Esqueci de dizer que ontem telefonei para um dos meus dois leitores fiéis. Ele está , se não me engano, no seu quarto blog. Sempre muda de endereço, provavelmente para fugir de alguém para quem se arrependeu de mostrar o que escreve. Há uns dois meses ele desativou o anterior, uma semana depois de me dar o endereço. Estava certa de que ele não agüentaria ficar sem postar. Dito e feito!
Foi legal saber que ele fez novo vestibular, desta vez para uma carreira com pretensões literárias. Desde o primeiro texto que li, eu disse ao rapaz que ele tem estilo. Só que, até escutar a voz dele, ainda estava duvidando da idade e de outros detalhes. Ainda o achei um tanto formal e sisudo para os 24 anos declarados, mas concluí que deve ser tudo verdade mesmo.
Ao ler o blog dele, tanto na forma como no conteúdo, fico com vergonha da falta de cuidado com que escrevo aqui. Casa de ferreiro, espeto de pau. Eh, eh, eh!
========
Hoje fui almoçar com o "sócio" no Centro da cidade. Foi uma saída amigável, como as que temos ultimamente. Quando estávamos numa papelaria fazendo compras, um telefonema de surpresa. E a pergunta de sempre: "pode falar". Não pude deixar escapar a oportunidade. Fui para os fundos da loja e conversamos um pouco.
A esta altura, nem perco mais o rebolado. Mas depois procurei me controlar pois percebi que estava dando bandeira de tanto que meu humor mudou. Para melhor. "Ele" é muito mais cauteloso. Disse que não teve condições de me ligar antes pois precisou trabalhar em casa. Sempre nas entrelinha, aquela vontade de dizermos algo mais. Isso nunca acontece. Sempre me controlo. Ai, ai, ai. A vontade era de gritar bem alto como fiquei feliz só em escutá-lo. Eu estava tão carente. Ufa.. ainda bem que na segunda vamos matar saudades! Terei de adiantar o trabalho amanhã cedo e no domingo, quando voltar de viagem. Vai dar tudo certo!
Para quem nao sabe, BLOG é um diario online. Vida secreta de uma quarentona sem ataque de nervos. PS: Era quarentona, quando comecei. Agora, sou cinquentinha. * * * * Pomba Enamorada, é personagem-titulo de´conto/livro de Ligia Fagundes Telles, que dança uma vez com um sujeito em quem fica pensando durante 25 anos. ******* amanary@gmail.com
sexta-feira, novembro 22, 2002
O calor me trouxe uma baita enxaqueca, além de brotoejas e mal-estar. Fiquei sem disposição para nada. Tinha vontade de dormir, porém, o peso na cabeça não deixava. A situação se agravou com os helicópteros na minha janela tentando captar novidades sobre meus vizinhos famosos do 77 DP.
Quando comecei este blog, a proposta era de fugir de lamentações. Gostaria de falar apenas da alegria de viver. Por isto, evito escrever quando não tenho algo legal para dizer.
Hoje o tempo está fresquinho e ligeiramente chuvoso. Mas vou me animar para sair logo mais. Quero ir ao Bom Retiro comprar umas bolsas baratas que vi. Vou presentear minha mãe e minha irmã. Na verdade essa minha irmã é mais do que mãe para mim. Eu nasci quando ela estava já com 22 anos e devo muito a ela. Há muitos dias em que fico aborrecida com ela, mas sei que ela diz umas coisas meio chatas para o meu bem. Eu e ela estamos muito sensibilizadas esses dias devido à doença de nossa tia, irmã do papai.
Tenho lembranças muito singelas dessa tia. Quando eu era criança e morava com minha avó, que é mãe dela, ela vinha nos visitar trazendo aquelas bolachas sortidas em lata. Também me presenteou com muitos livros infantis (livros japoneses em encadernação cartonada). Mais tarde, quando ela soube que eu fazia crochê e tricô, comprava revistas com diagramas para trabalhos manuais. Vou sentir saudades dela. Gostaria de vê-la mais uma vez, conversar com ela... Espero visitá-la na semana que vem. Pretendia fazer isso amanhã (sábado), mas resolvi adiar para ir à festa comemorativa do meu genial sobrinho, que em breve se tornará um dos juízes mais jovens do Brasil. Para completar, passou em 2º lugar, a menos de um ponto de distância do primeiro colocado. Meu irmão está explodindo de orgulho. Vai chamar todos os amigos. Eu também estou orgulhosa dele.
Minha filha foi medianamente no Vestibular. Penso que irá para a segunda fase. Mas não dá para prever pois ela está tentando uma das carreiras mais disputadas este ano: oficial da PM. Como toda adolescente, está insegura e muda de idéia a cada instante. Procuro manter a isenção.
Quando comecei este blog, a proposta era de fugir de lamentações. Gostaria de falar apenas da alegria de viver. Por isto, evito escrever quando não tenho algo legal para dizer.
Hoje o tempo está fresquinho e ligeiramente chuvoso. Mas vou me animar para sair logo mais. Quero ir ao Bom Retiro comprar umas bolsas baratas que vi. Vou presentear minha mãe e minha irmã. Na verdade essa minha irmã é mais do que mãe para mim. Eu nasci quando ela estava já com 22 anos e devo muito a ela. Há muitos dias em que fico aborrecida com ela, mas sei que ela diz umas coisas meio chatas para o meu bem. Eu e ela estamos muito sensibilizadas esses dias devido à doença de nossa tia, irmã do papai.
Tenho lembranças muito singelas dessa tia. Quando eu era criança e morava com minha avó, que é mãe dela, ela vinha nos visitar trazendo aquelas bolachas sortidas em lata. Também me presenteou com muitos livros infantis (livros japoneses em encadernação cartonada). Mais tarde, quando ela soube que eu fazia crochê e tricô, comprava revistas com diagramas para trabalhos manuais. Vou sentir saudades dela. Gostaria de vê-la mais uma vez, conversar com ela... Espero visitá-la na semana que vem. Pretendia fazer isso amanhã (sábado), mas resolvi adiar para ir à festa comemorativa do meu genial sobrinho, que em breve se tornará um dos juízes mais jovens do Brasil. Para completar, passou em 2º lugar, a menos de um ponto de distância do primeiro colocado. Meu irmão está explodindo de orgulho. Vai chamar todos os amigos. Eu também estou orgulhosa dele.
Minha filha foi medianamente no Vestibular. Penso que irá para a segunda fase. Mas não dá para prever pois ela está tentando uma das carreiras mais disputadas este ano: oficial da PM. Como toda adolescente, está insegura e muda de idéia a cada instante. Procuro manter a isenção.
quarta-feira, novembro 13, 2002
Estes dias de novembro voaram sem grandes acontecimentos. Passei o endereço a um amigo que fui conhecer na semana anterior ao meu aniversário (acho que foi lá pelo dia 28.). Não escrevi nada a respeito dele, nem de outros contatos. Disse a ele, é que foi uma coisa rotineira. Na verdade, até que Geraldo (como ele não quer ser chamado.. eheheheh) é uma pessoa fora dos padrões. Começamos com alguns desentendimentos no PP. Tudo porque ele falou que busca uma mulher moderna. E que quem tivesse 55 anos e usasse tornozeleira estaria dentro desse padrão. Certa vez, quando freqüentava o Palmeiras, cheguei a ter uma tornozeleira de prata. Lembro que foi nessa época porque perdi na piscina. Sempre achei aquilo coisa de perua suburbana. Por isto contestei essa “modernidade” e disse que ele havia se enganado. E assim, entre tapas e beijos, depois de um longo telefonema, decidimos nos conhecer. Pessoalmente, achei-o melhor do que no perfil. Mais alto e mais simpático. Se não me engano, consta 1,68m (eu e minha implicância com baixinhos). Gostaria de ser amiga dele. Mas acho que não vai aceitar muito bem a idéia de só ficarmos nisso.
Ontem, Julius me ligou bem quando estava com Juraci, na José Paulino. Que droga. Não consegui falar direito. Fiquei completamente atrapalhada... Não deu pra disfarçar. Ai, ai, ai. Que saudades! É mesmo uma coisa mágica essa química. Uma dádiva dos deuses, como ele diz. Se é ambrosia, não dá pra ingerir todos os dias. Uma vez por semana seria boa dose. Mas nem sempre é possível. Suspiros.
Ontem, Julius me ligou bem quando estava com Juraci, na José Paulino. Que droga. Não consegui falar direito. Fiquei completamente atrapalhada... Não deu pra disfarçar. Ai, ai, ai. Que saudades! É mesmo uma coisa mágica essa química. Uma dádiva dos deuses, como ele diz. Se é ambrosia, não dá pra ingerir todos os dias. Uma vez por semana seria boa dose. Mas nem sempre é possível. Suspiros.
sábado, novembro 02, 2002
Não dá pra manter um estado de espírito neutro quando a gente faz aniversário. Infelizmente nem tudo são alegrias. Tem muita gente chata não me entende. Aquelas pessoas que insistem num abraço, uma visita fora de hora. Tentei argumentar, explicando que não estava me sentindo bem, estava com uma virose, o diabo a quatro. Mas não teve escapatória. Quase às 19 horas, fui obrigada a fazer sala pra uma amiga,que veio me trazer um presentinho. E o pior: fiquei me sentindo péssima pois nem me lembrei em ligar pra ela, na semana passada, quando também aniversariou. Segundo alguns amigos, eu devo me sentir feliz por esse detalhe, pelo fato das pessoas me cumprimentarem, me procurarem.
