quinta-feira, março 24, 2005

confusões

Às vezes os e-mails parecem ter vontade própria. Saem sozinhos disparados do outlook, numa escorregada de dedos. Disparei um desses ontem, numa mensagem meio mal-humarada para Lídia, cujo começo de endereço é "li" e foi para Liam. E o pior: não coloquei o nome no cabeçalho, como de costume. Em seguida, escrevi outro, me desculpando e explicando que era uma alfinetada na amiga. E adivinha? Quase foi pra ela! Ainda bem que o quase me salvou!

Hoje estou mais calma. Disse-me o meu primeiro amigo virtual: "tudo na vida só tem sentido quando se tem uma paixão. Pode ser paixão por uma pessoa, um ideal..." É isso... Pode dar em nada, mas tudo fica mais rosadinho quando a gente pode ir dormir pensando em uma idéia, uma pessoa... Bom... Ainda não achei nenhuma nova paixão, mas pelo menos mudei o foco dos meus pensamentos e já dá pra fazer planos pra depois da Páscoa. É alguma coisa, né?

Tava até pensando em criar outro blog, de medo que certos amigos adivinhem meus pensamentos nas entrelinhas. Mas acho que algumas pessoas nos conhecem ao vivo e desistem de ler aqui. Concluem que sou uma pessoa aqui e, ao vivo, outra. É possível. Todos nós temos várias facetas. Apenas demonstramos uma em cada oportunidade, sendo todas verdadeiras.

*******

Sempre que chega a Semana Santa e vem essa história de católicos não comerem carne, lembro-me de meu pai, no tempo em que ele era ateu, embora de formação budista. Papai costumava comentar indignado: "Vocês católicos deviam ficar o dia inteiro com a cabeça embaixo das cobertas, chorando a morte de seu Senhor. Eu vou comer carne, que não tenho nada com essa história". Parece bobagem, mas foi uma das coisas que me fez desistir de ser batizada, quando tinha por volta de oito anos e quiseram me catequisar. O tempo passou, tive muitas idas e vindas. Não optei por nenhuma religião. Perdi meu pai, meus dois irmãos e minha mãe, além de muitos amigos queridos. Nessas horas, volta a eterna indagação. Continua sem resposta. Mas, pelo sim pelo não, aproveito essas datas para estar mais comigo mesma e pensar um pouco nas pessoas queridas. E desejo feliz páscoa a quem considero importante. Independentemente de qualquer coisa, a idéia de renascimento e esperança é bonita. Então, por que não comemorar com ovos de chocolates e presentinhos? Feito criança, estou feliz este ano pois ganhei presentes, alguns ovos e uma cesta de trufas. Com isso, acho que perdi meu trauma e aversão a chocolates. Para compensar, ganharei alguns quilinhos, como comentou o Professor outro dia, lá no blog dele.


* * * * *

"Feliz Páscoa!", "Feliz Dia Internacional da Mulher", "Feliz Dia das Mães", "Feliz Natal", etc e tal. Bom ouvir os cumprimentos quando sinceros. Uma chateação receber aqueles emails barulhentos, destinados a meio mundo e ainda sem apagarem o 'fw" no subject.
Quando as pessoas irão perceber que um simples e singelo cumprimento, sem formatação, mas teclados com os próprios dedinhos, sem cut (ou copy) e paste vale muito mais?
E quando as almas insensíveis perceberão o valor desse cumprimento? Pois é... enviei os cumprimentos de coração . Mais uma vez, fiquei esperando um alozinho de gente que não mais se lembrou... e mais uma vez chorei com alguns cumprimentos!


*********

Ontem, quando estava pra lá de exausta, quase desligando o computador, recebi uma música por e-mail: Yolanda, na versão cubana, creio que de Pablo Milanes. Aproveitei para escutar a canção na voz de Chico e comparei as duas letras. Engraçado como línguas tão semelhantes têm expressões distintas! Do mesmo jeito que o amigo remetente que pouca atenção deu à primeira vez que tocou Os Argonautas e depois escutou "até furar o hd" ao perceber os versos de Fernando Pessoa, essa melodia custou a penetrar em minha alma. Confesso que só entendi direito quando achei a letra, na página da Terra do Nunca. Aproveito pra deixá-la registrada aqui pois o link pode desaparecer antes deste blog:

Esto no puede ser más que una canción
Quisiera fuera una declaración de amor
Romántica, sin reparar en formas tales
Que pongan freno a lo que siento ahora, a raudales

Te amo, te amo, eternamente te amo
Si me faltaras no voy a morirme
Si he de morir quiero que sea contigo
Mi soledad se siente acompañada

Por eso a veces se que necesito
Tu mano, tu mano, eternamente tu mano
Cuando te vi sabía que era cierto
Este temor de hallarme he descubierto

Tu me desnudas con siete razones
Me abres el pecho siempre que me colmas
De amores, de amores, eternamente de amores
Si alguna vez me siento derrotado

Renuncio a ver el sol cada mañana
Rezando el credo que me has enseñado
iro tu cara y digo en la ventana
Yolanda, Yolanda, eternamenteYolanda
Eternamente Yolanda, eternamente Yolanda

*********

Nenhum comentário:

Postar um comentário