terça-feira, janeiro 08, 2002

Ufa.. Estou exausta! Montando uma estratégia para trabalhar menos este ano!
Andei entrevistando uns colaboradores, mas acho que perdi meu tempo, por enquanto.
E eu estou sem paciência com os de sempre. Odeio gente burra e teimosa! Mas tenho tanta peninha deles...
Assim que concluir as propostas, quem sabe, escrevo aqui com calma!

Não estranhem, que está tudo ótimo comigo... apesar de mal ter tempo pra pensar em me divertir!

sexta-feira, janeiro 04, 2002

Ontem, depois de um longo hiato, conheci um novo amigo virtual, da leva que me escreveu pelo anúncio. Ele tem o mesmo nome e é da mesma região onde mora uma mulher que me foi apresentada por um velho amigo, também do interior de São Paulo. Contei detalhes para Rita e ela vislumbrou ali a chance dum best-seller, caso a coincidência se confirmasse.
Felizmente (ou infelizmente), foi mesmo coincidência.
Desde a passagem do ano, não via o tal amigo, e eu resolvi dar um empurrãozinho no destino, ligando para ele. Afinal, tenho de lutar, ir atrás das oportunidades. Não deixar a peteca cair, reagir contra o marasmo, os sentimentos negativos. E ontem a melancolia começou a me atacar.
Liguei para ele, que conectou a seguir, e conforme o rumo da conversa, sugeri nos vermos ontem. Marcamos para o final da tarde, num shopping. Ficamos os dois constrangidos. Ele se mostrou muito tímido e até para segurar na mão, acabei tomando a iniciativa. Embora ele tenha repetido que gostou muito de mim, achei-o travado. Conversamos bastante e tomamos alguns chopes. Mas foi tudo muito formal, até a despedida, com um beijinho recatado.
A certa altura, quando ele perguntou o que iríamos fazer então, pensei em sugerir “darmos uma volta”, mas faltou coragem. Eh, eh, eh. Fiquei com medo de espantá-lo. Mas acho que devo dar nova chance ao moço. Gostei do jeitinho dele. Muito tímido, mas bastante espontâneo. Pareceu franco, de boa índole, carente.

Pouco antes do tal encontro, recebi um telefonema de Julius. Conversa muito estranha. Explicou que não me mandou cópia do e-mail que enviou ao Capitão pois estava em outro computador e não tinha meu endereço à mão. Impossível que ele não se lembre dos meus endereços de e-mail. Em seguida-falou que terá de viajar pois o avô da esposa está entubado, na UTI, aguardando desfecho a qualquer momento. Terminou dizendo que na semana que vem retoma ritmo normal de trabalho em SP. Fiquei encucada, aborrecida. Quando ele age assim, penso em perguntar o porquê. Mas o problema é que depois acabo me esquecendo de tudo. Os aborrecimentos passam depressa e reconheço que não tenho direito de me queixar pois não temos do que prestar contas. Preciso exercitar mais o tal desapego.

Ai, ,que droga! Já estou me censurando porque sei que o amigo de ontem vai ler este texto. Com isso, fico travada. Mas vou superar. Não vou camuflar nada. As coisas têm de começar com transparência. E se não for assim é porque não vale a pena. E se ele me julgar muito mal, paciência. Também não há por que querer que me ache santinha.

Meu amigo Capitão advertiu para que não comentasse mais sobre Fábio com Julius. “Nenhum homem gosta de dividir.” – foi o que ele disse, referindo-se a vez em que Julius me perguntou: “Você transou com esse cara?”, e eu respondi: “Ainda não!” Foi a pura verdade e não tinha por que mentir. Não creio que ele repita a pergunta e também não sei se Fábio virá tão cedo a SP como estavam nos planos. Adoraria se isso acontecesse. Mas não seria bom para ele, pois seriam indícios de zebra nas obras. De repente aquele óleo vai acabar secando, à espera da chance de ser usado de novo...

Por falar em Fábio... Em que lugar do mundo está você, Fábio? Quem sabe, de algum lugar onde tenha um cyber...

quinta-feira, janeiro 03, 2002

Na passagem do ano, fui ao Imirim, a convite da família de um casal de amigos que mora no interior e que não víamos há exatamente um ano. Minha vontade era de ter uma noite tranqüila, em casa mesmo, vendo os fogos do 14° andar, onde moro. Mas minha amiga insistiu tanto que não resisti. Valeu a pena pois eles ficaram realmente felizes com nossa presença.
Mas eu fiquei com o coração apertado pois minha amiga Susan já não é mais a mesma há muito tempo. Ela tem lúpus e está completamente desfigurada, devido a tantos remédios que toma, entre as quais muitos antidepressivos.

Na manhã do dia 1, telefonei pra minha mãe e pro meu irmão que mora no interior de Minas. Depois, fomos almoçar com minha irmã e a família dela. Meu sobrinho estava aí com os dois filhos e também a minha sobrinha com a garotinha dela, de cinco anos. Reunião com crianças é sempre muito alegre. Foi um dia muito descontraído, com boa comida e bebida.
Senti que eu e minha irmã estamos mais próximas. Deu pra notar nos abraços apertados e também na cumplicidade, na melancolia que nos une, depois de tudo que temos passado nos últimos anos. As perdas que tivemos e as glórias do outro irmão. Só nós duas sentimos na pele o que isso significa. Ontem, pudemos mais uma vez experimentar o incômodo de ter um irmão importante, por cujas ações sofremos tantas cobranças. Estamos ambas com o coração na mão quanto ao futuro dele, que pode ter outra reviravolta nos próximos dias. Nós duas o aconselhamos a desistir.Mas acho que não adianta. A teimosia, o idealismo e o senso de dever são problemas muito sérios. É a mesma força do outro irmão, à frente da cooperativa, com tantos sacrifícios pessoais.

Hoje cedo chegou e-mail do meu grande amigo Eduardo. Vejam um trecho:

“ Passamos o Réveillon na praia da Barra da Tijuca e então pude compreender o fascínio que leva milhões de pessoas a realizarem a passagem do ano em frente ao mar. No fundo escuro, que mescla céu e oceano, representação do infinito e do mistério que nos aguarda, sentimo-nos pequenos e frágeis. As ondas que arrebentam, o vento que vem forte do mar, o estranho brilho esverdeado de uma lua cheia, nossos pés que afundam na areia, tudo parece mostrar a nossa transitoriedade nesse mundo. Ao mesmo tempo, milhares de pessoas passeiam belas em seus sonhos de tudo poder fazer no novo ano. São belas no kitsch de suas roupas brancas dois ou três números menores, em seus vestidos dourados de madrinha de casamento com salto alto andando no calçadão com seu namorado. São belas por levarem flores na praia e não se intimidarem com o olhar alheio e, mesmo com todo o panteão de pessoas exóticas e maravilhosamente simples e autênticas que transitam pela orla, se recolherem em uma reverência profunda e ofertarem ao oceano suas oferendas. “

Tenho saudades de Julius. Mas aguentarei firme. Ontem me deu uma vontade louca de telefonar. (Ele estaria em São Paulo). Meio sério, meio brincando, disse a ele que não nos veríamos enquanto ele não fizesse a barba.
Não quero cometer os mesmos erros de outras relações.
Não quero fechar os olhos.
Não quero ser igual a outras mulheres.
Também quero curtir outras pessoas.

segunda-feira, dezembro 31, 2001

domingo, dezembro 30, 2001

Minha grande amiga do interior fluminense mandou notícias hoje. Contou que passou por este blog. Fiquei superfeliz. Ela mora no meu coração. Já nos falamos há bem mais de três anos e foi simpatia à primeira vista. Um doce de menina. Em breve ela vai se mudar para o apê próprio e me pediu umas folhas de jornal japonês para faze o revestimento da mesa de computador. Pena que eu não sei colocar imagens neste blog. (Mas um dia vou aprender!)

Já decidi meu prato de reveillon: salada de bacalhau. Vou seguir receita da minha amiga Alice, que me passou todas as dicas para um pratinho à moda lusitana. Melhor essa opção, pois não posso competir em comida japonesa, na festa aonde vou, com um amigo que trabalhou no Suntory. No dia 1, vou de mãos abanando na minha irmã, estrear a máquina de fazer mochi que ela ganhou.

