E eu ia passando as roupas de uma lavadora para outra para completar o serviço. Estávamos - Nica e eu - em um quintal que se assemelhava ao da última casa de minha mãe.
Esquisito, né?

quarta-feira, outubro 05, 2005

alergias

Deve ser a tal febre do feno... Estou pior que o normal. Crises de espirros, coceiras. Mas estou aguentando firme, sem antialérgicos. Se aguento uns minutos sem coçar o nariz, passa...

Acho que este ano nao conheci ao vivo nenhum amigo virtual. E então, Apreciador? Se habilita? Ou será que nós já nos vimos ao vivo? hummm...

Eu estou impaciente e ranzinza. Admito. Começo a conversar com alguém e bastam cinco minutos para iniciar a contagem regressiva para detonar. Às vezes o estopim pode ser simples exagero no uso de emoticons. Mas é dose agüentar alguém me chamar de "princesa", né? Ah sim.. tem aqueles que usam o mesmo discurso há anos com a variante roubada daquele filme: "bongiorno, principesca" (?).

Minha caixa postal vive lotada de campanhas contra o desarmamento. Eu parei de argumentar. Não dá pra debater esse tema com quem pensa diferente...

Fiz download, imprimi algumas páginas e comecei a ler Violetas na Janela.


"O amor forte e sincero de minha mãe acompanhava-me protegendo como sempre, dando-me coragem e alegria. Amor de mãe é como um farol a iluminar seus entes queridos e a perfumar suas existências. As violetas encantavam-me, não só enfeitariam a janela do meu quarto, mas a janela do mundo novo que defrontava a minha frente. Violetas na janela..."

A verdade é que não há como alguém que está aqui saber a verdade. A busca comprovada de todas as respostas enlouqueceria qualquer um. Acreditar, de vez em quando, em algumas dessas coisas que lemos, ajuda a trazer a paz, sim. Eu tenho dormido superbem com essas leituras. E parece que os gatos apreciam muito esses livros...


Amor


"Data estelar de hoje: Mercúrio e Júpiter em conjunção, Lua cresce no signo de Escorpião.
Nossa humanidade é instada a elevar seu conceito de amor, tirá-lo do meramente romântico para colocá-lo em seu devido lugar, o da prática. Amor que se espera receber é aquele que vem, mas também vai embora um dia, deixando a memória amarga da decepção. Por outro lado, amor que o humano pratica é aquele que resulta de sua decisão de oferecer seu melhor, sem poupar recursos mentais, emocionais ou físicos. Esse amor se transforma em tesouro adquirido, que não se perde mais, constituindo-se no verdadeiro enriquecimento que a alma anseia, mas que busca no lugar errado ao tentar convencer-se de o amor ser meramente um momento romântico. Amar não é sentir, amar é fazer o melhor." (Quiroga no Estadao de hoje)

ai, ai... (suspiros!)

terça-feira, outubro 04, 2005

Fora do ar

Embora estivesse disponível para leitura, o blogger não aceitou posts no final de semana. No domingo, o dia foi frio e chuvoso. Mergulhei no tricô.
Parece que os meus poucos prováveis leitores nem sentiram falta...
Acho que o Apreciador desencanou... ou será ele um tal que deu de mostar a cara no msn?