domingo, fevereiro 10, 2008

escrevi no carnaval

Não postei no dia pois achei muito triste...

Domingo de Carnaval. Estou trabalhando às 20h, como estive muitas vezes, como estaria também no ano passado, nao fosse o que aconteceu.
Então, neste momento, penso: "Que bom que posso trabalhar".
ão domingo de Carnaval do ano passado (que caiu no dia 18), estava aflita, aguardando naquele corredor assustador da Santa Casa por onde passava pela primeira vez em minha vida. Nos meses seguintes, me familiarizaria muito com aquele chao de cerâmica vermelha tão limpo e bem encerado, cercado por paredes antigas de tijolos a vista. Gatos passeando pelos corredores.

Chove lá fora e já lavei montanhas de roupas hoje. Toda vez que lavo roupas, me lembro muito de minha mãe. Especialmente num domingo. Quando ela esteve aqui em casa, lavando as fraldas da minha filha, comentava como era tudo muito fácil só pelo fato de ter água encanada e poder esquentar água em fogão a gás, bastando pra isso girar um botão.Também ficou toda invejosa do meu tanque de cerâmica branca. Ela dizia isso lembrando-se dos primeiros anos como imigrante, quando depois de doze horas no cafezal ainda tinha de tirar água do poço, puxando um balde com corda. Água para o banho de ofurô e para lavar a roupa, além de fazer comida e lavar a louça. Para aquecer a água, fogo a lenha. E quando chovia por muitos dias? Lenha molhada e muita fumaça...
São essas reminiscências que me enchem de coragem. Quando vou cuidar do P P, me lembro de minha avó... Passou uns cinco anos dependente, num tempo em que nem existiam fraldas descartáveis ou mesmo folhas de plástico pra forrar a cama... E minha mãe ainda costurava e lavava roupas de dez pessoas enquanto cuidava dela. Sem máquina de lavar, sem água encanada, sem energia elétrica, sem fogão a gás...
Então, eu penso: Nao posso chorar! Mas as lágrimas correm...

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