Infelizmente, o estado de espírito interior, a amargura, acaba tornando algumas pessoas muito desagradáveis. Acabei me aborrecendo com uma velha amiga. Eu quis mostrar a ela minha alegria, minha esperança nos novos tempos, falar de minhas expectativas. E ela desceu montão de pedras em cima do programa "fome zero". Isso que é amargura! E ela não teria muito do que se queixar.´Acho que o problema dela é justamente esse: falta de problemas, falta de alguém a quem se dedicar, amar.
Alguns cumprimentos que mexeram comigo:
Rita escreveu:
"que continue a cuidar do seu coração com o mesmo carinho com que cuida de
outros corações, Felicidades permanentes."
E Alice:
"Neste dia especial desejo que voce se sinta realmente especial, porque e assim que a vejo e sinto e, com certeza, tem um grande
coro concordando comigo. Como o Quiroga sugere hoje, cure-se para ser feliz. Como e da sua sua natureza de nao esperar que as coisas caiam do ceu, muito menos, passar-se de vitima, voce realmente conhece o valor dessa dica,
pois sempre esta criando condicoes para ser feliz e deixando as pessoas do seu convivio tambem felizes. E mais, presenteia seus amigos o ano inteiro com sua garra de viver e motiva-nos tambem a dar gracas a vida. Muita alegria, saude e realizacoes. Um grande abraco, lindinha!"
Na véspera, minha querida amiga de NJ me perguntou o que eu achava da vitória do Lula. Vejam o que eu escrevi e o comentário dela:
"Pois é, menina..
A festa do PT no dia em que Lula foi eleito foi tão linda. O povo tão esperançoso e Lula tão feliz, que eu quero mesmo acreditar que vamos caminhar para mudanças!
Eu acredito muito na minha intuição, aquela que me faz ver algo diabólico em Ciro Gomes, malandragem por trás do olhar de Garotinho... e eu acho que, digam o que disserem, Lula tentará mesmo fazer o melhor. Se vai conseguir, não sei. Estou na torcida, minha amiga!
Eu acho, sobretudo, que não podemos ser contra a vontade da maioria. Acho que estamos vivendo realmente uma democracia. O povo fez uma opção consciente da escolha.
Claro que tudo vai ser difícil, diante de como andam as coisas... Os poderosos, os ricos estão, acostumados a ganhar muito... a explorar o povo. Mas eu acho que, com o que vem acontecendo nos últimos 25 anos que tivemos oportunidade de observar, tudo vem melhorando. Já pudemos votar em eleição direta para presidentes. E acho que Fernando Henrique consolidou mesmo a democracia e fez o que pôde para segurar as pontas.
Todo mundo critica o baixo nível de ensino, a aprovação automática nas escolas, em que muitos saem do ginásio mal sabendo escrever. É uma realidade. Mas nao era muito pior quando tantos jovens não tinham oportunidade de estudar? (Você deve se lembrar de tantos colegas que deixamos no meio do caminho). Pelo menos a chance agora é dada e quem quer, de fato, vai adiante. Ainda este é um país de grandes oportunidades!
Dizem que eu sou confuciana, uma eterna otimista. Acho que devo ser. Sou filha de imigrantes. Meus pais chegaram aqui porque não tinham condições de sobreviver no Japão. Quando minha família foi para Bragança, em 1954, deixou muitas dívidas na fazenda em que foram meeiros. Meus irmãos mais velhos concluíram apenas o 4 ano primário e eu e mais um tivemos oportunidade de chegar à universidade. Eu posso não ser rica, mas consegui estudar na melhor e maior universidade da América do Sul. Posso não ter bens materiais, mas hoje tenho chances de estar aqui, "falando" com vc pela Internet, de ter amigos no mundo todo. Posso nunca ter saído do Brasil, mas posso colocar a cabeça no travesseiro e dormir um sono gostoso...
Quanto à minha família... De nossa geração, saiu um secretário de estado e presidente brasileiro da empresa mais importante do mundo. Digo aos da próxima geração que eles têm como meta pelo menos ser ministro (rsrsrs).
Acho que não temos do que nos queixar da vida, não acha?
Amanhã, vou fazer 45 anos (por falar nisso, parabéns pra vc.. só agora me lembrei que vc aniversariou há um mês) e tenho quase o mesmo pique de quando tinha 18! Tenho uma filha muito inteligente e linda, que me enche de orgulho... Tive a oportunidade de encontrar muitos amores (ihihii), desde que era adolescente.
Lembro-me também de você, minha querida... do seu pai preto de carvão, das suas irmãs passando de madrugada para cumprir turnos na tecelagem. E vejo, diante dos meus olhos, a nova e sorridente geração, de olhos esverdeados e tão bonitos. A sua irmã missionária no Norte, a outra entrando no mercado de trabalho depois dos 50. Que coisa mais linda! Sem falar no emocionante caso do Lucas, para quem existe a chance de vida digna e útil, apesar de todas as limitações que a natureza lhe deu.
Eu tenho muita esperança, minha amiga! Estou animada!
“Nossa vc é otima só de ler o que vc escreve ja me da uma vontade loca de acreditar e ter esperaca mesmo .. vc e realmente um exemplo para muita gente que tem tudo do bem e do melhor e o unico que sabe fazer e besteria ... vamos, brasil, todavia depois do que vc disse eu estou com lula e nao abro . vou ser otimista e acreditar que sim brasil vai ser o melhor pais do mundo para se viver .. parabens pelo seu aniversario se deus quisera gente vai viver muito ainda para ver esse brasil e todos os brasileirs vivendo em um paraiso .. nao sei da onde vem a forca que vc tem mais deseja que vc tenha muita energia e muita felicidade e paz no dia do seu aniversario vc disse que se sente como uma de 18 pois bem eu me sinto como uma de 15 hahahahaha vamos quarentonas afinal estamos bem e temos muita mais muita experiencia nao e??? beijos bom dia boa noite e boa manha angelita”
Infelizmente, o estado de espírito interior, a amargura, acaba tornando algumas pessoas muito desagradáveis. Acabei me aborrecendo com uma velha amiga. Eu quis mostrar a ela minha alegria, minha esperança nos novos tempos, falar de minhas expectativas. E ela desceu montão de pedras em cima do programa "fome zero". Isso que é amargura! E ela não teria muito do que se queixar.´Acho que o problema dela é justamente esse: falta de problemas, falta de alguém a quem se dedicar, amar.
Alguns cumprimentos que mexeram comigo:
Rita escreveu:
"que continue a cuidar do seu coração com o mesmo carinho com que cuida de
outros corações, Felicidades permanentes."
E Alice:
"Neste dia especial desejo que voce se sinta realmente especial, porque e assim que a vejo e sinto e, com certeza, tem um grande
coro concordando comigo. Como o Quiroga sugere hoje, cure-se para ser feliz. Como e da sua sua natureza de nao esperar que as coisas caiam do ceu, muito menos, passar-se de vitima, voce realmente conhece o valor dessa dica,
pois sempre esta criando condicoes para ser feliz e deixando as pessoas do seu convivio tambem felizes. E mais, presenteia seus amigos o ano inteiro com sua garra de viver e motiva-nos tambem a dar gracas a vida. Muita alegria, saude e realizacoes. Um grande abraco, lindinha!"
Na véspera, minha querida amiga de NJ me perguntou o que eu achava da vitória do Lula. Vejam o que eu escrevi e o comentário dela:
"Pois é, menina..
A festa do PT no dia em que Lula foi eleito foi tão linda. O povo tão esperançoso e Lula tão feliz, que eu quero mesmo acreditar que vamos caminhar para mudanças!
Eu acredito muito na minha intuição, aquela que me faz ver algo diabólico em Ciro Gomes, malandragem por trás do olhar de Garotinho... e eu acho que, digam o que disserem, Lula tentará mesmo fazer o melhor. Se vai conseguir, não sei. Estou na torcida, minha amiga!
Eu acho, sobretudo, que não podemos ser contra a vontade da maioria. Acho que estamos vivendo realmente uma democracia. O povo fez uma opção consciente da escolha.
Claro que tudo vai ser difícil, diante de como andam as coisas... Os poderosos, os ricos estão, acostumados a ganhar muito... a explorar o povo. Mas eu acho que, com o que vem acontecendo nos últimos 25 anos que tivemos oportunidade de observar, tudo vem melhorando. Já pudemos votar em eleição direta para presidentes. E acho que Fernando Henrique consolidou mesmo a democracia e fez o que pôde para segurar as pontas.
Todo mundo critica o baixo nível de ensino, a aprovação automática nas escolas, em que muitos saem do ginásio mal sabendo escrever. É uma realidade. Mas nao era muito pior quando tantos jovens não tinham oportunidade de estudar? (Você deve se lembrar de tantos colegas que deixamos no meio do caminho). Pelo menos a chance agora é dada e quem quer, de fato, vai adiante. Ainda este é um país de grandes oportunidades!
