quinta-feira, dezembro 30, 2004

Li o relato do Professor sobre o sonho. Achei poético e um tanto passarinheiro. Penso que a imaginação tenha estendido um curto sonho. Do mesmo modo, percebo que muitas vezes eu mesma acabo incorporando detalhes a um sonho que nao sei se estavam na versão original.


Hoje recebi o que minha sobrinha chamou de "sua parte na herança". Abri o pacote receosa. Veio a manta que eu crochetei no final de minha adolescência e também a agulha de tricô que pedi pra reservarem para mim. Fora isso, apenas um pijama que acho que minha mãe nunca usou e que eu tomei emprestado na última noite que passei naquela casa. Minha irmã me devolveu também o roupão que emprestei a minha mãe a uma toalha de praia com desenho do Snoopy, que havia levado ao hospital. Nada mais. Não que quisesse mais. Mas ainda choro a cada vez que me lembro das atitudes de minha irmã. Todos os gestos me machucam. Até mesmo os presentes que ela me envia.


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Mas na parte da tarde, dei uma guinada no clima de baixo astral.

Fui ao mercadao com a Angela. Comprei uma romã média a 5,00.Depois, na porta de saída lateral, achamos mais bonitas por 2,00.Comprei outra. Almoçamos nhoque e bruscheta (é assim mesmo?)vegetariana (com antepasto de beringela+abobrinha, tomates secos,passas, salsão, pimentoes e ricota). Tudo muito gostoso e preçodecente (gastamos 30,oo as duas). O povo todo estava nas imensasfilas, aguardando seu sanduíche de mortadela. Ninguém parecia selembrar que era dia do Nhoque da Fortuna. Sorte nossa. Das mesas aolado, olhares estranhos sobre nosso gesto de colocarmos cédulas (dereal) embaixo do prato.
Depois, caminhamos a tarde toda, atravessando o Anhangabaú para irmosao Palácio do Tricô (pegar barbantes pra mais um trabalhinho). Istoporque todos os "armarinhos" da 25 (menos o Fernando) estavam complacas de que estavam em balanço. Coisa estranha. Só os que vendemlinhas e lãs estavam em balanço. As que comercializam miçangas elantejoulas, nao. Comprei uma bolona de barbante mesclado em tons deazul e seguimos pra República. Na av. Ipiranga, nos recusamos adesembolsar 2,90 num suco "grande" do McDonald´s e optamos por um matecom limão, na S Joao. Dali, segui pela Vieira de Carvalho, Arouche,Julio Mesquita e voltei pra casa. Tudo a pé. Meu rosto ficou ardendo. Muito sol. O FSP 30 nao foi suficiente pra essa jornada ensolarada sem ozônio.

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Novo sonho com minha mãe. Foi exatamente com a morte dela, só que de modo bem pior ao que eu praticamente presenciei. Ela estava bem magrinha, quase esquelética e sofreu muito, com convulsões. Depois, desfaleceu em cima de mim. Estranhamente, essa situaçao nao me deixou mal. Acordei bem. Talvez aliviada porque a realidade nao foi assim.
Mais esquisito é que meu gatinho Édipo insistia em ficar em cima de mim nesse momento. Não sei se foi a presença dele que causou o sonho ou o contrário. Muitas vezes tenho a sensação de que ele vê certas coisas. Muitas vezes tenho a impressão de que essa coisa de encosto possa existir.


terça-feira, dezembro 28, 2004

Preciso postar montao de coisas antes de concluir o ano. Tá difícil botar as idéias em ordem. Mas ontem, conversei com o Professor, pelo MSN e me animei. Ele falou que teve um sonho erótico com euzinha aqui! E me disse que contava em primeira mão, antes de postar, pra que eu nao o espinafre aqui neste blog!
Como prometi, nao vou espinafrar!
Consultei o Houaiss... mas ele me deu uma definição melhor do que aquele mestre. "Espinafre no c... dos outros é cebolinha!" Ahahaha.. Gostei!
Mas não vou espinafrar ninguém! Estou de bem com a vida!


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Anteontem, tive outro sonho com mamãe. Estávamos na nossa casa, no interior, e a gente fazia macarrão caseiro, usando uma maquininha a manivela. Estendemos a massa, cortamos com faca, cozinhamos e comemos na hora.
Impressionante. Mas, mais uma vez, a estampa da blusa dela surgiu fotograficamente no sonho. Era um estampadinho ocre, de folhas, sobre fundo branco.
O sonho foi só isso, bem curto e mudo. Não me lembro de ter escutado a voz dela.
Ao acordar, ficou em minha mente a sensação de ter visto essa blusa no armário dela, da última vez em que abri aquelas portas antes de ser esvaziada.

Acho que ainda não contei sobre esse lance do esvaziamento do guarda-roupa de minha mãe. Meu choque e minha dor foram tão grandes que não tive coragem de escrever a respeito. Na verdade, fico aborrecida comigo mesma por esse fato me incomodar tanto. O que aconteceu é que exatamente uma semana depois da morte de mamãe, minha única irmã foi lá e despachou tudo que estava nos cabides. Inclusive os cabides. O gesto me chocou. Talvez porque eu fui a última a partir da casa dela, há 25 anos. Talvez porque aquele guarda-roupa (da Laffer) fui eu que cedi a ela. Talvez porque muitos dos cabides ali dependurados tenham me pertencido. Lembro-me de dois forrados com "sutache", trabalhinhos manuais que fiz na escola. Em uma das caixas ali guardadas devia estar também um caderno de amostras do curso de corte e costura que eu fiz com muito capricho. Doeu bastante... Hoje, quase dois meses depois, tento superar as mágoas e tento acreditar na eternidade. Tento pensar positivo, para o bem dela, para todos... principalmente atendendo ao pedido que ela me fez quatro dias antes de ir embora.

terça-feira, dezembro 21, 2004

Faltam poucos dias para o Natal. (Até parece que o mundo todo não sabe disso!) Como sempre, é uma época muito difícil para mim. Até o final da semana, espero contar, aqui, uma historinha do Natal de 1978, o da grande guinada em minha vida. Pois é... Me aguardem!

No sábado, dia 18, fizemos a cerimônia b u dista dos 4 9 dias de minha mãe. Compareceu o "s o o k a n" do z e n - budismo e tudo transcorreu com maior pompa, em consideraçao aos 300 anos de tradiçao familiar, ao longo de 19 gerações. Tudo isso é da parte de meu pai. Como tudo que ocorre em socieades orientais (creio que não apenas japonesa), a esposa apenas acompanha o marido. Neste caso, minha mãe recebeu o grau máximo do "no me b ú d i c o" fazendo par com meu pai, que tem esse direito por herança, sendo ele o sucessor da família em linha direta.
Diante dessas circunstâncias, eu, que sou mulher, caçula e ainda por cima se casou com não-japonês, nao sou nada nessa estrutura. Apenas uma curiosa espectadora (com "s" mesmo) desses rituais.

Nesses 52 dias sem minha mãe, a ficha já caiu muitas vezes. E todos os dias, me apoio em vários alicerces para me escorar. Como disse hoje, por e-mail a Liam, nessas horas, procuro me concentrar numa máxima que minha mãe proferia sempre: "Dashita kotoba wa hirowarenai" ou seja: "Palavras lançadas não podem mais ser recolhidas". Martelando isso em minha mente e nas suas últimas recomendações (dadas 4 dias antes da partida) para que vivamos todos em harmonia, tenho fugido exaustivamente de todos os contatos que pareçam provocações ou motivo de raiva e/ou tristeza.

Meus olhos ardem. Coçam e ardem. Acho que eles precisavam ser lavados. Com lágrimas.


domingo, dezembro 05, 2004

Mais sonhos com os que foram...

Telefonei para o mano e ele me contou que receberam um pacote de presente, que viera com uma bomba atômica. Os remetentes foram bolivianos. Corri, assustada, para o trabalho dele. Estávamos eu e minha filha. De repente, o capitao que o assessora nos deu carona, numa caminhonete. Parece que ia nos levar para algum lugar seguro, pois estávamos todos ameaçados. Ao seguirmos perto do Lgo do Arouche, vimos minha mae passando pela rua. Estava com uns 65 anos, cabelos bem pretos, roupa estampada (do qual me lembro) e guarda chuva. Caía uma chuva fininha.Acordei e pensei: "Que bom, estamos bem. Ela nos protegerá."

Voltei a dormir e tive outro sonho.

Estávamos reunidos em uma grande mesa ao ar livre, enfileirados como nas antigas recepções de casamento no interior. Muitos homens engravatados. Entre eles, meu pai, muito feliz. Estávamos recepcionando um primeiro-ministro japonês. Não era Koizumi, era um senhor mais velho e calvo. Não era a cara do ex-ministro Tanaka, mas o nome dele era Tanaka. A grande estrela da recepçao era meu falecido irmão. Enquanto ele nao se aprontava, eu fazia sala pro ministro. Meus dois outros irmaos (um deles falecido também) preparavam uma enorme carne assada (parecia um coxao duro na chapa). Só que o gás estava quase acabando e eles tentavam apressar o processo com um forno elétrico. Sugeriram que picasse e colocasse uma parte numa panela de pressão. Fiz isso e fui chamar a estrela da festa. Ele estava se arrumando, juntamente com a esposa. Eram jovens, imagem de uns 30 anos atrás. Ela usava um vestido xadrezinho de tecido "ana-ruga" e ele estava de terno, só que com um estranho colete xadrezinho vermelho. O paletó era de tecido brilhante, azulado. Mas estava bem, com o rosto muito bonito e sereno, melhor até da aparência do qual me lembro dele no casamento (em 69 ele estava gordinho de rosto). Saí com eles do local onde se arrumaram para o local da recepçao. Tinha de abrir passagem entre as pessoas. Alguém avisou que haviam seguranças para essa função. Depois de indicar quem era o ministro, fui buscar a carne assada na panela de pressão. Mas, durante a caminhada, tive de atravessar uma enorme banheira com uma espuma grossa e eu, literalmente, entornei o caldo. Junto foi um punhado de carne cortada em cubos também. Alguém me ajudou e eu, disfarçadamente, catei os pedaços e empilhei numa taça daquelas destinadas a sorvete banana split. Meu pai esticava o pescoço e aguardava a chegada de meu irmão, ao lado do ministro. E ele ia abrindo espaço no meio do povo em direçao a eles.

terça-feira, novembro 23, 2004

Hoje madruguei porque minha filha foi cedo pra academia. Tentei voltar a dormir, porém não queria dormir demais. Tive uma sequência de sonhos. Novamente com falecidos. Pensei que isso havia passado. Não sei se foi porque ontem conversei a respeito com uma amiga. Ela me teve um filho assassinado e, recentemente, também perdeu o marido e a sogra. Disse-me que eles conversam com ela em sonhos e que só dessa forma se conformou...O primeiro sonho desta manhã foi com meu irmão. Eu o encontrei no supermercado da r. das Palmeiras. Ele fazia compras com a filha ainda pequena e minha mãe o esperava no carro. Ele ofereceu, mas recusei carona e ajuda. Saí com um enorme bacalhau, que mal dava conta de carregar. Minha mãe estava silenciosa no carro, com a netinha. Voltei pra pedir ajuda a meu irmão.No segundo sonho, escutei apenas a voz de mamãe. Minha irmã estava aqui em casa, com a netinha dela. Sentada no chão, folheava os textos budistas, lia em japonês e comentava uns trechos. Lá do fundo, a voz da mamãe comentou que o risoto que ela trouxera (mochigome gohan) estava muito gostoso.