Ontem foi meu dia de estar com a macaca. Engasguei e quase fiz xixi de tanto que ri num papo pelo ICQ com o Massagista. Foi o dia da vingança feminina. Assim que tiver tempo, vou postar neste espacinho o diálogo que vem se arrastando há uns dez dias e o desfecho, que ainda não aconteceu.


quinta-feira, dezembro 27, 2001

Para quem não está entendendo quem é quem, vou identificar as personagens citadas neste blog.

Eduardo é dos meus mais queridos e antigos amigos, dos dois únicos colegas de faculdade com quem não deixei de me comunicar ao longo de mais de vinte anos desde que eu deixei aquele campus, onde ele trabalha.

Julius é a única pessoa que não ganhou codinome iniciado pela mesma letra do nome real. Esse é o nick dele na Internet. Fizemos o primeiro contato no Parperfeito e conhecemo-nos pessoalmente em outubro de 2000 em um evento da área pois na ocasião ele era gerente de circulação de uma rede de comunicações. Tivemos naquela noite um jantar inesquecível, a luz de velas.

Ainda não concluí sobre a verdadeira identidade do Budista. Mas não tenho dúvidas quanto à sanidade mental dele. É completamente louco. Nunca me interessei por ela. Só tenho curiosidade.

Fábio é o único que coloco aqui com nome real. Amigo virtual dos mais antigos, nos conhecemos há 5 anos pelo Freetel. Foi meu confidente desde antes de trazer para o mundo real o meu primeiro romance internético. Sempre me apoiou em tudo que fiz e deu-me sábios conselhos, vivendo comigo todos os dramas. Uma vez ele me falou que eu sou o melhor livro que ele já leu. E ainda continua a ler este livro, mesmo estando muito ocupado agora, por conta de um trabalho de alta responsabilidade.

Rita é minha companheira de loucuras. Colega de profissão é talvez a única mulher que eu conheço que apresenta mesmo nível de libido que eu. E é muito mais louca, corajosa e espirituosa! (Eheheh!). E agora tem speedy!

Lúcia é minha amiga mais antiga. Nos conhecemos aos 11 anos. Como diz o Pratinha, o mundo girou, a Lusitana rodou e nós duas continuamos a nos comunicar sempre, agora mais pela Internet. Temos idéias muito divergentes, histórias de vida diferentes, mas sempre continuamos amigas. Ela também adora gatos, como eu!


Droga! não consigo corrigir os errinhos dos posts anteriores!
Adoro ver as reações ao meu blog... Meu amigo Eduardo confessou que andou lendo “por amostragem”. Falou que me achou “grande ficcionista”. Disse que vai continuar a leitura durante a estada na casa da irmã dele, no Rio.
Estou preocupada. Acho que todas essas revelações foram demais. Eduardo misturou todas as bolas e parece que não consegue captar quem é quem.
Aí, eu falei para ele que eu não era apenas a Japa Girl dele, que andava inspirando outros autores. (Eh,eh,eh). Comentário dele: “Sei… você quer montar uma coletânea!”

Apesar de saber que ele está lendo, juro que não vou me censurar por isto. Afinal, a fase sem censura de nossa amizade já tem bem mais de cinco anos.

Jim, o judeu americano, nunca tinha ouvido falar de blog. Passei para ele um pdf do texto que fiz para a revista e ele se interessou. Viu esta página e comentou:
“Muito interessante... até li um tantão dos seus pensamentos... MUITO legal! Achei tão simpático que é capaz de eu até dar para você... rs...”

Estou meio travada com o fato de ter passado o endereço para um amigo “interessante”. Ele é do interior de São Paulo, do Vale do Paraíba, uma graça de pessoa. Foi um dos que respondeu ao novo perfil que coloquei na Uol. Agora já foi! Se ele quiser, que me aceite como sou.

Outra pessoa que leu o blog foi Carlos. Depois de quase um ano sem comunicação, ele me contatou na semana passada. Foi um dos que não ficaram pela estrada nos contatos que fiz há dois anos pelos Amigos Virtuais. Ele é da mesma safra do Budista e do Fiscal. Surpresa grande foi saber que ele imprimiu (37 páginas) e apreciou a leitura. Frisou que ele não é nenhum chato e entendeu tudo. (Ehehehe). Satisfaz meu ego.

Ontem, fiquei tentada a contar para Julius. Mas resisti. Acho que ele ficaria convencido demais. (heheh.)...ou não? Estou quase certa de que ele não se incomodará com o fato de ter postado aqui os poemas. Fiz isso porque gosto tanto e é uma delícia exibir os presentes feito criança na manhã de Natal. E todas minhas amigas morrem de inveja. Ninguém tem um poeta como eu. E para dizer a verdade, esse foi o primeiro que encontrei em toda minha vida. Fico constrangida apenas porque a profissional de comunicação sou eu. Ele é engenheiro.

Tivemos uma noite especialíssima, indescritível. Voltei feliz, com as energias recarregadas. Novamente, ficaram mil coisas a serem ditas, apesar de eu ter falado um pouco além do habitual sobre meus sentimentos. A verdade é que tenho medo de espantá-lo. Ele comentou apenas que tinha sempre certeza de tudo, que ficava muito evidente, pois transpiro as sensações na pele, por todos os poros. Eu disse que eu também tenho 99% dessa sensação, mas que às vezes temo que ser apenas falta de opção. Acrescentei que minha preferência por ele também não era por falta de opção. “Sei disso. E como!” – foi o comentário dele.

Bom... Estou com a consciência supertranquila, vivendo tudo sem culpas e sem questionamentos sobre que sentimento é este. Só sei que está me fazendo muito, muito bem.

Aproveito para relembrar aqui um dos primeiros textos inspirados dele, acho que o que me "derrubou" definitivamente. Foi o primeiro das dezenas que se seguiram ao longo do ano...

Creio que devemos entender os destinos como dois rios. (parafraseando Herman Hesse) Quando dois rios se encontram é a turbulência de águas diferentes, um certo caos, um certo atrito para depois caminharem placidamente em conjunto e mesmo que tenham corredeiras E já que nossos rios se encontraram devemos agradecer ao universo que permitiu este encontro e desejar que se perpetue o sentimento que nos une de cumplicidade e amizade mas acima de tudo de desapego e desejo de que o outro seja realmente feliz. Isto é a verdadeira demonstração de altruismo e quem sabe o caminho do amor ainda desconhecido para seres imperfeitos como nós que habitam este globo aquático

Desapego! É justamente a coisa mais importante desta relação, em que vivemos apenas os momentos mágicos.

Que saudades do Fábio! Queria tanto estar compartilhando com ele minha felicidade! Por onde será que anda o danadinho? Quem sabe, meus pensamentos atravessam os oceanos e chegam a ele, quando estiver passsando por um cibercafé!

quarta-feira, dezembro 26, 2001

Tentarei hoje resgatar a o episódio de meu contato inicial com o Budista.
Todo final de ano baixa uma melancolia, sensação de solidão. Na tentativa de superar uma possível depressão, no final de 99, corri atrás de novos amigos colocando um anúncio nos Amigos Virtuais da Uol. Recebi umas duas dúzias de e-mails. Entre eles, um que dizia ser budista e estudante de japonês. O nick era “Anjinsan” (personagem holandês do livro Xógun, de James Crawell, que no cinema foi interpretado por aquele ator que fez o dr. Kildare).
Que o homem tem muita imaginação, não restam dúvidas. Vejam a história da vida dele:

