segunda-feira, outubro 29, 2001

Aproveito que ainda estou no comecinho de outro trabalho estafante para atualizar as informações.

Tem certas coisas que é difícil confessar aqui. Entre saudades de Julius e desencontros, fui ver novamente o tal novo amigo colunista. Na outra semana foi um jantar e no último sábado, um papo mais íntimo. Ele ficou enbevecido. Eu fiquei consternada e constrangida. Sei que estou brincando com fogo. Com fogos faiscantes, brilhantes, reluzentes que enchem o céu e com balões inflamáveis. É um esporte pouco recomendável e perigoso. Mas não vou me machucar ou machucar alguém. Preciso tomar cuidado para evitar acidentes, explosões.
Minha cabeça tá agora baita confusão. Na verdade, fiz isso para tentar desencanar Julius. Não quero novamente me apaixonar daquele jeito. Sei que corro grande risco. Sigo os conselhos do Baixinho de Taubaté e aumento todos os defeitos, me concentro nas coisas ruins, mas tô mal mesmo: nada parece defeito! Depois que ele me mandou tantos poemas falando do meu cheiro, o cheiro dele também não me sai da cabeça! Minha amiga Rita disse que vai me internar se eu ficar recusando tantas boas oportunidades que aparecem à minha frente!
Mas a verdade é que nunca encontrei alguém assim ! Só eu sei bem o significado dessas linhas. E das entrelinhas. Não sei até quando... Que seja infinito quanto dure. E só eu sei o que é essa comunhão!


Me perco em teus devaneios,
teus cabelos negros e curtos,
anseios que há tanto seduz...

Teu cheiro é de primavera,
de mulher madura,
de rosa, dos espinhos
que suportamos,
dos caminhos que trilhamos...
das verdades que ousamos...

Teu cheiro é de criança
do sorriso sem motivo
do sabor de paraiso
da alegria de viver...

Teu cheiro que me envolve
pode ser da minha imaginação
pode ser do teu coração
pode ser tua alma volitando
pode ser teu sangue retornando
dos caminhos do prazer...

que me importa?
só me importa que eu te cheire
que o meu ombro seja teu aconchego
que meu colo seja teu porto
no conforto de saber
que teu sorriso encontra ressonância
que teu desejo se sacia em minha fonte
como bebo da agua do teu corpo...

que me importa?
só me importa que de vez em quando
posso ler em tuas linhas
que podemos simplesmente compartilhar
esta comunhão sem posse,
este querer sem fim
e assim te dizer toda vez
se eu morresse hoje
seria com um impertinente sorriso
de plenitude que incomodaria
todos presentes na solidão
de nunca terem tentado...

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