Ainda estou longe de ter superado o choque da perda.
Tento entender que sou humana...


quarta-feira, novembro 17, 2004

Ontem, conversei com o Dr. Neuroquímico. Contei a ele da minhã mãe e dos sonhos. E ele:

Cada um explica o inexplicável. O seu cérebro simplesmente liberou para sua memoria o que ele resolveu vivenciar durante o seu sono. Por isto que temos que ter um deus dentro do cerebro para recorrermos a ele para nao ficarmos luocos , elocubrando pensasmentos que nao tem mais fim. O final esta em um deus que criamos pra explicar os fatos que nao sao explicaveis .É a defesa da sanidade. Imagine-se ha 40 000 anos. Vendo cair um raio sobre uma árvore durante a chuva e vendo esta pegar fogo e ser destruida . Como explicar o que viu. Procuravam uma explicaçao. Para apaziguar o espirito. E fazemos isto ate hoje. simplesmente o que vem , vira e a cada um , sera sempre igual , mas nao sabemos o que é e nem vamos descobrir antes da hora. Por muitas vezes eu presenciei o despreendimento do espirito das pessoas minutos antes da morte fisica. Muitas vezes cheguei a receber pacientes em fase final e era como que eu sabendo que ali ja nao havia mais um espirito e dizia pra equipe: " se quiserem tentar tentem, mas nao dará certo." Os procedimentos nunca deram certo nesta hora , por mais massagem , por mais tentativas nao dava certo, o espírito ja tinha deixado aquele corpo .

Segundo ele, nem eu nem ele somos agnósticos... Será?

Hoje minha cabeça voltou a doer... Talvez seja porque minha caixa de lágrimas tá entupida...

domingo, novembro 14, 2004

Outro sonho
Estávamos na casa da avenida são Lourenço. Alguns detalhes da paisagem eram atuais, outros, da década de 70, quando moramos lá. Diferença é que havia um condomínio muito chique onde existia um casarão. Passamos em frente. Benevides e eu. Não entendi ainda o que ele fazia por ali. Estava elegantemente vestido, de terno de risca de giz. Usava óculos. Alguns dos meus irmãos eram solteiros, uns 30 anos de idade. Só que eu, embora continuasse mais jovem do que eles, não era a adolescente que morou ali. Caminhamos pela rua e chegamos na casa. Descemos primeiro na parte de baixo da casa. EStava mobilidada como naquele tempo, quando eu ainda cursava o colegial. Depois, subimos, para conversar na sala, que fica no piso da rua.. Aguardamos e enrolamos um pouco. Meu pai estava deitado no sofá, cochilando. Começou a chover e ele foi pro quarto. Entramos. Minha mãe mexia na cozinha. Mas a casa tinha sofrido algumas alterações: havia um longo corredor à direita, que conduzia diretamente do terraço/garagem ao quintal. No quintal havia uma passagem para o banheiro. De repente, Benevides quis ir ao banheiro. Quando voltou, mostrou-me uma obra na garagem. Disse-me que negociara a compra com minha cunhada (que atualmente mora naquela casa). A obra estava catastrófica, envolvia encanamentos, conserto sem fim do esgoto. cozinha... Começou a chover. As janelas estavam precárias, queria entrar água... fui aos quartos, tentava cerrar as venezianas, que estavam quase podres, como se tivessem transcorridos esses 30 anos. Sem proferir palavras, meu pai me falou que estava tudo ali abandonado, precisando de reformas. Não consegui puxar o vitral, mas a água nao entrou. Ventava em direção oposta. Aí, acordei!

Em seguida, antes que o sonho se diluísse, vim aqui pro computador registrá-lo. Encontrei Benevides no msn e contei pra ele, que comentou:
" Interessante... No feriadão fico muito sem pensar em nada... Isso faz com que as vibrações [energias] saiam por aí... Mas, se lembro de você, acabo direcionando esse fluxo... O cérebro faz uma edição dos arquivos que estão por aí...no consciente não entendemos... São imagens superpostas em pensamentos colagens que ficam incompreensíveis. Tenho uma teoria particular Os pensamentos são arquivos eletrônicos que... como na Internet, você puxa quando necessário. Parte dessa teoria jpa está comprovada cientifica/ a razao de puxar as imagens.. O mé dico do governa dor, que é amigo meu, fez uma ótima palestra sobre Tra ços de Me mória os TM's. Ele trata isso. Algumas TM's infelicitam muito a vida das pessoas... Ele tem tratamentos para "deletar" as más T M's...ehehehe. Não me de l ete... "

Para quem não sabe, eu chamo esse suposto "coleguinha" de Benevides porque uma das características dele é essa: conhecer grandes figuras... como por exemplo, esse médico do governador. Ah! E também ele é genro e sobrinho de dois grandes escritores. Entre outras atividades, o homem é agrônomo e exporta café e fito-fármacos (?) da flora brasileira. Além de parente de certa ex-mi nis tra. Atualmente, parece que ele assessora uma pa rla men tar. Mas esse detalhe, ele nunca me revelou. Fiquei sabendo por outras fontes.
Depois de relatar o sonho, descubro tb que é estudioso de fenômenos da mente. É figura curiosa quando não está de bode. Fisicamente, lembra Ney G onçalves D ias. Ah! Há algum tempo Benevdes foi atacado por sua ararinha azul de es timação. Quase morreu de hemorragia, por ser diabético. Além da ararinha, que adora café (em grãos), ele possuía um pequeno polvo de estimação, que trouxe de Lo ndres. A ararinha, eu conheci pessoalmente certa vez que fui ao apto dele. O polvo, fiquei de ser apresentada. Mas desconfio que nao sobreviveu.



Na sexta-feira, liguei para o Budista. Falei de mamãe, da minha ida ao Templo. A conversa foi confortante.
Como ressaltou Rita, ele continua "fascinante". Contou-me da dissidência dos monges, do divórcio da monja brasileira e me recomendou algumas leituras. Eu diria que ele tem mesmo um jeito budista de ser. Concordou com o meu modo de pensar sobre essa história de "tempo de transição". Disse-me que Cazuza, por exemplo, ainda nao chegou lá. Continua "dormindo".
Pareceu me entender, até mesmo minha descrença na eternidade. E ele me falou que eu ou alguém "mais sensível" da família receberia um aviso quando mamãe chegasse do "lado de lá". Não é que naquela mesma noite sonhei com ela? E esta noite, tive outro sonho. Será? Não me lembro de outros sonhos com ela...

No primeiro sonho, ela estava ainda no hospital, entre cirurgias. Havia muita gente em volta, em cenário semelhante a enfermarias de guerra. Mas estavam todos alegres e o amibiente era muito limpo e confortável. Os doentes usavam roupas em tons rosas, em vez dos habituais azul/esverdeados.
Mamãe tinha por volta de 70 anos (mais ou menos quando minha filha nasceu), os cabelos dela eram quase completamente pretos (como eram nessa fase) e usava óculos daquele tempo.
No sonho desta última noite, ela tinha alguns anos mais, talvez por volta de 80. E estava acamada, só que com maior mobilidade no corpo do que nos últimos dias de sua vida. Estava acomodada em uma cadeira coberta por acolchoados brancos. Disse-me que queria lavar a cabeça. Sugeri a ela que se deitasse na cama e ficasse com a cabeça ligeiramente fora do colchão, que eu traria uma bacia e lavaria. Ela concordou e eu comecei a ajeitar o colchão, afastando um pouco do estrado, para buscar melhor posição...
Não sei se esses sonhos são fruto de mistérios da vida/morte ou de minha própria mente.
Devo parar de procurar respostas para perguntas irrespondíveis. Disso eu sei...

Não gosto de falar disso neste blog. Mas como tenho maior preguiça de criar outro e não quero perder o registro, fica aqui mesmo.

Poucas vezes chorei. Mas meus olhos doem muito. Tive uma enxaqueca fenomenal nos últimos três dias. Hoje estou melhor. Não tenho ninguém com quem conversar. Só meus gatos. São 08h12 da manhã de domingo.

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sexta-feira, novembro 12, 2004

Continuo muito sensível, estranha...

Ontem, estive no Templo Budista. Levei os textos que fiz. Estava lá o monge primaz e também a monja que compareceu ao funeral de minha mãe. Cumprimentaram-me com reverência, unindo as mãos.

Agora que sei do significado do gesto (unir-se a buda, que é representado em nós pela mão esquerda, enquanto nós somos a direita) e que a palavra shiawase (felicidade, em japonês) origina-se daí, do sentido de ligar as rugas (shiwa), as linhas das mãos, valorizei muito mais o cumprimento. Fiquei emocionada e senti-me constrangida com tanta humildade, sendo ele o chefe da escola Zen na América do Sul. Anteriormente, quando conversamos por telefone, me convidaram para almoçar, mas senti-me constrangida. Ainda mais, esfomeada do jeito que eu sou...rsrsrs...

Anteontem, tive uma conversa deliciosa com a Titi. Ela, como sempre, me tranquilizou muito. A voz dela tem musicalidade especial e a maneira como me trata faz-me sentir uma rainha. Não sei se é bem isso, rainha. Enfim, alguém importante.

Neste momento de fragilidade, estou seguindo o conselho de quem considero meu mais novo amigo, o Li: só falo com quem me faz bem. É esquisito dizer que o considero meu mais novo amigo... Mas acho que é bem por aí. Há alguns anos, quando comecei os contatos virtuais, comentei que raramente fazemos amizades depois que saímos da faculdade. A gente trava muitos contatos, temos colegas de trabalho, vizinhos... mas, amigo mesmo, é difícil. Últimos que surgiram na minha vida foram: Salete (a gerente da loja de langerie, mãe de colega da minha filha, quando esta fez 4 anos), e depois, pela Internet, Fábio, Doctor e o Fiscal. Tem a Titi, é claro. Mas, embora nao a conhecesse, já parecia fazer parte da família, desde que conheci a Ju, há mais de 20 anos. Ah, e tem também o Professor e o Jurista, com quem gosto muito de "conversar", mas nossos papos ainda são muito restritos e diria até cautelosos.

E tem outras pessoas que vão e vêm... alguns com quem temos coisas em comum e até nos envolvemos emocionalmente. Mas, como já vi em muitas citações, um amigo é muito mais importante do que um namorado, uma paixão, um amante.

Disse isso tudo para falar de Julius... Repararam que nunca mais falei dele? Pois é... Não sei se o verei mais... Apesar de toda aquela magia que existe entre nós, fiquei muito triste com a ausência dele. Contava com aqueles ombros... Se não fisicamente, pelo menos moralmente.

Decepção? Não sei... Sei que a gente não pode pedir o que a pessoa não tem para dar...

Anteontem, liguei pra ele pra dizer adeus. Não sei por que, achei que deveria fazer isso... Mas, foi só escutar a voz dele, que desmoronei. Tudo aquilo que planejei dizer se apagou da minha mente. Deu maior branco. Que droga!




domingo, novembro 07, 2004

Hoje, pela primeira vez, depois do funeral, chorei...
Não foi de saudades, nem lamentando a morte da mamãe. Aceitei com resignaçao, considerando os 88 anos.
Infelizmente, minha irmã tem um comportamento muito mesquinho, que me revolta. Tudo começou já no dia seguinte ao sepultamento, quando ela se candidatou a herdar duas peças decorativas, cinzeiros japoneses em ferro fundido. Disse que se ninguém quisesse ela queria. Depois, só a vi embrulhando uma faca para já se apossar dela. Era uma faca japonesa, para cortar verduras ou sushi.

Na tarde deste domingo, sete dias depois, recebi um telefonema da sobrinha, que estava chegando em Sampa. Primeiro tocou o celular e depois o fone fixo. Disse algo como:
"Estivemos na casa da vovó, atendendo um chamado do tio. Fomos arrumar as coisas. Trouxemos sua parte na herança. Vocês não querem ir jantar com a gente?"
Tive vontade de soltar um palavrão. Mas me lembrei da recomendaçao de mamãe pra vivermos em paz quando ela partisse... Só recusei o convite, expliquei que minha filha voltaria ainda hoje pro quartel. E a sobrinha:
"E o que tem isso?"
E eu:
"Não tem nada, mas eu nao vou!'

Ora... o que tem de absurdo em querer jantar com minha filha numa noite de domingo, considerando que ela passa a semana fora?