03 de janeiro de 2000
História de família
Meu amor, aqui vai um pequeno relato de minha família. Procurei ser o mais
conciso possível, sem deixar de ser explicativo.Meus avós maternos eram italianos. Meu avô nasceu em Udne, na fronteira com
a Áustria, era filho duma família de cozinheiros, o pai dele era o chef da cozinha do Rei Vitor Emanuel. Minha avó era de Caserta, distante 30 km de Napoli, o pi dela era da marinha de guerra. Casaram-se na Itália e vieram para o Brasil antes da guerra pois Mussolini
subira ao poder, destituindo o Rei e deixando minha família sem emprego, já que meu avô também era cozinheiro. aliás, somos uma família de cozinheiros e culinária é meu hobby, tenho cursos no SENAC aonde recebi diploma de chef.
Diante desta situação, aonde eram constantemente vigiados pela polícia, inclusive a Gestapo alemã, não lhes restou outra coisa a não ser venderem tudo o que tinham, e não tinham pouco, a preços irrisórios e viajarem para
o Brasil, aonde segundo as histórias, fariam riquezas em dois anos...
Aqui no Brasil foram instalar-se num subdistrito de Matão, chamado Dobrada, hoje emancipada para município. Ficaram numa fazenda, chamada Guarantã. Minha avó gerou oito filhos, dois morreram na infância, não sei por qual motivo. Restaram cinco mulheres e um homem. Trabalharam na lavoura. Economizavam, no entanto meu avô era alcoólatra e gastava tudo em cerveja
ou negócios fracassados. Passaram fome, muitas vezes, minha mãe só tinha a roupa que vestia, nada mais, nenhuma muda para trocar em caso de lavar a roupa em uso.
Depois que minha avó tomou o controle da situação, começaram a ter um pouco mais de qualidade de vida. Economizavam e puderam té formar alguns filhos. Uma tia formou-se professora de francês, prestou concurso para a Secretaria da Educação e aposentou-se como diretora de colégio estadual. Meu tio formou-se em química e tornou-se proprietário duma rede de farmácias no interior do estado.
Minha tia professora veio assumir um cargo na capital e convidou minha mãe para acompanhá-la assim morando juntas iriam dividir as despesas do aluguel do apartamento e minha mãe teria chances de emprego já que não tinha interesses maiores pelo estudo. Mal chegou em São Paulo, minha mãe já se envolveu com um sargento da extinta Força Pública, atual Polícia Militar. Este era meu pai.
Sobre meu pai, sei muito pouco, sei que era de Pernambuco, nunca soube direito qual cidade, ele era muito fechado, mas sei que seu passado era dum típico nordestino, irmãos que morreram de fome, viagem a São Paulo, em cima dum "pau de arara", mais dois irmãos que morreram de doenças no meio do caminho e foram enterrados na beira da estrada na altura do estado da Bahia, enfim tristeza, miséria, fome e dor foram os componentes da infância de meu pai.
Esta situação fez dele uma pessoa que carregava um fardo enorme em seu subconsciente, marcas e cicatrizes psicológicas que, adiante, dispararam o alcoolismo em sua vida.
Sei que meus pais namoraram um tempo e, logo depois, minha casou. Minha avó materna não gostava de meu pai. A antipatia era recíproca.
Meu pai, para mim foi um bom pai, me educou, pagou meus estudos e esteve ao meu lado até o seu final. Contudo, para minha mãe, as coisas não
prosseguiram assim. Meu pai tinha um alcoolismo violento, muitas cenas tristes aconteceram na minha frente. Bofetadas, tentativas de suicídio (minha mãe várias vezes cortou os pulsos), casa quebrada. Uma vez, minha ãe estava apanhando tão violentamente do meu pai que ela, antes de desmaiar, gritou para mim corre meu filho, corre, pois ele me disse que vai atar você também! Aí eu saí correndo né ? Mas uma criança de 10 anos de dade, abrir a porta de casa e sair para a rua, correr para onde ?
O medo de meu pai que eu tivesse ido chamar a Polícia salvou minha vida e a e minha mãe. alcoolismo dele perdurou por muito anos, meu pai nem percebia os namorados de minha mãe e eu fingia, como sempre fingi, que não sabia dos
namoros de minha mãe. Em respeito à intimidade e privacidade dela e também porque, no fundo, sabia que ela era infeliz com um homem que não dava a mínima para ela. Ela não pedia a separação para que pudesse continuar o processo de minha educação, dormiam em quartos separados, como filho único, sou testemunha ocular e privilegiada: durante vinte anos, um não tocou no outro, mas ambos viviam seus relacionamentos paralelos. Meu pai saiu com mulheres de programa. Minha mãe viveu sua história de amor. Por isso, hoje em dia, se alguém me diz "meu filho não sabe, ou não desconfia" fica aqui com minhas reservas a respeito... Eu soube, por minhas tias e depois por minha mãe, que eu era para ser o irmão mais novo. Recém casada, ao saber que estava grávida e já verificando o erro de escolha, minha mãe abortou meu irmão mais velho. ontou a meu pai que tinha sido espontâneo, história nunca modificada. Mas não, havia sido provocado mesmo. Minha mãe queria o desquite, era o que havia naqueles idos de 1.950, meu pai não, ao invés disso pegou minha mãe, desta vez à força, e assim fui concebido... Também por causa disto, sou muito reservado e cauteloso com relações sexuais. Não tenho nenhum problema no campo sexual, tenho dois filhos, sou heterossexual, enfim um homem normal neste particular. Mas vendo o que se passou com minha mãe sempre tratei de ser muito respeitoso, de não ser atirado e de não priorizar este particular em minhas relações com o sexo oposto. Também, por cautela, há quatro anos, fiz vasectomia, que foi bem sucedida pois regularmente faço exames e o resultado é esterilidade.
Na minha gestação, minha mãe tentou, novamente o aborto, não sei o que deu errado mas ela foi parar no pronto socorro e o bebe foi salvo. Não quiseram aceitar a explicação de estupro praticado pelo próprio marido, naquela época a sociedade era muito machista e achava que o marido tinha todos os direitos de usar o corpo da esposa como melhor lhe aprouvesse. Algum tempo depois eu nasci, era 17 de outubro de 1958. O parto foi muito difícil, pois minha mãe havia comprometido seu útero com a tentativa de aborto. Durante o parto, ela teve morte clínica diagnosticada, sendo ressuscitada pelos médicos.
Minha infância foi vivida com certas dificuldades. Passei fome e vivi sozinho, sem nenhum irmão. Minha alternativa foram os estudos, minhas tias solteiras ( em número de três tias ) se sensibilizaram diante de minha situação e passaram a pagar meus estudos, comprar meu uniforme de escola e material escolar.
Na escola nunca dei problemas afinal não tinha irmãos, então meus livros eram meus brinquedos, meu passatempo. por isso, sempre fui o primeiro da classe. Até nos dias de hoje sou muito dedicado aos estudos. Minha vida, ninguém é totalmente mau, ou inteiramente bom. Meu pai teve seus erros, depois dum período de internação em clínica psiquiátrica, parou de beber e foi um bom pai para mim. Procurando se redimir de faltas
pretéritas sendo amigo e presente como um irmão mais velho. Já com minha mãe as coisas não correram assim. As faltas não foram esquecidas, tampouco perdoadas.
Meu pai recaiu em sua doença alcoólica e morreu numa briga de bar. Eu fiquei com o que se chama de "culpa do sobrevivente" achando que eu poderia ter feito alguma coisa por meu pai, ter sido mais amigo, ter aconselhado.
Trabalhei isto sendo voluntário em grupos de recuperação de drogados e alcoólatras ( narcóticos Anônimos e alcoólicos Anônimos) Freqüento reuniões na Avenida Paulista, no colégio São Luiz. Ajudo quem eu posso, e quem me pede, esclarecendo sobre este flagelo das drogas e do alcool, e não são poucos os que me pedem ajuda. Inclusive, tenho uma palestra marcada para fevereiro na minha Loja Maçônica esclarecendo os Irmãos e ajudando alguns pais aflitos com seus filhos.
Bom esta é parte de minha história, o e mail já está longo e não quero incomodá-la com relatos cansativos. Mais adiante, complemento estes assuntos com maiores detalhes. Eu adoro você, meu amor !

segunda-feira, dezembro 24, 2001


A visita ao maluco Budista


A seguir, o papo no ICQ com minha amiga Rita, onde conto sobre minha visita à toca do Budista. (vejam post do dia 4 de dezembro)

