segunda-feira, setembro 29, 2008

devagar, devagar...

.. tento retomar, tento escrever coisas interessantes... mas, acho que aqui não é a neve que ferve, como tão bem descreve a Fal. Meus olhos doem,  minha alma quer divagar por outros tempos. É assim nas difíceis manhãs. Mas aí, sacudo os gatos, espano os pêlos, tomo café, um gole de chá. Consigo me livrar do pigarro na garganta, da dorzinha que parece ser indício de uma gripe. Respiro fundo, vejo que tem roupas de molho. Enxáguo, deixando a água escorrer no esmalte branco do tanque. Não tem como não me lembrar de minha mãe. Quando nós mudamos pra cidade, em 1970, ela ficou tão feliz em ter uma torneira. A água era pouca se comparada ao riacho em que ela lavava as roupas, mas ela estava ali, bastando sair no quintal. E era limpa. Também não precisava mais se preocupar com a lenha úmida que esfumaçava demais nos dias chuvosos... Olho novamente pra espuma que vai sumindo e me lembro que ela reservava o sabão em pó apenas pras roupas finas. E eu uso agora o sabão em pó apenas pras roupas de cama e banho. O resto só lavo com sabão líquido. "Que luxo! Que maravilha!" -- deve pensar mamãe (em japonês, é claro). 
Desculpem o tom... As eleições municipais me fazem voltar há quatro anos, quando ela partiu, na manhã do segundo turno de 2004.

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