Depois, minha irmã ligou várias vezes. Eu não atendi, mandei dizer que havia saído. Percebi que perguntou a minha filha se eu estava nervosa.
Ah.. Agora percebeu que eu fiquei nervosa! Sei...

Vejam bem: Eu não estava interessada em faca de cozinha ou qualquer objeto de valor. No dia seguinte ao sepultamento, apenas pedi a sobrinha para reservar uma colcha que eu fiz em crochê durante a minha adolescência. Acho que levei uns 5 anos, juntando todos os restos de lã dos trabalhos que eu fiz. Eu fiz 80% daqueles quadradinhos coloridos e minha mã fez os restantes 20%, além do acabamento, em lã preta. Claro que o acabamento requereu muito tempo e paciência. Mas a idéia e orientaçao sobre a colcha foram minhas.
Certamente eu vou receber essa colcha como "minha parte". Mas me entristeceu muito esse gesto mesquinho, sorrateiro, na surdina. E o pior: sei que depois minha irmã dirá que fora idéia da cunhada que logo queria desocupar tudo...

Não comentei antes, mas na noite da última quarta, ainda no hospital, mamãe me chamou e falou:
"Acho que a mamãe vai embora hoje ou amanhã. Se isso acontecer, procurem todos viver em paz!"
Aquilo me assustou muito. Nem consegui dormir. Fiquei vigiando o sono dela e me sobressaltando a qualquer ressonar mais alto. Assim que o dia começou a clarear até a acordei, cutucando-a no rosto. Dormia tão profundamente que me assustou. Ao despertar, ela me falou: "Que horas são? Você não vai à escola hoje?"
Na hora, pensei: "Xiii.. Ela caducou!"
Me limitei a responder: "Não, hoje nao vou..."
E ela: "Entao vou descansar mais um pouco..."
Naquela manhã tive medo até de sair pra tomar o café no refeitório do hospital.
Entretanto, uma hora depois, estávamos conversando normalmente. Por isso, quando meu irmao me telefonou, a caminho do aeroporto, eu o tranquilizei e o incentivei a viajar sossegado. Não sei se fiz bem. Acho que sim, mesmo porque a aquela hora ele nao iria mudar de planos, sabendo que minha mãe logo teria alta. Mas eu passei o tempo todo sobressaltada, preocupada, com aquelas palavras na mente...

É por isso que choro... porque é difícil viver em paz com minha irmã, mas vou seguir a recomendação de mamãe.

Eu não sei se existe outra vida... não sei se mamãe está na tal travessia... não sei se chegará ao Mundo Iluminado... Para mim, iluminações são boas lembranças. Procurarei me concentrar nelas.

sábado, novembro 06, 2004

Ainda estou meio atordoada, acredito que raramente nos preparamos para aceitar a morte de pessoas queridas e próximas com resignação. É muito complicado cair a ficha, mesmo sendo esta a quarta vez que me vejo diante desta situaçao. A primeira vez foi quando perdi meu pai, aos 21 anos. Depois, foram dois irmãos.
Aos poucos, tento rememorar o pesadelo e registro, o que aconteceu, antes que se dilua na minha memória.

No caso da minha mãe, há uns 3 meses, eu notei que ela estava muito "diferente". Hoje, percebo que talvez já andasse em contato com "outra dimensão". Mamãe nunca foi de relatar sonhos... Certo dia, quando esteve na casa da minha irmã, esta a surpreendeu falando sozinha. Disse que meu falecido irmão esteve ali, ao pé da cama. Poucos dias depois, mamãe confundiu minha irmã com minha tia Yaeko (irmã mais nova de meu pai), falecida há 2 anos. Isso me deixou com pulga atrás da orelha... Em nenhum momento ela se referiu a esses acontecimentos como sonhos. No dia em que foi constatada a fratura, meu irmão a encontrou caída no chão do quarto, muito assustada. Foi numa manhã de sábado, por volta de 7h30, 8 dias antes do falecimento. Mamãe disse que pessoas estranhas invadiram o quarto, retiraram cobertores do armário dela e se encapuzaram. Acenderam velas no alto e fizeram maior bagunça. Ela apontava assustada para o alto e dizia: "de que religião são essas pessoas"? Insistiu que tinha muita gente ali. Meu irmao chegou a pensar se não haveria alguém mesmo, assaltantes talvez. Ela apontou para baixo da cama ou outro cômodo, acrescentando que entre 8 a 10 pessoas foram para a sala. Entre elas havia uma menina, que estivera ao pé da cama e moças jovens com maquiagem pesada e colares. Contou que estava escuro, tentou acender a luz, mas os fios haviam sido cortados. Repetiu o relato várias vezes, com riqueza de detalhes e ficou muito brava com pessoas que insistiam em dizer que tivera um pesadelo. Quando a indaguei se sentira algum impacto no local da fratura ao cair, ela disse que esses estranhos haviam colocado cadeiras reviradas no quarto dela e que ao se dirigir para tentar acender a luz, bateu a perna em um dos pés da cadeira e foi ao chão.
Muitos interpretam esse "delírio" como visita da morte. Eu não sei o que pensar. Fiquei bastante impressionada.
Meu irmão me contou que ela estava segurando um potinho de chá que derramara na queda. Quando voltamos para casa, depois da alta, ela falou, sentada na sala e apontando para o quarto: "De repente aquela cena me voltou à mente. Quando caí derrubei um potinho de chá. Acho que rolou pelo chão e quebrou. Veja se não tem cacos lá no quarto". Conferi e não vi nada, mas encontrei o potinho a que ela se referia. Mostrei pra ela, que insistiu que havia outro idêntico. Mais tarde perguntei ao meu irmão mais velho. Segundo ele, existia de fato um par de potes. Só que o outro se quebrou há mais de 20 anos.

quarta-feira, novembro 03, 2004

Meu aniversário não foi nada bom. Não neste ano, mas no ano que vem, espero celebrar uma nova fase da vida. Perdi minha mãe no dia 31, véspera do meu aniversário. Ainda não acordei direito do pesadelo. Não consegui digerir, apesar de saber que aos 88 anos tudo seria possível. Ela fraturou o fêmur no domingo, dia 24, fez cirurgia na segunda, teve alta na sexta. Eu passei a semana indo e vindo do hospital. No domigo cedo, já na casa dela, amanheceu respirando de modo estranho. Provavelmente teve embolia pulmonar. Chamamos o resgate, foi levada ao PS, mas não resistiu. Não comuniquei ninguém pois tudo transcorreu a 100km de SP. Apenas os que me ligaram no dia 1º pra me cumprimentar, ficaram sabendo. Foram dias muito desgastantes, com o velório se estendendo por mais de 30 horas porque um dos meus irmãos estava na Amazônia... Resolvemos fazer um tratamento chamado t a n a c o p l a xia com o corpo, para que pudéssemos estender o velório até o retorno do meu irmão. Só que ninguém avisou dos efeitos colaterais. Ela ficou completamente desfigurada. Parecia outra pessoa. Com isso, ainda não consegui aceitar a idéia de que aquele corpo era o de minha mãe.
Na noite de hoje, dia 3, mais uma vez meu querido Fábio me telefonou... Foi muito confortante. Por que será que certas pessoas, certas vozes nos fazem tão bem? Só pode ser mesmo ligaçao espiritual.

quinta-feira, outubro 21, 2004

Taí um monte de mulheres com pretensões a ser inteligente. Emocionalmente, continuamos defasadas em milhões de anos. Pois é... demoro um pouco, mas vou cair na real. Esta semana foi uma besteira atrás de outra. É humilhante! Preciso recuperar minha auto-estima ou sei lá o quê... acho que um pouco de respeito! Ou será que não é nada disso? Xii... é meu inferno astral mesmo!
Semana que vem prometo tentar digerir, processar, analisar, concluir... ou então, parar de ruminar. Vou dormir!
"Informação: caminho certo para a depressão" - é o título da coluna de Cora Rónai desta semana.
Estou um tanto desanimada, desgostosa, desesperançosa. Decepcionada e apreensiva. Detesto ficar em lamentações. Por isso ando postando quase nada. Meu tempo ocioso, estou desperdiçando no Orkut. Cheguei meio retardatária, mas já encontrei muita gente perdida. Também convidei muitos para minha vitrine. Só participando para sabermos como aquilo funciona de fato. Nada de tanto que saiu até hoje nas revistas e na própria Internet conseguiu descrever a realidade.
Hoje Li deve chegar de viagem. Imensa saudade! Pensei muito nele, na reação dele a umas tantas coisas que gostaria de ter contado e não contei. Por que não contei? Porque eu mesma não saberia explicar minhas razões. Refiro-me a Julius, claro...
Anteontem, fiquei em parafuso. Fiquei tentada a agitar uma programação com o Escorpiano. Bem na hora em que falava com ele, de um telefone público, Julius ligou. Fiquei perdida. Não quis ver nem um nem outro...
Acho que minhas energias estão em baixa...
Vou trabalhar!

quinta-feira, outubro 14, 2004

Bem que meu horóscopo disse: "a entrada da Lua em seu signo, na quinta, haverá mais motivação para ir à luta e fazer o que for possível. De sexta em diante, a vida parecerá mais divertida. "

Finalmente, notícias de Julius. E tudo ficou lindo! Ainda bem que agüentei firme, sem telefonar pra ele...


Os meus ídolos... Posted by Hello

quarta-feira, outubro 13, 2004

a missa Posted by Hello
Mosteiro Posted by Hello
A igreja Posted by Hello

O feriado foi sem crises maiores.
Pelo menos fiquei inquieta diante da possibilidade de receber telefonema de uma pessoa apenas. Minha irmã viajou e fiquei livre do encargo de emprestar meus ouvidos a ela. É terrível, mas isso me pesa muito.

Na noite de quinta para sexta, tive um sonho perturbador. A cena era do velório de meu pai (ocorrido há 25 anos). Estávamos na sala da casa onde passei minha adolescência e minha amiga Alice foi lá com a mãe dela, falecida há seis meses. A senhora usava um vestido estampadinho de flores miúdas em tom lilás, sobre folhinhas verdes. Apesar da situação, não era um ambiente triste. Na sexta, liguei pra amiga contando o sonho. Pouco depois do almoço, quando estava dentro do ônibus, na praça da República, tocou o celular. Era a amiga, que falou: "Sabe quem morreu?" Foram dois segundos de suspense e susto. E ela: "Acho que tem algo a ver com teu sonho de ontem. Acabei de ver na tv que morreu Fernando Sabino". Baixou em mim uma imensa tristeza. Confesso que me perturbou mais do que a recente morte de meu tio... Sim, eu tinha uma ligação muito especial com Fernando Sabino, principalmente desde "E o gato sou eu", em que ganhei o concurso.

Depois, fiquei pensando nas razões do sonho.

Na semana passada peguei na estante vários livros pra reler. Catei os do Érico: "Música ao Longe" e "Olhai os Lírios do Campo". Comentei sobre essa preferência com o Professor de Literatura. Ao manusear "Solo de Clarineta", a imagem de Érico, estampada na capa, me lembrou meu pai. Não pela semelhança física. Talvez a lembrança esteja ligada ao fato de terem morrido com a mesma idade, de forma semelhante. E quando penso na morte deles, consolo-me achando que foram abençoados por partirem antes da decadência, no auge da maturidade, muito lúcidos. Confesso que esses pensamentos me remeteram a F. S a bino, que andou tendo uns repentes senis (por exemplo, a separação e exclusão da ex da autobiografia). Deu pena...

Ontem, fui ao mosteiro de São Bento, com Alice. Entre os beneditinos, senti-me em uma cena de "Em nome da Rosa". Nessa hora, lembrei-me de Li. Baixou imensa saudade... Tive ímpetos de falar do novo amigo para Alice. Mas deixei pra lá pois a explicação seria longa demais e acho que o histórico de nosso encontro - pela Internet - só tem sentido para poucos. Minha experiência mais do que prova que quem está de fora considera esse tipo de contato no mínimo estranho.
Depois da missa, ao som de música gregoriana, no fantástico órgão do mosteiro, seguimos a pé pelas ruas desertas do Centro Velho, rumo à Rua da Glória, no começo da Liberdade, onde fomos jantar.

