quarta-feira, agosto 24, 2005

O show

Sim, confesso! No show de ontem, fiquei mais emocionada do que imaginava. Pensando bem, gostei muito de "RC pra sempre". O meu convidado adorou e eu fiquei feliz por ver alguém tão animado. Disse que era a primeira vez que saía à noite este ano.Meio constrangedor foi emprestar meu braço e ombros pra ele... eh, eh, eh! Maior parte do público era bem homogêneo: baixinhas de cabelos curtos, com idade entre 55/60 anos. Só vi um homem oriental. Mulher, apenas eu.

Hoje, pra contrabalançar, fui ver uma exposição de arte com Li. Não consegui convencê-lo a assistir "2 Filhos de Francisco". Mas pelo menos acho que vai gostar do livro de poesias de Florbela que levei pra ele...

Falando em poemas, na Paulista, Li pegou um folheto: "Flores desorientadas", que traz:


'O nome da flor
Perto de uma flor sem nome,
Vi outras flores sem nome.
Não ter nomes, eu sabia.
Era apeans não ter nomes.
Eu não sabia o nome do nome,
Não sei os nomes do homem,
Assim não importam os nomes
Das flores que eu sabia"
O poeta era simpático, disse que estava em campanha para publicar. Li deu a ele uma moeda. Penso que foi de 1 real. Se ele conseguir o mesmo de 30 pessoas por dia... Humm... Quantos meses pra lançar um livro de verdade? Se a grana for só pra essa finalidade, não demorará muito, dependendo da edição.
Registrei aqui o texto pra constar que acabei de encontrar o poema em um blog. O autor é o próprio: Antonio Luiz Junior! Pena que só está no cache. O blog foi removido. Provavelmene a blogueira também deparou com o poeta e gostou do mesmo poema que eu.

E eu fiz a busca imaginando que podia ter sido copiado... Mundo pequeno, né?

Admiro as pessoas que têm coragem de vender seus trabalhos de mão em mão. Lembrei-me de Plínio Marcos. Foi com ele a primeira entrevista de minha vida. Fui visitá-lo num amplo apartamento perto da 9 de julho. Levei um "rádio-gravador" e eu tremia feito vara verde. Meus joelhos pareciam bater tão alto que tinha medo que ele escutasse... A segunda e última vez que o vi foi numa papelaria do meu bairro. Levava pilhas de recortes de jornal em pastas, para serem xerocadas. Depois de alguns meses, soube que ele morreu. Naquele dia, papelaria, tive vontade de dizer a Plínio: "Oi, lembra de mim? Sou aquela estudante que foi procurá-lo para uma entrevista, em sua casa..." Mas não tive coragem de falar nada. Estranhei que ele ficou me olhando como se me conhecesse... Vai ver que se lembrou, ou ficou pensando: " De onde conheço essa daí?"

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