terça-feira, março 08, 2005

Saudosismos envelhescentes

Desde que Rute* comentou que as coisas que escrevo até parecem de adolescente, encuquei um pouco. Primeiro sobre minha vida, meu jeito de ser. E depois, sobre meu texto... Aí, fico espantada ao ver como as crianças cresceram, a começar por minha filha. Assusta-me imaginá-la daqui a três anos no comando de uma tropa, definindo estratégias. Também penso no sobrinho Hugo* já disparando sentenças, lá no interior. E a sobrinha que outro dia vi nascer e já é diretora de ensino!
Volto no tempo até quando cheguei em Sampa, aos 18 anos, me achando dona do nariz.
Todas as vezes que passo pela Boca do Lixo, ainda me sinto igual a garota que desembarcava na praça Princesa Isabel, seguindo a pé por aquelas quebradas, rumo à avenida senador Queirós onde morei. Ficava me perguntando o que Timbiras teria a ver com Triunfo além da mesma inicial. Aí deparava com Vitória e Aurora e imaginava as ligações que levaram a aqueles nomes, de batalhas, militares e tupis. Ainda não achei a resposta e, quando vou à Santa Efigênia, repito as indagações.
Lembro-me também da minha prima Terezinha, que me acolheu e hospedou... E as recordações logo remetem a meu pai e todas outras pessoas que já não estão mais aqui, especialmente minha mãe. E então, dou-me conta de que é mais do que nunca minha hora de segurar o rojão, sem um colo para me acolher.
Li sobre a geração sanduíche na Veja desta semana. Quando era prensada feito sanduíche, minha mãe e minha filha não me deram trabalho. Nunca passei muito tempo sem dormir por elas. Tampouco me atormentei com preocupações. Ambas me requisitaram apenas uma semana noturna em suas vidas. Realmente não posso reclamar. Só chorar um pouquinho de saudades de quando era recheio. Agora tô a caminho de virar pão. Mas acho que isso ainda vai demorar alguns anos.
(*fictício, mantendo a inicial, como sempre)

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Ontem conheci uma blogueira que fez 78 anos, a Magaly (http://eupensando.blogspot.com/). Quando eu eu crescer, espero ser que nem ela! Daqui a 30 anos, qual será a novidade equivalente ao blog? Fico imaginando que talvez a gente nem precise mais digitar. Os pensamentos voarão para as mentes dos assinantes, onde ficarão nos bancos de memórias de uma área especial que será segmentada nos cérebros humanos. Aí, eu vou dizer: "Naquele tempo em que a gente ficava escrevendo na frente de uma tela de computador... Ah, aquilo que era trabalhar duro!"
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Recordar... e repetir!
Foi em certo dia do final de junho/2004 que escrevi:
Nossa... foi tudo muito lindo. Marcamos para às 16h, em um parque. Cheguei uns 15 minutos antes pois fui de bus, pelo novo corredor. Dali a pouco, ele apareceu. Tímido. Olhos verde escuros. Importa que me olhou lá dentro, nos olhamos... Tomamos café, conversamos... Eu fiquei completamente perdida e sem jeito. Escureceu e fomos nos despedir. Ele ofereceu carona.. eu disse que nao precisava. Enquanto caminhávamos, ele perguntou se eu estava nervosa. Disse que sim. Então, segurou minha mão. Continuamos de mãos dadas. Eu falava sem parar.Pouco antes do portão principal, resolvi parar pra nos despedirmos. Me aproximei e... aconteceu! Um beijo de namoro de adolescentes! De repente, ele me abraçou apertado. Nossos corpos coladinhos. Escutávamos os corações martelando.E a gente, ali no meio da rua. Sensação de que todos presenciavam as reações de nossos corpos.
E entao, a pergunta: "Vc quer?"
E eu: "Quero!"
"Hoje ou outro dia?"
"Hoje!"
Tinha até me esquecido como podia ser diferente com outro alguém de Escorpião. Detalhe: ele nasceu exatamente 8 horas antes de mim!
E vai ter remake! ooooooba!

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