Ao nos dirigirmos para o ambiente dos fundos do restaurante, deparamos com uma cena inusitada, merecedora de um registro fotográfico. Entretanto, não sei por que, não tive a coragem de tirar a máquina da bolsa... O pessoal do restaurante estava reunido nos fundos, devorando dezenas de PIZZAS!
Eu ri muito e falei: "Não acredito!" Mas nao senti nenhum senso de humor do dono/gerente /maitre, aquela versão nipônica de Edgard Le Grand, da atual novela das oito. O homem ainda não tinha iniciado o expediente, quando se curva em mesuras à moda dos comerciantes do Japão... Ainda estava ali um nissei brasileiro apreciador de pizzas.

Para não constranger o pessoal, nos acomodarmos no tatami, lá no meio do primeiro ambiente.
Saboremos um fantástico udon e um modesto yakissoba. Também nessa hora, lembrei-me de Li e da comparação feita por ele a "Montalbano", que está registrada entra minhas futuras leituras.
No restaurante, rindo das mesuras do "maitre", fiquei relembrando das pessoas com que estive ali... e também pensei nas com quem nunca fui. Deu também certo peso na consciência não ter marcado um almoço ou jantar com Lúcia, que passou o feriado prolongado por aqui. Talvez se ela lesse blogs e passeasse mais pela Internet compreendesse um pouco mais as transformações do mundo!

Foi uma boa noite de reflexões, talvez com a alma elevada pelos cânticos dos monges... Pena nunca ter aprendido latim!





domingo, outubro 10, 2004

Outro retorno suigeneris ao convite do Orkut:
Obrigado pelo convite e apreço pela minha amizade. Estou muuuuito curioso para passear um pouco por aquele território de alguns "eleitos"...
Divirto-me com a reação das pessoas diante do convite. Eu mesma recebi o primeiro chamado em março, da Kate. Confesso que não dei muita pelota porque não entendi direito. Depois, acabei perdendo o e-mail. Os dias e meses foram passando, as revistas todas falando dessa febre. Saiu na Veja, na Época, virou capa de Superinteressante. E eu, sem entender nada! Até que vi que não podia ficar por fora. Comentei um dia com Li, com Brain... Até Ana já estava nele. Mas, como fazer pra fazer parte dos tais "eleitos"? Tive que pedir pra Renata me mandar um convite. E, é claro, as dicas todas!
Falei a respeito com o Carioca... e ele disse: "não sei pra que serve isso. Sinto-me como numa vitrine de açougue!"

Cada um que fique no tipo de vitrine que se identificar melhor!!!
Eu me sinto numa estante de livraria!

quinta-feira, outubro 07, 2004

Minha amiga que tem aversão a blogs escreveu:

"Já sei: vc dirá que jah leu no blog dela. Mas vale destacar um trechinho que, se eu não tivesse certeza de que foi escrito por ela, diria que se tratava de texto teu.?... Entre uma coisa e outra trabalho no jornal, sou mãe de família, atendo às necessidades dos gatos que me deixam usar parte da casa, leio, brinco com celulares e câmeras digitais, mantenho um blog. ...?

Cora Rónai é minha alma gêmea.
Diferença é que eu não trabalho "n´OGlobo", tenho apenas três gatos, uma filha e ainda não tenho netos. Mas, quando crescer, quem sabe, fico que nem ela! rsrsr

quarta-feira, outubro 06, 2004

O que o meio nao faz com uma pessoa... Falo do meio burocrata/jurídico/advocatício, capaz de embolar completamente o falar e o pensar de uma ex-profissional de comunicação. Que coisa triste.

A velha amiga virou amiga velha. E olha que temos a mesma idade. Como sei que ela nunca mais virá espiar meu blog, vou colocar o que ela me escreveu:

"Quanto ao orkut, se vc me encaminhar, poderei matar a minha curiosidade e tirar uma conclusão quanto a se tenho perfil para isso ou não. Eu tenho minha opinião sobre blogs, por isso não aderi. Mas isso não impede que eu procure entender do que se trata o orkut e tomar uma decisão.Tente de início para este endereço. Acusarei recebimento assim quechegar. Obrigada por se lembrar de mim."

Que diabos ela quis dizer com "tenho minha opinião sobre blogs, por isso não aderi? Uma crítica a esta blogueira, claro...
Tudo bem, ao longo de 3 anos, consegui 7 leitores fiéis. Não é muito, mas pode ser consolador, considerando que 3 surgiram espontaneamente, pela internet. Outros 4 são amigos a quem recomendei ler e gostaram. Pena que umas 50 pessoas tenham lido só uma vez e outras 30 não se lembrem como se retoma o endereço. É o que dá lidar com o pessoal frequentemente visitado por aquele moço chamado Alzheimer.

Tô aborrrecida com umas coisas. Sem paciência pra detalhar. Mas adianto que tem a ver com o Carioca e a Mineira. Apesar de ambos serem fdp, são personagens interessantes, bem ricas em características peculiares. O Carioca, desconfio que ande passando por aqui. Será? Muito provavelmente. Escorpiano é curioso demais. Só eu sei! E a Mineira, essa também é escorpiana! Que Butantã, hein!? A Mineira? Tropecei nela no Orkut. Mas que cara-de-pau!


Esta noite sonhei com minha queridíssima amiga Angel, de NY. No mundo real, ela chega dia 23 pro niver da afilhada/sobrinha. No sonho, ela arrumava um bolo, com o palhaço Alegria. Só que o aniversário era de menino, provavelmente Lucas, o sobrinho dela. O bolo foi coberto com chantily, ligeiramente salpicado com chocolate em pó, dando uma coloração bege. Os botões da roupa do palhaço eram de beijinhos. Estávamos na casa onde ela cresceu e que eu frequentei muito. Estava ali a Bel, única das irmãs dela que não revi recentemente. (última vez que a vi foi no meu casamento, quando ela arrumou meu cabelo). No sonho de ontem, Bel estava com a mesma cara, embora Angel tivesse a idade de hoje. Na hora de fazer o cabelo do palhaço, eu sugeri usar confeitos de brigadeiro. O palhacinho ficou lindo! Pena que ainda não inventaram jeito de materializar imagens que formamos na mente!

O motivo do sonho certamente é a vida dela ao Brasil e também o fato de ter achado o nome do pai de Lucas na lista de vereadores eleitos na minha cidade. O nome era dele, mas talvez seja um primo homônimo. Minha amiga nada sabe a respeito.

Conheci a família de Angel quando eu tinha 12 anos. O pai dela guardava o caminhão na garagem em frente a minha casa. Ele saía bem cedinho, para levar carvão para as caldeiras de Santos. Isso acontecia bem na hora em que minha mãe varria a calçada. Varrer calçadas era uma atividade social única no interior...

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Ontem resisti bravamente à tentaçao de telefonar para algumas pessoinhas. Vou distinguir melhor relaçoes que me fazem bem ou não. Já bastam aquelas coisas que temos de tolerar devido a compromissos formalizados. Não há porque buscar companhias que nos tragam angústia, mal-estar.
Neste universo paralelo, as coisas não podem ser na base de "na alegria e na tristeza". Só deve ser na alegria, em momentos de alto astral. Estou sendo egoísta? Certamente que sim...

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Para alguém que andou sempre na vanguarda dos acontecimentos internéticos, cheguei um tanto atrasada ao Orkut. Estou curtindo a brincadeira. Até agora, houve um "engano" engraçado. Na busca pelo sobrenome de família, encontrei alguém que pensei que era minha sobrinha que se formou em alemão/port. Ela é uma séria e compenetrada professora secundária, dedicadíssima e muito querida pelos alunos. Vi o profile e me surpreendi com os gostos musicais/literários. Também estranhei os contatos que ela tem: pré-adolescentes, na maioria de origem oriental. Achei que eram alunos dela. Só ontem caiu a ficha quando vi um nome muito estranho na lista dessa garota. O nome seria de um parente dela, no Japão. Eh, eh, eh! A garota é adolescente, homônima da sobrinha!

Encontrei duas conhecidas no Canadá. Ambas são orientais e se casaram no ano passado com canadenses. Não conhecia os "partners". Me surpreendi. Esses canadenses são muito estranhos... e lindos! Lindíssimos! E têm gostos muito esquisitos!
Infelizmente não localizei muitos amigos reais. Mas já mandei convites para uma porção de gente. Hoje foi a vez de Onofre, o "metrossexual" de SJC, que apareceu cedinho no msn, esnobando o novo cabelo.

segunda-feira, outubro 04, 2004

Entreguei os pontos. Acabei fuçando o Orkut. Vi minha filha bisbilhotando a vida dos primos e não resisti.
É realmente curioso descobrir quem fala com quem. Mas também é perigoso. Novamente, xeretei a vida de Julius. Fiquei com o coração mais apertado ao ver novas fotos dos "meninos". Imagens de cortar a alma. Ainda bem que estou distante... Porém, foi interessante constatar o que acontece.
Encontrei também o Carioca. Fiquei arrepiada com algumas revelações. Por um instante, tive impulso de colocá-lo na minha rede. Mas a sensatez baixou rápido.
Limitei meus contatos a pessoas que considero de verdade, cujas amizades não teria razão para ocultar. Ao pensar nisso, parei pra refletir sobre Julius, a maneira como ele age em relação a pessoas a quem o apresentei. Não está certo. Vou tirar isso a limpo. Com classe. Acho que farei isso na quarta, quando for almoçar com o Fiscal.

domingo, outubro 03, 2004

Me esqueci de uma pessoa que conheci no início de julho: J o e. Moço distinto, com cara de Sidney Poitier. Fiquei na minha, pouco falei de mim. Preferi não conferir quem é ele. Depois de umas semanas de silêncio, ele retomou o ataque. É muito galante, mas não tive coragem da falar a verdade, bloqueei-o. Sei que estou sendo covarde. Talvez, um dia, supere esse "problema"... Eu, hein?

Teve meia dúzia pra quem eu falei na cara dura: "não vou pra cama com você". Há um ditado que diz: "quem pergunta quer resposta". Pois é... Se nao tivessem sido tão bestas, as coisas poderiam ter sido diferentes.

sexta-feira, outubro 01, 2004


o mercado Posted by Hello
A respeito de ontem...
Encontrei o meu amigo no mercado municipal. Tínhamos planos de almoçar em um dos tais "restaurantes internacionais" do mezanino. Mas, antes de chegar lá, já haviam me avisado que não estavam prontos. Ele provou um pastel de bacalhau e eu, um bolinho. Acabamos almoçando naquela mercearia árabe, na Afonso Kerlakian.
Esperava mais do mercado. Da última vez que lá estive, tinha a lembrança de frutas maravilhosas e muitas outras coisas. Agora, tá tudo renovado e limpo, mas a impressão é de que perdeu um pouco do seu charme. Também os preços parecem ter espantado os fregueses habituais, dando lugar a "turistas" como nós.
Não obstante (essa é de lascar, hein?) o comentário do post de ontem, cheguei em casa depois das 16 horas. Teria morrido de frio, se o amigo não me emprestasse o agasalho. Um gesto simples, óbvio. Detalhezinho que faz o diferencial de um ser humano. Impressionante, mas raramente alguém oferece um casaco.
Antes que pensem mal: zanzamos pela 25 e Santa Efigênia. O passeio todo foi muito relaxante e natural. Me senti muito à vontade, sem constrangimentos, do mesmo jeito que me sinto quando saio com Eduardo, meu grande companheiro de andadas pela cidade há tantos anos.
Foi o quarto amigo virtual que conheci este ano.
O primeiro foi o G la dia dor, com quem fui tomar um café na Liberdade. Foi um festival de mentiras. Ele começou com perguntinhas chatas e eu disse pra ele que era professora. Ele fez pouco caso, então chutei Semiologia. Daí pra frente, desfilei monte de conceitos de Roland Barthes, Saussure... tudo que consegui assimilar sobre o tema, na faculdade. Confesso que criei uma personagem muito chata. Mas acho que até colou. Problema foi que brigamos quando eu fui espiar uns CDs piratas no camelô. Eu queria comprar um filminho e ele veio com papo de que estragaria meu player. Aí, não agüentei. Perdi até o controle da voz e exigi que me desse uma explicação técnica convincente. Ele pareceu apavorado. Nos despedimos secamente, no metrô. Nunca mais nos falamos. Ele apareceu umas vezes no msn. Não me cumprimentou, e eu nem fiz questão. Após duas semanas, o detonei. Depois, no mesmo lugar, encontrei o Professor. Pensei que esse também fosse sumir. Achei que o espantei. Só depois de duas semanas, retomamos a conversa. Mesmo assim, foi meio timidamente. Hoje, penso que somos amigos.