Dizem que eu sou confuciana, uma eterna otimista. Acho que devo ser. Sou filha de imigrantes. Meus pais chegaram aqui porque não tinham condições de sobreviver no Japão. Quando minha família foi para Bragança, em 1954, deixou muitas dívidas na fazenda em que foram meeiros. Meus irmãos mais velhos concluíram apenas o 4 ano primário e eu e mais um tivemos oportunidade de chegar à universidade. Eu posso não ser rica, mas consegui estudar na melhor e maior universidade da América do Sul. Posso não ter bens materiais, mas hoje tenho chances de estar aqui, "falando" com vc pela Internet, de ter amigos no mundo todo. Posso nunca ter saído do Brasil, mas posso colocar a cabeça no travesseiro e dormir um sono gostoso...
Quanto à minha família... De nossa geração, saiu um secretário de estado e presidente brasileiro da empresa mais importante do mundo. Digo aos da próxima geração que eles têm como meta pelo menos ser ministro (rsrsrs).
Acho que não temos do que nos queixar da vida, não acha?
Amanhã, vou fazer 45 anos (por falar nisso, parabéns pra vc.. só agora me lembrei que vc aniversariou há um mês) e tenho quase o mesmo pique de quando tinha 18! Tenho uma filha muito inteligente e linda, que me enche de orgulho... Tive a oportunidade de encontrar muitos amores (ihihii), desde que era adolescente.
Lembro-me também de você, minha querida... do seu pai preto de carvão, das suas irmãs passando de madrugada para cumprir turnos na tecelagem. E vejo, diante dos meus olhos, a nova e sorridente geração, de olhos esverdeados e tão bonitos. A sua irmã missionária no Norte, a outra entrando no mercado de trabalho depois dos 50. Que coisa mais linda! Sem falar no emocionante caso do Lucas, para quem existe a chance de vida digna e útil, apesar de todas as limitações que a natureza lhe deu.
Eu tenho muita esperança, minha amiga! Estou animada!
“Nossa vc é otima só de ler o que vc escreve ja me da uma vontade loca de acreditar e ter esperaca mesmo .. vc e realmente um exemplo para muita gente que tem tudo do bem e do melhor e o unico que sabe fazer e besteria ... vamos, brasil, todavia depois do que vc disse eu estou com lula e nao abro . vou ser otimista e acreditar que sim brasil vai ser o melhor pais do mundo para se viver .. parabens pelo seu aniversario se deus quisera gente vai viver muito ainda para ver esse brasil e todos os brasileirs vivendo em um paraiso .. nao sei da onde vem a forca que vc tem mais deseja que vc tenha muita energia e muita felicidade e paz no dia do seu aniversario vc disse que se sente como uma de 18 pois bem eu me sinto como uma de 15 hahahahaha vamos quarentonas afinal estamos bem e temos muita mais muita experiencia nao e??? beijos bom dia boa noite e boa manha angelita”
sexta-feira, novembro 01, 2002
Hoje é meu aniversário. Estou tranqüila. Sem aquela angústia que me atormentou há alguns anos. Quando penso no número, às vezes me assusto. Parece absurdo! Mas tenho a pretensão de achar que estou mais ou menos na metade de minha jornada, em termos cronológicos. Em termos de “feitos”, acho que já realizei muitas coisas. Porém considero que vivi os últimos cinco anos com muita intensidade, em relação a sentimentos. Ainda tenho algumas lembranças melancólicas de outros aniversários. De horas à espera de um cumprimento de alguém especial. Hoje, vejo que essa coisa de datas é mesmo uma grande bobagem. Ontem, não comentei nada com Julius. Para mim, a sensação de que estávamos muito felizes juntos foi mais importante do que qualquer presente ou cumprimentos forçados. Mesmo porque cumprimentos me constrangem um bocado. Só quando há um nível de intimidade especial, a coisa muda de figura. Na sexta-feira, meu amigo “Eduardo” fez questão de dar um presente adiantado. “A vida íntima das palavras”. Nossa... foi o presente certo pra mim! Adoro ganhar livros! Odeio pessoas que me dão qualquer coisa de presente, só pra bater ponto. Vocês não imaginam cada coisa que eu já ganhei... rsrssrs... A coisa mais estrambólica foi uma poncheira de barro, que hoje uso como cachepô. Ela é marrom e tem uns 80cm de diâmetro. Ah... também ganhei dois pilões. Um grande, que também serve de suporte para plantas, e outro menor, de mesa, que uso como quebra-nozes. Todas essas coisas, eu ganhei porque fui hipócrita. Elogiei as pessoas que tinham casas decoradas com esses objetos bizarros.
quinta-feira, outubro 31, 2002
Hoje, novamente, fui ver Julius na S.Efigênia. Foi um sufoco, mas uma delícia. Ficamos por ali das 15 às 18 horas. Apesar da apreensão, voltei tão feliz como quando fazemos outros programas. O lugar não é nada romântico, as ruas são horríveis, aquilo parece o Paraguai. Mas achamos uma galeria escondida onde pudemos nos sentir como pessoas "normais", livres. Tomamos suco, eu encaixada nas pernas dele, que ficou num banquinho. Quando apertava a mão, podia sentir o coração palpitando. E em público, aquele jeito disfarçado de segurar a mão, de colocar a mão no meu bolso, na cintura, por baixo da blusa, morder meus dedos. E, no final, cavalheiro como sempre, ele diz: "uma delícia a sua companhia". Entendi exatamente o que ele quis dizer: que a simples companhia também podia ser boa, sem que rolasse algo mais. Só deu pra nos beijarmos na despedida... mesmo assim, no meio do trânsito, sem condições de encostar o carro direito. Que pena essa parte. Mas vou ter alguns dias mais serenos depois de termos nos visto hoje.
quarta-feira, outubro 30, 2002
Continuo tentando ser eu. Nem sempre é fácil. Mas não tenho medo de ser feliz com o novo presidente. Fiquei emocionada com a festa petista e também com a entrevista ao JN no dia seguinte, com o brilho nos olhos de Fátima e William. Um amigo virtual me qualificou de “confuciana”. Sim. Com tudo por que passei até hoje, ainda sou esperançosa e otimista. Acredito que Lula vá batalhar pelo fim da fome, sim!
Esqueci de contar que na sexta-feira fui ver a exposição sobre a China, na Faap. Também fiquei emocionada. Estranha a sensação de ver antigas obras de arte, pensar nos guerreiros de terracota. O pensamento realmente voou ao refletir sobre as idéias que podem ter povoado os artistas da época, os donos do poder. Como em todas as civilizações, aquela necessidade de preservar as conquistas e a posição deste mundo num suposto além.
Depois da exposição, fomos ao shopping, onde jantamos no Viena. Passeamos, olhamos vitrines e meu amigo me presenteou, antecipadamente, com um livro que tem tudo a ver comigo: “Vida íntima das palavras”.
Sempre que vou a esses lugares, fico pensando como tudo poderia ser diferente em outra companhia...
Esqueci de contar que na sexta-feira fui ver a exposição sobre a China, na Faap. Também fiquei emocionada. Estranha a sensação de ver antigas obras de arte, pensar nos guerreiros de terracota. O pensamento realmente voou ao refletir sobre as idéias que podem ter povoado os artistas da época, os donos do poder. Como em todas as civilizações, aquela necessidade de preservar as conquistas e a posição deste mundo num suposto além.
Depois da exposição, fomos ao shopping, onde jantamos no Viena. Passeamos, olhamos vitrines e meu amigo me presenteou, antecipadamente, com um livro que tem tudo a ver comigo: “Vida íntima das palavras”.
Sempre que vou a esses lugares, fico pensando como tudo poderia ser diferente em outra companhia...
domingo, outubro 27, 2002
Quarta foi aniversário de minha amiga Rita. Ela me intimou a ir a um barzinho em Moema, onde comemoraria. Justamente no dia em que combinei de encontrar Julius! Comentei o detalhe e ela ficou botando lenha na fogueira para que o levasse. A idéia me empolgou, mas fiquei sem saber como dizer isso a ele. Mil pensamentos passaram pela minha cabeça. Tive medo de espantá-lo, parecendo que o forçava a assumir algo. Tentei falar naturalmente, na terça à noite. Disse que tinha um compromisso inadiável. Ele se atrapalhou, disse que o dia seria puxado para ele, então, poderíamos nos ver na quinta. Quando estava a caminho da festinha, não resisti e liguei pra ele. (Por isto digo que sempre vale a pena tentar, apelar pra sorte). Ele estava vindo naquele momento para SP. Vinha mostrar um projeto pro sócio. Disse que me ligaria quando terminasse a reunião. Dali a uma hora, o celular tocou. Queria saber o endereço e até que horas ficaria lá. Dali a mais uma hora, novo telefonema. Disse que estava na esquina. Pediu pra sair lá fora. Perguntei se não ficaria. Disse que não poderia se demorar. Mal me despedi do pessoal e corri ao encontro dele. Achei que ganharia só uma carona pra casa. Mas, que nada! Há tempos que não tinha uma noite tão intensa. Na verdade, foram pouco mais de duas horas, mas o suficiente pra eu ficar quebrada por dois dias! Acho que foi o “Lichia Paradise”. Vejam o que ele escreveu:
Você com um ligeiro gosto de álcool na boca, foi gostoso....o mesmo cheiro, o mesmo sorriso, o mesmo prazer.. intenso, explosivo, indescritível... mas assim são as coisas do coração, do tesão, do prazer... um sorriso nos lábios quando nos lembramos...
