segunda-feira, março 11, 2002

A melancolia me persegue ainda

Esta manhã, conversando com meu casual leitor de Tubarão, SC, me lembrei daquela terra e talvez a letra da cidade, talvez o fato de estar escrevendo sobre Madre Paulina, nao sei o certo.Lembrei-me de Taió, naquele Estado, e a imagem de uma garotinha loira de cabelos ralos, muito sardenta e pequena, se formou em minha mente. Minha amiga Sandra. Mais uma perda, mais uma saudade.

Meu amigo Braindoctor me explicou que isto que eu estou passando é comum entre os 40 e 50. Chama-se Síndrome da Meia Vida. Ele disse que passa quando chegar aos 50.

Em cada fase da vida, temos de superar esses obstáculos.

A chegada dos 40 pelo menos abriu as portas do meu coração para novas emoções. Percebi que ainda posso senti-lo bater mais forte, atender o chamado da natureza. Curtir.

Ainda vacilo. Choro pela manhã, sorrio ao anoitecer. Deve ser o que Pratinha chama de "envelhescência", um processo tão descontrolado e vacilante quanto a adolescência.

Senti que Julius estava distante, indiferente. Mas também preciso compreender que ele vive o mesmo processo.
Foi muito bom receber um este e-mail dele, quando estava com baita nó na garganta:

Às vezes os melhores presentes são gestos singelos mas de significado profundo...
Olho no mundo e percebo que estamos perdendo a simplicidade no meio deste complexo de transição em que se transformou nossas vidas...
Mas o gesto de aprovação no sorriso, o pedido de solidariedade nas horas dificeis,
o gosto de quero mais num abraço afetuoso, e a simples presença de outra alma que compartilha das mesmas dúvidas, das mesmas dívidas para com o universo, dos mesmos anseios, que nos iguala e diferencia...
Bom a simplicidade está em exergar o padrão no caos, a luz nas trevas, a oportunidade nas crises, o aprendizado mesmo em momentos de dor...
Que bom que toda vez que ouço tua voz te sinto unissona em todos estes aspectos...
Um grande beijo neste coração imenso
E que este teu cheiro bom me persiga os sentidos em todos os momentos de solidão...



Mas o melhor mesmo foi o telefonema a seguir. Como sempre, me pedindo uma dica de informática, um software. Uma bobagem qualquer. (Sei que ele só quer ouvir minha voz.).




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