O terceiro encontro foi com o Escorpiano, que vocês já sabem. Ensaiamos, mas não tornamos a nos ver. Ainda não tenho muita certeza do que pensar a respeito. Posso estar sendo muito boba, mas eu acredito nele. Temos planos para a semana que vem... Confesso que dá pra suspirar ao pensar nisso. eh, eh, eh!

quinta-feira, setembro 30, 2004

Ôôô preguiça! Também pudera... madruguei e às seis da manhã já comecei a ralar. Tudo pra poder terminar o trabalho cedinho e estar livre pra ir conhecer um novo amigo, o Li. Pena que não possa falar muito dele aqui. Num repente, a certa altura do nosso papo, passei este endereço pra ele. Então, se eu escrever, ele vai ler. E se eu falar bem, certamente ele vai achar que é porque eu sei que ele vai ler. E falar mal não posso, pelo mesmo motivo. Bom, se fiz bem em uma coisa e/ou outra, só o tempo dirá. Dirá?

segunda-feira, setembro 27, 2004


coraçao de jesus Posted by Hello

visto da República Posted by Hello

Caetano de Campos Posted by Hello
Como vêem, estou me divertindo com esse lance de postar fotos. Pra quem nunca conseguiu, é uma novidade entusiasmante! Até experimentei uma onde eu aparecia, mas a cautela me mandou removê-la.


Um sujeito me escreveu pela quarta vez, com o mesmo texto. Um dos trechos é :
"Estou atualmente em um flat aconchegante no bairro de Cerqueira César/Jardins. A foto que lhe mando é bem recente, apenas tirei o bigode e o cavanhaque. Me deixam muito sério. Caso não receba a foto, mande seu email que eu envio imediatamente. "
Vem a foto de um homem de terno fora de medida, cabelo sebento, assinando um livro, colocado em cima de uma mesa ou balcão de imitando madeira (parece fórmica ou contact padrão madeira/cerejeira). Ele usa um brochinho na lapela (esqueci como se chama isso). Acho que fui malvada, mas nao resisti a escrever:
"Vc está perto da Consolação? Curiosidade: de onde é essa foto? do Velório do Araçá?"

Certamente, ele vai falar um monte... Azar. Quem manda ser besta? E daí que ele mora em um confortável flat? E desde quando Cerqueira César tem a ver com Jardins? E pra que mencionar Jardins?

sexta-feira, setembro 24, 2004

quinta-feira, setembro 23, 2004

O Professor perdeu 20 páginas de "A Dama da Internet". Que pena!

Mais uma conversa "pitoresca" no Parperfeito. Grizalho46 diz que quer falar por telefone pois está travando. Fala que pode me ligar. Eu pergunto se ele tem celular Vivo (afinal, fiquei com saldo de 500 minutos no mês passado). Ele diz que me liga. Dou o número. Aparece um provável número de pabx. Atendo mas a ligação cai. Na telinha ele diz que deu caixa postal. Aviso que eu nem tenho esse serviço habilitado. Nos cumprimentamos. A voz é de velho e eu pergunto se ele tem speedy. Ele diz: "é Ajato". E eu: "ah... via antena?" (nao sei se é). Silêncio... Ele pergunta o que eu faço. Digo a verdade. Silêncio. Eu digo: "vc é engenheiro... trabalha com AutoCad?" E ele: "não, com prédios". Silêncio. E eu: "Dá licença, vou almoçar". Pena. Na foto que o "moço" colocou, era a cara do Richard Gere. Eh, eh, eh!


quinta-feira, setembro 16, 2004

Sonho lésbico?

Recentemente, comecei a conversar (pelo msn) com mais uma pessoinha interessante: um eng. civil identificado como D a n i l o. Estamos há uma semana em tratativas para nos vermos, mas eu fui me esquivando... Há uns 3 dias, surgiu o velho papo sobre ménage, swing, etc... Na tarde de ontem, ele havia colocado uma foto de mulher. Garantiu que era a irmã caçula. Não acreditei muito. À noite, um sonho preocupante: Fui visitá-lo em uma das casas que ele construiu. Tinha uma piscinha transparente, de água morna. Nadei nela pelada. De repente, surgiu uma garota, também pelada e com as pernas bem abertas, escancaradas. Ela tinha um jeito de sereia e o sonho era mudo. De repente, ela apontou pra "lá", disse - com mímicas - pra eu botar meu dedinho ali. Só que quando eu botei meu dedo, comecei a ser sulgada pra dentro dela... Aí, acordei!

Será esse sonho um aviso?
Será que o cara tá aprontando alguma?
Será que eu penso que ele está?
Será?

Nos últimos dias, andei retomando contato com mais pessoas de outros carnavais. Ontem, fui almoçar com Alfredo e a esposa. Eles tinham vido ao médico, no Hosp. do Servidor. Fui por um dever humanitário. Só porque ele vive dizendo que eu sou o único elo que ele mantém com a civilização. Não tinha vontade alguma de vê-los.

Marcamos no McDonald´s da av. Ipiranga. Só que o cara se atrapalhou e foi maior confusão até nos acharmos. Isto porque o celular dele (Claro pré) estava sem créditos e ele não conseguia me ligar a cobrar. Tá cheio de gente assim: que compra um celular de 1.500 reais e depois nao tem grana pra botar créditos. Perguntei se eles tinham almoçado. Disseram que não, constrangidos. Eram umas 14h. Deduzi que estavam sem grana. Entramos no primeiro "quilo" que achamos na 24 de maio. Era dia de feijoada e eu comi muito mal. Fiquei com maior dor de cabeça e me despedi rapidinho deles, depois de entregar a máq. fotográfica (yashika tradicional com zoom) que havia lhes cedido. Sorte que o astral horrível foi quebrado com um telefonema de Eduardo, me convidando pra ver Guga no Ibirapuera. Voltei pra casa, ajeitei as coisas e pequei o metrô, rumo Ana Rosa. Resumo: não trabalhei quase nada ontem. De manhã, foi aquela correria confabulando com minha irmã. Isto porque minha mãe levou um tombo anteontem. Meu irmão estava por conta da visita do p rimeiro-m inistro.


terça-feira, setembro 14, 2004

Ontem, acho que a Lua estava a meu favor. Consegui trabalhar bastante na parte da manhã e quando foi na hora do almoço, Julius ligou.Não preciso dizer que fiquei superfeliiiiiiz. Apesar de não estar nada em em termos de aspecto físico, botei uma roupinha alegre, óculos escuros, e fui vê-lo. Não consegui nem conversar muito, mas me fez um bem danado!
Senti que a minha pele melhorou bastante. Eh, eh, eh!
À tarde, um e-mail de Eduardo, com o seguinte trecho:
"Não pense que o silêncio destas semanas indica um esquecimento. Muito pelo contrário. Penso todo dia em você. Principalmente nos momentos de desespero. Fico pensando: "Como minha amiga, com toda sua fleuma oriental trataria a questão?". Quer trocar a presença meio sábia e distante de seus gatos pela companhia dos "coleguinhas"?

Chegou bem no instante em que pensava no tempão que não nos comunicamos.Telefonei na mesma hora e marcamos de jantar. Comemos num restaurante japonês caseiro, na Galvão Bueno. O bom de jantar com ele é que ele quase não come proteínas. Adivinha... Fiquei com todo o sashimi, camarões e peixe assado! Aproveitei para mandar imprimir fotos de 7 de setembro. Ficaram ótimas!


Na tarde de hoje, o amigo escreveu:

" Obrigado por me proporcionar uma segunda-feira com cara de sexta. Foi muito bom! Serviu para aliviar muito a tensão. Adorei o passeio pela Liberdade e as compras. E, pode acreditar, sonhei que você havia editado um livro sobre sua vida ilustrado por centenas de fotos. Os capítulos classificados por épocas de sua vida que, no sonho, acabavam se confundindo um pouco com a minha. Talvez pela amizade de mais de 20 anos. As fotos eram muito estranhas. O enfoque eram objetos, em primeiro plano, e que pareciam mais arte minimalista. Interessante que ao folhear o livro e ver aquelas fotos quase abstratas, podia identificar muito bem seus significados, a época em que foram tiradas e sua relação com o contexto de nossas vidas. Acordei e eram 1h15 da madrugada. O livro se desfez em névoa mas fiquei com uma agradável sensação."

E eu paro pra pensar que algumas amizades só sobreviveram esse tempo todo graças à Internet. Quanta gente pensamos em contatar e desistimos de telefonar, ne? É o caso daquela amiga de Mogi, pra quem estou pra ligar desde que a cidade saiu a lista de DDD regional. Se ela tivesse e-mail seria muito diferente...

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Parte chata do dia de ontem foi referente à amiga de Brasília. Ao contrário do que imaginei, a conversa na delegacia não foi das piores. Mas fiquei p... da vida. Liguei pra ela com mil preocupações, na hora do almoço. E adivinha? Ela vem me perguntar dos preços de hotéis, para a semana do "saco cheio". Tá certo que poderá ser a última chance de ela viajar com os filhos. Mas... tenha dó! Eu pretendia até mandar uma carta com algumas fotos. Desisti porque ela nem perguntou da minha família.

Egoísmo e desprendimento são características inatas. Felizmente eu tenho mais duas amigas homônimas que são completamente diferentes. Mas a gente não se torna amiga das pessoas só porque elas sao boazinhas, maravilhosas. E as relações longas prevalecem por razões misteriosas...

segunda-feira, setembro 13, 2004

Ontem, recebi um telefonema de minha amiga Alice, de Brasília. Coitada... Ela queria desabafar. Gostaria de ter tido algo de bom para dizer a ela, mas nao encontrei nada. Há 15 anos ela se casou com o primeiro que topou a parada. Estava chegando na virada dos 40 e o que ela mais queria era ser mãe. Conseguiu. Tem 2 meninos de 13 e 12 anos. Há uns 3 anos confirmou que o marido é bi. Eu desconfiei disso desde a primeira vez que o vi. Desde então, decidiram se separar, mas nada definiram pois disputam a guarda das crianças.
Hoje ela foi intimada a comparecer na Delegacia da Criança e do Adolescente pois borrifou inseticida pela janela do banheiro quando os filhos se trancaram lá. No dia seguinte, o marido deu queixa-crime.
Triste, né? Mas dizer o quê? Ela fez uma tremenda burrada. Burrada no casamento e na maneira de educar os filhos. Deu a eles o melhor que podia, em termos materiais, vestindo-os impecavelmente e cuidou de deixar a casa um brinco. Faltou ser amiga. É o que penso... Infelizmente, não sei o que dizer. Eles querem ficar com o pai. Acho que tem de deixar...

sexta-feira, setembro 10, 2004

Altos papos

- Sabe.. não dá pra ESCREVER com essas perturbações na cabeça ? É...ESCREVER precisa de concentração...
- Isso mesmo.. diferente de DIGITAR.. e muito mais de TECLAR... percebe os níveis?
- É... ? Digitar tb difere de teclar.r.srs vc acha que nao?
- Acho que sim...Digitar significa "colocar o dedo na tecla com o objetivo de apor uma idéia.." ...
- A sensação que eu tenho de "teclar" é de que seus dedos são comandados pela máquina e não o contrário...
- A maior parte das pessoas fica apenas teclando no msn...
- E teclar...é apenas " tocar uma tecla , com o dedo ou com outra coisa qualquer.." ...rssss ( nessa eu me esmerei..)

quarta-feira, setembro 01, 2004

Hoje resolvi encarar certos assuntos de frente. Já bem cedinho, telefonei pra minha irmã, antes que ela fizesse isso. Fofoquei sobre a conversa de ontem, no msn, com a sobrinha e botei outros temas em pratos limpos. Melhor assim, pra que eu possa iniciar meu dia livre dessas preocupações.