Você com um ligeiro gosto de álcool na boca, foi gostoso....o mesmo cheiro, o mesmo sorriso, o mesmo prazer.. intenso, explosivo, indescritível... mas assim são as coisas do coração, do tesão, do prazer... um sorriso nos lábios quando nos lembramos...
segunda-feira, outubro 21, 2002
Para a posteridade, quero deixar aqui uma cópia de e-mails muito inspirados que recebi de meu grande amigo, passeando pelo Rio de Janeiro. Ele é fantástico. Mas, nestes dias de férias, sinto-o especialmente sensível.
Agora estamos no momento mágico do crepúsculo, quando o sol empresta seu dourado para as sensuais curvas das montanhas do Rio de Janeiro. Não é coincidência que a cidade é muito sensual: as curvas se repetem na faixa de areia, nos calçadões, nas ondas do mar e, para os mais detalhistas, nas folhas e nas nuvens, poucas, que enfeitam um céu quase sempre azul.
Gosto do Rio tanto o cosmopolita e cultural da zona Sul quanto o suburbano e provinciano da zona Norte. Adoro ver as casinhas simples e antigas, com forte característica lusitana, sombreadas por vigorosas mangueiras e jaqueiras. Quase sempre repletas de frutas, lembrando uma fartura muitas vezes esquecida. Estão lá, vivendo.
Mas sinto que esses dias de Paraiso, com adões malhados e evas saradas, desfilando suas belezas impudicas pelas areias das praias e pelos corredores dos shoppings estão terminando. Sinto já uma certa impaciência em retomar aqueles velhos projetos que nunca se desenvolvem. Será que preciso voltar? Cansa ficar sempre querendo recomeçar e recomeçar e não verificar nenhuma mudança. Acho que cansa também tomar decisões. É algo que, definitivamente não quero tomar nas próximas 24h.
– -
Ontem não tive oportunidade de chegar perto do computador. Afinal, aqui no Rio, decidiram emendar o feriado de sábado, dia de Nossa Senhora Aparecida, com o de terça-feira, Dia do Professor. Assim, as aulas de meus sobrinhos só começam na quarta-feira. As praias, cheias de gente bonita. Enfim, o Rio e os cariocas continuam os mesmos...Vai,você em São Paulo decidir emendar um feriado que cai no Sábado com o "Dia dos Professores" da terça-feira...
Adorei sua sugestão de site. As crianças vão adorar. Sinto-me aqui um pouco como no antigo Egito: adoram o gato. A "pessoa" mais bem tratada e mimada da casa. Só faltam render tributos ao gato da casa, o Pipo. Ele é extremamente calmo e pouco mia. Engordou muito desde a última vez que estive no Rio. Adora entrar em caixas e saquinhos plásticos.
Neste final de semana conseguimos uma caixa relativamente ampla para construirmos uma maquete do Teatro Municipal do Rio (que ainda não terminamos) e não é que o Pipo resolveu "alugar" a caixa? Tudo bem, depois da exposição de maquetes, ele será o único gato do Rio que terá uma réplica do Municipal como residência. Isso se meus parentes não aceitarem minha idéia de comprarem uma pequena casinha de cachorro para o gato. Eles adoraram. Imagina, um gato de apartamento dormindo em uma casinha de cahorro!
Pelo seu e-mail, percebo que você está mais animada. Fico feliz. Obrigado também pela dica com respeito ao e-mail.
Também estou preocupado com minhas plantas, ou o que resta delas, devido a intensa onda de calor que tem assolado a região sudeste. Também tenho torcido para uma frente fria. No Rio, apesar do intenso calor, há uma agradável brisa soprando.
Agora vou tomar meu café da manhã e, render tributos ao gato...
– – –
Hoje a tarde no Rio está extremamente quente, sem uma nuvem no céu. Linda e quieta. Sem vento.
Como passou o feriado? Espero que tenha saído e se divertido muito. Por aqui, fomos ao shopping, fomos ao shopping e, nas horas vagas, fomos ao shopping.
Brincadeira. O Rio realmente é muito bonito, até as plantas parecem mais verdes e viçosas. Que se dirá das pessoas...É claro que a pobreza avança a olhos vistos nas vias de maior tráfego. O que ontem era um terreno baldio, hoje é um edifício-colagem, caótico de quartos, salas e corredores tortuosos, varaus e galinhas.
O trânsito também não está tão diferente de São Paulo. Embpra minha irmã tenha reclamado muito do calor, estranhamente, eu e minha mãe temos o considerado mais suportável do que o clima em São Paulo. Mal sabem os cariocas o que é o microondas que nossa cidade quatrocentona está se transformando.
------
Ontem visitamos um novo shopping na Barra que soube utilizar a mão de obra carioca, especialidade em criar magníficos carros alegóricos para o Carnaval, para reproduzir com muito bom gosto, réplicas de pontos turísiticos de Londres, Paris e Veneza. Embora as lojas sejam um pouco fraquinhas, o conceito de um shopping aberto e com as alamedas lembrando de forma "fake" aquelas cidades do Velho Mundo, acaba tornando-se um passeio agradável. Principalmente quando você encontra atores representando Napoleão, Josephine, caçadores de troféu ingleses carregados na jaula com gigantes gorilas, etc.
Acredito que amanhã devo retornar a S. Paulo, embora ainda não tenha idéia da hora em que partiremos. Fico triste, por um lado, mas preciso retomar minha vida por aí.
Espero que esteja tudo bem com você, embora seu riso maroto tenha me colocado uma "pulga atrás da orelha".
Vamos ver se conseguimos nos encontrar ainda nesse período de férias e dar boas risadas.==============
Terça-feira encontrei Julius no shopping. Foram pouquíssimos minutos.queria parar o relógio, queria segurá-lo mais. Andamos em círculos, nos atrapalhamos pra tomar café. Fomos a dois caixas eletrônicos. Ele me apertando na escada rolante, me beijando a nuca, me puxando pra ficar perto dele no quiosque do banco, disse: “Não quero você longe, nem um pouco”. Fico com o coração apertado. Veio ver um trabalho novo e acho que foi maior furada. A outra tentativa, em Campinas, também está dando zebra. Mas ele não se queixa, só conta um pouco quando pergunto. Do mesmo modo, não fala muito dos problemas com a família. Está certo ele de não ficar despejando as coisas. Fico um pouco curiosa, queria saber mais. Mas sei que é melhor assim. Já basta a outra experiência que eu tive, de me envolver com alguém que dobrou a carga dos meus ombros, que aumentou a minha tristeza...
=============
Na quinta-feira, Nik@ me contou que arrumou um novo amigo. Me passou um trecho do e-mail que recebeu. E adivinhem só... O Budista! Nossa, esse homem me deixa maluca de tanta curiosidade! Preciso descobrir qual é a verdade! Uma loucura fascinante!
Agora estamos no momento mágico do crepúsculo, quando o sol empresta seu dourado para as sensuais curvas das montanhas do Rio de Janeiro. Não é coincidência que a cidade é muito sensual: as curvas se repetem na faixa de areia, nos calçadões, nas ondas do mar e, para os mais detalhistas, nas folhas e nas nuvens, poucas, que enfeitam um céu quase sempre azul.
Gosto do Rio tanto o cosmopolita e cultural da zona Sul quanto o suburbano e provinciano da zona Norte. Adoro ver as casinhas simples e antigas, com forte característica lusitana, sombreadas por vigorosas mangueiras e jaqueiras. Quase sempre repletas de frutas, lembrando uma fartura muitas vezes esquecida. Estão lá, vivendo.
Mas sinto que esses dias de Paraiso, com adões malhados e evas saradas, desfilando suas belezas impudicas pelas areias das praias e pelos corredores dos shoppings estão terminando. Sinto já uma certa impaciência em retomar aqueles velhos projetos que nunca se desenvolvem. Será que preciso voltar? Cansa ficar sempre querendo recomeçar e recomeçar e não verificar nenhuma mudança. Acho que cansa também tomar decisões. É algo que, definitivamente não quero tomar nas próximas 24h.
– -
Ontem não tive oportunidade de chegar perto do computador. Afinal, aqui no Rio, decidiram emendar o feriado de sábado, dia de Nossa Senhora Aparecida, com o de terça-feira, Dia do Professor. Assim, as aulas de meus sobrinhos só começam na quarta-feira. As praias, cheias de gente bonita. Enfim, o Rio e os cariocas continuam os mesmos...Vai,você em São Paulo decidir emendar um feriado que cai no Sábado com o "Dia dos Professores" da terça-feira...