Rita: - *19:08 CONTA TUUUUUUUUDOOOOOOOO!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:10 o lugar era muquifo mesmo... pensão!
Rita: - *19:10 Começa pelo começo..........
Eu: - *19:11 Ele estava do lado de fora, na esquina, onde tem daqueles bares de nordestino no Bexiga.
Rita: - *19:11 Tava te esperando?
Eu: - *19:11 Tava.Trouxe duas marmitas.. uma com carne de sol e outra que deveria ser de macarrão... as marmitas deviam ser pro nosso jantar.. rs...
Rita: - *19:11 ahahahah
Eu: - *19:12 o lugar era de cozinha mais banheiro.
Eu: - *19:12 cama meio suja, pegajosa...
Eu: - *19:12 tinha tv, aparelho de som.. tudo novo.. e cama de casal
Rita: - *19:12 é um quarto com banheiro?
Eu: - *19:13 geladeira, tv , som e microondas novos..
Eu: - *19:13 isso.. prédio bem velho, em reforma..
Eu: - *19:13 o quarto ficava depois duns entulhos.. tiquei com medo..
Rita: - *19:13 tá.......aí.......
Rita: - *19:13 meu Deus!
Eu: - *19:13 aí.. entramos.. e a cama tinha edredom meio pegajoso..
Eu: - *19:13 não tinha cadeiras.. sentei ali..
Rita: - *19:13 argh!
Eu: - *19:13 tinha pote de sorvete descongelando..
Eu: - *19:14 não tinha armários, ,só estante de grade onde ficavam umas roupas mulambentas...
Eu: - *19:14 ele tava muito diferente.. magro, bem queimado de sol, envelhecido.
Rita: - *19:14 que horror! e como ele tava vestido???????/
Eu: - *19:14 roupas gastas.. bermuda, camiseta esgarçada, bem velhinha, meias brancas e sapato de CAMURÇA.
Eu: - *19:15 muito mal vestido.. cabelo crescido, desalinhado..
Rita: - *19:15 Nossa!!!! O que ele fez com os ternos?????????
Eu: - *19:15 Cabelo encaracoladinho, baianado... raspado era outra coisa.. Falou que voltou pois ficou deprê em Campos do Jordão...que aquilo era provisório pois iria comprar um apartamento em breve, na Paulista, pra "ter um lugar digno " pra me receber... rs Falou que ficou mal pois se divorciou.
Rita: - *19:16 ahahahahah
Eu: - *19:16 Eu falei: “você continua mentindo, não é oficial da PM
Rita: - *19:16 e ele??????????/
Eu: - *19:16 ficou bravo, esperneou.. e trouxe uma identidade..
Rita: - *19:16 e??????/
Eu: - *19:17 a foto era dele.. 1.o tenente res.
Eu: - *19:17 era o que tava escrito. não consegui memorizar tudo..
Eu: - *19:17 acho que é falso.. o logo , com brasão de SP tava meio torto..
Rita: - *19:17 certo.......de repente é falsa.......
Eu: - *19:17 mas.. pode até ser... o documento era de 1 de marco de 2001
Rita: - *19:17 checa com seu amigo capitão amanhã.....
Eu: - *19:17 a data memorize, pois é aniversario do Julius rs
Rita: - *19:17 ahahahahah
Eu: - *19:18 sim.. vou checar.. Falei pra ele que eu chequei e que não tem nenhum oficial com esse nome.. O meu amigo falou que não tem oficial. Agora...Tenente é oficial, não é?
Rita: - *19:18 e ele?????
Eu: - *19:18 ele falou que eu estava maluca, que vou confiar numa outra pessoa e não nele..
Eu: - *19:18 eu penso que o capitão pode ter visto numa lista de associação de classe, por exemplo.. sei lá..
Eu: - *19:19 perguntei de onde ele era e o Budista disse que sempre foi dos BOMBEIROS.
Rita: - *19:19 e você, o que disse??????
Eu: - *19:19 eu falei que iria checar com minha fonte..
Rita: - *19:19 AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
Eu: - *19:19 Ele ficou com os olhos vermelhos, muito nervoso...
enfiava a cabeça no travesseiro, dizia que me amava..
Rita: - *19:19 QUE????????????
Eu: - *19:20 E falava: "que homem estragou você?"
Rita: - *19:20 ???????????????
Eu: - *19:20 O tempo todo, dizia que gostava de mim, que me amava e que eu não o deixava se aproximar...
Eu: - *19:20 foi ao banheiro, escovou os dentes..
Eu: - *19:20 me ofereceu um iogurte...
Rita: - *19:20 ahahahahahah
Eu: - *19:21 O iogurte veio numa caneca japonesa de chá
Eu: - *19:21 daqueles grandes, de restaurante...
Rita: - *19:21 ahahahahah
Eu: - *19:21 tomei o iogurte e ele deu um beijo .. tentou.
Rita: - *19:21 e........?
Eu: - *19:21 me afastei e ele não insistiu.. beijinho de longe..
Eu: - *19:22 segurava minha mão.. e falava no apartamento que compraria, mais ou menos na Frei Caneca.. se eu gostava do lugar...
Rita: - *19:22 ele disse POR QUE mentiu???????????/
Eu: - *19:22 Insistia que não mentiu.. que ele é advogado
Eu: - *19:22 que eu não entendi direito o lance da sociedade, mas que alem de ser PM advogava..
Rita: - *19:22 Advogado ou BOMBEIRO, afinal??????????
Eu: - *19:22 as duas coisas.. eheeh
Rita: - *19:23 ahahahahahaha
Isso é que é polivalência!!!!!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:23 entao, eu falei: com Eua inteligência, tendo feito Barro Branco, não pode ter se reformado como primeiro tenente..
Rita: - *19:23 boa.......e ele?
Eu: - *19:23 "e eu perguntei se você era PM de carreira ou formado pela academia"
Eu: - *19:24 ai, não falava nada, botava a cabeça entre as mãos, dizia que minha desconfiança era fascinante.
Eu: - *19:24 E ele dizia: "dá 15 segundos pra eu falar"
Rita: - *19:24 é louco!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:24 Mandava falar e ele dizia: "eu não sou drogado, não sou soropositivo, não tenho câncer, não cometi nenhum crime"
Eu: - *19:24 louco mesmo..
Rita: - *19:25 é só MENTIROSO!!!!!!!!!!
Eu: - *19:25 o documento deve ser falso..
Rita: - *19:25 Com certeza é falso........
Eu: - *19:25 o aparelho de som, a tv e tudo o mais eram coisas bem chinfrins..
Eu: - *19:25 som de baiano.. olhei os livros na "estante"
Rita: - *19:25 chinfrins mas novos, né??????
Eu: - *19:25 sim.. novíssimos.
Rita: - *19:26 e sobre o templo??????/
Eu: - *19:26 som daqueles prateados com muitas luzes, marca desconhecida.. tv idem..
Rita: - *19:26 sei.......conheço.........rs
Eu: - *19:26 não vi nada budista..
Rita: - *19:26 eheheheh e ele falou algo a respeito?????/
Eu: - *19:26 livros de ioga.. espiritismo.. mangá japonês...culinária japonesa..
Eu: - *19:27 Falou que é budista.. que budismo e espiritismo têm muito em comum..
Rita: - *19:27 é??????????????/
Eu: - *19:27 e que depois de aposentado tá trabalhando na federação, no escritório, na área de educação..
Rita: - *19:27 na federação espírita??????????
Eu: - *19:27 ehehe.. sei lá. .não entendo de budismo nem de espiritismo.. ambos aceitam reencarnação..
Eu: - *19:27 Isso.. deu endereço.. na Maria Paula... no primeiro andar..
Rita: - *19:27 meu irmão é da federação espírita.......
Eu: - *19:28 Conheço muita gente de lá..
Eu: - *19:28 eu acho que ele deve ser bombeiro sim.. mas não oficial..
Eu: - *19:28 e o documento deve ser falso..
Rita: - *19:28 ahahahahahahahhah imagino o tamanho da mangueira dele!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:29 coisa mais simples fazer um documento daquele... eheeh
Eu: - *19:29 ateh eu sou capaz de fazer...
Eu: - *19:29 e eu não sei como é documento de PM...
Eu: - *19:29 parecia igual carteira de estrangeiro..
Rita: - *19:29 bom.......e aí???????/
Eu: - *19:30 ai, ele ficou fazendo declarações, dizendo que estava feliz..
Eu: - *19:30 então, eu falei pra ele: não sei o que é, mas tem alguma coisa errada com você.. e eu vou embora porque não estou me sentindo bem neste lugar. você não deve estar nada bem, pois ninguém se sentiria bem aqui!
Rita: - *19:30 nossa!!!!!!!
Eu: - *19:31 Ele respirou fundo, botou de novo a cabeça entre as mãos.. sacudiu a cabeça, abriu a porta e me acompanhou até a esquina.. chamou um táxi e deu um beijinho de despedida!
Eu: - *19:31 O lugar cheirava muito mal...
Eu: - *19:31 não sei se era do banheiro dele ou do vizinho..
Rita: - *19:31 que loucura!!!!!!!!
aprece cena de filme, essa última
passagem........
Eu: - *19:32 não era propriamente de xixi ou cocô.. mas cheiro de banheiro velho..
Rita: - *19:32 ESCREVE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:32 e as roupas de cama também eram mal-cheirosas..
Eu: - *19:32 vou escrever sim..enquanto as impressões estão fortes..
Eu: - *19:32 ele estava bem envelhecido. rugas fortes na testa..
Rita: - *19:32 isso........tem que fazer isso logo......o que você tá escrevendo aqui já tá bem forte.....
Eu: - *19:33 sim. vou salvar e aproveitar parte do que estou contando..
Rita: - *19:33 faz isso.......
Eu: - *19:33 ah.. e quando foi ao banheiro, ,alem de escovar os dentes..
Eu: - *19:33 passou um perfuminho barato.. cheiro de AVANSO..
Rita: - *19:33 o que será que aconteceu com esse cara desde a que a época?????
Eu: - *19:33 você sabe como sou com perfumes.. aquilo foi a gota d´água...
Rita: - *19:33 AAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
Eu: - *19:34 sei lá... vai ver que na época ele era bombeiro e fazia um bom bico de segurança..
Eu: - *19:34 Se ele tinha uma carteira de soldado, pode facilmente ter falsificado só a patente..
Rita: - *19:34 mas p q deixou de ser bombeiro? P q não podia continuar fazendo bicos como segurança?
Eu: - *19:35 os caras que fazem bico de segurança muitas vezes se metem em fria...
Rita: - *19:35 é.......pode ser......
Eu: - *19:35 tem montão de PM respondendo processo.. muitos são afastados..
Eu: - *19:35 se, por exemplo, dá um tiro indevido.. acerta um inocente..
Rita: - *19:35 é, eu sei.....
Eu: - *19:35 sei lá..
Eu: - *19:36 eu insisti pra que ele contasse a verdade, que eu
não iria fazer nada...
Rita: - *19:36 mesmo nessa merda ele continua com cel......
Eu: - *19:36 mas dava impressão que ele tinha muito medo de mim, um homem daquele tamanho.. rs...
Eu: - *19:36 ah. o celular era bem tijolão..
Rita: - *19:36 eheheheheheheh
Eu: - *19:36 do tipo que comprei agora pra minha filha por 50 reais..
Rita: - *19:36 mas de qualquer forma a conta vem, não importa o aparelho...
Eu: - *19:37 ah.,. se for pré-pago.. fica só recebendo..
Rita: - *19:37 deve ser pré.....
Eu: - *19:37 de vez em quando bota 20 reais.. rs...
Eu: - *19:37 ele ligou de orelhão..
Eu: - *19:37 era da frente do prédio.. daqueles bares de nordestinos..
Eu: - *19:37 reconheci pela "música"
Rita: - *19:38 fica em que altura da 13 de maio??????? antes da Brigadeiro??????/
Eu: - *19:38 336
Eu: - *19:38 bem pro lado da cidade.. comecinho, pro lado da acho que rua Sto Amaro..
Eu: - *19:38 o lugar que cruza a Rui Barbosa é altura do 800
Rita: - *19:39 tá.......a parte bem cortiço......já passei por lá, um horror!!!!!!!!!!
Eu: - *19:39 O prédio, quando eu falei "médio" foi antes de abrir a porta...
Rita: - *19:39 ahahahahahahah
Eu: - *19:39 é pintado de cor escura e tem aparência camuflada...
Eu: - *19:39 mas no corredor tem aquele cheiro de porão, embora seja arejado..
Rita: - *19:40 lá tá cheio de prédios podres!!!!!
Eu: - *19:40 Tinha 4 travesseiros sobre a colcha.. uma fronha de cada jeito...rs
Rita: - *19:40 eheheheheh
Eu: - *19:40 as fronhas tavam limpas.. mas a colcha era sebenta..
Eu: - *19:41 as camisetas e cuecas na estante eram bem surradinhas.. cueca estampadinha, desaparecendo as estampas..
Rita: - *19:41 afinal: ele é louco ou artista???????
Eu: - *19:41 eeheh.. vai ver que é ATOR..
Eu: - *19:42 e o tempo todo insistindo que ME AMA!
Rita: - *19:42 Muita piração!!!!!!!!!!!!
Eu: - *19:42 ele falou que tava indo ao supermercado..
Rita: - *19:42 Ele disse pq resolveu reaparecer do nada???????/
Eu: - *19:43 disse que veio para refazer a vida, comprar um apartamento..