Depois, telefonei praquele Escorpiano. Não sei se foi melhor ou não. Entrou gravação. Fiquei com sensação de que é mesmo "só trabalho" a razão do sumiço dele. De qualquer forma, se fui rejeitada, é melhor esclarecer. Ou espanto o homem de vez ou... agarro à força! eheheeh.
De qualquer forma, acho que tenho de superar os traumas. E ele também tem que encarar o problema de frente.
Aí, resolvi checar se não fui detonada por ele. Descobri que pelo menos isso não aconteceu. Fiz outras "espionagens". Agora tô mais aliviada.

Vejam o que eu escrevi para Isa:

Venho recebendo seus lindos e-mails sobre os últimos acontecimentos e pensava em lhe escrever logo. Estranhei o seu sumiço do msn e do icq. Mas.. hoje, sabe o que aconteceu? "Atirei no que vi e acertei no que não vi".... Bom.. é daquelas coisas que às vezes é melhor nem ver...rsrsr.. Tem um programinha chamado Msnblockdetected... e hoje, resolvi xeretar, pra ver se certo amigo (que também sumiu) não me apagou.. .e eis que.. o que eu vejo? Que VC me detonou!
Bom... a primeira reação foi de tristeza. Confesso que deu até vontade de chorar... Mas, aí... agora resolvi tirar isso a limpo e ver se foi vc mesma ou um acidente.. se vc concluiu (como o Jordao, de Portugal) que eu sou maior mala sem alça e não sirvo mais pra ser sua amiga virtual, acho que terei de "trabalhar" esse aspecto e rever meus critérios de com quem devo me comunicar...


Valeu muito a pena tudo que escrevi pra Isa. Olha só o que ela respondeu:

"Tá ficando doida menina? eu jamais faria uma coisa dessa. Te gosto de montão. Somos companheiras de net há muito tempo e vc tem o melhor papo deste mundo. Se vc viu, tb notou que no meu msn não tem ninguém. Já formatei esse micronão sei quantas vezes. E agora meu filho com essa folia de andar na net o dia inteiro, colocou o dele e tirou tudo meu porque diz que eu não tenho tempo. Pode?????? Toda vez que abro esta baiuca, aparece o msn dele e não o meu. ICQ não tenho mais mesmo há muito tempo. Tenho saudades louca dos nossos papinhos principalmente nos domingos. Quero ter noticias da sua menina... Vamos fazer uma coisa: vc me manda o endereço novamente que eu peço para ele colocar, tá? Nem a Deyse encontro mais sabia? Estou alienada..buáááááááááááááááááááááááááááááááá Filho criado trabalho dobrado, ditado antigo mas certinho. Fique com minha amizade que eu a considero muito."

Claro que eu esperava uma resposta assim. Nunca vi essa mulher, mas até hoje me lembro de ter ficado horas noite adentro, enquanto ela dava assistência à mãe, em fase terminal, lá em Goiás.

* * *

Recentemente, acrescentei ao meu perfil a frase: "Não atire no escuro". Tô sem saco pra repetir minhas características, etc, etc. Aí, um sujeito perguntou:
"O que é atirar no escuro?"
Tive o trabalho de explicar, assim:
"Dar tiro no escuro é atirar sem mira, pra acertar em quem estiver por perto. É não se importar com o que as pessoas pedem no perfil e tampouco com quem é ou como é. É atirar em quem está online, sem se importar com mais nada, procurando apenas uma conversa eventual. É mais ou menos o que você fez."
E o cara respondeu: " Acho sinceramente que o seu problema é outro.........beijos e espero não incomodá-la mais. Nem tudo que está nos perfis são verdades.".

Outro sujeito me perguntou o que eu estava procurando. E eu:

"Homem bonito, rico, inteligente e gostoso, que escreva bem e tenha boa conversa."
Longos minutos de silêncio. E e eu:
"Quem pergunta quer resposta!"
E ele:
"Não entendi!"

Acho que não consegui esvaziar a lixeira da (in)tolerância na virada do mês. O balde tá transbordando. E nem tô de tpm.

Pelo menos um curioso desconhecido esteve neste blog e se comunicou comigo. Agora sou eu quem está curiosa.

Não, não tô no Orkut. Como é que posso estar se eu perdi o único convitinho que me chegou, da Kate?
O mais engraçado é que todo mundo pergunta se eu estou. Digo que não. E fica por isso mesmo. Vai entender...

O certo era eu ter pelo menos mais 3 blogs. Um para assuntos de família, outro para problemas de trabalho e outro para aqueles que não posso revelar pra ninguém. Como não tenho paciência nem pra atualizar um, vou driblando e restringindo temas a aqueles ligados a internet.

A verdade é que, aqui na internet, vivemos num mundo paralelo, que nem aquele das histórias do Superman. Eu não sei se o lado bizarro está aqui ou na vida real. Mas periga dar um nó quando os dois mundos se cruzam. Então, os papos virtuais com pessoas da vida real têm de ficar restrito ao mínimo. E também quando as pessoas saem do virtual e ocupam espaço na vida real, acabo excluindo-as de comentários. Por isso quase não falo mais de Julius. Porque cada vez falo menos pela internet com ele... e também sinto que somos outras pessoas no contato direto. Estranho, né? Com ele aconteceu exatamente o contrário de tudo: não me animei com a conversa virtual, me choquei com a foto e me surpreendi ao vivo!

terça-feira, agosto 31, 2004

Adooro ver comecinho de novela global.
Que que tem? Se eu quisesse ser intelectual, não era "comunicóloga"! Sim, gosto de novelinha, de Ana Maria Braga, de "Caras", "Contigo"... e daí?


Mais sobre o homem perfeito, que tem 50 anos e é do Nordeste:

"Tudo o que você quer de um homem, eu sou. Se você ainda não encontrou seu par, escreva-me. Beijos. Sou alegre, extrovertido, gosto de t udo que é bom, e esta é a primeira experiência neste tipo de comunicação. Ah' sou bonito, por dentro e por fora. Pratico esportes com muita regularidade, portanto, além de bonito tenho uma bela estampa. " (espaços extras são propositais, vocês sabem...)

Propaganda é a alma do negócio. Isso me fez lembrar do baiano que se dizia clone do Zé Mayer. Depois relato o "causo" com calma.

Ontem eu senti minhas energias em baixa. Parece que fui sulgada pelo tal Vampiro Emocional. Só deu vontade de bocejar. Não houve café que resolvesse minha falta de disposição. Quando fui olhar a latinha de guaraná em pó, descobri que ela ficou aberta e tinha uma baratinha lá dentro. Nessas horas, não há outra coisa a se fazer do que ficar de papo furado no msn.

Pior é que tenho quase certeza de onde vem esse chamado que me enfraquece. Fico com medo de pensar muito no assunto. Sempre que eu ligo pra "ele" com essa sensação, descubro que aconteceu algo esquisito. Mas é um laço que não dá pra romper.
Amanhã, vou restabelecer contato. Hoje preciso trabalhar. E depois, é dia de comer dobradinha na rua Aurora! Vou aproveitar pra atualizar fofocas políticas com quem está perto do "poder"! Final do mês que se dane, que de vez em quando posso falhar!

segunda-feira, agosto 30, 2004

Li o texto de Nelson Rodrigues. Havia visto o filme, mas não me lembrava de "Dama do Lotação". Parei pra pensar... Não concluí muito bem. Mas acho que a analogia tem a ver...

quarta-feira, agosto 25, 2004

Depois do comentário do Professor de Literatura, resolvi mudar o template. Até achava que ele nem lia mais este blog. Anda muito quietinho o moço. Mas acho que anda lendo mais do que supunha. Disse que está escrevendo um conto: "A d a m a da I n t e r n e t" (espaços propositais). E prometeu dividir a grana comigo... Minha nossa! Até que pode ser interessante... Fiquei muito curiosa.

terça-feira, agosto 24, 2004

Trechos de e-mail que enviei no final desta manhã a Liam:

"Está cada vez mais difícil ter um papo com mínimo de conteúdo e sincronia, seja pela internet, seja na vida real. Atribuo parte disso à minha impaciência que está se agravando. Fico muito irritada quando as pessoas não me entendem... até digo que isso me frustra um bocado como profissional de comunicação. Mas essas fases oscilam um pouco, talvez conforme a Lua...
Hoje está tudo dando errado, saindo de sincronia. Começou que o desenhista, lá da Praia Grande, ficou sem energia. Então, só consegui falar com ele, por telefone, por volta das 10h. O material que precisava imprimir antes do meio-dia, pra mandar revisar, só chegou agora...

Enquanto falava pelo msn com vc, uma amiga que mora em Sto Amaro ligou dizendo que "está vindo". Taí um contratempo de se trabalhar em casa. Como nao tenho condições de oferecer almoço, assim de última hora, me programei de almoçarmos juntas aqui perto. Ela vinha ao Mackenzie, onde a filha tem uma apresentação de teatro... só que.. até agora, nada! E nem sei se ela pegou metrô ou veio de carro. Ela é uma daquelas pessoinhas que se recusam a ter um celular. Pior é que eu estava doida pra conversar com ela, adoraria passar um dia de conversa fiada e tinha planos de levá-la a um restaurante coreano ou judeu, no Bom Retiro. Mas não vai dar pra fazer nada disso. Tô furiosa!"


A amiga não apareceu, não ligou... são 12h30. Tô mais furiosa ainda!
Sei que ela não fez por mal. Mas, por que diabos me ligou? Só me tirou do eixo. Detesto esse tipo de coisa!
Eu estava correndo na parte da manhã pra ver os jogos.

Outra coisa que me desequilibrou: mais um daqueles telefonemas sem continuidade da minha filha!

Resumindo: nem almocei e estou com baita dor de cabeça. Nem tenho nada interessante pra almoçar. Só uma maçã. Hoje, pretendia ir ao sacolão.

Outra coisa que me irritou: a amiga perguntadeira de sempre, que sempre está ocupada com alguma coisa quando sou eu quem puxa a conversa. Por que diabos aparece on pra mim, então?

E o "Benevides"? Acho que esse despirocou de vez. Deve estar cobrindo as Olimpíadas..rsrsrs

Pronto... bloqueei 80% dos meus contatos. Não tem por que me irritar mais! Cheeeeega!

Pelo menos parece que minha mãe está entrando nos eixos...


Mudando de assunto...
Dá pra levar a sério alguém que diz que tem "boa estampa"?


sábado, agosto 21, 2004

Vou postar aqui mais um sonho doido, enquanto ele está nítido na minha mente.