Adorei sua sugestão de site. As crianças vão adorar. Sinto-me aqui um pouco como no antigo Egito: adoram o gato. A "pessoa" mais bem tratada e mimada da casa. Só faltam render tributos ao gato da casa, o Pipo. Ele é extremamente calmo e pouco mia. Engordou muito desde a última vez que estive no Rio. Adora entrar em caixas e saquinhos plásticos.
Neste final de semana conseguimos uma caixa relativamente ampla para construirmos uma maquete do Teatro Municipal do Rio (que ainda não terminamos) e não é que o Pipo resolveu "alugar" a caixa? Tudo bem, depois da exposição de maquetes, ele será o único gato do Rio que terá uma réplica do Municipal como residência. Isso se meus parentes não aceitarem minha idéia de comprarem uma pequena casinha de cachorro para o gato. Eles adoraram. Imagina, um gato de apartamento dormindo em uma casinha de cahorro!
Pelo seu e-mail, percebo que você está mais animada. Fico feliz. Obrigado também pela dica com respeito ao e-mail.
Também estou preocupado com minhas plantas, ou o que resta delas, devido a intensa onda de calor que tem assolado a região sudeste. Também tenho torcido para uma frente fria. No Rio, apesar do intenso calor, há uma agradável brisa soprando.
Agora vou tomar meu café da manhã e, render tributos ao gato...
– – –
Hoje a tarde no Rio está extremamente quente, sem uma nuvem no céu. Linda e quieta. Sem vento.
Como passou o feriado? Espero que tenha saído e se divertido muito. Por aqui, fomos ao shopping, fomos ao shopping e, nas horas vagas, fomos ao shopping.
Brincadeira. O Rio realmente é muito bonito, até as plantas parecem mais verdes e viçosas. Que se dirá das pessoas...É claro que a pobreza avança a olhos vistos nas vias de maior tráfego. O que ontem era um terreno baldio, hoje é um edifício-colagem, caótico de quartos, salas e corredores tortuosos, varaus e galinhas.
O trânsito também não está tão diferente de São Paulo. Embpra minha irmã tenha reclamado muito do calor, estranhamente, eu e minha mãe temos o considerado mais suportável do que o clima em São Paulo. Mal sabem os cariocas o que é o microondas que nossa cidade quatrocentona está se transformando.
------
Ontem visitamos um novo shopping na Barra que soube utilizar a mão de obra carioca, especialidade em criar magníficos carros alegóricos para o Carnaval, para reproduzir com muito bom gosto, réplicas de pontos turísiticos de Londres, Paris e Veneza. Embora as lojas sejam um pouco fraquinhas, o conceito de um shopping aberto e com as alamedas lembrando de forma "fake" aquelas cidades do Velho Mundo, acaba tornando-se um passeio agradável. Principalmente quando você encontra atores representando Napoleão, Josephine, caçadores de troféu ingleses carregados na jaula com gigantes gorilas, etc.
Acredito que amanhã devo retornar a S. Paulo, embora ainda não tenha idéia da hora em que partiremos. Fico triste, por um lado, mas preciso retomar minha vida por aí.
Espero que esteja tudo bem com você, embora seu riso maroto tenha me colocado uma "pulga atrás da orelha".
Vamos ver se conseguimos nos encontrar ainda nesse período de férias e dar boas risadas.==============
Terça-feira encontrei Julius no shopping. Foram pouquíssimos minutos.queria parar o relógio, queria segurá-lo mais. Andamos em círculos, nos atrapalhamos pra tomar café. Fomos a dois caixas eletrônicos. Ele me apertando na escada rolante, me beijando a nuca, me puxando pra ficar perto dele no quiosque do banco, disse: “Não quero você longe, nem um pouco”. Fico com o coração apertado. Veio ver um trabalho novo e acho que foi maior furada. A outra tentativa, em Campinas, também está dando zebra. Mas ele não se queixa, só conta um pouco quando pergunto. Do mesmo modo, não fala muito dos problemas com a família. Está certo ele de não ficar despejando as coisas. Fico um pouco curiosa, queria saber mais. Mas sei que é melhor assim. Já basta a outra experiência que eu tive, de me envolver com alguém que dobrou a carga dos meus ombros, que aumentou a minha tristeza...
=============
Na quinta-feira, Nik@ me contou que arrumou um novo amigo. Me passou um trecho do e-mail que recebeu. E adivinhem só... O Budista! Nossa, esse homem me deixa maluca de tanta curiosidade! Preciso descobrir qual é a verdade! Uma loucura fascinante!
quinta-feira, outubro 10, 2002
Ultimamente não consigo falar só de coisas boas. Tá difícil...
Vejam o que escrevi para meu grande amigo Eduardo. Logo a seguir, a resposta dele. Mas tentei enviar meu recado a mais gente. Uns não entenderam, outros me ignoraram... Fábio também ouviu meu apelo e me escreveu. Duas vezes. Uma ontem à noite, em pleno trabalho às 21h. Fiquei emocionada. Chorei de novo. Mas levantei a cabeça. Mas continuo me irritando. Com os que pensam que eu não sou PT e com os que têm certeza que eu sou PT. Que droga!
Nessa confusão toda, não consegui contar nada a Julius. Dois desencontros... Vamos ver na segunda...
Estou agoniada. Não sei bem se é o calor, o resultado das eleições ou o que. Acho que o clima geral, de baixo astral, está me conduzindo. Estou tentando levantar a cabeça e trabalhar. É duro lidar com humor quando a gente está sem humor algum, ou melhor, de muito mau humor.
Comecei mal a semana, ao ligar pro Alberto. Havíamos ficado de nos ver no dia da eleição, mas eu não o procurei pois senti que não seria bom para mim. Sabia que ele votaria no Maluf e no Cunha Bueno. Não estava a fim de discutir o assunto. E dizem que "política, futebol e religião não se discute". Ao mesmo tempo, fiquei me sentindo culpada por não ter forças para prestar um gesto de solidariedade a quem tanto espera de mim. Eu sei que represento para ele muitas coisas positivas. Ele costuma dizer que eu sou hoje o único elo de ligação que ele mantém com o mundo culto e civilizado.
Enfim, na segunda, liguei para o Alberto. Ele começou perguntando se candidatura do coronel Ubiratan por acaso fora impugnada, pois ele tentou votar nele e não conseguiu. E acrescentou que votou no Conte Lopes. Eu fiquei chocada. De repente, numa cena de há uns 23 anos, lembrei-me dele, no apartamento da Pedro Taques, recomendando a votação para Luísa Erundina, para a Câmara Municipal. Foi a primeira vez que ouvi falar de uma fantástica nordestina, formada em Ciências Sociais, e defensora das causas do povo. Votei nela e a minha faxineira também.
Fiquei muito triste. Até chorei, depois de dizer para ele tirar o ódio do coração, não defender a pena de morte e a propagação de mais ódio. E ele ainda comentou do meu irmão, se eu acharia justo se acontecesse alguma tragédia similar ao massacre do Carandiru e ele fosse incriminado como o coronel Ubiratan. Aí, me lembrei de um reveillon que acabou com 3 mortes, em Venceslau, depois da passagem do ano com negociações. Foi consequência de horas de estudos estratégicos para solucionar o problema com menos sangue... A família toda reunida, acompanhando dezenas de telefonemas ao longo da madrugada. E comentei que eu, com tudo que tenho acompanhado, ainda acredito na recuperação do criminoso e procuro fixar na mente as histórias positivas. Citei até o caso de um ex-caminhoneiro, que matou umas cinco pessoas, e é hoje um exemplo de liderança e trabalho na cadeia de minha cidade. Aí, o Alberto falou: "e as família dos que ele matou"? Então eu respondi que não sei dessas famílias e que não seria matando o sujeito ou o deixando em condições desumanas que se reverteria o que ocorreu. O mais importante é que agora ele resolveu mudar e colaborar para possibilitar vida mais digna a outros detentos, que também têm famílias. Lembrei também que no massacre do Carandiru as vítimas foram casuais. Terminei dizendo ao Alberto que ele teve a capacidade de estragar meu dia e talvez a minha semana, contaminando com tanto baixo astral. Ele se desculpou. Eu chorei bastante depois disso.
Lembrei-me de tantas coisas... até da briga que tive com certo “jurista” sobre o tratamento humanitário dado aos detentos.
Sua mensagem foi a única que recebi neste novo e-mail. Signfica que você é uma amiga fiel e que o pessoal de Informática do instituto não sabe escrever "yahoo" de forma correta, já que pensei que o processo de aculturação norte-americana estava mais avançado e só repassei o e-mail por telefone. Resultado: centenas de mensagens importantíssimas, que poderiam até conter o segredo para o sucesso futuro da humanidade, foram para o espaço junto com a família Robson e o Dr.Smith. O Robô foi visto recentemente em um baile funk do morro da Mangueira passando-se por segurança.
Recebi sua mensagem e fiquei surpreso com sua reação às palavras do Alberto. As vezes imagino a amizade como um passeio que se faz a dois. No nosso caso, o passeio é agradável, divertido,cheio de bom humor. Afinal, rimos de nossas mazelas e incertezas como se elas fizessem parte de uma ampla obra literária escrita com certa ironia por Deus. E esperamos que nossas vidas continuem uma comédia leve por muitos e muitos anos. Afinal, quem gostava de tragédia não eram os gregos? Aqueles homens que andavam de sainha e... deixa prá lá.
