terça-feira, novembro 18, 2008

constrangida

Quero escrever mil coisas, mas leio tantos blogs bons, bem escritos, e fico envergonhada com a minha incapacidade de expressão. Tantas pessoas que conseguem transmitir de modo preciso as sensaçoes, ter certezas sobre as coisas... Sinto-me perdida. 

Há tempos que minha amiga Alice e eu cogitamos escrever algo sobre nossa experiência de sermos mães de filhas crescidas. Título sugerido por ela: "Mãe também quer colo".

Nas últimas semanas, tenho chorado muito. Lágrimas brotam doloridas. Literalmente me machucando os olhos, o coraçao. E parece que nao conseguem lavar a alma. Isso ocorre cada vez que levo bronca de minha única filha. É a coisa mais doída deste mundo. Sensaçao igual só tive com meu pai. Cada vez que ele falava sério comigo, passava noites soluçando. Sentida. Creio que é a estreita ligaçao que causa isso. E a impotência. Tristeza de não estar sendo "boa" para ela. Impotência, com aquela pergunta: "Onde foi que eu errei?"

Difícil, nesta luta, é que, de repente, há um ano e 9 meses, perdi um companheiro e ganhei mais um filho. Um filho deficiente, de 80 quilos e 1,75m, que precisa de mim para tudo. Que precisa de ajuda para as mínimas necessidades, requer cuidados especiais, tem convulsões, diz o tempo todo que tem fome, pede cigarro e esquece o tempo todo da situação em que se encontra. Tem dias em que perco a paciência e me vejo sendo ríspida e agressiva com ele. Aí, quando leio outros relatos corajosos, como a mãe de Francisco (do blog Para Francisco), ou a valentia de Fal (dos Drops), ou quando recebo notícia como a morte do desenhista Claudio S e t o, sinto-me pequena, muito pequena. Sinto-me, sobretudo, abençoada por todas experiências que têm me enriquecido tanto. Sinto-me ridícula. Sinto-me fortalecida para lutar. Acredito que exista de fato alguma razão para que Deus tenha mesmo me escolhido para iluminar meu caminho.


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