Sonhei com Lucila, minha doce amiga que mora em Mogi. Estávamos na Paulista, esquina com a Augusta, por onde escorria muita água, apesar de não estar chovendo no dia. Era uma dificuldade atravessarmos no meio daquele aguaceiro. Andamos perto do Cj Nac, conversamos. Mas dávamos uma volta e logo estávamos em minha casa. Só que eu queria lhe oferecer um café e resolvi fazer no meio da calçada, em uma espiriteira. Mas quando peguei minha velha panelinha de ágata vermelha (a mesma que uso em casa pra esquentar água), tinha um sujeito enorme sentado num banco de cimento, impedindo-me de fazer o café. O traseiro dele ocupava todo o espaço e ainda saía fora, perto de onde eu deveria acender o fogo. Ele olhou pra mim e nós saímos xingando. Fomos pra casa e minha amiga queria procurar uma palavra em um dicionário que me emprestara há algum tempo. Só que eu nao tinha mais o dicionário em casa. Havia emprestado a alguém, mas nao me lembrava pra quem. Eu disfarçava pra que ela não descobrisse que eu não tinha mais o livro. Sugeria que olhasse outros. Lucila contou que o marido (cujo nome nao me lembrava no sonho, mas agora eu sei que é Zé) havia se formado em Economia e procurava emprego. Falei pra ela procurar um velho colega nosso que trabalha na Ordem (acho que ainda tá lá). Mas tentava citar a assessoria e não conseguia me lembrar do nome (agora me lembrei).

Lucila e eu trabalhamos juntas apenas dois meses, há mais de vinte anos, mas nos tornamos amigas para sempre desde então. Ainda me lembro dela vindo me dar boas-vindas no meio daquele ambiente hostil, em que todos me fitavam como uma ameaçadora inimiga. Na ocasião eu havia sido contratada para uma vaga temporária enquanto a equipe toda estava sob ameaça. Ameaça essa que acabou se cumprindo, com a extinção do departamento de revisão de um grande jornal, dos primeiros a ser informatizado. Posso dizer que desempenhei um papel histórico no processo: fui a última contratada pra função.
Minha situação na época não se compara em nada a de hoje. Apesar de muitos anos de experiência em uma grande editora de revistas, meus conhecimentos eram extremamente limitados. Ao examinar meu currículo, o editor da primeira página fez um "tsc, tsc" e disse que eu iria me "queimar para sempre" se tentasse acompanhar o ritmo de um jornal diário. Sugeriu então, que recomeçasse na revisão. Pois é... foi por ali, já na porta da saída, que recomecei. Não sei como, passei à frente daquele pessoal todo e abocanhei um segundo lugar no concurso que fizeram pra área mais nobre.
Nossa... Falando daqueles tempos, sinto-me matusalém.

sexta-feira, agosto 20, 2004

O sedex 10 não funcionou e só entregaram a encomenda prometida às 18h30. Que raiva. Em outros tempos, teria feito um escândalo, aparecido na Globo, etc... Mas estava ocupada e preocupada demais com outros assuntos para tomar essa providência. O importante é que Eduardo (e a mãe dele) ficaram imensamente felizes. Deu pra sentir que ele adorou mesmo o presentinho que eu preparei com tanto carinho. Acho que valeu por tantos outros com os quais ele me contemplou ao longo destes... xiii.. acho que 27 anos!

Estou com o coração apertado. Mas minha caixa de lágrimas está meio travada. Nem consigo chorar. E também nem ouso fazer diagnósticos. Mas estou muito preocupada com minha mãe. Em todas pausas do trabalho, só tenho pensado em qual seria a melhor solução para ela. Eu estou quase certa de que não sou a melhor companhia pra minha mãe. Mas eu até já pensei em me mudar...

Neste final de semana, refletirei melhor...

quarta-feira, agosto 18, 2004

Por que existem pessoas que nos fazem sentir bem quando nos chamam de "amiga"... e outras que nos provocam mal-estar?

Ontem reencontrei Impiedosa. Não me lembro como nos conhecemos. Acho que foi pelo ICQ. Já faz um bocado de tempo. Ela estava pensando em fazer vestibular. Cursou um ano de Direito, desistiu e já está no 6º período (lá chamam assim) de Turismo, em Niterói. Deve estar hoje com uns 23 anos. Linda garota... Fiquei feliz em revê-la. Não me sinto como mãe, nem como tia... penso que somos amigas mesmo!
Isso me fez lembrar de outra amiguinha, de Barra do Piraí. Vou escrever pra ela. Depois, tentarei contar a história dela.

Ontem fui até a 25, na esperança de encontrar minhas lãs. Fazia tempo que não via tanta gente feia e descontente. Incluindo os guardas metropolitanos. Muita gente xingando a prefeita. Eu, que antes a defendia, ressaltando seus pontos positivos, já não os encontro mais. Os desmandos do governo federal e o descaso com o povo nunca me deixaram tão desolada. Achei as obras da 25 completamente inoportunas. Fiquei com pena dos camelôs, dos lojistas, de todo mundo que batalha por ali. Só os chineses dos shoppings estão num oásis de prosperidade e vendas, intocáveis, no mundinho deles.. Mas não gosto de ficar falando disso. Parece que criticar demais torna as coisas piores. Inclusive para os coleguinhas.

Da 25, dei um pinote e fui até Sta. Efigênia. Desisti da compra do fone de ouvido sem fio quando me dei conta de que o modelo indicado pelo sobrino nao custava 79 e sim 249,00! Mandei fazer um fiozão de 5 metros, por 10 reais. Me divirto sempre que vou por lá, de tanto ouvir asneiras. Principalmente daqueles sujeitos metidos, que levam namoradas ou filhos adolescentes. Blefam em voz alta, exibindo seus conhecimentos. Na ânsia de vender, alguns camelôs soltam outra bobagem, e assim vai. Naquele pedaço, ao contrário da 25, as pessoas pareciam muito felizes.

terça-feira, agosto 17, 2004

Hoje aconteceu uma coisa impressionante. Tanto andei pensando que o Carioca apareceu no MSN. Isso aconteceu porque eles estão "meio de greve" por lá. É claro que pensei nele também porque eles e o Poderoso Chefão deles estão ocupando espaço na mídia.
Mas, o impressionante não foi a apariçao e sim o fato de eu resolver pedir a ele uma dica para preparar couve-flor. Antes que ele respondesse, comentei que pretendia fazer ao forno com creme de leite. E ele, na mesma hora, disse: "eu gosto ao forno com queijo e creme de leite". A mensagem dele chegou antes de eu enviar a minha... Taí: até que a gente tem alguma coisa em comum.. .ou talvez muitas. Pena que fizemos tudo errado. Mas pelo menos minha raiva passou e agora posso falar com ele numa boa, sem maiores emoções. Acho que ele não é mesmo má pessoa. Só folgado demais... Porém, reconheço que fiz mal em falar mal dele e da família, aqui no blog. Principalmente sabendo que eles leriam. Foi de propósito sim. Mas foi feio...

É... o fato de saber que as pessoas citadas estejam lendo me inibe, é claro. ..
Por exemplo... "Conheci" recentemente uma pessoa que parece legal, inteligente... Mas se eu falar bem dele, de repente ele vai achar que estou fazendo média aqui. E se eu não falar, ele pode achar que estou desprezando. Bom.. o cara tem um nome muito diferente, por isso não consegui encontrar um pseudônimo equivalente que comece com a mesma letra. Não posso chamá-lo de Engenheiro, nem de Professor ou tampouco Politécnico. Preciso encontrar uma boa saída...


Coloquei no correio o presente do Eduardo. Antes, liguei pra casa dele e confirmei que a mãe dele estaria lá... Foi em cima da hora! Eles sairão por volta de meio-dia. Eu enviei por sedex 10.


segunda-feira, agosto 16, 2004

Tô terminando o presentinho do Eduardo, brincando com os gatos e vendo tevê. Nas horas vagas, trabalho!


Devo cair na real. O fogo daquele escorpiano era de palha! Odeio ser "enganada" assim. Antes a sinceridade como a do Baixinho de Taubaté! Mas, fazer o que... Sou simplesmente uma mulher! E pior: que se acha esperta.

Snif, snif!

sexta-feira, agosto 13, 2004

Sexta 13 é meu grande dia de sorte. Algo de muito bom há de acontecer! Já acordei com melhor astral hoje, apesar de dormir gostoso e ter um sonho muito estranho.
Sonhei que meu avô havia morrido. O fato estava acontecendo na época atual. Mas, na realidade, meu avô morreu quando eu tinha apenas dez meses.
Que será que isso significa?

Sexta também é o dia em que todos ficam felizes antecipando o final de semana. Eu fico atarantada, pensando na cozinha. Antes, nao era assim. Mas desde que minha filha foi pro quartel, minha vidinha virou de ponta-cabeça.
Nos finais de semana me lembro do período em que voltava carente pra casa, com maior vontade de comer a comidinha da mamãe, que nem era lá essas coisas. Me lembro também de como eu ficava aliviada quando ela desencardia minhas roupas e passava impecavelmente. Ah, isso ela sabia fazer muito bem! Recordo-me de como ficava triste quando isso não acontecia. Da barriga no tanque de cimento, lá no Jardim Bela Vista. Das roupas estendidas naquela área cheia de fuligens, na senador Queirós, da confusão na república da Cardeal. Aí, me veio a cena do almoço na Antônio Paes, onde morava uma colega do cursinho. Nossa, como a mãe dela cozinhava bem! Pobre dona Wanda...
Agora vou procurar lãs.. espero não voltar tosquiada. São 10h12!

* * * *

Chegou mais um "relatório" da minha amiga mais antiga, aquela que por isso se acha no direito de ser também minha principal confidente. Isso mesmo, a que se recusa a ler o blog por ser uma coisa assim "tão pública".
Estou aborrecida pois terei de fazer um esforço fora do normal para responder sem ser ferina. Vai ser uma tortura, mas não quero que ela fique triste...
Ela conta dos concertos populares na Cidade Maravilhosa, do maravilhoso namorado e do Dia dos Pais. Todos temas que não têm nada a ver comigo!
Desta vez, não darei o troco falando da minha filha, da nova digital, dos novos amigos. Não sou tão vingativa assim...

Acho que farei um maravilhoso cachecol para Eduardo. Estou estudando as cores... Fiquei com vergonha de ver outro dia o que dei pra ele há mais de 20 anos. Nossa, eu tinha um gosto muito duvidoso... Ou seria a moda?




quarta-feira, agosto 11, 2004

Tô que não me agüento. Não é tpm.
Pra pessoas que torcem o nariz pros meus gatinhos, ó!

Nise da Silveira: "Cultivo muito a independência. Por isso gosto do gato. Muita gente não gosta pela liberdade de que ele precisa para viver. No circo você vê tigre e urso, mas não vê um gato. O gato é altivo, e o ser humano não gosta de quem é altivo."

terça-feira, agosto 10, 2004

Foi aniversário do meu amigo mais velho, o síndico. Isso me faz lembrar que este blog acaba de completar três anos. Pena que não consegui escrever dirariamente, como pretendia. Mas, pra compensar, houve dias - como hoje - em que escrevi por muitos dias.

Mas não gosto de mim nesta "fase luiz". Nem tô me reconhecendo!

Deve ser porque meus leitores em tempo real não apareceram hoje. Até o Professor do interior que gosta de gatos me abandonou... É o frio!

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Pela segunda vez em poucos dias, dei "bolo" em Julius.

Também não tô me reconhecendo!

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De novo a velha discussão que uns tanto gostam e outros abominam. Mas que deve passar pela cabeça de todo macho pelo menos uma vez por dia.

O será que leva um homem a falar nas suas medidas? E como será que eles medem o dito cujo? Onde será o ponto de partida? Pelo diâmetro? Pelo raio? Pelo perímetro? Vai saber...

Um velho amigo, que volta e meia bate na mesma tecla, me perguntou se é verdade que a grossura é mais importante que o comprimento.

Pra quem tem alguma dúvida: Claro que tamanho é documento! E nem me venham com comparações com peitos e bundas! Também não adianta dizer que "tanto faz"!

Nesta hora, os caras contam aquela velha piada sobre o tamanho do carro e da garagem!

E também alguns se vingam perguntando se eu tenho aquilo de atravessado.

Bom... Ninguém precisa ficar ofendido. Mas a verdade é que quem estiver fora do padrão tem de se esmerar na performance!

Acho que o recado tá dado... Bunitinho, ne? Falei com jeito. Ninguém pode me criticar. Eh, eh, eh!

É... foi pra chocar, sim!
Mas falei o que penso sobre o tema.
Uma vez por ano, tenho direito de fazer isso!