Mas acho que você não deve ficar triste. O Alberto talvez esteja tão envolvido no labirinto que criou que nem o fio de Ariadne o ajudaria a sair no momento.Espero que ele sobreviva ao encontro como Minotauro. Talvez até já se tenha transformado nele, já que você observou a mudança pela qual ele passou nesses anos. Você tentou mostrar a saída do labirinto mas talvez ele não queira sair. Já pensou nisso?
Toque sua vida com prazer. Seja a adorável Sue Lee de sempre. Seja a adolescente danadinha que apronta em silêncio e fica depois dando risinhos tímidos. Seja a Suely destemida e corajosa que saiu de Bragança para mergulhar na cidade grande, ou pelo menos na Santa Cecília ou Santa Ifigênia. Seja a Suely admirável, prestativa, responsável, inteligente, generosa e acima de tudo, bem humorada.
Você é muito mais que esses problemas rotineiros e mesquinhos que surgem para dar um tempero à vida. Portanto, olhe pela janela, veja o lindo dia que está fazendo, veja como a cidade, uma vida coletiva, vai se arrastando e digerindo o dia. Veja com carinho sua filha e como, em muitos momentos, ela te deixa orgulhosa mesmo que você não queira. Veja o carinho e a compreensão de seu marido e o caminho que já trilharam juntos e as risadas que forneceram ao mundo. Quantas pessoas tristes não sorriram por meio e graça de vocês.
Pense na força e energia que possui para transformar o mundo. Ou pelo menos a sala ou a mesa de trabalho. Mas também vá ao seu tempo e não se cobre por aquilo que está além de sua responsabilidade.
Um abraço ensolarado e com brisa de mar para você
Vejam o que escrevi para meu grande amigo Eduardo. Logo a seguir, a resposta dele. Mas tentei enviar meu recado a mais gente. Uns não entenderam, outros me ignoraram... Fábio também ouviu meu apelo e me escreveu. Duas vezes. Uma ontem à noite, em pleno trabalho às 21h. Fiquei emocionada. Chorei de novo. Mas levantei a cabeça. Mas continuo me irritando. Com os que pensam que eu não sou PT e com os que têm certeza que eu sou PT. Que droga!
Nessa confusão toda, não consegui contar nada a Julius. Dois desencontros... Vamos ver na segunda...
Estou agoniada. Não sei bem se é o calor, o resultado das eleições ou o que. Acho que o clima geral, de baixo astral, está me conduzindo. Estou tentando levantar a cabeça e trabalhar. É duro lidar com humor quando a gente está sem humor algum, ou melhor, de muito mau humor.
Comecei mal a semana, ao ligar pro Alberto. Havíamos ficado de nos ver no dia da eleição, mas eu não o procurei pois senti que não seria bom para mim. Sabia que ele votaria no Maluf e no Cunha Bueno. Não estava a fim de discutir o assunto. E dizem que "política, futebol e religião não se discute". Ao mesmo tempo, fiquei me sentindo culpada por não ter forças para prestar um gesto de solidariedade a quem tanto espera de mim. Eu sei que represento para ele muitas coisas positivas. Ele costuma dizer que eu sou hoje o único elo de ligação que ele mantém com o mundo culto e civilizado.
Enfim, na segunda, liguei para o Alberto. Ele começou perguntando se candidatura do coronel Ubiratan por acaso fora impugnada, pois ele tentou votar nele e não conseguiu. E acrescentou que votou no Conte Lopes. Eu fiquei chocada. De repente, numa cena de há uns 23 anos, lembrei-me dele, no apartamento da Pedro Taques, recomendando a votação para Luísa Erundina, para a Câmara Municipal. Foi a primeira vez que ouvi falar de uma fantástica nordestina, formada em Ciências Sociais, e defensora das causas do povo. Votei nela e a minha faxineira também.
Fiquei muito triste. Até chorei, depois de dizer para ele tirar o ódio do coração, não defender a pena de morte e a propagação de mais ódio. E ele ainda comentou do meu irmão, se eu acharia justo se acontecesse alguma tragédia similar ao massacre do Carandiru e ele fosse incriminado como o coronel Ubiratan. Aí, me lembrei de um reveillon que acabou com 3 mortes, em Venceslau, depois da passagem do ano com negociações. Foi consequência de horas de estudos estratégicos para solucionar o problema com menos sangue... A família toda reunida, acompanhando dezenas de telefonemas ao longo da madrugada. E comentei que eu, com tudo que tenho acompanhado, ainda acredito na recuperação do criminoso e procuro fixar na mente as histórias positivas. Citei até o caso de um ex-caminhoneiro, que matou umas cinco pessoas, e é hoje um exemplo de liderança e trabalho na cadeia de minha cidade. Aí, o Alberto falou: "e as família dos que ele matou"? Então eu respondi que não sei dessas famílias e que não seria matando o sujeito ou o deixando em condições desumanas que se reverteria o que ocorreu. O mais importante é que agora ele resolveu mudar e colaborar para possibilitar vida mais digna a outros detentos, que também têm famílias. Lembrei também que no massacre do Carandiru as vítimas foram casuais. Terminei dizendo ao Alberto que ele teve a capacidade de estragar meu dia e talvez a minha semana, contaminando com tanto baixo astral. Ele se desculpou. Eu chorei bastante depois disso.
Lembrei-me de tantas coisas... até da briga que tive com certo “jurista” sobre o tratamento humanitário dado aos detentos.
Sua mensagem foi a única que recebi neste novo e-mail. Signfica que você é uma amiga fiel e que o pessoal de Informática do instituto não sabe escrever "yahoo" de forma correta, já que pensei que o processo de aculturação norte-americana estava mais avançado e só repassei o e-mail por telefone. Resultado: centenas de mensagens importantíssimas, que poderiam até conter o segredo para o sucesso futuro da humanidade, foram para o espaço junto com a família Robson e o Dr.Smith. O Robô foi visto recentemente em um baile funk do morro da Mangueira passando-se por segurança.
Recebi sua mensagem e fiquei surpreso com sua reação às palavras do Alberto. As vezes imagino a amizade como um passeio que se faz a dois. No nosso caso, o passeio é agradável, divertido,cheio de bom humor. Afinal, rimos de nossas mazelas e incertezas como se elas fizessem parte de uma ampla obra literária escrita com certa ironia por Deus. E esperamos que nossas vidas continuem uma comédia leve por muitos e muitos anos. Afinal, quem gostava de tragédia não eram os gregos? Aqueles homens que andavam de sainha e... deixa prá lá.
Mas acho que você não deve ficar triste. O Alberto talvez esteja tão envolvido no labirinto que criou que nem o fio de Ariadne o ajudaria a sair no momento.Espero que ele sobreviva ao encontro como Minotauro. Talvez até já se tenha transformado nele, já que você observou a mudança pela qual ele passou nesses anos. Você tentou mostrar a saída do labirinto mas talvez ele não queira sair. Já pensou nisso?
Toque sua vida com prazer. Seja a adorável Sue Lee de sempre. Seja a adolescente danadinha que apronta em silêncio e fica depois dando risinhos tímidos. Seja a Suely destemida e corajosa que saiu de Bragança para mergulhar na cidade grande, ou pelo menos na Santa Cecília ou Santa Ifigênia. Seja a Suely admirável, prestativa, responsável, inteligente, generosa e acima de tudo, bem humorada.
Você é muito mais que esses problemas rotineiros e mesquinhos que surgem para dar um tempero à vida. Portanto, olhe pela janela, veja o lindo dia que está fazendo, veja como a cidade, uma vida coletiva, vai se arrastando e digerindo o dia. Veja com carinho sua filha e como, em muitos momentos, ela te deixa orgulhosa mesmo que você não queira. Veja o carinho e a compreensão de seu marido e o caminho que já trilharam juntos e as risadas que forneceram ao mundo. Quantas pessoas tristes não sorriram por meio e graça de vocês.
Pense na força e energia que possui para transformar o mundo. Ou pelo menos a sala ou a mesa de trabalho. Mas também vá ao seu tempo e não se cobre por aquilo que está além de sua responsabilidade.
Um abraço ensolarado e com brisa de mar para você
quarta-feira, outubro 09, 2002
Fiquei aborrecida com as eleições sim. Não com os resultados do executivo. Mas porque eu havia planejado um dia legal com um amigo de há muitos anos, apesar de ele ter me dito que votaria no Maluf e Cunha Bueno. A gota d´água foi coronel Ubiratan e Conte Lopes. Meu amigo está numa pior. Defende as chacinas e a pena de morte. Tento compreender que as dificuldades da vida endurecem as pessoas. Mesmo assim, não consigo compreender quem defende a pena de morte quando já teve pessoas da família assassinadas. Essa discussão em plena segunda quase me estragou a semana. Agora estou seguindo a tática de desabafar para eliminar o problema. Estou triste.
Também me desanima a maneira como pessoas que têm uma vida mansa, nada com que se preocupar, ficam paranóicas diante de possíveis problemas com a mudança de governo. E ficam enviando e-mails espalhando terror. Esperam o quê? Que mude minha suposta intenção de voto e ainda possa dar uma guinada nos rumos?
