quinta-feira, dezembro 30, 2004

Li o relato do Professor sobre o sonho. Achei poético e um tanto passarinheiro. Penso que a imaginação tenha estendido um curto sonho. Do mesmo modo, percebo que muitas vezes eu mesma acabo incorporando detalhes a um sonho que nao sei se estavam na versão original.


Hoje recebi o que minha sobrinha chamou de "sua parte na herança". Abri o pacote receosa. Veio a manta que eu crochetei no final de minha adolescência e também a agulha de tricô que pedi pra reservarem para mim. Fora isso, apenas um pijama que acho que minha mãe nunca usou e que eu tomei emprestado na última noite que passei naquela casa. Minha irmã me devolveu também o roupão que emprestei a minha mãe a uma toalha de praia com desenho do Snoopy, que havia levado ao hospital. Nada mais. Não que quisesse mais. Mas ainda choro a cada vez que me lembro das atitudes de minha irmã. Todos os gestos me machucam. Até mesmo os presentes que ela me envia.


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Mas na parte da tarde, dei uma guinada no clima de baixo astral.

Fui ao mercadao com a Angela. Comprei uma romã média a 5,00.Depois, na porta de saída lateral, achamos mais bonitas por 2,00.Comprei outra. Almoçamos nhoque e bruscheta (é assim mesmo?)vegetariana (com antepasto de beringela+abobrinha, tomates secos,passas, salsão, pimentoes e ricota). Tudo muito gostoso e preçodecente (gastamos 30,oo as duas). O povo todo estava nas imensasfilas, aguardando seu sanduíche de mortadela. Ninguém parecia selembrar que era dia do Nhoque da Fortuna. Sorte nossa. Das mesas aolado, olhares estranhos sobre nosso gesto de colocarmos cédulas (dereal) embaixo do prato.
Depois, caminhamos a tarde toda, atravessando o Anhangabaú para irmosao Palácio do Tricô (pegar barbantes pra mais um trabalhinho). Istoporque todos os "armarinhos" da 25 (menos o Fernando) estavam complacas de que estavam em balanço. Coisa estranha. Só os que vendemlinhas e lãs estavam em balanço. As que comercializam miçangas elantejoulas, nao. Comprei uma bolona de barbante mesclado em tons deazul e seguimos pra República. Na av. Ipiranga, nos recusamos adesembolsar 2,90 num suco "grande" do McDonald´s e optamos por um matecom limão, na S Joao. Dali, segui pela Vieira de Carvalho, Arouche,Julio Mesquita e voltei pra casa. Tudo a pé. Meu rosto ficou ardendo. Muito sol. O FSP 30 nao foi suficiente pra essa jornada ensolarada sem ozônio.

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Novo sonho com minha mãe. Foi exatamente com a morte dela, só que de modo bem pior ao que eu praticamente presenciei. Ela estava bem magrinha, quase esquelética e sofreu muito, com convulsões. Depois, desfaleceu em cima de mim. Estranhamente, essa situaçao nao me deixou mal. Acordei bem. Talvez aliviada porque a realidade nao foi assim.
Mais esquisito é que meu gatinho Édipo insistia em ficar em cima de mim nesse momento. Não sei se foi a presença dele que causou o sonho ou o contrário. Muitas vezes tenho a sensação de que ele vê certas coisas. Muitas vezes tenho a impressão de que essa coisa de encosto possa existir.


terça-feira, dezembro 28, 2004

Preciso postar montao de coisas antes de concluir o ano. Tá difícil botar as idéias em ordem. Mas ontem, conversei com o Professor, pelo MSN e me animei. Ele falou que teve um sonho erótico com euzinha aqui! E me disse que contava em primeira mão, antes de postar, pra que eu nao o espinafre aqui neste blog!
Como prometi, nao vou espinafrar!
Consultei o Houaiss... mas ele me deu uma definição melhor do que aquele mestre. "Espinafre no c... dos outros é cebolinha!" Ahahaha.. Gostei!
Mas não vou espinafrar ninguém! Estou de bem com a vida!


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Anteontem, tive outro sonho com mamãe. Estávamos na nossa casa, no interior, e a gente fazia macarrão caseiro, usando uma maquininha a manivela. Estendemos a massa, cortamos com faca, cozinhamos e comemos na hora.
Impressionante. Mas, mais uma vez, a estampa da blusa dela surgiu fotograficamente no sonho. Era um estampadinho ocre, de folhas, sobre fundo branco.
O sonho foi só isso, bem curto e mudo. Não me lembro de ter escutado a voz dela.
Ao acordar, ficou em minha mente a sensação de ter visto essa blusa no armário dela, da última vez em que abri aquelas portas antes de ser esvaziada.

Acho que ainda não contei sobre esse lance do esvaziamento do guarda-roupa de minha mãe. Meu choque e minha dor foram tão grandes que não tive coragem de escrever a respeito. Na verdade, fico aborrecida comigo mesma por esse fato me incomodar tanto. O que aconteceu é que exatamente uma semana depois da morte de mamãe, minha única irmã foi lá e despachou tudo que estava nos cabides. Inclusive os cabides. O gesto me chocou. Talvez porque eu fui a última a partir da casa dela, há 25 anos. Talvez porque aquele guarda-roupa (da Laffer) fui eu que cedi a ela. Talvez porque muitos dos cabides ali dependurados tenham me pertencido. Lembro-me de dois forrados com "sutache", trabalhinhos manuais que fiz na escola. Em uma das caixas ali guardadas devia estar também um caderno de amostras do curso de corte e costura que eu fiz com muito capricho. Doeu bastante... Hoje, quase dois meses depois, tento superar as mágoas e tento acreditar na eternidade. Tento pensar positivo, para o bem dela, para todos... principalmente atendendo ao pedido que ela me fez quatro dias antes de ir embora.