segunda-feira, novembro 19, 2001

Ontem morreu a dona Berta, tia de minha grande amiga Ângela.
Também foi o dia do vestibular de minha filha.
Depois de deixar a garota no local do exame, fui ao velório, no Araçá. A despedida foi emocionante, porém longe de tristezas. A família é verdadeiramente cristã, tanto é que o filho de dona Berta, José Manuel, é padre. Ele veio há umas duas semanas de Portugal, preparado para esta missão. Celebrou uma missa linda. Ela estava com 79 anos, tinha câncer, e aceitou tudo com dignidade e resignação. Sabendo de seu breve destino, a senhora escolheu pessoalmente as roupas que usaria e as músicas que deveriam ser tocadas na cerimônia.
Acho que minha caixa de lágrimas ainda está bem cheia, pois não pude deixar de derramar algumas.
Aproveitei que estava no Araçá para uma visitinha rápida a minha amiga Walkyria. Procurei a administração do cemitério e localizei a capela pelo nome dela. Não há ainda placas ou inscrições, mas pela porta de vidro, pude matar um pouco de saudades com uma linda foto em preto e branco que colocaram dela. De novo, aquela sensação esquisita de não compreender como agora, passados 10 anos, ela continua ainda jovem, enquanto o tempo passou para nós que estamos vivos.
Tudo que passei ontem apenas aguça minha sensibilidade. Não estou triste.

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