sábado, setembro 01, 2001

Li hoje na Vejinha sobre feriado prolongado e não consegui relacionar a data a 7 de setembro de jeito nenhum! Sabe que tenho saudades de quando usávamos fitinha verde e amarela a semana inteira e passávamos o mês todo ensaiando pro desfile? Em 1970 fiz sucesso como baliza. Eh, eh, eh! Usei um macaquinho amarelo que tenho guardado até hoje. Lembro-me de ter preparado o bastão na aula de artes, cobrindo um cabo de vassoura com sutaches verde e amarelo. Tinha também guizos e fitas de cetim nas pontas.Achava tudo lindo e quando cantávamos “Eu te amo, meu Brasil”, era sincero.
No ano seguinte, no Carnaval, reencontrei um velho conhecido no meu primeiro baile noturno.Pulamos a noite inteira e no dia seguinte, meu irmão me alertou: “Cuidado, que ele é subversivo!” Não sabia o que era mas coisa boa não era. Quando andava com ele, todo mundo cochichava. Um amigo dele havia “desaparecido”. Ninguém sabia me dizer o que eles faziam de tão tenebroso. Mas eu me sentia como se estivesse andando com um traficante conhecido. Ele estudava na USP de São Carlos e me mandava cartas lindas. Lembro-me até hoje de um postal que me enviou quando foi a um congresso da UNE em Santa Catarina. Só muitos anos depois, na ECA, descobri o que era subversivo...

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