Também me desanima a maneira como pessoas que têm uma vida mansa, nada com que se preocupar, ficam paranóicas diante de possíveis problemas com a mudança de governo. E ficam enviando e-mails espalhando terror. Esperam o quê? Que mude minha suposta intenção de voto e ainda possa dar uma guinada nos rumos?
segunda-feira, setembro 30, 2002
Saiu uma entrevista na Veja dizendo que uma das maneiras de combater o estresse ou usá-la a nosso favor é colocar no papel todos nossos grilos, aquelas coisas que aborrecem, que gostaríamos de dizer e não conseguimos. Eu sempre fiz isso, desde minha adolescência, em forma de diário. Depois, meus desabafos passaram para e-mails, direcionados a alguns amigos. Agora é o blog. Mas não gosto de falar de problemas aqui. No fundo, quero ser uma pessoa sem problemas. Claro que isso não existe!
Ontem foi o dia do Nhoque da Fortuna. Fomos almoçar no O Gato que Ri. Unindo o útil ao agradável, fiz materinha sobre o tema. Mas comi demais e fiquei meio grogue.
Pouco antes, tive uma crise de aborrecimentos pois resolvi comentar aqui em casa sobre o fato de algumas pessoas não me passarem o número de celular. No fim, disseram que errada estou eu. Que não é comum as pessoas darem, eu é que teria de pedir. Será? Eu entendo que essas pessoas não dão o número de medo que eu fique enchendo toda hora...
Ontem foi o dia do Nhoque da Fortuna. Fomos almoçar no O Gato que Ri. Unindo o útil ao agradável, fiz materinha sobre o tema. Mas comi demais e fiquei meio grogue.
Pouco antes, tive uma crise de aborrecimentos pois resolvi comentar aqui em casa sobre o fato de algumas pessoas não me passarem o número de celular. No fim, disseram que errada estou eu. Que não é comum as pessoas darem, eu é que teria de pedir. Será? Eu entendo que essas pessoas não dão o número de medo que eu fique enchendo toda hora...
segunda-feira, setembro 23, 2002
Não aguentei.
No sábado, escrevi:
"O que eu sinto?
Sua falta...
Só..."
Ele respondeu:
"E eu sinto...
tua presença preenchendo o ar,
teu cheiro me lembrando como você é doce,
teu brilho me buscando no profundo do espaço..
sideral, visceral, etc e tal...
sinto tuas palavras no teu silêncio,
na tua hesitação em querer perpetuar nos sons
tudo o que sentimos,
toda intensidade,
toda beleza,
toda saudade antecipada....
sinto teu gosto na minha boca,
teus lábios no meu sexo,
minha lingua nas tuas pernas,
umidades, intimidades, prazeres..
sinto apenas que não possa
apreciar tua presença com mais frequência.. "
No sábado, escrevi:
"O que eu sinto?
Sua falta...
Só..."
Ele respondeu:
"E eu sinto...
tua presença preenchendo o ar,
teu cheiro me lembrando como você é doce,
teu brilho me buscando no profundo do espaço..
sideral, visceral, etc e tal...
sinto tuas palavras no teu silêncio,
na tua hesitação em querer perpetuar nos sons
tudo o que sentimos,
toda intensidade,
toda beleza,
toda saudade antecipada....
sinto teu gosto na minha boca,
teus lábios no meu sexo,
minha lingua nas tuas pernas,
umidades, intimidades, prazeres..
sinto apenas que não possa
apreciar tua presença com mais frequência.. "
quarta-feira, setembro 11, 2002
O mundo todo relembrou 11 de setembro... Como dissemos há um ano, todos nos lembraremos do que fazíamos naquele dia. Lembrei-me de que liguei para Julius, ainda morando em Campinas, para comentar a morte do prefeito... Conversamos várias vezes pelo celular, enquanto testemunhávamos pela tv... Estava aqui, com minha família, e nao consegui controlar o impulso, a vontade de saber o que ele achava. Senti que era recíproco. Eu fiquei sabendo quando liguei pro pessoal de lá, pra ver se eles trabalhariam no dia. Um dos desenhistas falou: "tá vendo tv? liga". Imaginei que estivessem caçando o assassino pelas ruas, com transmissao ao vivo. Liguei a tv bem na hora em que acertavam a segunda torre. Custou a cair a ficha. Não consegui mais trabalhar no dia. Desde a rebelião, em fevereiro, e depois o sequestro da filha de SS, vi tudo com o coração na mao.
Estou estranhando o sumiço do meu amigo Cuiabano, um árabe em NY. Naquele dia, liguei pra família dele, aqui em Rio Verde. Ele ficou direto na net, embora nao conseguisse telefonar. Fiquei emocionada com o relato dele... olhando tudo ao vivo, de Manhatann. Diferente de ver pela tv. Era uma pessoa "real", um amigo meu, que estava lá, in loco. Eu só falei pra ele nao ir pra rua. Seria perigoso demais, na situação dele. Em nenhum momento ele reclamou de perseguições. O chato foi que o pai dele morreu uma semana depois, em Jerusalém, e ele nem pôde ir para lá.
segunda-feira, setembro 09, 2002
Desde a semana passada, estou tentando transferir este blog ou criar um novo no site da Globo. Mas... nada.. Tenho cadastro lá, com meu nominho verdadeiro, desde que o site entrou no ar... e nadá. Dá página inexistente. Que droga! Melhor ficar por aqui.. Afinal, em time que está ganhando, nao se mexe, não é mesmo?
Esta noite tive outro sonho detalhado. Ia escrever "estranho", mas até que não foi tão estranho. Sonhei com minha amiga Ângela, que mora em Campo Grande. Ela ficou de aparecer em Sampa em julho e nunca mais tive notícias. Nosso último contato foi por telefone, em junho. No meu sonho, a coitada tinha largado o marido e os dois filhos (acho que têm 10 e 9 anos) para voltar a morar aqui, no apartamento que ela tinha quando solteira, na Nestor Pestana.Na vida real, o apê era alugado, mas no sonho, era dela mesma e ela o mantivera desocupado todos esses anos (uns 12) para essa eventualidade. Sei que a reencontrei na av. São Luiz e ela estava finalmente aliviada de ter se livrado daqueles três (marido e os dois filhos).
Hoje tá frio, chove.. mas, apesar da chua, o tempo parece estranhamente seco.
Tava demorando a acontecer. O ex-Lament@vel, ex-Mini-monstro e ex-Infame detonou o blog outra vez. Eu acho que ele passa o endereço, mostra o texto e depois de arrepende. Agora, só aguardar novo e-mail, comunicando novo endereço. Pára com esse suspense, rapaz!
Esta noite tive outro sonho detalhado. Ia escrever "estranho", mas até que não foi tão estranho. Sonhei com minha amiga Ângela, que mora em Campo Grande. Ela ficou de aparecer em Sampa em julho e nunca mais tive notícias. Nosso último contato foi por telefone, em junho. No meu sonho, a coitada tinha largado o marido e os dois filhos (acho que têm 10 e 9 anos) para voltar a morar aqui, no apartamento que ela tinha quando solteira, na Nestor Pestana.Na vida real, o apê era alugado, mas no sonho, era dela mesma e ela o mantivera desocupado todos esses anos (uns 12) para essa eventualidade. Sei que a reencontrei na av. São Luiz e ela estava finalmente aliviada de ter se livrado daqueles três (marido e os dois filhos).
Hoje tá frio, chove.. mas, apesar da chua, o tempo parece estranhamente seco.
Tava demorando a acontecer. O ex-Lament@vel, ex-Mini-monstro e ex-Infame detonou o blog outra vez. Eu acho que ele passa o endereço, mostra o texto e depois de arrepende. Agora, só aguardar novo e-mail, comunicando novo endereço. Pára com esse suspense, rapaz!
terça-feira, setembro 03, 2002
Ontem fui conhecer (no sentido bíblico.. eh, eh, eh...) o novo amigo. Estávamos os dois aqui sem companhia, sem muito que fazer. Então... Lá fomos. Bom.. não foi ruim. Detalhes anatômicos o favoreceram bastante. Mas também não foi bom. Que droga! Comparações inevitáveis. Completamente sem emoção. Pudera.. Como ter emoção? Na despedida, ele disse: "adorei estar com você". Eu não consegui mentir e falar: "eu também". Acho que ele percebeu. Mas é uma pessoa bacana. Não consegui ser falsa. Mas pode ser que tenha jeito ainda... Enfim, queria desencanar um pouco, experimentar novas emoções. Não deu certo.
domingo, setembro 01, 2002
Não tive tempo de postar.. Mas aconteceram muitas outras coisas. Meu irmão de Minas sofreu um acidente feio. Foi tentar parar um trator que saiu do calço e se esfolou todinho. Foi há quase uma semana. Minha sobrinha ligou chorando. Eu levei um baita susto. Achei que ela tava fazendo que nem na piada do portuga, falando: "meu pai caiu do trator..." Mas foi mais o susto. Ele passou por cirurgia plástica e deve tirar os pontos amanhã. Pra variar, coube a mim a incumbência de avisar o resto da família.Eu estava fazendo as malas pra viagem, mas no fim desisti. O acidentado disse que não quer que ninguém o veja pois tá muito feio. Houve um lance tragicômico. A primeira notícia foi de que ele tinha esmigalhado o nariz. Quem falou foi o médico. Mas foi um equívoco. É que o doutor mineiro nunca tinha lidado com japonês.. eheheheh...