* * *

Os arquivos deste blog estão embaralhados. Mas eu tenho medo de mexer e piorar a situação. Ou pior: perder tudo. Socorro!
Luiz, gostaria de ser disciplinada e cuidadosa feito você. Sim, claro que você pode ser um adjetivo! Pode até ser sinônimo ou ícone!
Te falei que vi seu retrato naquela sua fase "xicória" (ou seria chicória?). Por falar em "x"... Chale tem tudo pra ser com "ch". Outra palavra que tem cara de "ch" é cocha. Principalmente cochinha! Vamos perdoar o coleguinha!

Recadinho:

"Barão... Seu cartão chegou. Confesso que fico sensibilizada e dá até vontade de vê-lo. Mas não quero criar falsas expectativas. Só se fosse um café e uma conversa pra jogar fora. Ainda não entendo essa sua história de não ter acesso a nenhum e-mail e só poder ler este blog. Bom... Pelo menos eu sei que tenho um leitor. Eh, eh, eh."

Claro que isso tudo mexe comigo... Fico pensando no que pode ter acontecido nestes dois anos e meio... Isso não é normal!

Voltei a conversar com "Ti". Agora ele está trabalhando e fica pendurado no ICQ o dia todo. Às vezes dou um oi pra ele. Foi morar com uma garota que tem um gato e uma filhinha de três anos. Parecem felizes. Tomara que sim.

Outro dia quase telefonei pro Carioca. Tive vontade de pedir de volta a mala que "emprestei" pra ele. Até hoje não entendo como alguém pode ser tão displicente. E também não entendo como eu fui tão desprendida com esse cara. A velha história: "o amor nos deixa surda, cega e burra!"

Não teria nada demais o cara se esquecer de devolver a mala. Mas usá-la?

Bom pra eu aprender: nunca mais terei uma mala de couro feito aquela. Acho que nem na Argentina fazem mais.

Lembrei disto agora porque tudo aconteceu num mês de agosto... Sempre que passo em frente a aquele hotel, me lembro dos dias. Foram bons, sim. Agora, parecem cenas dum filme surrealista.

Outra coisa que me ocorreu: Não posso acreditar que aquele "menino" tenha virado a bandeira. Vai ver que foi tudo mentira. Ainda não sei se do pai ou do filho. Eu sou mesmo idiota. Desconfio de tantos e acredito em cada um... Que raiva!



***
Viram? Só agora reparei que posso mudar as cores.

segunda-feira, agosto 09, 2004

Parece que arrumei um novo leitor. Só não sei se ele acredita muito em mim. Também, com tanta gente maluca que tem neste mundo, não o condeno se me tomar por mais uma. Mas estou em fase de sinceridade quase que total.

Estou em fase hipersensível. Eu me vejo na minha filha, na minha mãe, na minha irmã. Eu me vejo em todos os defeitos delas e me indentifico com elas nas variadas fases da minha vida! Às vezes esses espelhos me chocam!

Como não sei mais fazer link, reproduzo, a seguir, um texto lindo de Cora Rónai, que saiu na revista "Cláudia" deste mês. Eu assinaria embaixo, com a diferença de que "só" tenho 3 quadrúpedes e "apenas" meia dúzia de livros sobre gatos. E eu adoro presentear as pessoas com manekinekos.


Pequenas felicidades quadrúpedes

Minha casa é uma casa temática. Há fotos de gatos em porta retratos, esculturinhas de gatos dos mais variados tamanhos feitas em todos os materiais imagináveis, uma coleção de maneki nekos, gatos diversos pintados em louças, enfeites e no colo de cada uma das matrioskas que eu trouxe de Moscou. Há naturalmente um gato de porcelana, como no tango, e um gato de bronze, placidamente deitado sobre uns livros, para prender a porta. Há também uma prateleira inteira numa das estantes, exclusivamente dedicada a livros sobre gatos. Da última vez que contei, eram mais de cem.É lógico que não decidi que a minha casa ia ser assim. Todos esses gatos decorativos e imaginários foram se juntando aos poucos ao meu redor, mais ou menos como se juntaram os sete gatos de pelo e osso que hoje me dão o prazer da sua companhia. Muitos chegaram como presentes de Natal ou de aniversário, outros vieram de lembrança na bagagem dos amigos, alguns me conquistaram em viagens ou na lojinha da esquina. Gatos têm disso, mesmo quando não são de verdade.De todas essas coisas felinas, grandes ou pequenas, poesia ou prosa, a que mais gosto, disparado, é um verso do Neruda:?Tudo é imundo para o imaculado pé do gato.?Nesta frase está, para mim, a essência da sua elegância. Nada está, jamais, à altura dos seus pés delicados, das patas que tudo testam antes de pousar, cheias de cuidados ? da grama do jardim ao mármore da mesa, do tapete oriental de 600 nós por centímetro quadrado ao capacho da entrada, passando pelo sofá (bege), pelas almofadas (brancas) e, lógico, pela cama recém-arrumada que se dignam a dividir com a gente. Às vezes, porque nem eles conseguem ser perfeitos, toda esta precisão acaba numa cena cômica. Poucas criaturas têm tanto senso do ridículo quanto os gatos, e é muito engraçado ver como tentam se convencer ? e nos convencer ? de que nada demais aconteceu. Conviver com eles é uma constante lição de observação e um encanto permanente; é, também, um aprendizado de bem querer, em que o grande segredo é o respeito às diferenças individuais. Ao contrário do que imaginam as pessoas que não os conhecem, os gatos são extremamente amorosos e dedicados. Apenas não são subservientes -- no que, aliás, estão cobertos de razão. Subserviência não é uma boa base para nenhuma relação.Adoro a sua companhia, e me sinto honrada por me distinguirem com seu carinho, sua amizade e sua fenomenal intuição: estou convencida de que aqueles bigodes todos são antenas para captar vibrações. Quando percebem que estou triste, juntam-se ao meu redor e fazem o que podem para me alegrar; quando acham que já dei atenção demais ao computador, plantam-se em frente à tela ou dão pequenos puxões na minha roupa, para que eu me lembre de que há coisas mais importantes para se olhar na casa. E há mesmo. O melhor é que, apesar de lindos (e vaidosos), eles sabem que beleza não é fundamental; fundamental mesmo é delicadeza, essa qualidade tão em falta na vida humana.(Revista Cláudia, agosto de 2004)
Comentário do meu amigo:
"Não resisti a te escrever depois de ler sua mensagem sobre suas peripécias no ônibus. Como me identifiquei! Passo a maior parte da minha vida indo da casa para o trabalho e vice-versa. Não seria nada se não cortasse a cidade de lado a lado, percorrendo bairros e cruzando o centro antigo todos os dias. E como há histórias para contar, como existe gente diferente, personagens misteriosos, conhecidos até, que se cruzam por pequenos minutos nos ônibus, vans e metro. Apesar de nunca se cumprimentarem, nem mesmo se olharem, noto diariamente pessoas que se encontram e se separam no metro pela madrugada e à noite. O sr. idoso que desde a van e do ônibus corre para descer a frente dos demais, a senhora baixa e obesa que fica com os olhos fechados até chegar à estação Sé do Metro, a moça ruiva e pálida que vem dormindo no banco reservado para idosos, o rapaz alto que entra sempre no primeiro vagão com agasalho e carregando um cabide. Estará levando um terno, um uniforme? Nunca saberei. E aquele senhor manco lendo um livro entretido? Qual livro será? Tento ler mas não consigo. O metro pára e ele salta. No ponto, madrugada ainda, todos os dias, como um relógio, vejo passar a senhora magra que vai comprar pão, o rapaz de casaco pesado e escuro mas que revela um par de de sapatos de verniz bicolor e com salto alto a cada passo. De onde estará vindo às 5h40? As "meninas alegres" no lado errado da Augusta tentando seduzir os últimos homens da madrugada. O oriental que pedala solitário da academia que anuncia com sua iluminação fria o início da manhã.Eu de olhos fechados, sei que no próximo ponto, meu amigo e pesquisador peruano vai subir no ônibus dando bom dia a todos e fazendo comentários sobre o tempo.E por aí vai... atendentes de hospitais, técnicos de laboratório, seguranças, estudantes, pedreiros, pessoal de limpeza, cada um vai saindo de casa e se diringindo ao trabalho como um exército silencioso ( e neste horário da manhã é bom que o seja ) a ocupar suas posições. Muitas vezes sinto um enorme carinho por essas pessoas anônimas. Peço a Deus para abençoá-las na imensa, vasta mediocridade de vida que levamos, abandonados quase que a própria sorte pelos poderosos, sem educação, sem saúde, limitados a procurar sobreviver silenciando muitos desejos. Mas sei que se tentasse abraçá-los seria taxado como louco ou perturbado.Também acho que escrivi demais para quem está tão atrapalhado tentando fechar um evento para daqui a 20 dias!"
Devido à preguiça, vou postar aqui um e-mail que enviei na manhã desta segunda para "Eduardo". Só eliminei uns nomes citados, por motivos óbvios.

Não telefonei pra você no último final de semana, como costumo fazer porque estava congelada e numa crise de muito mau humor. Mas até que o Dia dos Pais foi bom. Fomos almoçar na Liberdade, pra variar. Mas as perguntinhas de sempre das amigas chatas me aborreceram. Existem pessoas que estragam seu dia só de mostrar a cara pra você. Reparou? Na quinta-feira decidi ir de ônibus até a casa da minha irmã, que mora no Aeroporto, e fiquei três horas no trânsito! Não, não foi só culpa da Marta. Eu que não me dei ao trabalho de checar o novo itinerário do ônibus Jardim Miriam. Perdi a vontade de perguntar depois que cheguei ao ponto e dei com uma mocinha encostada na pilastra. Como não sabia se ali era o ponto certo, pedi a ela para desencostar para que eu pudesse ler. Ela deu uma giradinha, voltou ao mesmo lugar e ficou rindo, enquanto proseava com uma amiguinha. Deviam ambas ter menos de vinte anos. Subi, me acomodei num banco ensolarado e me limitei a escutar conversa alheira. Dei sorte de me sentar à frente de uma negona que contou historinhas interessantes. Acho que ela trabalha na Secretaria da Ciência e Tecnologia pois disse que é funcionária estadual. Percebi que o ônibus esvaziou quando chegamos em frente ao Hospitala do Servidor, mas eu continuei, esperando contornar o Ibirapuera e retomar a 23, onde deveria descer. Quando dei por mim, estava na Vereador José Diniz. Dali a pouco, av. Santo Amaro... Pensei em descer logo e pegar um táxi, mas como não tinha pressa de chegar ao destino, fiquei ali até avistar um ponto na direção oposta. Resumindo: voltei pela Brigadeiro até a Paulista, onde peguei o velho ônibus Aeroporto, agora pintado de azul. Cheguei por volta de 16h na minha irmã. Minha mãe estava tirando um cochilo. Minha irmã me recebeu bem, mas não consegui me sentir à vontade com minha mãe. Fiquei espremida entre as duas. Ou melhor, entre as três, pois tinha também minha sobrinha. Na sexta, minha filha chegou gripadíssima. Pra variar, trouxe uma pasta cheia de códigos e outros livros pesadíssimos, mas não estudou nada. Precisava também fazer um trabalho de Filosofia. Fiquei com tanta pena, que eu acabei dando uns tapas no texto. Acho que fiz isso porque eu tive sempre muita inveja de quem tinha pais que ajudavam nas tarefas escolares. Aí, me lembrei de uma vez em que meu irmão fez rapidamente um parecer sobre um acórdao, para um trabalho do Costela (acho que você não o conheceu pois lecionava legislação apenas para turma de Jornalismo). Nossa, eu fiquei tão aliviada naquele dia. Se não fosse ele, acho que eu teria ficado em mais uma disciplina! Bom... até que consegui enganar bem no texto sobre Descartes. Mas quando eu tinha menos de vinte anos, acho que nem consegui ler!