sábado, abril 30, 2005

Humpf!

Depois das broncas, veio este recado:

"Penso muito em você e como queria ser mais presente e mais amigo.. a vida no entanto me cobra outras posturas e outras atividades... sempre te desejei,desejei o melhor, e ainda desejo."

Repito: não adianta esperar de quem não tem pra oferecer. Uma pena, mas já virei a página. Claro que, de vez em quando, não resito a olhar pra trás, folhear o que ficou pra trás. Ainda dói, sim... Talvez mais porque associo a outra cenas doloridas.


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Comecei a tricotar um poncho. Em lã marrakesh, são apenas dois retângulos que se entrelaçam, enviesados. Estou gostando do resultado. Ainda não sei se será meu, caso não consiga finalizar dois até julho, quando minha filha vai pra Campos de Jordão.

Não falo com tristeza. Mas, enquanto tricoto, é inevitável a lembrança de minha mãe, principalmente em relação ao colete que fiz pra ela no Dia das Mães do ano passado. Ficou tão lindo e ela nem usou. Era cinza azulado, em lã sedificada. Digo que era, porque, pra mim, tudo que era dela se desintegrou. Entretanto, é impressionante como tenho todas as imagens na minha memória: as cores, estampas, texturas de roupas. E como eu adoro lãs e linhas, acho que fixei essas coisas em algum lugar especial da memória...
Mas não são apenas roupas da mamãe. Ainda me lembro nitidamente da primeira blusa que fiz, por volta de 1973. Em amarelo, com decote "u". Tanto eu queria uma blusa nova, que fiz rapidinho. Foi na época do "boom" das Lanofix, quando abriram lojas onde vendiam fios por quilo, em minha cidade, que fica a meio caminho de Monte Sião e Serra Negra, cidades famosas pelos trabalhos tricotados.


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Acrescentei esta "emenda" no dia 08/08, meses depois do sonho. Isto é porque minha amiga estava relendo os e-mails e me perguntou se eu tinha tudo arquivado. Como não tenho nada além dos e-mails, resolvi deixar registrado aqui também.


Espero que lhe dê um clique de ir checar seus e-mails, que este texto chegue em momento oportuno.

Pois é, Alice.. Hoje fui na base de ?faça o que eu digo... ? Tinha escrito um montão pra você, num e-mail e perdi tudo porque o computador travou. Pena. Eu acho que sempre o primeiro texto é o melhor, mais espontâneo. Ainda mais quando se trata de narrar um sonho.

Pra variar, sonhei com você. Foram dois ?takes?.

No primeiro, a gente estava num carro grande, dirigido pelo Carlos. Era tipo van, da cor azul-marinho. A gente estava no banco de trás, conversando. De repente, eu me lembrei de lhe mostrar uma revista, do tipo Playboy, em que você aparecia peladinha. Não, não se preocupe, a foto era muito boa, com luzes, do tipo artístico e era bem sutil. Você estava saradinha, branquinha, magrinha, jeitinho de ninfeta. Bicos dos seios muito claros, quase transparentes. Eram umas 4 páginas. Os cabelos estavam bem aloirados, arrepiados, que nem do Plínio o filho da Do Carmo na novela passada. A foto devia ter algum tempo, pois vc olhou com cara de ?nem me lembrava?. E comentou que fora Carlos quem a fotografou. Acrescentou que ele tinha câmera e equipamentos fotográficos muito bons, que precisavam ser atualizados pra versão digital. Embora a foto não tivesse nada censurável, a gente espiava a revista dentro de uma bolsa grande, preta, que eu carregava. Em uma das poses, você deixava ver que estava depilada ?lá?. Era muito sutil, parecia uma criança. Carlos dirigia a van, silenciosamente. Havia umas 4 ou 5 pessoas anônimas à nossa volta.

Em outro episódio, estávamos na feira. Você usava um chapéu de palha, calça marrom e blusa de algodão branca, que eu já vi uma vez. Andava comprando tudo, inclusive umas couve-flor com aquelas folhas laterais e tudo. Encheu o carrinho, que era de lona..Uma pessoa desconhecida iria lhe dar carona e você insistia que bastava leva-la até o metrô Ana Rosa, que de lá você ?caminharia numa boa? até sua casa. Eu apenas assistia, feito um filme.

Nem imagino o que significam esses sonhos... Devo pensar que são fruto de minha admiração por você. Achei-a bem da última vez em que nos vimos. Continua magrinha, mas parece saudável, jovial.

Eu continuo parecendo que vou sarar da gripe. Mas de manhã é sempre mais difícil. Já tomei café, comi uma banana. Espero estar bem em breve

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