Julius mandou e-mail ontem. Entre outras coisas, disse: "meu melhor presente foi sua presença: forte, deliciosa"
Foi o bastante para iluminar meu final de semana. É sinal de que ele está bem, feliz como eu. Ele escreveu bem na hora em que eu pensei em ligar. Cheguei a sair com cartão para procurar um orelhão. Ia ligar do orelhão para não dar bandeira. Vai que alguém visse meu nome no visor... Mas achei que poderia ser inconveniente e desisti. Quando cheguei em casa, na hora do almoço, o e-mail dele entrou. Desde que viramos um "caso", paramos com a rotina de trocar e-mails. Só assuntos "técnicos", formais... Então, quando ele manda recado, é porque tem algo muito especial. Ou pelo menos eu acho...
Julius mandou e-mail ontem. Entre outras coisas, disse: "meu melhor presente foi sua presença: forte, deliciosa"
Foi o bastante para iluminar meu final de semana. É sinal de que ele está bem, feliz como eu. Ele escreveu bem na hora em que eu pensei em ligar. Cheguei a sair com cartão para procurar um orelhão. Ia ligar do orelhão para não dar bandeira. Vai que alguém visse meu nome no visor... Mas achei que poderia ser inconveniente e desisti. Quando cheguei em casa, na hora do almoço, o e-mail dele entrou. Desde que viramos um "caso", paramos com a rotina de trocar e-mails. Só assuntos "técnicos", formais... Então, quando ele manda recado, é porque tem algo muito especial. Ou pelo menos eu acho...
quinta-feira, agosto 29, 2002
O que era pra ser café da manhã de hoje acabou sendo antecipado para ontem. Cheguei antes do trânsito ficar ruim e tivemos uma tarde deliciosa. "As dúvidas se esmaecem entre os suspiros..." - disse ele. Muitos suspiros, momentos de silêncio significativo. Mãos que se procuram, apertam, não querem se soltar. Línguas que se buscam o tempo todo. Sentir que nada do que possamos dizer tem sentido diante do que vivemos. Meus olhos se enchem de lágrimas quando me lembro de certos detalhes. Fico embevecida, boquiaberta, na certeza de que tirei a sorte grande mesmo. Os momentos felizes são poucos sim. Mas todos que temos juntos são felizes. É o que importa.
domingo, agosto 25, 2002
Finalmente, na sexta-feira, conheci alguém bacana. Espero sair agora da maré de micos que vinha pagando. É alguns meses mais novo do que eu e pareceu-me desencanado. Temos muitos interesses em comum. Mas achei-o exageradamente tímido. Até forcei a barra para que pegasse na minha mão, mas não teve jeito...rsrsr.. Almoçamos na Paulista e depois cada um seguiu pra um lado. Ele falou que teria de ir embora logo pois era dia do rodízio. Dali a cinco minutos, ligou. Disse que era apenas para saber se estava tudo bem. Depois disso, veio um e-mail “genérico” ontem cedo e nenhuma notícia. Estou intrigada!
Ah... Meu interesse por ele surgiu quando ele me comparou a Yoko Ono. Fosse há alguns anos, tal comparação seria uma ofensa. Mas, depois de "Dê uma chance à paz", comecei a vê-la com outros olhos... E quando ele falou que adorava Yoko e Jonh, achei que valeria a pena conhecer o cara...
Resisti bravamente à tentação de ligar para Julius. Morro de saudades... Não sei se ele voltou ontem de viagem.
Outro sonho muito estranho. Daqueles que a gente não tem certeza se foi real. A ponta do meu prédio tinha voado pro espaço. Não sei bem o que aconteceu, mas era como se tivessem seqüestrado alguns andares. Eu tinha uma bolsinha preta mas não conseguia me lembrar do modelo dele para localizá-lo no meio de uma montanha de bolsas do pessoal do prédio. Dentro estavam meu celular e minha agenda de telefones. Se eu achasse a bolsa, poderia me comunicar com as pessoas. Tentava me lembrar de alguns números e não conseguia. Me lembrava que não tinha carregador, então tinha de achar rapidinho, antes que se descarregasse. Pedi um fone emprestado a um vizinho e como o aparelho dele era pré-pago e não tinha créditos, eu liguei a cobrar para minha irmã. Quem atendeu foi meu irmão. Expliquei a ele que eu estava vagando pelo espaço. E eu imaginando que estivessem todos preocupadíssimos. Mas, que nada! Ninguém ainda tinha dado por minha falta. Por outro lado, meu irmão estava certo de que eu fora sequestrada por causa dele. Depois, queria falar com Julius, mas não achava minha bolsa e por mais que me esforçasse, não conseguia me lembrar do número dele. E eu estava desesperada para falar com ele, achando que deveria me declarar já que iria morrer. De repente, estava no computador, lendo o trecho de um e-mail que ele me mandou (que li ontem), em que dizia: “as dúvidas se esmaecem sob os suspiros”. No meio dos figurantes desse sonho estava Cris, minha amiga de adolescência a quem revi há pouco mais de um ano. De repente surgiu uma chance de sermos resgatados, passando para uma nave espacial, e eu não achava minha bolsa, não conseguia recolher meus pertences. Outras pessoas, inclusive minha filha, ajeitavam tudo numa mochila e iam por uma passagem estreita, rumo ao salvamento. Aí, acordei me lembrando como era minha bolsa. Ao contrário do que vinha imaginando, com longa alça a tiracolo, era de alcinha curta, com porta-celular externo. Aí, pensei: achei minha bolsa, tô salva! Só então, percebi que estava acordada.
Ah... Meu interesse por ele surgiu quando ele me comparou a Yoko Ono. Fosse há alguns anos, tal comparação seria uma ofensa. Mas, depois de "Dê uma chance à paz", comecei a vê-la com outros olhos... E quando ele falou que adorava Yoko e Jonh, achei que valeria a pena conhecer o cara...
Resisti bravamente à tentação de ligar para Julius. Morro de saudades... Não sei se ele voltou ontem de viagem.
Outro sonho muito estranho. Daqueles que a gente não tem certeza se foi real. A ponta do meu prédio tinha voado pro espaço. Não sei bem o que aconteceu, mas era como se tivessem seqüestrado alguns andares. Eu tinha uma bolsinha preta mas não conseguia me lembrar do modelo dele para localizá-lo no meio de uma montanha de bolsas do pessoal do prédio. Dentro estavam meu celular e minha agenda de telefones. Se eu achasse a bolsa, poderia me comunicar com as pessoas. Tentava me lembrar de alguns números e não conseguia. Me lembrava que não tinha carregador, então tinha de achar rapidinho, antes que se descarregasse. Pedi um fone emprestado a um vizinho e como o aparelho dele era pré-pago e não tinha créditos, eu liguei a cobrar para minha irmã. Quem atendeu foi meu irmão. Expliquei a ele que eu estava vagando pelo espaço. E eu imaginando que estivessem todos preocupadíssimos. Mas, que nada! Ninguém ainda tinha dado por minha falta. Por outro lado, meu irmão estava certo de que eu fora sequestrada por causa dele. Depois, queria falar com Julius, mas não achava minha bolsa e por mais que me esforçasse, não conseguia me lembrar do número dele. E eu estava desesperada para falar com ele, achando que deveria me declarar já que iria morrer. De repente, estava no computador, lendo o trecho de um e-mail que ele me mandou (que li ontem), em que dizia: “as dúvidas se esmaecem sob os suspiros”. No meio dos figurantes desse sonho estava Cris, minha amiga de adolescência a quem revi há pouco mais de um ano. De repente surgiu uma chance de sermos resgatados, passando para uma nave espacial, e eu não achava minha bolsa, não conseguia recolher meus pertences. Outras pessoas, inclusive minha filha, ajeitavam tudo numa mochila e iam por uma passagem estreita, rumo ao salvamento. Aí, acordei me lembrando como era minha bolsa. Ao contrário do que vinha imaginando, com longa alça a tiracolo, era de alcinha curta, com porta-celular externo. Aí, pensei: achei minha bolsa, tô salva! Só então, percebi que estava acordada.
sexta-feira, agosto 16, 2002
A frase de costume: quantos dias sem blogar! Amanheci na segunda com baita enxaqueca. Havia começado no sábado, mas mesmo assim fui dar uma volta embaixo deste tempo louco, muito seco e de calor em pleno final de inverno que nem começou. Terça-feira, nem tive forças para almoçar com Julius. Para me animar, marquei de estar lá na quarta cedo. Madruguei, tomei um banho de sal grosso, passei cremes contra a dor, monte de comprimidos. Mesmo meio anestesiada, voltei nas nuvens, como sempre. Dá pra explicar essa magia? Ahhhhhhhh..