Eu: - *19:43 que não dá pra levar vida de aposentado, ,no sitio, sozinho..
Eu: - *19:43 então, arrumou esse emprego na Federação Espírita..
Eu: - *19:43 que não tem nada a ver com a religião..
Eu: - *19:43 que de religião, ,ele é budista..
Eu: - *19:44 mas o cara não tem GRANA alguma..
Rita: - *19:44 ele pode ser ator......mas que também é louco não há dúvida!!!!!
Eu: - *19:44 deve ser , no máximo, sargento!
Rita: - *19:44 ahahahahahahahah
Eu: - *19:44 a não ser que tenha reformado com tenente e nesse caso, não vá pra lista dos oficiais..
Eu: - *19:45 vou tentar saber com o capitão.
Muitos cartões cheios de animação.

Poemas lindos

Gifs animados

Frases feitas

Frases não feitas

Cumprimentos sinceros, emocionantes.

URLs bem montadas.

Muitos que nem retribuem... muitos que nada dizem...

Porque este blog se chama SOUMAISEU?

Porque só eu sei porque sou assim, porque ajo assim, porque estou feliz assim.
Foi difícil decidir, às vezes é complicado seguir este caminho.
Nem todos me entendem.
Muitos (a maioria) me cobram posicionamentos.
Mas compreendi - a duras penas - que não se pode ter tudo.
Não tenho alguém que me telefone todos os dias (também não sei se gostaria de alguém no meu pé).
Não quero mais esperar por um presente especial, um encontro de surpresa...
Droga! Lembrei-me novamente daquela viagem ao Rio na última semana do ano... há quatro anos.
Não posso reclamar. Foi esse amor que me mostrou que ainda tenho muito potencial para viver muitos amores.

Véspera de Natal
Vamos passar aqui em casa mesmo.
É um dia melancólico para mim, de muitas lembranças.

Boas e ruins.

Não tenho muitas recordações dessa data de minha infância. Só me lembro de uma noite em que alguém pendurou um palhacinho em cima da minha cama. Ninguém assumiu e disseram que foi Papai Noel. Creio que eu tinha uns 5 anos. Era um pierrô meio tristonho, revestido de plástico azul e bolinhas coloridas.

Até hoje não sei qual dos meus irmãos comprou o brinquedo. Meu pai, certamente não foi. Nessa época, morávamos no sítio, a 6km da vila mais próxima, a 32km da cidade, por estrada de terra. Minha mãe ia muito raramente à cidade. Meu pai fazia maior parte das compras. Embora de origem budista, meu pai se dizia ateu. Minha mãe nunca manifestou opinião a respeito. E nunca tivemos qualquer formação religiosa.

Na escola, nas aulas de religião do grupo escolar, pela primeira vez ouvi falar de Deus. Também de céu e inferno e pecado. Tudo se misturou na minha cabecinha e morri de medo. Eu era pagã e minha alma provavelmente ficaria vagando no limbo se não me batizasse logo.

No segundo ano primário, comecei a me preparar para isso. A maior parte dos meus irmãos se converteu nessa fase. Mas uma conversa com meu pai sobre o tema me fez desistir na última hora. Assim, deixei de ser "catequizada". Numa me batizei e, consequentemente, não me casei na igreja.

Entretanto, diante da proliferação de tantas religiões e seitas, acho que a igreja católica ainda é a mais disciplinada. Por isto coloquei minha filha no Colégio Sion, onde estudou por dez anos.Nem por isto ela virou religiosa. E o maior orgulho dela é de que a nossa prefeita também foi aluna da mesma escola. eheheh.

