segunda-feira, dezembro 17, 2001

Estamos cansados de saber que HPs são casa-da-mãe-joana. Tinha uma coleguinha que não se cansava de repetir que “papel aceita tudo”, a folha jamais protesta contra qualquer coisa que seja colocada nela. Jamais protesta diante de informações erradas, idéias absurdas. E a situação vale para o teclado, a telinha e, principalmente, Internet. Mesmo cientes disso, ainda acreditamos. É a força da palavra escrita ,”publicada”.

Esta semana recebi um cartão com um texto interessante:

“A Certeza”

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos: Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda uma passo de dança... Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura.. Um encontro..."
(Fernando Pessoa)

Não sou exatamente especialista em Fernando Pessoa, mas estranhei.
Fiz uma busca pela Internet, no Jornal de Poesia, cheguei a http://www.secrel.com.br/jpoesia/pessoa.html (Eu não tenho mais saco para fazer o link,vai ficar assim mesmo!), procurei pelo título, por algo que se assemelhasse... e nada!
Era noite de sábado e meu amigo Haiaiel me ajudou. Procurou pela primeira linha do “poema” e chegou a um texto de Fernando Sabino. (como eu que penso que sou tão inteligente não tive essa idéia? grrr!) Me pareceu ter sentido. Mesmo assim, continuei invocada. Nunca vi Sabino fazer versos! Mais horas pelo Google (www.google.com.br) e pelo Yahoo, desta vez com a primeira linha. Localizei centenas de páginas e creio que espiei pelo menos umas 80. Quatro delas davam crédito a Pessoa, com variações nas frases. Muitas páginas sem crédito e até uma com crédito a Charles Chaplin! Entre as que traziam assinatura de Sabino, achei uma com referência ao livro “Encontro Marcado”.
Revirei as estantes (tenho a coleção completa, autografada, que ganhei no concurso do “O gato sou eu”, em 84) e achei na página 145:

"De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono, uma ponte, da procura, um encontro."



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