sexta-feira, novembro 11, 2011

Visitas

Senti uma emoção estranha ao saber de algumas visitas. Catanduva, Bragança... Por conta do Google que me entregou devido a algumas coisas que escrevi. Será que descobriram quem sou eu? Talvez uma pessoa sim! Sim, ela que me falou do que eu falei... Será que leu lá atrás onde falo muito dela? Talvez sim, e talvez nem tenha se reconhecido... Nem eu sei mais quem era ela! Acho que foi em outra vida, outra era.


Entretanto, tem uma pessoa que ainda é a mesma. E outro dia ainda vi, no armário do meu banheiro, aquele óleo que não fabricam mais. Validade vencida, nem usaremos mais. Mas eu guardei. E o perfume continua igual. O cheiro me trouxe de volta certa noite, certa cena. Que saudade boa. Doeu o fundo dos olhos, irrigou minha alma de lembrança tão boa. O telefonema no meu aniversário me fez voltar a me lembrar de que ainda soumaiseu. 


Ontem tive uma vitória que me fez sair saltitante, gritando que consegui, mais uma vez. Consegui! Isso me deu muitas certezas de que não sou pessoa comum. Senti minhas energias com tanta força, tanta certeza que chego às vezes a ter medo de mim mesma. Mas não é tudo graças apenas a mim. Sei disso. É graças a uma linhagem de trezentos anos documentados, aquelas tabuinhas que se enfileiram no oratório da família. Penso muito naqueles nomes, nas imagens vagas daquelas letras tão bem traçadas por meu pai, em cima de documentos salvos de um incêndio que destruiu o restante da história familiar. Entre tantas coisas, meus antepassados se preocuparam em preservar o registro de nossas raízes. Tenho muitas e muitas vezes a certaza de que aquelas almas me protegem, mesmo em terras distantes.


Essa certeza me remete a uma foto que tenho a certeza de que chegou um dia aos olhos de minha mãe em 2005. Uma foto nas manchetes de jornais: meu irmão com lenço branco, limpando o rosto. Choro de verdadeiro homem. Doeu lá no fundo de nossas almas. Mas foi o preço da dignidade, da honestidade derrotada. Mas nossa honra persiste. E assim, tenho cada vez mais a plena certeza de que eu e minha pequena família também fazemos parte desta luta. E tenho muita convicção de que sozinha estou derrotando uma criatura muito tinhosa, que se veste de sociopata, que tenta esmigalhar o que não é um ovo de serpente e sim o embrião de um ideal que nos norteia pelo bem, para o bem.  Com essa certeza, fui buscar ajuda. E encontrei. E vou vencer!