Novamente é hora de me concentrar em outros escritos. Preciso correr um pouco mais, já pensando nos 28 dias apenas em fevereiro e no carnaval. Mas até que tenho me saído bem, dando-me ao luxo de tirar um dia ou outro para simples lazer. Minhas pretensões são modestas. Ontem, dormi a tarde toda.
Assunto triste
Sr José era o um dos mais antigos jornaleiros da alameda barão de Limeira. Herdou a banca do pai, há mais de 50 anos. Muito antes, já trabalhava no pedaço, quando nem banca existia. Os jornais eram dispostos em caixotes de madeira. Contou-me muitas vezes que entregava jornais para a diretoria da Rádio Nacional. Não se cansava de me provar que tanto Hebe como Silvio Santos mentiam na idade. Sabia dos detalhes da idade deles pois eram contemporâneos seus, tendo nascido no mesmo ano. Naquela banca passei muitas horas, folheando revistas e ouvindo histórias... de artistas, revistas, jornais e jornalistas também. Às vezes me apresentava orgulhoso para algum freguês, como se eu também fosse uma celebridade.
Ontem me contaram que no domingo ele passou mal, faltou na segunda e foi sepultado na terça. Vou sentir falta do sr. José
Dois sonhos da semana passada
No primeiro, Alice estava em meu quarto (aquela bagunça vergonhosa) com sua mãe, ambas sentadas na minha cama, enquanto eu arrumava meu armário. A mãe de Alice usava uma camisa de fundo branco, com xadrezinho em arco-iris, pano semelhante ao do vestidinho que comprei, que de longe parece ana-ruga, mas é algodaozinho comum. Comentei sobre a blusa e dona Ana, que usava por cima um avental sem mangas, do tipo que as cabeleireiras usam, puxou um pouco o avental branco e mostrou detalhes: tinha um puxador nos ombros (nao sei como se chama) como das camisas de farda. Ela disse que ainda fazia suas próprias roupas, com a ajuda de uma vizinha na hora da prova. Com gestos, explicava como a ajudante alfinetava, ajustando.