Sinto-me folgada ao lembrar-me de tantos natais que passei trabalhando. De plantão. Todos festejando e eu sem poder nem dormir direito. Cansada para a ceia e almoçando na maior pressa para não chegar atrasada. Que horror!

Mas o pior Natal mesmo foi o de 69. Depois do almoço de domingo, Rex, o meu pastor alemão, veio brincar comigo. Trouxe um pedaço de pau todo babado para que jogasse pra ele ir buscar. E eu, de vestido novo. Dei uma bronca, mas joguei o pauzinho uma vez. E lá veio ele, novamente, com o treco no meu colo. Catei o cão pela coleira e o afastei. E ele: "nhac!" Rolei pelo chão e o outro cachorro vira-latas também me atacou, mordendo-me o pé.
Quando me acudiram, minha orelha direita estava completamente solta.
Dois dos meus irmãos me levaram ao pronto-socorro. Nunca passei tanta dor em minha vida. A anestesia não pegou na cartilagem. Fiquei com o rosto todo inchado por muitos dias. Mas a orelha grudou. Ainda bem!


***********************

Meu programa de ontem para ver "Evangelho segundo Jesus Cristo" com Eduardo furou. Uma pena. Não sei se a peça volta depois das festas. Mas aproveitamos para botar assuntos em dia. Comentei do Fábio. Pensei que ele tinha lido neste blog sobre a estada dele aqui em SP. Queria contar, mas fiquei constrangida. Não sei por que, se é uma coisa tão linda. Eu já falei muitas vezes a Eduardo e Lúcia que eles continuam sendo meus melhores amigos, com a diferença de que a esse grupo top incluí Fábio e outras pessoas.
Problema é que parece que Lúcia e eu estamos completamente fora de sintonia. Pelo menos Eduardo me entende, embora sinta várias interrogações no ar, da parte dele. Pudera! (e olha que ele não faz idéia nem da metade das coisas que eu faço).

Também há aqueles amigos com quem permaneço sempre em falta. Devendo uma visita, devendo maior atenção, devendo um papo gostoso. Muitos são relegados a segundo plano justamente por serem mais compreensivos, mais amigos talvez!
Minha amiga de N. Jersey já deve estar com a família no Brasil. Mas não tive coragem de procurá-la.
E Ângela, minha companheira de tantos momentos importantes. Que vontade de dar um abraço bem apertado! Mas nem vou telefonar para não atrapalhar. Hoje é noite de ceia na casa dela. Noite de anfitriã, de fazer bolinhos de bacalhau (que trabalhão!)


Grande verdade: Nem todos amigos entendem e aceitam nossas mudanças. Então, a gente arruma novos amigos!


Julius mandou versinhos lacônicos.


Um Natal legal
fenomenal
total
sideral...

Um Natal de alegria
de harmonia
todo o dia



domingo, dezembro 23, 2001

Mil historinhas que tenho de concluir ainda este ano...
Mas enquanto não faço isso, vou copiar aqui uma historinha muito antiga, iniciada nos meus primeiros tempos de Internet, há exatos seis anos. Sei que foi esse o tempo decorrido pois o sobrinho a quem me refiro é o que se formou em Direito este mês.

Uma Historinha...


Certa manhã de domingo, quando iniciei-me na Internet, estava num chat de um provedor de São Paulo, quando entrei numa sala, mais para conhecer o mecanismo. Era uma conversa em grupo, papos inconsequentes. Eu me identificava como Su apenas. As perguntas inciais eram genéricas e começamos por revelar a idade. Ao ver que todos ali tinham menos de 20 anos, fiquei meio constrangida e disse que tinha eu também 20 anos.

Procurei falar igual a eles... Usei a mesma linguagem, com ajuda de meu marido e minha filha, que a tudo assistiam, divertindo-se com minha brincadeira. Construí toda uma personagem: mestiça, 20 anos, estudante de tecnologia de alimentos, na Unicamp (universidade das mais conceituadas). Fiz de meu marido um suposto pai e de minha filha, a irmãzinha de 11 anos. Inventei ainda um irmão de 16 anos, cuja estrutura me baseei num sobrinho. Só que, para justificar o nome, fiz do pai publicitário japonês, às voltas com trabalho de banda desenhada. Evidente que a história iria “colar”, pois na empresa que citei (Estúdios Mauricio de Sousa) 80% dos artistas são de origem japonesa. A personalidade da “mãe”, construi misturando eu mesma com uma sobrinha de minha idade, que é médica.

Resumindo: a personagem que estava naquele chat se chamava Susan Miwa de Paiva Takeda (Susan para justificar o Su), tinha 20 anos, filha de um suposto Paulo Takeda e Suely Paiva. Tinha uma irmã de nome Paula e um irmão chamado Hélio, vestibulando para o curso de Direito.

A princípio, era um exercício literário que eu estava fazendo. Não tinha intenção alguma de magoar as pessoas, tampouco brincar com sentimentos alheios... Mas, dentro daquele grupo, havia um garoto, de nome Hugo, que se identificou muito comigo e sempre me chamava para conversar. O primeiro papo mais longo ocorreu naquela noite de domingo, quando eu tornei a acessar. O principal ponto em comum entre Susan e Hugo era a origem japonesa. O garoto, de 18 anos, estava sozinho na casa da avó, que estava prestes a retornar de uma viagem ao Japão. Era um menino muito responsável, inteligente, que cuidava dos irmãos pequenos, enquanto fazia companhia a maior parte do tempo à avó, para não deixá-la sozinha em outro bairro.

Estavam reprisando o último capítulo de uma novela romântica e ele contou que chorara com últimas cenas... Revelou-me suas angústias, muitos pensamentos íntimos... E eu, do alto de minha experiência, sentindo-se tal qual mãe dele, dei-lhe muitos conselhos interessantes... Ele me contou como se sentia só, pois a mãe é líder religiosa importante e vive a viajar muito, dando palestras pelo país afora... E eu falei sobre as dificuldades que enfrentara recentemente nos exames vestibulares, o esquema que montara para estudar - baseando na minha própria experiência, ainda válida depois de 20 anos - e nas experiências de meus sobrinhos e nas notícias de jornais.

Ele ficou muito ansioso por me conhecer, e percebi-o um tanto empolgado com a descrição física que fiz: 1,75m, cabelos negros, por volta de 60 quilos... Baseei o lado físico na minha sobrinha Daniela, que é exatamente assim... E procurei falar sempre como uma menina de 20 anos. Ele estranhou que eu tivesse tanta maturidade e cultura. Justifiquei justamente remetendo aos padrões rígidos da cultura japonesa, imosta e cobrada por meus avós, e o fato de ser filha mais velha. Contei que desde pequena fui dada a muitas leituras, por ser eu uma pessoa bastante tímida, e que essas leituras me tornaram uma pessoa ótima em redação. Mesmo assim, procurei cometer um errinho ou outro, para que ele não desconfiasse...

Em quase todas as noites de domingo, ele me esperava e nós conversamos durante pelo menos uma hora, por uns seis meses. Tinha certo drama na consciência, mas concluí que não poderia revelar a verdade a tal atura do campeonato. Então, prossegui com a mentira, vivendo a tal personagem. Quando ele iniciou os preparativos para o Vestibular, ajudei-o muito, corrigindo os erros de gramática nos e-mails e aconselhando-o em técnicas de redação. Além disso, quando Hugo estava em dúvida sobre a carreira pela qual optar e também sobre estágios, trabalho... Creio que lhe dei conselhos que nunca esquecerá... E tenho a certeza de que o marcaram bem mais do que os dados pela própria mãe. Deve ter ganhado uma dimensão especial por vir de alguém quase igual a ele: uma garota de 20 anos...

Por muitas vezes, ele me pediu para lhe telefonar ou mesmo nos encontrarmos para conhecer. Para sair fora dessa possibilidade, inventei a ele uma história fantástica de um certo encontro que tivera com uma pessoa que conhecera antes pela Internet. Disse que meu pai era muito rígido e que eu havia prometido a ele que jamais tornaria a repetir o ocorrido. Contei que essa promessa fora uma condição imposta por meu pai e que jamais poderia quebrá-la, sob o risco de ter meu acesso cortado definitivamente. Ele entendeu e jamais tornou a falar em nos vermos pessoalmente ou conversarmos por telefone... Houve momentos em que o vi ligeiramente envolvido sentimentalmente, até apaixonado por Susan... Nesse dia, comecei a arrumar um namorado real para Susan... um bom motivo para cada vez ter menos tempo para Internet...

