sábado, dezembro 08, 2001

No meio desta semana de muito cansaço e correrias , em que nem tive tempo pra ir fazer uma massagem, uma surpresa: um e-mail do meu grande amigo avisando que viria ontem a São Paulo e passaria a noite aqui. E um inusitado convite para uma sessão de massagens. Avisou-me para providenciar os "óleos" pois não traria a maleta de assessórios. Fiquei atônita com a idéia de receber massagens. Não podia acreditar no que meus olhos leram. Fantasia? Jogo? Pelo sim, pelo não, a idéia me deixou ouriçada. Lembrei-me de um "óleo para massagens" da Natura e coloquei na bolsa para ir vê-lo.
Não fazia muita idéia do que rolaria, mas fui preparada para tudo, pelo menos com uma langerie adequada e uma roupinha prática, que não amassasse.
Ao anunciar, no hotel, o recepcionista avisa que ele descerá em 5 minutos. "Descerá?" - pensei comigo: "Isto significa que vamos jantar no salão, comportadinhos?"
Não! Foi simples gesto de cavalheirismo. Nos cumprimentamos com abraço apertado. E subimos. Com ar maroto, mostrei o óleo. Cinco minutos de papo e ele ajeitou a cama, avisando pra tirar a roupa e me deitar, que iria iniciar as massagens. "Tirar a roupa?" - perguntei, me fazendo de besta. "Pode ficar com as roupas íntimas" - avisou ele com ar profissional, enquanto se despia também.
Não é que o homem entendia mesmo de massagens? Ai, que delícia! Enquanto bezuntava as mãos de óleo, começando pelos pés, subindo pelas coxas e tudo, conversávamos amenidades. Nem tínhamos muitos assuntos a colocar em dia. Afinal, "conversamos" com bastante freqüência pela Internet.
A sessão levou pouco mais de uma hora. Ponto culminante foi quando ele me mandou virar de barriga para cima. Escondi o rosto com uma toalha. Morri de vergonha. Pensei nas mil coisas sobre as quis conversamos ao longo destes cinco anos. Lembrei-me de papos mais picantes que tivemos sobre sexo pelo Freetel.
As mãos macias e ágeis subiam e desciam, dando voltas por todo o corpo. Tapinhas profissionais, gestos idem. Ele de cueca em cima da cama. E eu rindo, entre nervosa, excitada e constrangida.
Já estava achando que não ia acontecer mais nada, quando me ofereci a retribuir a "terapia", do meu jeito. Eh, eh, eh…Comecei pelos ombros, passei pelo pescoço, pelos braços. Quando passava pelas mãos, às vezes ele apertava as minhas. Sensação boa, aconchegante. Diferente das outras que experimentei naquela situação, ou seja, quase pelada, em cima da cama. Parecia que ele estava gostando sim. Mesmo assim, só deu pra ter certeza quando rolamos abraçados. Abraço gostoso, quente, macio. Estava ele de cuecas e eu de calcinha ainda. Aí, falei que achava melhor tirarmos o resto das roupas... E.. pronto! Superei o bloqueio, ainda constrangida. Os invevitáveis pensamentos femininos de sempre. E fiquei tentando ler a mente dele, enquanto ia às vias de fato.
Depois disso, nos curtimos mais um pouco, enquanto o papo fluía naturalmente. Não senti as horas passarem.
Não foi uma maratona em busca de vitórias.
Não houve delírios, promessas ou sonhos.
Mas foi muito gostoso.
Ele disse que adorou. Eu acreditei.
Sei que cheguei ao hotel às 22h e voltei para casa às 3. Por mim, quase aceito o convite para amanhecer por lá. A vontade era grande. Mas o coitado tinha de se levantar antes das seis, para pegar o vôo das 08h30.
Ufa! Mais um preconceito que superei! Transar com um amigo pode ser uma coisa deliciosa, sem que isso macule o relacionamento e/ou traga pesos na consciência. Aliás, eu sempre aprendo muito com esse amigo. Só cheguei a pensar em sexo virtual como coisa que não fosse de malucos quando ele me contou (há 5 anos) que chegou a fazer com a própria mulher, quando ele estava na Europa e ela na Ásia.
Ah... Pena que o tempo foi curto. Mas ele prometeu voltar em breve para acabarmos com o óleo que comprei.

"Mudou alguma coisa?" - perguntei a ele na despedida.
"Agora somos amigos íntimos!" - foi a resposta.

E ele pergunta:
"Vc vai contar sobre esta noite no blog?"
"Me aguarde!"
- foi minha resposta.

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