quinta-feira, novembro 28, 2002

Havia prometido não reclamar da vida, não fazer considerações sobre coisas negativas... Por isto demorei a postar.

Não estou numa fase boa. Tudo me aborrece e não estou com tpm.

Na terça-feira, recebi telefonema do “Joaquim”. Desde que ele esteve aqui no ano passado, em maio, sumiu da internet. Creio que depois da viagem, falamos apenas umas três vezes. Durante este ano todo, estive preocupada com meu amigo, com a sensação de que algo não ia bem.

Conheci esse lusitano há uns cinco anos. Quem me apresentou a ele foi uma garota de SP, que era conhecida do Cuiabano. Logo nos tornamos grandes amigos. Eu pelo menos assim o considerava e gostava dos longos papos, pela internet. Houve momentos em que ele disse que eu era a melhor amiga dele. Eu acreditei.

Ele chegou anteontem de surpresa e quando me ligou, pediu telefone do hotel onde esteve no ano passado. Me prontifiquei a fazer a reserva e fui vê-lo à noite. Agora vejo que fiz tudo errado.

Fiquei tão feliz ao ter notícias dele que não parei para pensar. Achei que ele desejava me ver. Só agora caiu a ficha. Ele apenas queria o fone do hotel. Só deve ter me contatado agora pois precisou de mim. Nunca pensei que pudesse ser essa a razão.Isto porque duas pessoas que o conhecem garantiram que ele estava sumido também para elas. Entretanto, durante o jantar, anteontem à noite, Joaquim me revelou que elas sabiam de sua vinda.

Não entendi por que ele se escondeu de mim e resolveu me fazer “surpresa”.
Deduzo que seja porque ele sabe o quanto eu capto as coisas no ar, o quanto sou intuitiva e percebo a "aura" dos seres humanos. E a pessoa que eu vi ontem à noite está com aparência pelo menos dez anos mais velha do que aquela que encontrei no ano passado, quando fomos almoçar no Terraço Itália. Encontrei um homem envelhecido, de ombros curvados, todo enrugado, completamente sem vida. Os braços estão flácidos, sem tônus muscular e parece até que o gajo encolheu! Não consegui ter raiva. Só pena.

Agora, uma das amigas mandou e-mail dizendo que está arrependida por ter tomado parte da mentira... Ainda não sei o que pensar...

Vou lamentar a perda de todos esses “amigos”... Definitivamente, sao pessoas que me procuram numa hora de necessidade, em busca de alguma informação. O próprio lusitano fazia esse comentário em relação a essas amigas, dando a impressao de que eu era diferente. Salientava que a mineira era meio burrinha e o procurava como consultor informático nao remunerado. Eu tb me senti assim: usada em muitos momentos. Tanto é que tem fases em que escondo da metade dessas pessoas.

Mas há males que vêm para o bem.
No meio dessa confusao toda, revi meu conceito sobre duas outras pessoas. Consegui enxergar verdades. Quem parecia ardilosa e falsa se mostrou mais verdadeira e autêntica, dona de grande maturidade. Senti-me até envergonhada diante da grandeza dessa pessoa e, quando ela me contou, sobre guinadas na própria vida, diante de tropeções, passei a admirá-la.

Mas já me preocupei demais com eles. Ouvi intrigas de ambos os lados e segurei as pontas. Procurei ser amiga, não os julguei. Ao contrário: defendo que as oportunidades da vida devam ser sempre aproveitadas e os prazeres, curtidos a cada instante.

Pelo menos na terça à noite, Joaquim disse que me achou superbem, com ótima pele e corada. Com ar de felicidade. Não foi para menos. Apesar do cansaço, estava radiante. Deviam ser os hormônios. Madruguei para ver Julius. Com tantas correrias, talvez nem possamos nos encontrar de novo este ano. Dezembro e festas de fim de ano sao essencialmente familiares e há momento para tudo.

Comentando sobre "amor" e sentimentos com uma amiga, ela me perguntou se eu penso nele sempre, se eu sinto falta. Sinto falta sim. E me preocupo com falta de notícias. Olho pro céu e fico imaginando o que ele estará fazendo a esta hora. Mas estou tão serena e tranquila que não tenho aquela fissura de telefonar, de saber de fato por onde ele anda. Deve ser porque eu tenho a certeza de que eu sou igualmente importante para ele. Um olhar igual ao de Julius, só sentia nos primeiros meses de namoro com Dimas, lá em Bragança, quando eu tinha 13 anos.

Voltei ensopada do encontro matinal. Meus braços e pernas doíam. Mas me senti leve, quase que podia voar!


Nenhum comentário:

Postar um comentário