sexta-feira, janeiro 04, 2002

Ontem, depois de um longo hiato, conheci um novo amigo virtual, da leva que me escreveu pelo anúncio. Ele tem o mesmo nome e é da mesma região onde mora uma mulher que me foi apresentada por um velho amigo, também do interior de São Paulo. Contei detalhes para Rita e ela vislumbrou ali a chance dum best-seller, caso a coincidência se confirmasse.
Felizmente (ou infelizmente), foi mesmo coincidência.
Desde a passagem do ano, não via o tal amigo, e eu resolvi dar um empurrãozinho no destino, ligando para ele. Afinal, tenho de lutar, ir atrás das oportunidades. Não deixar a peteca cair, reagir contra o marasmo, os sentimentos negativos. E ontem a melancolia começou a me atacar.
Liguei para ele, que conectou a seguir, e conforme o rumo da conversa, sugeri nos vermos ontem. Marcamos para o final da tarde, num shopping. Ficamos os dois constrangidos. Ele se mostrou muito tímido e até para segurar na mão, acabei tomando a iniciativa. Embora ele tenha repetido que gostou muito de mim, achei-o travado. Conversamos bastante e tomamos alguns chopes. Mas foi tudo muito formal, até a despedida, com um beijinho recatado.
A certa altura, quando ele perguntou o que iríamos fazer então, pensei em sugerir “darmos uma volta”, mas faltou coragem. Eh, eh, eh. Fiquei com medo de espantá-lo. Mas acho que devo dar nova chance ao moço. Gostei do jeitinho dele. Muito tímido, mas bastante espontâneo. Pareceu franco, de boa índole, carente.

Pouco antes do tal encontro, recebi um telefonema de Julius. Conversa muito estranha. Explicou que não me mandou cópia do e-mail que enviou ao Capitão pois estava em outro computador e não tinha meu endereço à mão. Impossível que ele não se lembre dos meus endereços de e-mail. Em seguida-falou que terá de viajar pois o avô da esposa está entubado, na UTI, aguardando desfecho a qualquer momento. Terminou dizendo que na semana que vem retoma ritmo normal de trabalho em SP. Fiquei encucada, aborrecida. Quando ele age assim, penso em perguntar o porquê. Mas o problema é que depois acabo me esquecendo de tudo. Os aborrecimentos passam depressa e reconheço que não tenho direito de me queixar pois não temos do que prestar contas. Preciso exercitar mais o tal desapego.

Ai, ,que droga! Já estou me censurando porque sei que o amigo de ontem vai ler este texto. Com isso, fico travada. Mas vou superar. Não vou camuflar nada. As coisas têm de começar com transparência. E se não for assim é porque não vale a pena. E se ele me julgar muito mal, paciência. Também não há por que querer que me ache santinha.

Meu amigo Capitão advertiu para que não comentasse mais sobre Fábio com Julius. “Nenhum homem gosta de dividir.” – foi o que ele disse, referindo-se a vez em que Julius me perguntou: “Você transou com esse cara?”, e eu respondi: “Ainda não!” Foi a pura verdade e não tinha por que mentir. Não creio que ele repita a pergunta e também não sei se Fábio virá tão cedo a SP como estavam nos planos. Adoraria se isso acontecesse. Mas não seria bom para ele, pois seriam indícios de zebra nas obras. De repente aquele óleo vai acabar secando, à espera da chance de ser usado de novo...

Por falar em Fábio... Em que lugar do mundo está você, Fábio? Quem sabe, de algum lugar onde tenha um cyber...

Nenhum comentário:

Postar um comentário