domingo, abril 03, 2005

O Papa e eu

Não sou católica, nem sei se sou alguma coisa, em termos de religião. E depois, a morte do Papa não foi surpresa pra ninguém. Entretanto, me trouxe muitas lembranças e reflexões.

Lembro-me da história em quadrinhos, de origem italiana, que editamos aqui quando ele assumiu. Ainda hoje, tenho na mente os desenhos daquele trabalho - de qualidade duvidosa - que saiu com um selo alternativo pois a grande empresa onde eu trabalhava não quis assinar embaixo. Entretanto - pelo que disseram na época, precisavam "prestar contas" a Roma, ao Vaticano. Não sei o que corria nos bastidores - ou mesmo se havia uma armação, mas a tal hq não o mostrava como figura simpática. Ao contrário, sob o título de "O papa que veio de longe", era apontado como alguém que "nós", latinos engolíamos a contragosto.

Quando ele veio ao Brasil em 1980, se não me engano, lembro-me de que estava em Mato Grosso e vi as cenas de sua visita em uma tv preto e branco. Estava hospedada na casa de uma família evangélica (daquelas antigas, acho que eram Testemuhas de Jeová), entretanto, todos olhares estavam fixos na transmissão, como se fosse o próprio Deus finalmente aterrisando em nossa terra. Todos ficaram emocionados com a marcante cena do beijo no chão.

Agora escutamos frases feitas de todos os tipos.
Enquanto anunciam a programação para os funerais e o suspense da suceção, parece que os fiéis estão mesmo órfãos, apesar de tantas críticas feitas a aquela figura. Mesmo austero, severo, estranho a princípio, foi um pai.

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