domingo, setembro 07, 2003

Todo paulista de pelo menos mais de 35 deve se lembrar de Tia Lenita, aquela das "Histórias de tia Lenita", Folhinha. Pois é... a tia tá fazendo 80 anos! Não podia deixar de falar dela!

Outro dia, a encontrei na porta da FSP. Achei-a envelhecida, quase com a aparência da vovozinha que eu imaginava que ela fosse, quando eu estava aprendendo a ler. Nossa... Há 40 anos, ela tinha só 40!

Vou contar uma coisa pra vocês. Tia Lenita foi uma das grandes 'decepções' de minha vida!

Certa tarde, há quase vinte anos, quando eu trabalhava no jornal, apareceu uma peruona loira, coxuda, e de saias um tanto impróprias pra idade. Ela se jogou com ar vamp em cima da mesa do meu chefinho. Ficou ali, semi deitada, dando baforadas no cigarro. Estava liderando um movimento das mulheres por não sei que causa. Acho que tinha a ver com fiscais do Sarney.

Eu perguntei pra alguém: "Quem é essa?"
"É Tia Lenita" - me contaram.

Fiquei pasma. Então me informaram que ela ainda era funcionária da empresa. E o nominho dela tava na chapeira (ainda batíamos ponto manualmente, feito fábrica): Maria Helena Miranda de Figueiredo.

Foi um choque para mim que, durante pelo menos dez anos, li todos os domingos as Histórias de Tia Lenita, imaginando aquela vovó toda meiga, de cabelos brancos, em birote, contando historinhas pros netinhos. E nem agora, aos 80, ela tem esse ar! Pessoalmente, a achei magra, mas elegante e ainda dinâmica e bem lúcida. Jeito parecido com dona Lili Marinho.

Outra grande decepção de minha vida foi Helena Fonseca, a autora de Drácula, aquelas histórias desenhadas no Brasil, que trazia Detetive Fred e sua namorada Mary, com desenho de Nico Rosso. Eu lia os quadrinhos escondida, à luz de lamparina, quando morava no campo, onde havia muitos morcegos. Brrr... morria de medo. E imaginava dona Helena com cara de Mortissa ou Malvina Cruela. Quase vinte anos depois, conheci Helena Fonseca, na redação da Editora Abril. Essa sim, era uma doce velhinha. Baixinha e muito tímida. Era sobrinha de Rachel de Queirós e irmã de outra Helena: a Helena Silveira, que via TV! Ah. E que rdecadência: na ocasião escrevia "Diário de Margarida"!

Bom... os paulistanos de minha geração ou anterior vão entender do que estou falando!






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