Quando vieram os exames vestibulares, acompanhei os resultados com ansiedade pelos jornais. Infelizmente, ele não passou na USP, porém conseguiu ingressar em uma boa faculdade...Meu sobrinho, que inventei ser meu irmão, conseguiu a sonhada vaga na Faculdade de Direito do Largo de S. Francisco, da USP, e Hugo pôde ler o nome de irmão de Susan na lista: Helio Takeda (filho de meu irmão). Se o garoto desconfiou por um momento de minha identidade, estava ali uma “prova concreta” de quem “eu” era!

Houve também um outro acontecimento marcante na colônia japonesa. Em julho do ano passado, quando a amizade de Susan e Hugo estava na fase mais intensas, meu irmão, que é juiz de Direito e diretor do fórum, ganhou um título de cidadania em minha cidade, e andou por aparecer em jornais e noticiário de televisão. Nosso sobrenome é marcante e a imagem dele bastante conhecida no meio jurídico... O pai de Hugo é advogado e trabalha com um político também da colônia japonesa, e foi um dos convidados para um jantar muito concorrido... O assunto apareceu nas colunas sociais e... eu tive a cara-de-pau de dizer que meu irmão era tio de Susan. Mais uma história que “colou”, pois eu tenho um irmão cujo nome de batismo é Paulo (apesar de poucas pessoas saberem desse detalhe)!

Depois, quando vieram as eleições municipais e o candidato apoiado pelo pai de Hugo ganhou, conversamos muito sobre política e eu o aconselhei a não aceitar trabalhar no gabinete dele... E ele seguiu meu conselho, optando por um estágio na indústria têxtil, uma vez que havia concluído curso técnico na área. Depois, falamos muito sobre faculdades... e, mais uma vez, sei que meus conselhos tiveram validade na hora em que ele decidiu optar por engenharia industrial...

Sei que fiz uma coisa não muito certa... Porém, depois que havia começado, não havia como parar... Então, a saída foi ir reduzindo os contatos, aos poucos. Minha saída do provedor onde nos conhecemos favoreceu esse desligamento. E, no início deste ano, Susan começou a trabalhar, em Campinas, de onde quase não tem vindo nem nos finais de semana, pois precisa estudar muito e anda exausta! Em julho, contei que Susan conheceu uma pessoa interessante, com quem iniciou um namoro... Ela está até pensando na possibilidade de ficar noiva e se casar... Hugo entendeu... e confidenciou a Susan que também está de namoro com uma colega de faculdade...

Pessoas interessantes estão todas ocupadas.
Elas têm famílias, têm filhos, têm mulheres para quem comprar presentes.

buáááá!!

Mas o bom é que ainda verei Julius mais uma vez este ano! Ooooooooooba!

quarta-feira, dezembro 19, 2001

Ontem jantei com minha amiga Rita, no Kinoshita. Delicioso o lugar e a comida muito bem temperada. Pena que as porções sejam modestas. Ou talvez a gente fique com sensação de quero-mais justamente por ser muito saborosa.
Fiquei encantada como jeitão do dono do restaurante, o mesmo que insistiu que nos acomodássemos no tatami quando estive lá com Eduardo, em novembro.
Assim como Julius, Rita questionou a pronúncia certa de “gyoza” (os pasteizinhos de origem coreana). O cara contou uma piadinha:
“Outro dia tinha um casal de namorados aqui. A garota perguntou para ele: “quer guiozá?” E ele respondeu: “agora não, depois.. tem muita gente aqui! Mas aceito os guioza (sem acento)” eheheh
Adorei o papo do tal com um cliente fotógrafo Ele falou algo como:
“Você faz sua arte com as lentes e luzes, para os olhos. Eu faço a minha com mirim, shoyu e outros temperos para o deleite do paladar”

O papo com a Rita foi ótimo. Apesar de nos falarmos diariamente pela Internet e por telefone, os assuntos não têm fim. Ah, o tema principal, pra variar, foi “amigos virtuais”. Uma delícia tricotar e maquinar algumas! eh, eh, eh! Parafraseando o Macaco Simão, "nóis goza e se diverte!" (goza?)

Recebi um e-mail delicioso do Eduardo a respeito de troca de créditos em textos de Internet:. Vejam um trecho:

"Essa confusão de créditos, de mensagens que ninguém sabe a autoria, afinal alguém tem de colocar ordem no galinheiro que virou esse mundo virtual. Na realidade achei o texto muito legal e, caso pudesse tê-lo lido ontem pela manhã, o teria citado no show de confraternização de final de ano. Acabei citando outra poesia que você me enviou o ano passado. Você, minha eterna musa, minha "japa girl", como diria o agora catapultado a fama novamente, Supla.

segunda-feira, dezembro 17, 2001

Estamos cansados de saber que HPs são casa-da-mãe-joana. Tinha uma coleguinha que não se cansava de repetir que “papel aceita tudo”, a folha jamais protesta contra qualquer coisa que seja colocada nela. Jamais protesta diante de informações erradas, idéias absurdas. E a situação vale para o teclado, a telinha e, principalmente, Internet. Mesmo cientes disso, ainda acreditamos. É a força da palavra escrita ,”publicada”.

Esta semana recebi um cartão com um texto interessante:

“A Certeza”

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos: Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda uma passo de dança... Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura.. Um encontro..."
(Fernando Pessoa)

Não sou exatamente especialista em Fernando Pessoa, mas estranhei.
Fiz uma busca pela Internet, no Jornal de Poesia, cheguei a http://www.secrel.com.br/jpoesia/pessoa.html (Eu não tenho mais saco para fazer o link,vai ficar assim mesmo!), procurei pelo título, por algo que se assemelhasse... e nada!
Era noite de sábado e meu amigo Haiaiel me ajudou. Procurou pela primeira linha do “poema” e chegou a um texto de Fernando Sabino. (como eu que penso que sou tão inteligente não tive essa idéia? grrr!) Me pareceu ter sentido. Mesmo assim, continuei invocada. Nunca vi Sabino fazer versos! Mais horas pelo Google (www.google.com.br) e pelo Yahoo, desta vez com a primeira linha. Localizei centenas de páginas e creio que espiei pelo menos umas 80. Quatro delas davam crédito a Pessoa, com variações nas frases. Muitas páginas sem crédito e até uma com crédito a Charles Chaplin! Entre as que traziam assinatura de Sabino, achei uma com referência ao livro “Encontro Marcado”.
Revirei as estantes (tenho a coleção completa, autografada, que ganhei no concurso do “O gato sou eu”, em 84) e achei na página 145:

"De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono, uma ponte, da procura, um encontro."



sexta-feira, dezembro 14, 2001

O que não agüento:

- Coroa metido a moderninho, se achando o máximo porque dá conta de usar Internet
- Gente deslumbrada com a profissão
- Gente que não se manca, que não se enxerga, faz propaganda de si mesmo.
- Gente que invoca que EU tenho problemas, que insiste em me consolar
- Gente egoísta
- Baixinhos
- Gente que termina as frases com : “certo?” “ok” “viu”? Pessoalmente, nem dói tanto, mas quando isso se repete em e-mails, me cansam os olhos!
- Gente que me envia URLs de Natal.
- Gente que vem com cantada besta, jurando que "não vamos fazer nada que você não queira"... SÓ faltava...
- Gente que não entende que não estou caçando só uma boa transa... Quem leu meus posts durante estes quase 5 meses deve ter percebido como sou seletiva.
- Gente que me cumprimenta para dizer: "Oi, tô ocupadérrimo, não tenho tempo pra vc"... Dá vontade de responder que nem o Dr. Pimpolho.. ahahah

Nossa, como tem gente pobre de espírito neste mundo!

Gente que lê as indiretas que dou aqui e nunca veste a carapuça. Hilariante! Parece até político.... ah, ah, ah!



“Final de ano sempre serve para reflexões, e ainda mais para você, que tem as emoções a flor da pele, deve ser mais estressante. Tenho acompanhado, e já não é de hoje, as idas e vindas, voltas e reviravoltas do teu coração. Sei como você é intensa nas emoções”.”Eu tento não me afetar muito com isso, e curtir minha propria familia, mas acho que faz parte da vida de todos. Já li mais de uma vez ensaios de escritores sobre a agonia do Natal... Mas de qualquer modo, espero que você consiga fazer a poeira assentar, e que teus desejos possam ir se realizando. Beijos com todo meu carinho.”

São alguns trechos do e-mail de hoje do Fábio, comentando um desabafo sobre minha agonia de final de ano. No dia 12 eu escrevi para ele:

Acho que não ando nos meus melhores dias... E o lado emocional reflete sobre o físico.
Estou numa batalha comigo mesma para superar as crises. Final de ano é uma tremenda barra para mim. No ano passado, era o meu irmão doente... concentrei-me na terrível certeza de que aquela seria a última passagem juntos. Comecei ontem a contar minha historinha de Natal... foi num Natal de 1978 que dei a guinada mais importante da minha vida, num lance cinematográfico, correndo em plena av. Paulista por volta de meia-noite para fugir do namorado. Pedi socorro a um amigo que chamou outro com quem acabei me
casando sete meses depois... Isso aconteceu há 23 anos. Diferença é que agora não posso mais fugir.”


Quando comecei meu primeiro blog, lá no Desembucha, prometi que isto não seria um muro de lamentações. E não vai ser.

Apesar desses faniquitos, eu estou feliz!

As lembranças de tantos outros natais cavocam muitas saudades, imagens do passado... cenas familiares em que se incluem pessoas queridas com quem dividimos a mesa. Considero essa melancolia normal e não uma coisa negativa. Lágrimas são inevitáveis quando me recordo das ceias em Maranduba, com as crianças pequenas. A alegria do meu cunhado... Os preparativos do meu irmão para ficar com os filhos, as programações do cardápio, presentes incontáveis. O Papai Noel (eu costurei a primeira fantasia) e o suspense todo com as crianças. Foi uma época muito gostosa. Naquela fase, só lamentava que meu pai não pudesse participar da festança, tantos netos reunidos. Agora, as ausências são muitas...


quinta-feira, dezembro 13, 2001

Terça-feira vi Julius. Como sempre, não consegui falar nada de “sentimentos”. Mas tive sensações incríveis de “comunhão”, como ele diz. Aquela coisa de olhos-nos-olhos, abraço apertado, muito apertado.

Ontem quase perdi a hora da formatura. Quando me dei conta, faltava apenas meia hora para o evento. Nunca havia ido à S. Francisco. O lugar é maior do que imaginei e o salão, austero e suntuoso. O culto ecumênico foi curto. Demorou um pouco pois foi complicado acomodar tanta gente. Consegui um lugarzinho apertado na escadaria, quase encostada no teto do terceiro andar. E andei várias quadras de salto alto. Resultado: fiquei quebrada, travada. Fui fazer uma massagem à tarde, com um profissional de shiatsu, na Liberdade. Fiquei mais dolorida, mas espero acordar melhor.

Hugo adorou o presente e o meu irmão, mais ainda. Mas o que mais fez sucesso foi o cartão, com uma caricatura feita pelo Paulo. Meu irmão chegou exausto, quase no final da cerimônia (o avião desceu às 20h30). Disse que examinou alguns verbetes e gostou. O livro é lindo, fiquei tentada, mas vou agüentar e esperar o CD.

Mandei o link do blog para um novo amigo, que me escreveu pelos Amigos Virtuais. Ele é músico. Entendeu o espírito da coisa e aprovou. Disse que vai criar um também. Havíamos combinado de nos encontrar “no escuro”, sem nos descrevermos ou trocar fotos. Mas hoje ele me enviou a URL da banda dele e eu enviei umas fotos por e-mail. Penso que não o assustei...

Mas nem todos “estranhos” compreendem o que eu escrevo. Uns entendem como provocação, principalmente com o lance da massagem. Eh, eh, eh... Outros acham que eu sou ficcionista. Claro que, de vez em quando, deixo fluir um pouco do lado ficcionista, que o texto não fique tão chato... mas garanto que não invento fatos. O que eu faço aqui é dar um colorido pessoal em coisas comuns que acontecem na vida de qualquer um.


terça-feira, dezembro 11, 2001

Eu estou feliz hoje. Vou ver Julius. Será provavelmente nosso último encontro deste ano. Ele disse que gostaria que passássemos a noite juntos. A idéia me enlouquece, mas eu tenho medo. Talvez quebre o encanto. Amanhecer não é algo muito romântico. E depois, acho que já abusei demais, na semana passada.

E amanhã tenho de enfrentar a formatura do meu sobrinho Hugo, na São Francisco. Será um evento em grande estilo, com toda pompa de uma faculdade tradicional. Meu irmão e a família estão orgulhosíssimos. Certamente, terá carreira brilhante. Só espero que não precisemos da escolta desta vez. Acho que não, está tudo calmo.
Logo pela manhã, vou comprar um presente especial. Já resolvi: será o lindíssimo e novo Dicionário Houaiss. Embora tenha lido em algum lugar que só o autor deve fazer dedicatórias em obras, pretendo escrever alguma coisa como:

"Que seja este o guia para a busca da palavra adequada na trilha da justiça"

A idéia de que faltam duas semanas para o Natal me assusta um pouco. Eu ainda não sei o que vou fazer. Minha filha vê a possibilidade de ir com o pai visitar a avó em Minas. Eu também tinha idéia de ir a Minas, ver o meu irmão bronco, dar uns puxões de orelha nele. Mas depois do lance de ele ter me pedido para quebrar galho no vestibular do sobrinho, tivemos um arranca-arrabo meio feio.

Acredito que terei coragem de passar o Natal sozinha, talvez na companhia de uma amiga. Acho que tenho algumas sim!

Minha jovem amiga artesã do Estado do Rio leu este blog e comentou:

"Oi minha linda!!!!!!
Sabe q vc reavivou minha memória, lembrei de tudo agora quando vc me contou de novo....eu lembro dele, lembro da sua amiga q partiu e lembro do carioca.....lembro até da esposa acredita!
Só não tava ligando o "nome à pessoa" Acho q minha cabeça tava quente com aquela massagem toda......=)
Conta mais tá!?
Eu viajo quando c escreve...parece q tô sentadinha do teu lado, tomando meu chazinho....e conversando com vc......demais!"


Ela também tem uma história incrível de vida. E a incentivei a fazer os relatos num blog, mas parece que está muito ocupada com a decoração da casa, a nova vida que planeja para 2002. Estou na torcida, de coração. Embora a gente não se conheça pessoalmente, há uma ligação "espiritual" entre nós.

segunda-feira, dezembro 10, 2001

É verdade! Tenho pelo menos um leitor "desconhecido". Tá certo que foi caçado meio a tapas, mas fiquei feliz em saber. Hoje recebi um e-mail do Picareta:
" É claro que eu me lembro de vc. Aliás, eu tenho acompanhado suas peripécias no blog. Eu tenho inveja de vc, que tem uma vida amorosa movimentada, escreve super bem e faz o que gosta. Quiçá um dia eu chego lá."
Conferi. Não é que estou lá, na lista dele? "Mas eu não estava completamente desligado. Lia sempre o Cantinho Terrorista, até sua recém-extinção, o Catarro, o Amigo Triste, a Surrealidade e o Soumaiseu. "

Valeu a massagem no ego!

Fiquei sem o speedy desde quarta à noite. Um horror essa abstinência. Só consegui superar graças ao encontro de quinta e muito trabalho. Mesmo assim, foi dureza ficar esperando o técnico da Telefônica, que ainda não apareceu. Já fiz até promessa a Santo Isidoro, o santo dos internautas. Mas não sei bem que tipo de promessa ele vai achar válida.

Ontem fui ver "All you need is love", uma homenagem aos Beatles. Vibrei, amei, adorei! Que gente linda, talentosa, de altíssimo astral. Sentei no gargarejo. Olhava para o cenário estrelado, deixei-me levar pelo som familiar, senti-me em êxtase.

Os novos contatos que apareceram no ICQ são dose! Mesmices, chatice total! Frases repetidas. Que falta de espontaneidade, de criatividade. Como as pessoas podem se encontrar copiando e colando textos alheios?